DIA 31/03/15
PRIMEIRA LEITURA à Isaias 49,1-6
- Novamente o Senhor nos lembra que é Ele
precisamente quem vence nossas batalhas, que em vão nos esforçamos, quando
é o seu poder que nos dá a vitória. Deus nos acolheu e nos chamou para
viver em sua plenitude, por isso, o grande erro do homem é querer ser
auto-suficiente, procurar a independência de tudo e de todos, inclusive do
próprio Deus. Precisamente com Deus somos mais que vencedores; para isto
Jesus morreu e ressuscitou, para que tenhamos a vitória sobre nossos
pecados e debilidades. Aproveitemos esta semana para intensificar nossa
relação com Deus. Conheçamo-lo mais a cada dia e não só de “ouvido”, mas,
como uma experiência pessoal. Preparemo-nos constantemente, intensificando
nossa oração e buscando para que vitória de Deus se manifeste em nossa
caridade para com os demais.
ORAÇÃO INICIAL
- Deus todo poderoso e eterno, concede-nos
participar tão vivamente nas celebrações da paixão do Senhor, que
alcancemos teu perdão. Por Nosso Senhor...
REFLEXÃO à João 13,21-33.36-38
- Estamos no segundo dia da Semana Santa.
Os textos do evangelho destes dias nos confrontam com os fatos terríveis
que levaram à detenção e a condenação de Jesus. Os textos nos trazem só as
decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, porém, não nos
relatam as traições e negações dos discípulos que possibilitaram a
detenção de Jesus por parte das autoridades e contribuíram enormemente
para aumentar o sofrimento de Jesus.
- João 13,21: O ANUNCIO DA TRAIÇÃO. Depois
de haver lavado os pés dos discípulos (Jo 13,2-11) e de haver falado da
obrigação que temos de lavarmos os pés uns dos outros (Jo 13,12-16), Jesus
se comove profundamente. E não era para menos. Enquanto Ele estava fazendo
aquele gesto de total entrega de si mesmo, a seu lado um discípulo estava
tramando como atraiçoá-lo naquela mesma noite. Jesus expressa sua comoção
e diz: “Em verdade vos digo: um de vós me entregará”. Não disse: “Judas me
entregará”, mas sim, “um de vós”. Alguém do circulo de amizade será o
traidor.
- João 13,22-25: A REAÇÃO DOS DISCÍPULOS.
Os discípulos se assustam. Não esperavam esta declaração tão séria de que
um deles o trairia. Pedro faz um sinal à João e pergunta a Jesus quem dos
doze ia cometer a traição. Sinal de que não entendia quem poderia ser o
traidor. Ou seja, sinal de que a amizade entre eles não havia chegado, a
mesma transparência de Jesus para com eles (cf. Jo 15,15). João se inclina
próximo de Jesus e pergunta: “Quem é?”.
- João 13,26-30: JESUS INDICA JUDAS. Jesus
disse: “É aquele a quem Eu der o pão que eu vou molhar”. Aquele a quem vou
dar um pedaço de pão molhado. Toma um pedaço de pão, o molha e o dá a
Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes de uma ceia
costumavam ter entre eles. E Jesus diz a Judas: “O que vai fazer, faça-o
logo!”. Judas tinha uma bolsa comum. Era o encarregado de comprar as
coisas e dar esmola aos pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de
especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anuncio da
traição está uma evocação do salmo em que o salmista se queixa do amigo
que o traiu: “Até meu amigo fiel no qual confiava e, que meu pão
compartilhava, me trata com desprezo” (Sl 41,10, cf. Sl 55,13-15). Judas
percebe que Jesus estava sabendo de tudo (cf. Jo 13,18). No entanto, não
volta atrás, e se mantém na decisão de trair Jesus. É neste momento que
ocorre a separação entre Judas e Jesus. João disse que Satanás entrou
nele. Judas se levantou e se foi. Colocou-se ao lado do adversário
(satanás). João comenta: “Era de noite”. Era a escuridão.
- João 13.31-33: COMEÇA A GLORIFICAÇÃO DE
JESUS. É como se a história houvesse esperado este momento de separação
entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entram em
Judas quando decide executar aquilo que está tramando. Neste mesmo
instante se faz a luz em Jesus que declara: “Agora foi glorificado o Filho
do homem e Deus foi glorificado Nele. Se Deus foi glorificado Nele, Deus
também se glorificará em si mesmo e o glorificará agora!”. O que vai
acontecer daqui em diante é contagem regressiva. As grandes decisões já
foram tomadas, tanto de parte de Jesus (Jo 12,27-28) como de parte de
Judas, agora. Os fatos se precipitam. E Jesus avisa: “Filhos meus, pouco
tempo vou estar convosco”. Falta pouco para que se realize o passo, a
Páscoa.
- João 13,34-35: O NOVO MANDAMENTO. O
evangelho de hoje omite estes dois versos sobre o novo mandamento do amor
e passa a falar do anúncio da negação de Pedro.
- João 13,36-38: ANUNCIO DA NEGAÇÃO DE
PEDRO. Junto com a traição de Judas, o evangelho trás também a negação de
Pedro. São dois fatos que farão Jesus sofrer mais. Pedro disse que está
disposto a dar à vida por Jesus lhe chama à realidade: “Quer dar tua vida
por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo antes que tu
me tenhas negado três vezes” (Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do
galo é rápido. Quando amanhece o galo começa a cantar, quase ao mesmo
tempo todos os demais galos cantam. Pedro é mais rápido na negação que o
canto do galo.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
- Judas, amigo, se torna traidor. Pedro,
amigo, se torna negador. E eu?
- Colocando-me na situação de Jesus: como
se enfrenta a negação e a traição, o desprezo e a exclusão?
ORAÇÃO FINAL
- (SALMO 70)
- Hoje, à hora de qualquer tentação, direi
em meu interior: sou mais que vencedor em Cristo e resistirei sem cair.