quarta-feira, 25 de junho de 2014

Lectio Divina - 25/06/14


QUARTA-FEIRA -25/06/2014



PRIMEIRA LEITURA: 2Reis 22,8-13;23,1-3


A lei de Deus é, diante de tudo, um convite a felicidade, pelo qual, sua desobediência acarreta ao homem angustia e a dor. Na linguagem do Antigo Testamento, isto é expresso como uma irritação por parte de Deus, todavia, esta atitude divina deve ser compreendida mais no sentido do que o próprio pecado trás em si mesmo. Não é que Deus nos castigue por não obedecer seus mandatos, mas sim que, o fato de não obedecer-lhe faz que se perca a felicidade. Isto é o que chamamos as conseqüências do pecado, das quais, a mais trágica é perder a vida eterna. No entanto, pareceria que depois de tantos anos de humanidade e de instrução por parte de Deus havendo-o experimentado uma e outra vez, todavia, não aprendemos e não temos colocado em nosso coração as palavras do Gênesis na qual Deus adverte a nossos primeiros pais: “O dia que comer desta árvore morrerá”. Regressemos a Deus com um coração arrependido e com o firme propósito de viver conforme sua vontade, a qual está expressa na Sagrada Escritura.



ORAÇÃO INICIAL 

Concede-nos viver sempre Senhor, no amor e respeito a teu santo nome, porque jamais deixas de dirigir a quem estabelece no sólido fundamento de teu amor. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO
Mateus 7,15-20


Estamos chegando as recomendações finais do Sermão do Monte. Comparando o evangelho de Mateus com o de Marcos percebe-se uma grande diferença na maneira na qual os dois, apresentam o ensinamento de Jesus. Mateus insiste mais no conteúdo do ensinamento e o organiza em cinco grandes discursos, dos quais o Sermão do Monte é o primeiro. Marcos, por mais de quinze vezes, diz que Jesus “ensinava”, porém, raramente diz o que Ele ensinava. Apesar destas diferenças, os dois concordam em um ponto: Jesus ensinava muito. Ensinar era o que Jesus mais fazia. Era seu costume. Mateus se interessa pelo conteúdo. Marcos se interessava pelo conteúdo? Depende do que entendemos por conteúdo! Ensinar não é só questão de comunicar verdades para que as pessoas aprendam de memória. O conteúdo não está só nas palavras, mas também nos gestos e na maneira que Jesus tem de relacionar-se com as pessoas. O conteúdo nunca está desligado da pessoa que o comunica. A pessoa é a raiz do conteúdo. A bondade e o amor que transparecem nas palavras e nos gestos de Jesus é parte do conteúdo. É sua espessura. Conteúdo bom sem bondade é como leite derramado. Não converte e não existe conversão. 

As recomendações finais e o resultado do Sermão do Monte na consciência das pessoas ocupam o evangelho de hoje e de amanhã. 

Mateus 7,15-16ª: CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS. No tempo de Jesus, havia profetas de todo tipo, gente que anunciavam mensagens apocalípticas para envolver as pessoas nos diversos movimentos daquela época. Essênios, fariseus, zelotes e outros (cf. At 5,36-37). No tempo que Mateus escreve havia também profetas que anunciavam mensagens diferentes da mensagem proclamada pelas comunidades. As cartas de Paulo mencionam estes movimentos e tendências ((cf 1Cor 12,3; Gal 1,7-9; 2,11-14;6,12). Não deve ter sido fácil para as comunidades fazer o discernimento de espíritos. Daqui a importância das palavras de Jesus sobre os falsos profetas. A advertência de Jesus é muito forte: “Cuidado com os falsos profetas: eles vêm vestidos com peles de ovelha, porém, dentro são lobos ferozes”. Jesus usa esta mesma imagem quando envia os discípulos e as discípulas em missão: “Os envio como cordeiros no meio de lobos” (Mt 10,16 e Lc 10,3). A oposição entre lobo voraz e manso cordeiro é irreconciliável, a não ser que o lobo se converta e perca sua agressividade como sugere o profeta Isaias (Is 11,6;65,25). O que importa aqui em nosso texto é o dom do discernimento. Não é fácil discernir os espíritos. Às vezes, acontece que interesses pessoais ou de grupo levam as pessoas a proclamar como “falsos” aos profetas que anunciam a verdade que incomoda. Isto aconteceu com Jesus. Foi eliminado e condenado à morte como falso profeta pelas autoridades religiosas da época. De vez em quando, acontece o mesmo e continua ocorrendo em nossa igreja. 

Mateus 7,16b-20: A COMPARAÇÃO DA ÁRVORE E SEUS FRUTOS. Para ajudar no discernimento de espíritos, Jesus usa a comparação do fruto: “Pelos frutos o reconhecerão”. Um critério similar já havia sugerido no livro do Deuteronômio (Dt 18,21-22). E Jesus acrescenta: “Uma árvore boa não produz frutos ruins, nem uma árvore ruim produz frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto, é cortada e jogada ao fogo”. No evangelho de João, Jesus completa a comparação: “Se algum de meus ramos não produz fruto, é cortado, e podo todos os ramos que produz fruto para que dê mais. Esses ramos são jogados fora e secam como ramos mortos” (Jo 15,2.4.6).




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Falsos profetas! Conhece algum caso em que uma pessoa boa e honrada que proclamava uma verdade incomoda foi condenada como falso profeta?
Ao julgar pelos frutos da árvore de tua vida pessoal, como te defines: falso ou verdadeiro?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 119,123-124)
Hoje farei uma recontagem de todas as coisas que me fazem feliz, confirmarei como essa felicidade chega para cumprir algum mandato divino e darei graças a Deus por isso.




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