quinta-feira, 31 de julho de 2014

Lectio Divina - 31/07/14


QUINTA-FEIRA -31/07/2014


PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 18,1-6


Uma das coisas mais difíceis em nossa relação com Deus é a dependência total. Tendemos, de forma natural, a procurar fazer as coisas por nossa própria iniciativa e em total independência. Deus quer como vemos no texto de hoje, ter total controle de nossa vida e fazer dela como faz o oleiro: mudar e adequar o modo como ele considera melhor. Isto explica porque, em ocasiões, nossos planos, apesar de que tudo parecia estar em ordem e, conforme os que pensávamos que fosse vontade de Deus se vêm frustrados, fazendo-nos pensar que tenha sido um fracasso. Pois, não forçosamente, já que é muito possível que Deus esteja reconstruindo o “vaso” e adequando-o a seu projeto. Isto, como é lógico, não acontece sem dor. É por isso que Jesus, ao convidar seus discípulos a segui-lo, lhe pedia como primeira condição o “negar-se a si mesmos”, isto é, estar dispostos a ser modelados totalmente por Deus, sem importar que para isso, todos nossos projetos sejam mudados, e diríamos destruídos para dar lugar a uma nova vida. Por isso, o apóstolo Paulo disse que somos “novas criaturas em Cristo”. Não te rebeles à ação de Deus que busca que nossa vida seja cada dia mais conforme a vida de Jesus. Renuncia a ti mesmo e deixa-te modelar.



ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, protetor dos que em ti esperam, sem ti na é forte nada é santo. Multiplica sobre nós os sinais de tua misericórdia, para que, sob tua guia providente, de tal modo nos sirvamos dos bens passageiros que possamos aderir aos eternos. Por Nosso Senhor... 


REFLEXÃO

Mateus 13,47-53

O evangelho de hoje nos apresenta a última parábola do Sermão das Parábolas: a história da rede jogada no mar. Esta parábola se encontra no evangelho de Mateus, sem nenhum paralelo nos três outros evangelhos.
Mateus 13,47-48: A PARÁBOLA DA REDE JOGADA NO MAR. “Também é semelhante ao Reino dos Céus uma rede que se joga ao mar e recolhe peixes de todas às classe; e quando está cheia, a arrastam para a margem, sentam-se, e recolhem em cestos os bons e tiram os ruins”. A história contada é bem conhecida pelas pessoas da Galiléia que vivem ao redor do lago. É seu trabalho. A história reflete o final de um dia de trabalho. Os pescadores vão para o mar com esta única finalidade: jogar a rede, pegar muitos peixes, levar a rede cheia até a praia, escolher os peixes bons para levá-los para casa e tirar os que não servem. Descreve a satisfação do pescador no final de um dia de trabalho pesado e cansado. Esta história deve ter produzido um sorriso de satisfação no rosto dos pescadores que ouvem Jesus. O pior é chegar a praia no final de um dia sem haver pescado nada (Jo 21,3).
Mateus 13,4-50: A APLICAÇÃO DA PARÁBOLA. Jesus aplica a parábola, o melhor, dá uma sugestão para que as pessoas possam discuti-la e aplica-la à sua vida: “Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos saíram, separaram os maus dentre os justos e os jogaram no forno de fogo; ali será o pranto e o ranger de dentes. Vocês entenderam tudo isto?”. São imagens fortes para descrever o destino daqueles que se separam de Deus, ou, que não querem saber de Deus. Toda cidade tem um depósito de lixo, um lugar onde se joga o lixo. Ali existe um fogo permanente que é alimentado diariamente pelo novo lixo que se vai acumulando. O lixo de Jerusalém ficava num vale próximo da cidade e este lugar se chamava “geena”, ali, na época dos reis havia um forno para sacrificar os filhos ao falso deus Molok. Por isto, o forno da “geena” se tornou o símbolo da exclusão e condenação. Não é Deus quem exclui. Deus não quer a exclusão nem a condenação, mas sim, que todos tenham vida e vida em abundância. Cada um de nós exclui a si mesmo.
Mateus 13,51-53: O FINAL DO SERMÃO DAS PARÁBOLAS. No final do Sermão das Parábolas, Jesus termina com a seguinte pergunta: “Vocês entenderam tudo isto?”. Eles responderam: “Sim!”. E Jesus termina a explicação com outra comparação que descreve o resultado que Ele quer obter com as parábolas: “Assim, todo escriba que se tenha feito discípulo do Reino dos Céus é semelhante ao dono de uma casa que tira de sua arca coisas novas e coisas velhas”. Dois pontos para esclarecer: (a)-Jesus copara o doutor da lei com o pai de família. O que é que faz o pai de família? Ele “tira de sua arca coisas novas e coisas velhas”. A educação em casa se faz transmitindo aos filhos e as filhas, o que eles os pais, receberam e aprenderam ao longo dos anos. É o tesouro da sabedoria familiar, onde estão fechadas as riquezas da fé, os costumes da vida e tantas outras coisas que os filhos vão aprendendo. Jesus quer que, na comunidade, as pessoas responsáveis da transmissão da fé sejam como o pai de família. Assim como os pais entendem da vida em família, assim estas pessoas responsáveis pelo ensinamento têm que entender as coisas do Reino e transmiti-las aos irmãos e irmãs da comunidade. (b)-Trata-se de um doutor da Lei que se torna discípulo do Reino. Havia, pois, doutores da lei que aceitavam Jesus como revelador do Reino. O que ocorre com um doutor na hora em que descobre em Jesus o Messias, filho de Deus? Tudo aquilo que ele estudou para poder ser doutor da lei continua sendo válido, porém, recebe uma dimensão mais profunda e uma fidelidade mais ampla. Uma comparação pode esclarecer o que acabamos de dizer. Em uma roda de amigos alguém mostrou uma foto, onde se via um homem de rosto severo, com o dedo levantado, quase agredindo o público. Todos ficaram com a idéia de que se tratava de uma pessoa inflexível, exigente, que não permitia intimidade. Nesse momento, chega um jovem, vê a foto e exclama: “É meu pai!”. Os demais olharam para ele, e olhando a foto, comentam: “Que pai severo!”. O jovem contesta: “Não, em absoluto! É muito carinhoso. Meu pai é advogado. Aquela foto foi tirada no tribunal, no momento em que denunciava o crime de um latifundiário que queria desalojar uma família pobre que morava em um terreno baldio da prefeitura, faz muitos anos. Meu pai ganhou a causa! Os pobres puderam ficar ali onde estavam!”. Todos olharam de novo e disseram: “Que pessoa mais simpática!”. Como por um milagre, a fotografia se iluminou por dentro e tomou outro aspecto. Aquele rosto, tão severo adquiriu traços de uma ternura estranha. As palavras do filho mudaram tudo, sem mudar nada. As palavras e os gestos de Jesus, nascidos de sua experiência de filho, sem mudar uma letra ou uma vírgula (Mt 5,17-18) iluminaram o sentido do Antigo Testamento a partir de dentro e iluminaram por dentro toda sabedoria acumulada do doutor da Lei. O próprio Deus, que parecia tão distinto e severo, adquiriu os traços de um Pai bondoso de grande ternura!



PARA REFLEXÃO PESSOAL

A experiência do Filho entrou em ti para mudar seu olhar e descobrir as coisas de Deus de outra maneira?
O que é que revelou o Sermão das Parábolas sobre o Reino?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 146,1-2)
Hoje meditarei quais são as mãos que Deus está usando para modelar-me neste momento e serei dócil a elas.




quarta-feira, 30 de julho de 2014

Lectio Divina - 30/07/14


QUARTA-FEIRA -30/07/2014


PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 15,10.16-21


Os caminhos pelo qual Deus faz passar seus eleitos, são sempre incertos e muitas vezes contraditórios. Ao ouvir a queixa de Jeremias, nos vêm à mente as palavras de Jesus na Cruz: “Deus meu, Deus meu, porque é que me abandonastes?”. Por que é que um homem que buscou sempre fazer o bem pode chegar a sentir-se desolado e abandonado por Deus e pelos homens? Esta pergunta não encontra uma explicação fácil, pois, nos insere no mistério salvífico de Deus. O profeta, ao ver que o povo não lhe faz caso e que se volta contra ele, sente a ausência de Deus, e como Jesus pergunta, onde estas? Foste Tu que me enviaste? Responda-me! E Deus, o Deus sempre fiel, lhe responde: “Tudo isto tenho feito para purificar-te, para que se separe o bom metal do mau metal...”. Deus nos coloca no crisol para provar nossa fidelidade e nosso amor, para integrar-nos à seu mistério, por isso, quando te achares assaltado pela maldade dos demais, sobretudo, por haver sido testemunho do Evangelho; quando por isso te perseguirem, alegre-se e salte de contente, pois, Deus te considerou digno de ser seu profeta, e tua recompensa será imensa. Quando estiveres em prova, não desfaleças, purifique teu coração e deixe que Deus seja quem conduza tua vida. 



ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, protetor dos que em ti esperam, sem ti na é forte nada é santo. Multiplica sobre nós os sinais de tua misericórdia, para que, sob tua guia providente, de tal modo nos sirvamos dos bens passageiros que possamos aderir aos eternos. Por Nosso Senhor... 



REFLEXÃO

Mateus 13,44-46

O evangelho de hoje apresenta duas breves parábolas do Sermão das Parábolas. As duas são similares entre si, porém, com diferenças significativas para melhor esclarecer determinados aspectos do Mistério do Reino que está sendo revelado através destas parábolas.
Mateus 13,44: A PARÁBOLA DO TESOURO ESCONDIDO NO CAMPO. Jesus conta uma história bem simples e bem breve que poderia acontecer na vida de qualquer um de nós. Diz: “O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido em um campo que, o homem ao encontrá-lo, volta a escondê-lo e, pela alegria que lhe dá, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo...”. “Jesus não explica, mas simplesmente diz: O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo”. Assim estimula seus ouvintes para que compartilhem com os demais, o que esta história suscitou em seus corações. Compartilho alguns pontos que foi descoberto: (a)-O Tesouro, o Reino, já está no campo, já está na vida. Está escondido. Passamos e pisamos em cima sem dar-nos conta. (b)-O homem encontrou o tesouro. Foi pura casualidade. Não esperava encontrá-lo, pois, não estava procurando. (c)-Ao descobrir que se trata de um tesouro muito importante, o que é que faz? Faz o que todo mundo faria para ter o direito de poder apropriar-se do tesouro. Vai, vende tudo o que tem e compra o campo. Assim, junto com o campo adquire o tesouro, o Reino. A condição é vender tudo! (d)-Se o tesouro, o Reino, já estava na vida, então, é um aspecto importante da vida que começa a ter um novo valor. (e)-Nesta história, o que predomina é a gratidão. O tesouro é encontrado por acaso, além de nossas programações. O Reino acontece! E se acontece, você e eu temos que tirar as conseqüências e não permitir que este momento de graça passe sem fruto.
Mateus 13,45-46: A PARÁBOLA DO COMPRADOR DE PEDRAS PRECIOSAS. A segunda parábola é semelhante a primeira, porém, existe nela uma diferença importante. Procure descobrir! A história é a seguinte: “O Reino dos Céus é semelhante a um mercador que anda procurando pérolas finas, e que, ao encontrar uma pérola de grande valor, vai, vende tudo o que tem e a compra”. Compartilho alguns pontos que descobri: (a)-Trata-se de um mercador de pérolas. Sua profissão consiste em procurar pérolas. É a única coisa que faz na vida: procurar e encontrar pérolas. Procurando, encontra uma pérola de grande valor. Aqui a descoberta do Reino não é pura casualidade, mas fruto de uma longa busca. (b)-O mercador de pérolas entende o valor das pérolas, pois, muitas pessoas querem vender-lhe as pérolas que encontram. Porém, o mercador não se deixa enganar. Ele conhece o valor de sua mercadoria. (c)-Quando encontra uma pérola de grande valor, vai vende tudo o que tem e compra essa pérola. O valor do Reino é maior.
RESUMINDO O ENSINAMENTO DAS DUAS PARÁBOLAS. As duas tem o mesmo objetivo: revelar a presença do Reino, porém, cada uma revela de uma maneira diferente: através do descobrimento da gratidão da ação de Deus em nós, e através do esforço e da busca que todo o ser humano faz para ir descobrindo cada vez melhor o sentido de sua vida.




PARA REFLEXÃO PESSOAL
Tesouro escondido: você já encontrou alguma vez? Vendeu tudo para poder comprá-lo?
Procurar pérolas: qual é a pérola que você procura e que ainda não encontrou? 



ORAÇÃO FINAL 

SALMO 59,17)
Hoje meditarei os momentos difíceis de minha vida, e darei graças a Deus, consciente de que através deles Ele está me formando e me purificando.




terça-feira, 29 de julho de 2014

Lectio Divina - 29/07/14


TERÇA-FEIRA -29/07/2014


PRIMEIRA LEITURA: 1João 4,7-16


Esta passagem é uma unidade concisa, que se concentra unicamente em afirmar que o amor de Deus gera o nosso. Os versículos estão unidos por numerosas ligações, com o todo convergindo para verdade central: se Deus nos ama, precisamos ter amor semelhante uns pelos outros. Que “Deus é amor” é agora a segunda descrição de Deus dada nessa epístola; já vimos que “Deus é luz”. Deus não é amor em sentido abstrato, mas em toda a sua atividade. Ele cria com amor, salva com amor, julga com amor. Nosso Deus é um Deus de amor. A referência ao Espírito leva-nos, por um momento, de volta ao contexto. É o Espírito que nos possibilita afirmar a verdade - que Jesus é salvador do mundo, que é o Filho de Deus. As afirmações doutrinais dessa comunidade joanina estão tomando uma forma mais definida. Para o cristão joanino, Jesus é o Cristo, vindo na carne; Jesus é o salvador, uma vítima de expiação pelos pecados do mundo; Jesus é o Filho de Deus.

ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, protetor dos que em ti esperam sem ti nada é forte nem santo. Multiplica sobre nós os sinais de tua misericórdia, para que, sob tua guia providente, de tal modo nos sirvamos dos bens passageiros que possamos aderir aos eternos. Por Nosso Senhor…



REFLEXÃO

Lucas 10,38-42

DINÂMICA DO RELATO. A condição de Jesus de mestre itinerante oferece a Marta a possibilidade de acolhê-lo em casa. A narração apresenta a atitude das duas irmãs: Maria, sentada, aos pés de Jesus, preocupada para ouvir sua palavra, Marta, preocupada para preparar os numerosos serviços, se aproxima de Jesus protestando pelo comportamento da irmã. O diálogo entre Jesus e Marta ocupa um amplo espaço da narração (vv. 40b-42): Marta começa com uma pergunta retórica: “Senhor, não te importa que minha irmã me deixe só no trabalho?”. Depois pede que Jesus intervenha e ordene a sua irmã que não abandone os trabalhos domésticos. “Diz-lhe, pois, que me ajude”. Jesus responde com tom afetuoso, expressado na repetição do nome “Marta, Marta”: lembra que ela está preocupada por “muitas coisas”, que na realidade é necessária “uma só” e conclui com uma alusão a irmã que escolheu a melhor parte, a qual não lhe será tirada. Lucas constrói seu relato sobre o contraste da personalidade diversa de Marta e Maria; a primeira, preocupada por “muitas coisas”, a segunda faz uma “coisa só”, está preocupada para ouvir o Mestre. A função deste contraste é a de realçar a atitude de Maria, dedicada à plena e total escuta do Mestre, com a qual passa a ser modelo de todo aquele que crê.
A FIGURA DE MARTA. É a que toma a iniciativa de acolher Jesus em sua casa. O dedicar-se a acolher o Mestre, se preocupa com afã das muitas coisas que tem que preparar e, diante disso, sente a tensão de ficar só. Com a angústia de tanto trabalho está ansiosa, vive uma grande tensão. Por isto, Marta se “adianta” e faz a Jesus um pedido de ajuda: por que a irmã a deixa só? Jesus lhe responde constatando o fato de que ela está preocupada e tem o coração dividido entre o desejo de oferecer à Jesus uma comida digna de sua pessoa e o desejo de dedicar-se a ouvi-lo. Portanto, Jesus não reprova o serviço de Marta, mas sim, a angústia com que faz isso. Jesus havia explicado um pouco antes, na parábola do semeador, que a semente que cai entre espinhos lembra a situação dos que ouvem a Palavra, porém, são presas das preocupações (Lc 8,14). No trabalho de Marta, Jesus não critica o valor da acolhida a sua pessoa, mas sim, alerta sobre os riscos em que se pode cair: o esforço e a angústia. Também sobre estes riscos Jesus se pronuncia: “Buscai o Reino e o demais os será acrescentado!” (Lc 12,31).
A FIGURA DE MARIA. É a que ouve a Palavra, coisa que expressa com um pretérito imperfeito, “ouvia”, indicando uma ação continua na escuta de Jesus. A atitude de Maria contrasta com o esforço e a tensão da irmã. Jesus diz que Maria havia escolhido “a melhor parte”, a escuta de sua Palavra. Das palavras de Jesus o leitor aprende que não se trata de duas partes, das quais uma é melhor que a outra, mas sim, que existe só a parta boa: escutar sua Palavra. Esta atitude não significa evadir-se do próprio trabalho, ou, responsabilidade cotidiana, só expressa a necessidade de que a escuta da Palavra preceda qualquer serviço ou atividade. 
EQUILÍBRIO ENTRE AÇÃO E CONTEMPLAÇÃO. Lucas presta particular atenção para unir escuta da Palavra e relação com o Senhor. Não de trata de dividir a jornada em um tempo dedicado a oração e outro ao serviço. O desejo de ouvir Deus não se pode suprir por outras atividades: é necessário dedicar certo tempo e espaço para buscar o Senhor. O compromisso de cultivar a escuta da Palavra nasce da atenção à Deus: tudo pode contribuir, o ambiente, o lugar, o tempo. Porém, o desejo de encontrar Deus deve nascer no próprio coração. Não existem táticas que te levem a encontrar Deus de maneira automática. Trata-se de um problema de amor: é necessário escutar Jesus, estar com Ele, então, comunica-se o dom e se inicia o amor. O equilíbrio entre escuta e serviço compromete a todos os crêem, tanto na vida familiar como na profissional e social: o que fazer para que os batizados sejam perseverantes e alcancem a maturidade da fé? Educar-se na escuta da Palavra de Deus. É este o caminho mais difícil, porém, é o mais seguro para chegar a maturidade na fé. 


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Sei criar em minha vida situações e itinerários de escuta? Limito-me só a ouvir a Palavra na igreja, ou, também me esforço em buscar espaços e lugares adequados para uma escuta pessoal e profunda?
Você se limita a um consumo privado da Palavra, ou, é anunciador da mesma e luz para os demais, ou, só lâmpada que ilumina sua própria vida privada? 


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 33)
Procurarei a cada Domingo assistir com toda minha família à grande festa de nossa salvação. 




segunda-feira, 28 de julho de 2014

Lectio Divina - 28/07/14

SEGUNDA-FEIRA -28/07/2014


PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 13,1-13


O profeta Jeremias envia palavras duras ao povo, com o mesmo propósito de todos os profetas enviados por Deus: que o povo reconheça seus erros e retorne novamente para o Senhor. No entanto, o povo tinha endurecido seu coração, encheu-se de soberba e orgulho por ter muitas riquezas, um belo templo e estabilidade política, tudo isto os levava a afastar-se cada vez mais de Deus e a levar uma vida religiosa em que se mesclavam inclusive os deuses pagãos. Perderam totalmente o respeito por Deus e por esta razão Deus deixara que lhes acontecesse como ao centurião, apodreceram. Palavras fortes que devem ressoar também em nosso coração, pois ninguém está isento desta contaminação que nosso mundo moderno realiza em nossa sociedade cristã na qual é fácil começar a seguir deuses falsos, sobretudo, quando em nossa vida tudo vai bem, quando existe saúde e bem estar econômico é fácil que a astúcia do demônio nos leve, como ao povo de Israel, a separar-nos de Deus. Vemos com tristeza que existem pessoas que com facilidade deixa de ir missa porque foi ao campo, a uma reunião, para ver um programa de televisão, ou, simplesmente porque nesse domingo ficou com preguiça. O profeta Jeremias nos convida a mudar nossa atitude para com Deus e tê-lo verdadeiramente como o centro de nossa vida. 


ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, protetor dos que em ti esperam, sem ti na é forte nada é santo. Multiplica sobre nós os sinais de tua misericórdia, para que, sob tua guia providente, de tal modo nos sirvamos dos bens passageiros que possamos aderir aos eternos. Por Nosso Senhor... 


REFLEXÃO

Mateus 13,31-35

Estamos meditando o Sermão das Parábolas, cujo objetivo é revelar, por meio de comparações, o mistério do Reino de Deus presente na vida do povo. O evangelho nos trás hoje duas pequenas parábolas, do grão de mostarda e da levedura. Nelas Jesus conta duas histórias tiradas da vida cotidiana que serviram como meio de comparação para ajudar as pessoas a descobrir o mistério do Reino. Ao meditar estas duas histórias, o que devemos fazer primeiro não é querer descobrir o que cada elemento das histórias nos quer dizer sobre o Reino. Primeiro devemos olhar a história em si mesma como um todo e procurar descobrir qual é o ponto central em torno do qual a história foi construída, pois, é este ponto central que servirá como meio de comparação para revelar o Reino de Deus. Vamos ver qual é o ponto central das duas parábolas.
Mateus 13,31-32: A PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA. Jesus disse: “O Reino dos Céus é como um grão de mostarda” e em seguida conta a história: um grão bem pequeno é lançado no campo, mas, ainda sendo pequeno, cresce, se torna maior que as outras plantas e chega a atrair os pássaros para que façam nele seus ninhos. Jesus não explica a história. Aqui vale o que diz em outra ocasião: “Quem tem ouvido para ouvir, que ouça”. Isto é: “É isto. Vocês que tem ouvido, agora procurem entender!”. A nós cabe descobrir o que esta história nos revela sobre o Reino de Deus presente em nossas vidas. Assim, por meio desta história do grão de mostarda, Jesus provoca nossa fantasia, pois, cada um de nós entende algo de semeadura. Jesus espera que as pessoas, todos nós, comecemos a compartilhar o que cada um descobre. Compartilho aqui três pontos que descobri sobre o Reino a partir desta parábola: (a)-Jesus disse: “O Reino dos Céus é como um grão de mostarda”. O Reino não é algo abstrato, nem é uma idéia. É uma presença no meio de nós (Lc 17,21). Como é esta presença? É como o grão de mostarda: presença bem pequena, humilde, que quase não se vê. Trata-se do próprio Jesus, um pobre carpinteiro, andando pela Galiléia, falando do Reino às pessoas das aldeias. O Reino de Deus não segue os critérios dos grandes do mundo. Tem outra maneira de pensar e de proceder. (b)-A parábola evoca uma profecia de Ezequiel, na qual se diz que Deus fará brotar um pequeno ramo de cedro e o plantará nas alturas da montanha de Israel. Esse pequeno broto de cedro: “deixará ramos e produzirá frutos, e se converterá em um magnífico cedro”. Pássaros de todas as classes aninharão nele, habitarão na sombra de seus ramos. E todas as árvores do campo saberão que eu, o Senhor, humilho a árvore elevada e exalto a árvore humilhada, faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e o farei (Ez 17,22-23). (c)-O grão de mostarda, ainda que pequeno, cresce e suscita esperança. Como o grão de mostarda, assim o Reino tem uma força interior e cresce. Cresce como? Cresce através da pregação de Jesus dos discípulos e das discípulas, nos povoados da Galiléia. Cresce, até hoje, através do testemunho das comunidades e se torna boa noticia de Deus que irradia e atrai as pessoas. A pessoa que chega perto da comunidade sente-se acolhida, em casa, e faz nela seu ninho, sua morada. No final, a parábola deixa uma pergunta no ar: quem são os passarinhos? A pergunta terá resposta mais adiante no evangelho. O texto sugere que se trata dos pagãos que vão poder entrar no Reino (Mt 15,21-28).
Mateus 13,33: A PARÁBOLA DA LEVEDURA. A história da segunda parábola é esta: uma mulher mistura um pouco de levedura com três medidas de farinha, até que tudo fique fermentado. De novo, Jesus não explica, só diz: “O Reino do Céu é como a levedura...” Como na primeira parábola, depende de nós saber descobrir o significado para hoje. Compartilho alguns pontos que descobri e que me fizeram pensar: (a)-O cresce não é a levedura, mas sim, a massa. (b)-Trata-se de uma coisa bem caseira, do trabalho da mulher em casa. (c)-A levedura tem algo de podre que se mistura com a massa pura de farinha. (d)-O objetivo é fazer “levitar” a massa e não apenas uma parte. (e)-A levedura, não tem um fim em si mesma, mas sim, serve para fazer crescer a massa.
Mateus 13,34-35: POR QUE É QUE JESUS FALA EM PARÁBOLAS. Aqui, no final do Sermão das Parábolas, Mateus trás um esclarecimento sobre o motivo que levava Jesus a ensinar as pessoas em forma de parábolas. Ele disse que era para que se cumprisse a profecia que diz: “Abrirei com parábolas minha boca, publicarei o que estava oculto desde a criação do mundo”. Na realidade, o texto citado não é de um profeta, mas de um salmo (Sl 78,2). Para os primeiros cristãos todo o Antigo Testamento era uma grande profecia que tinha que anunciar veladamente a vinda do Messias e a realização das promessas de Deus. Em Marcos 4,34, o motivo que levava Jesus a ensinar as pessoas era para adaptar a mensagem à capacidade das pessoas. Ao ser exemplo tirados da vida das pessoas, Jesus ajudava as pessoas a descobrir as coisas de Deus no cotidiano. A vida se tornava transparente. Jesus fazia perceber que o extraordinário de Deus se esconde nas coisas ordinárias e comuns da vida de cada dia. As pessoas entendiam assim, da vida. Nas parábolas recebia uma chave para abri-la e encontrar dentro da vida os sinais de Deus. No final do Sermão das Parábolas, em Mateus 13,52, como logo veremos, vai se dar outro motivo que levava Jesus ensinar por meio das parábolas.




PARA REFLEXÃO PESSOAL


Qual é o ponto destas parábolas que mais você gostou ou que mais lhe chamou a atenção. Por quê?
Qual é a semente que, sem tenhas percebido, cresceu em você e em tua comunidade?




ORAÇÃO FINAL 


(SALMO 59,17)
Hoje serei cuidadoso em manter uma atitude de humildade e simplicidade diante de Deus e de meus semelhantes.