sexta-feira, 30 de março de 2012

Lectio Divina - 30/03/12





SEXTA-FEIRA - 30/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 20,10-13

• Certamente Jeremias tinha muitos inimigos que se opunham a sua pregação, e com isso, que se realizasse a vontade de Deus. Hoje nós poderíamos dizer que temos um só inimigo e é nosso pecado, é tudo aquilo que, como nos tempos do profeta, se opõe a que o Reino dos céus se estabeleça, primeiramente e nosso coração e depois em todo nosso redor. É uma luta iniciada no paraíso e que continua em nós até o último de nossos dias. Entretanto, a diferença do caso de Jeremias, nosso inimigo já foi vencido por Cristo. Se, no entanto, tem poder em nossa vida e em nossa sociedade é porque muitas vezes nossa adesão a Cristo é só parcial e não total. Apropria-te da vitória de Cristo. Esta é a única oportunidade de que, vencido nosso inimigo, vivamos em paz na alegria de Deus.



ORAÇÃO INICIAL

• Perdoe a culpa de teu povo, Senhor, e que teu amor e tua bondade nos livrem do poder do pecado, o que tem nos submetido nossa debilidade. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 10,31-42




• Estamos próximo da Semana Santa, onde comemoramos e atualizamos a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus. A partir da quarta semana da quaresma, os textos diários dos evangelhos são tirados quase que exclusivamente do Evangelho de João, dois capítulos que acentuam a tensão dramática entre, de um lado a revelação progressiva que Jesus faz do mistério do Pai que o preenche totalmente e, por outro, a rejeição progressiva de parte dos judeus que se tornam cada vez mais impenetráveis a mensagem de Jesus. O trágico desta rejeição é que se faz em nome da fidelidade a Deus. Rejeitam Jesus em nome de Deus.
• Esta maneira que João tem de apresentar o conflito entre Jesus e as autoridades religiosas não é só algo que aconteceu no passado. É um espelho do que acontece hoje. Algumas pessoas se transformam em bombas vivas e matam os outros em nome de Jesus. Nós em nome de Jesus, os membros das três religiões do Deus de Abraão, judeus, cristãos e muçulmanos, nos condenamos e nos enfrentamos mutuamente, ao longo da história. É tão difícil e tão necessário o ecumenismo entre nós. Em nome de Deus se fizeram muitas barbáries e continuam fazendo até hoje. A quaresma é um tempo importante para parar e se perguntar qual é a imagem de Deus que habita em meu ser.
• João 10,31-33: OS JUDEUS QUEREM APEDREJAR JESUS. Os judeus procuram pedras para matar Jesus. Ele lhes pergunta: “Muitas obras boas de parte do Pai tenho-lhes mostrado. Por qual dessas obras quereis apedrejar-me?”. A resposta: “Não queremos apedrejar-te por nenhuma obra boa, mas, por uma blasfêmia e porque Tu, sendo homem, te fazes de Deus”. Querem matar Jesus por blasfêmia. A Lei mandava apedrejar tais pessoas.
• João 10,34-36: A BÍBLIA CHAMA À TODOS FILHOS DE DEUS. Querem matar Jesus porque se faz passar por Deus. Jesus responde em nome da própria Lei de Deus: “Não está escrito em vossa Lei: Eu lhes digo: sois deuses? E chama-se de deuses àqueles a que dirigiu a palavra de Deus – e a Escritura não falha – àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, como dizes que blasfemei por haver dito: Eu sou Filho de Deus?”. É estranho que Jesus diga “vossa lei”. Teria que dizer “nossa lei”. Por que é que Ele fala assim? Aqui transparece de nova a ruptura trágica entre Judeus e Cristãos, dois irmãos, filhos do mesmo pai Abraão, eu se tornam inimigos irredutíveis até o ponto que os cristãos dizem “vossa lei”, como se não fosse nossa lei.
• João 10,37-38: E ACREDITAM POUCO NAS OBRAS QUE FAÇO. Jesus torna a falar das obras que faz e que são revelações do Pai. Se não faço as obras do Pai não acreditam em mim. Porém, se as faço, ainda que, não me acrediteis, creiam pelas obras, e assim sabereis e conhecereis que o Pai está em Mim e eu no Pai. Estas são as mesmas palavras que Jesus pronunciará para os discípulos na última Ceia (Jo 14,10-11).
• João 10,39-42: QUEREM MATÁ-LO DE NOVO, PORÉM, ELE ESCAPA DE SUAS MÃOS. Não existe nenhum sinal de conversão. Continuam acusando Jesus de blasfêmia e insistem em querer matá-lo. Não existe futuro para Jesus. Sua morte está decretada, entretanto, sua hora ainda não chegou. Jesus sai e atravessa o Jordão para o lugar onde João havia sido batizado. Assim mostra continuidade em sua missão com a missão de João. Ajudava as pessoas a perceberem a linha de Deus na história. As pessoas reconhecem em Jesus àquele que João havia anunciado.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Os judeus condenam Jesus em nome de Deus, em nome da imagem que têm de Deus. Condeno alguém em nome de Deus e depois descubro que estou equivocado?
• Jesus diz de si mesmo “Filho de Deus”. Quando eu professo no Credo que Jesus é o Filho de Deus, que conteúdo eu dou a minha profissão de fé?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 17)
• Hoje não baixarei à guarda nas situações que ordinariamente me daria por vencido, a partir das mais simples até as mais sérias, não cederei, nas conversas difíceis, nos que não se deixam amar, nas coisas de meu trabalho que na verdade me custam, em perdoar aquilo que tanto trabalho me dá, tentarei e não voltarei a fazer, até que nessa situação concreta experimente a vitória de Jesus.



quinta-feira, 29 de março de 2012

Lectio Divina - 29/03/12






QUINTA-FEIRA - 29/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 17,3-9


• Já na véspera de iniciar a celebração dos mistérios que nos deram a vida, a Palavra de Deus nos convida a refletir sobre o cumprimento das promessas que Deus nos fez. Da mesma maneira que Deus, diante da fidelidade de Abraão, cumpriu a aliança e a promessa que havia feito, assim, Jesus, o Verbo Encarnado, cumpre em nós todas as promessas que nos faz, especialmente como a Abraão com a promessa da terra prometida, promessa que em Cristo se refere ao Reino, lugar no qual se desenvolve a felicidade, a alegria e a paz perfeita que Deus nos oferece. Para isso, nos pede que lhe sejamos fiéis, que cumpramos a lei que, através de Jesus, nos têm feito conhecer, é a lei do amor. É por isso que na medida em nos esforçamos em viver de acordo com a caridade, nesta medida nossa vida vai adquirindo as características do Reino, isto é: justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Esforça-te neste dia em viver o amor, dê um sorriso a todos que encontrar no caminho, abra teu coração ao irmão que te procurar hoje, aceite o dom de servir com coragem e generosidade. No final do dia verás que efetivamente Deus cumpriu em você sua promessa e assim você se sentirá renovado.



ORAÇÃO INICIAL

• Ouça nossas súplicas, Senhor, e olhe com amor aos que têm colocado sua esperança em tua misericórdia, lave-os de todos os pecados, para que perseverem em uma vida santa e cheguem deste modo a herdar tuas promessas. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 8,51-59

• O capítulo 8 parece uma exposição de obras de arte, na qual se podem admirar e contemplar famosas pinturas, uma ao lado da outra. O evangelho de hoje trás outra pintura, um diálogo entre Jesus e os judeus. Não existe muito nexo entre uma e outra pintura. É o espectador ou a espectadora que, em sua observação atenta e orante, consegue descobrir o fio invisível que enlaça entre si as pinturas, os diálogos. Deste modo vamos penetrando pouco a pouco no mistério divino que envolve a pessoa de Jesus.
• João 8,51: SE ALGUÉM GUARDA MINHA PALAVRA, JAMAIS PROVARÁ A MORTE. Jesus faz uma solene afirmação. Os profetas diziam: “Oráculo do Senhor!”. Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo!”. E a afirmação solene é esta: “Se alguém guarda minha palavra, jamais provará a morte!”. De muitas maneiras este mesmo tema aparece e reaparece no evangelho de João. São palavras de grande profundidade.
• João 8,52-53: ABRAÃO E OS PROFETAS MORRERÃO. A reação dos judeus é imediata: “Agora estamos seguros de que tens um demônio. Abraão morreu, e também os profetas; e Tu dizes: Se alguém guarda minha palavra, jamais provará da morte. Tu és por acaso maior que nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morrerão. Quem acha que é?”. Eles não entenderão o alcance da afirmação de Jesus. Diálogo de surdos!
• João 8,54-56: QUEM ME GLORIFICA É MEU PAI. Sempre e de novo Jesus toca a mesma tecla: Ele está de tal modo unido ao Pai que nada do que diz e faz é Dele. Tudo é do Pai. E acrescenta: “Se Eu me glorificasse, minha glória não valeria nada, é meu Pai quem me glorifica e de quem vós dizeis: Ele é nosso Deus, e, entretanto, não o conheceis, Eu sim o conheço, e se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso convosco. Porém, Eu o conheço, e guardo sua Palavra. Vosso pai Abraão se regozijou pensando em ver meu Dia, viu e se alegrou!”. Estas palavras de Jesus devem ter sido uma espada que feriu a auto-estima dos judeus. Dizer as autoridades religiosas: “Não conheceis o Deus que dizeis conhecer!”. “Eu o conheço e vós não o conheceis!”, é o mesmo que acusá-los de total ignorância naquele assunto sobre o qual ensinavam ser doutores especializados. E a palavra final aumenta a medida: “Vosso pai Abraão se regozijou pensando em ver meu Dia; viu e se alegrou!”.
• João 8,57-59: AINDA NÃO TEM CINQUENTA ANOS E VIU ABRAÃO? Tomaram tudo ao pé da letra mostrando assim que não entendiam nada do que Jesus estava dizendo. E Jesus faz somente uma nova afirmação: “Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU!”. Para os que acreditam em Jesus, é aqui que alcançamos o coração do mistério da história. De novo pedras para matar Jesus. Nem sequer desta vez conseguiram, pois, ainda não havia chegado a hora! Quem determina o tempo e a hora é Jesus!



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Diálogo de surdos entre Jesus e os judeus. Você já teve alguma experiência de conversar com alguém que pensa exatamente o contrário e não se dá conta disso?
• Como entender esta frase: “Vosso pai Abraão se regozijou pensando em ver meu Dia, viu e se alegrou?”.



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 14)
• Hoje, a todos que encontrar vou me expressar com alegria e, mostrarei a felicidade que existe em minha vida, com um gesto, um sorriso, um abraço, um detalhe, mas, que realmente mostre que sou feliz.




quarta-feira, 28 de março de 2012

Lectio Divina - 28/03/12






QUARTA-FEIRA - 28/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Daniel 3,14-20.49-50.91-92.95

• A fé verdadeira se expressa na fidelidade e na fidelidade se expressa nos momentos de crise, quando se pode perder tudo, quando tudo pode depender de nossa atitude para com Deus, quando preferimos, inclusive a própria morte, que ofender a Deus com nossa infidelidade. Se muitas vezes notamos em nossa comunidade cristã fraqueza, a causa é uma falta de compromisso e de fidelidade TOTAL a Deus. Nesta passagem lemos como estes três homens foram capazes de desobedecer ao rei, e com isso colocam em jogo sua própria vida. Eles sabiam que Deus é poderoso para salvá-los, no entanto, sua fidelidade não era baseada na possibilidade de que Deus os salvasse, pois, se isto não acontecesse, eles jamais lhe seriam infiéis. Pensemos em quantas vezes nós temos dito a Deus: “Farei isto ou aquilo, se me deres isto em troca...”. Nosso Deus não é um Deus de “trocas”. Ou o lhe amamos ou não, lhe somos fiéis ou não, sem que isto dependa do que nos possa ou quer dar. Por isso, a crise e a tentação é a melhor oportunidade que temos para provar-Lhe verdadeiramente se lhe amamos e somos fiéis.



ORAÇÃO INICIAL

• Ilumina Senhor, o coração de teus fiéis purificando pelas penitências da Quaresma, e Tu, que nos infunde o piedoso desejo de servir-te, ouça paternalmente nossas súplicas. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 8,31-42

• No evangelho de hoje continua a reflexão sobre o capítulo 8 de João. Como em círculos concêntricos, João se aprofunda no mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus. Parece uma repetição, porque sempre volta a falar do mesmo assunto. Na realidade, é o mesmo assunto, porém, cada vez mais em nível mais profundo. O evangelho de hoje aborda o tema da relação de Jesus com Abraão, o Pai do povo de Deus. João trata de ajudar as comunidades a compreender como Jesus se situa no conjunto da história do Povo de Deus. Ajuda as pessoas a perceber a diferença que existe entre Jesus e os judeus, e também entre os judeus e os demais: todos somos filhos e filhas de Abraão.
• João 8,31-32: A LIBERDADE QUE NASCE DA FIDELIDADE À PALAVRA DE JESUS. Jesus manifesta aos judeus: “Se vos mantiveres em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Ser discípulo de Jesus é o mesmo que abrir-se à Deus. As palavras de Jesus são na realidade palavras de Deus. Comunicam a verdade, porque dão a conhecer a coisas como são aos olhos de Deus e não aos olhos dos fariseus. Mais tarde, durante a ultima Ceia, Jesus ensinará o mesmo aos discípulos.
• João 8,33-38: O QUE É QUE QUER DIZER SER FILHO E FILHA DE ABRAÃO? A reação dos judeus é imediata: “Nós somos descendência de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém? Como você diz: Os farei livres?”. Jesus insiste fazendo uma distinção entre filho e escravo e diz: “Todo aquele que comete pecado é um escravo. E o escravo não fica em casa para sempre, enquanto que o filho fica para sempre. Se, pois, o Filho os dá a liberdade, sereis realmente livres”. Jesus é o filho e vive na casa do Pai. O escravo não vive na casa do Pai. Viver fora da casa, fora de Deus quer dizer viver no pecado. Se aceitassem a palavra de Jesus podiam chegar a ser filhos e alcançar a liberdade. Não seriam escravos. E Jesus continua: “Já sei que sois descendência de Abraão, porém, tentam matar-me, porque minha palavra não os convence”. Imediatamente aparece bem claro a distinção: “Eu falo o que tenho visto junto a meu Pai, e vós fazeis o que haveis ouvido de vosso pai”. Jesus lhes nega o direito de dizer que são filhos de Abraão, porque suas obras afirmam o contrário.
• João 8,39-41ª: UM FILHO DE ABRAÃO CUMPRE AS OBRAS DE ABRAÃO. Eles insistem em afirmar: “Nosso Pai é Abraão!”, como se quisessem apresentar à Jesus um documento de sua identidade. Jesus volta a insistir: “Se sois filhos de Abraão, fazei as obras de Abraão. Porém, procuram matar-me, Eu que lhes digo a verdade que ouvi de Deus. Isso não fez Abraão. Vós fazeis as obras de vosso pai”. Entre linhas sugere que o Pai deles é Satanás (Jo 8,44). Sugere que são filhos da prostituição.
• João 8,41b-42: “SE DEUS FOSSE VOSSO PAI, ME AMARIAM, PORQUE EU VIM E VENHO DE DEUS, NÃO VIM POR MINHA CONTA, MAS SIM, ELE ME ENVIOU”. Usando palavras diversas, Jesus repete a mesma verdade: “Aquele que pertence a Deus ouve as palavras de Deus”. A origem desta afirmação vem de Jeremias que disse: “Colocarei minha lei em seu interior, a escreverei em seus corações. Então Eu serei seu Deus e vocês serão o meu povo. Já não terão que ensinar-se mutuamente, dizendo um ao outro: “Conhecei Yahvé”. Pois, todos me conhecerão, do maior ao mais humilde. Porque Eu perdoarei sua culpa e não me lembrarei mais de seu pecado” (Jr 31,33-34). Mas, eles não se abriram a esta nova experiência de Deus, e por isto, não reconheceram Jesus como enviado do Pai.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Liberdade que se submete em tudo ao Pai. Existe algo deste tipo em você? Conhece pessoas assim?
• Qual é a experiência mais profunda em mim que me impulsiona a reconhecer Jesus como enviado por Deus?



ORAÇÃO FINAL

• (DANIEL 3,52)
• Hoje, em meu trabalho ou com meus conhecidos, farei algo que me evidencie como verdadeiro cristão diante dos que estão a meu redor. A partir de hoje não voltarei a ser um cristão as escondidas, mas sim, expressarei a minha fé livremente sem importar os custos que isso implique.




terça-feira, 27 de março de 2012

Lectio Divina - 27/03/12





TERÇA-FEIRA - 27/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Numeros 21,4-9


• Quem diz que a vida é fácil? Mais ainda, quem diz que a vida cristã é “lua-de-mel”? Quando Pedro perguntou a Jesus o que é que receberiam seus seguidores, aqueles que haviam deixado tudo por Ele, a resposta foi: “O cem por um em tudo o que haviam deixado junto com perseguições e, no final a vida eterna”. Por isso o Papa João Paulo II, em sua Carta Apostólica “Salvifici Doloris”, nos lembra que Jesus não veio nos tirar a dor, mas sim, dar-lhe sentido. Os judeus, libertados por Deus da terrível escravidão, agora se davam conta que serem livres não é fácil, e se revoltam contra seu libertador. Entretanto, Deus não se dá por vencido. Os castiga, porém, no próprio castigo lhes dá a possibilidade de salvação, a qual de novo terá que ser opção de cada um: O Senhor sempre te dirá: “Se queres...”. Não deixemos de aproveitar esta oportunidade para levantar nossos olhos para a cruz de Jesus e, movidos por seu amor, mudar nossa vida.



ORAÇÃO INICIAL

• Concede-nos Senhor, perseverar no fiel cumprimento de tua santa vontade, para que, em nossos dias, cresça em santidade e em número o povo dedicado a teu serviço. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 8,21-30

• Aparentemente, trata-se de diálogos entre Jesus e os fariseus (Jo 8,13). Os fariseus querem saber quem é Jesus. Eles o criticavam por dar testemunho de si mesmo, sem nenhuma prova ou testemunho para legitimar-se diante das pessoas. Jesus responde dizendo que Ele não fala a partir de si mesmo, mas sim, sempre a partir do Pai e em nome do Pai (Jo 8,14-19).
• Na realidade, os diálogos também é expressão de como era a transmissão catequética da fé nas comunidades do discípulo amado no final do primeiro século. Refletem a leitura orante que os cristãos faziam das palavras de Jesus como expressão da Palavra de Deus. O método de pergunta e resposta os ajudava a encontrar a resposta aos problemas que, naquele final de século, os judeus expunham aos cristãos. Era uma maneira concreta de ajudar a comunidade a aprofundar sua fé em Jesus e em sua mensagem.
• João 8,21-22: AONDE EU VOU, VÓS NÃO PODEIS IR. Aqui João aborda um novo assunto um outro aspecto do mistério que envolve a pessoa de Jesus. Jesus fala de sua ida e diz que ali para onde Ele vai, os fariseus não podem seguir-lhe. “Eu vou e vocês me procurarão, e morrerão em vosso pecado”. Eles procuram Jesus, porém, não o encontram porque não o conhecem e o procuram com critérios equivocados. Eles vivem em pecado e vão morrer no pecado. Viver no pecado quer dizer viver afastado de Deus. Eles imaginavam Deus de uma determinada forma, e Deus é diferente daquilo que o imaginavam. Por isto, não são capazes de reconhecer a presença de Deus em Deus. Os fariseus não entendem ao que Jesus quer dizer e tomam tudo ao pé da letra: “Será que vai se suicidar?”.
• João 8,23-24: VÓS SOIS DE BAIXO, EU SOU DO ALTO. Os fariseus se orientam em tudo segundo os critérios deste mundo. “Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo!”. O marco de referências que orienta Jesus em tudo o que diz é o mundo do alto, isto é, Deus, o Pai, e a missão que recebeu do Pai. O marco de referências dos fariseus é o mundo aqui de baixo, sem abertura, fechado em seus próprios critérios. Por isto, vivem no pecado. Viver no pecado é não ter os olhos de Jesus sobre a vida. Os olhos de Jesus são totalmente abertos para Deus até o ponto que Deus está Nele em toda sua plenitude (cf.Cl 1,19). Nós dizemos: “Jesus é Deus”. João nos convida a dizer: “Deus é Jesus!”. Por isto, Jesus disse: “Tenho-vos dito que morrereis em vossos pecados, porque se não acreditais que “EU SOU”, morrereis em vossos pecados”. EU SOU é a afirmação com que Deus se apresenta à Moisés no momento de libertar o povo da opressão do Egito (Ex 3,13-14). É a expressão máxima da certeza absoluta de que Deus está no meio de nós através de Jesus. Jesus é a prova definitiva de que Deus está conosco - Emanuel -.
• João 8,25-26: QUEM É VOCÊ? O mistério de Deus em Jesus não cabe nos critérios com os quais os fariseus olham Jesus. De novo perguntam: “Quem é você?”. Eles não entendiam porque não entendem a linguagem de Jesus. Jesus falava com eles a partir de tudo que Ele experimentava e vivia em contato com o Pai e a partir da consciência de sua missão. Jesus não se auto-promove. Ele apenas diz e expressa o que ouve do Pai. Ele é pura revelação porque é pura e total obediência.
• João 8,27-30: QUANDO LEVANTAREM O FILHO DO HOMEM, ENTÃO, SABEREIS QUE “EU SOU”. Os fariseus não entendem que Jesus, em tudo o que diz e faz, é expressão do Pai. O compreenderão só depois que tiverem levantado o Filho do Homem. “Então sabereis que EU SOU”. A palavra levantar tem um duplo sentido, de levantar sobre a Cruz e de levantado à direita do Pai. A Boa Nova da morte e da ressurreição revelará quem é Jesus, e eles saberão que Jesus é a presença de Deus no meio de nós. O fundamento desta certeza de mostra de fé é dupla: de um lado, a certeza de que o Pai está sempre com Jesus e nunca lhe deixa só e, por outro lado, a total e radical obediência de Jesus ao Pai, pela qual Ele se converte em total abertura e total transparência do Pai para nós.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Quem se fecha em seus critérios e pensa saber tudo, não será nunca capaz de compreender o outro. Assim eram os fariseus diante de Jesus. Eu diante dos demais, como me comporto?
• Jesus é radical obediência ao Pai e por isto é total revelação do Pai. Qual é a imagem de Deus que se irradia a partir de mim?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 101)
• Hoje farei algo que em verdade me dê trabalho e necessite de paciência, e o farei pedindo a Deus que através disso ensine-me a ser paciente.




segunda-feira, 26 de março de 2012

Lectio Divina - 26/03/12


SEGUNDA-FEIRA - 26/03/2012


PRIMEIRA LEITURA : Isaias 7,10-14


• Esta profecia messiânica surge no contexto no qual o povo de Israel, temeroso diante da proximidade de uma invasão, sente-se tentado a recorrer à Assíria para que o salve. É aqui que Deu lhe recorda que seu único salvador é Ele e que, côo prova de sua presença e seu poder, lhes dará um sinal para que não duvidem e confiem plenamente Nele. Este sinal virá a converter-se precisamente na chegada do Messias, que é Deus conosco. O povo, talvez, não imaginou a profundidade destas palavras, as quais ficaram ainda longe de iluminar a realidade que Deus tinha pensado para a salvação do povo, pois, a Encarnação do Verbo realizou o cumprimento da profecia, o envio do Espírito Santo, produto deste projeto salvífico, fez com que Deus fosse agora Deus conosco. Conscientize-se, pois, de que Deus é em ti, e que a partir de teu coração procura iluminar e salvar toda a humanidade, particularmente àqueles que convivem cotidianamente contigo.

ORAÇÃO INICIAL


• Pai misericordioso envia também a mim, neste tempo de oração e de escuta de tua Palavra, teu anjo santo, para que eu possa receber o anuncio da salvação e, abrindo o coração, possa oferecer meu “sim” ao Amor. Por Nosso Senhor...

REFLEXÃO
Lucas 1,26-38


• Algumas palavras importantes e fortes que resumem nesta passagem o evangelho:
• ALEGRA-TE!. É verdadeiramente estranha esta saudação de Deus à sua criatura; parece inexplicável e talvez sem sentido. Entretanto, já desde séculos ressoava nas páginas das divinas Escrituras e, por conseguinte, nos lábios do povo hebreu. Alegra-te, exulte! Muitas vezes os profetas haviam repetido este sopro do respiro de Deus, haviam gritado este silencioso grito de seu coração por seu povo.
• O SENHOR ESTÁ CONTIGO. Estas palavras tão simples, tão iluminadas, ditas pelo anjo à Maria, encerra uma força onipotente, me dou conta que bastaria, por si só, para salvar-me a vida, para levantar-me de qualquer queda ou falha, de qualquer erro. O fato de que Ele, meu Senhor, está comigo, me sustenta na vida, me torna animado, me dá confiança para continuar existindo. Se eu existo, é porque Ele está comigo. Talvez, possa valer para mim a experiência que a Escritura conta de Isaac, onde sucedeu a coisa mais bela que se pode desejar a um homem que acredita em Deus e o ama, um dia se aproxima dele Abimeleque com seus homens, dizendo-lhe: “Temos visto que o Senhor está contigo” (Gn 26,28) e pedindo que se tornassem amigos, que fizessem um pacto. Quisera que também de mim se falasse a mesma coisa, quisera poder manifestar que o Senhor verdadeiramente está em mim, dentro da minha vida, em meus desejos, em meus afetos, em meus gostos e ações, quisera que outros pudessem encontrá-lo por minha mediação. Talvez, por isto, é necessário que eu absorva sua presença, que o coma e o beba.
• NÃO TEMAS. A Bíblia se encontra transbordante deste anuncio cheio de ternura, quase como um rio de misericórdia esta palavra percorre todos os livros sagrados, desde o Gênesis até o Apocalipse. É o Pai que repete à seus filhos para que não tenham medo, porque Ele está com eles, não os abandona, não os esquece, não os deixa em poder do inimigo. É como se fosse uma declaração de amor, de coração a coração, e chega até nós.
• TENS ENCONTRADO GRAÇA. “Senhor encontrei graças em teu olhos...”. Esta é a prece que sai mais vezes do coração de homens e mulheres que procuram refúgio no Senhor, deles fala a Escritura, os encontramos nas encruzilhadas de nossas ruas, quando não sabemos bem onde ir, quando nos sentimos golpeados pela solidão ou pela tentação, quando somos abandonados, quando somos traídos, quando as desconfianças pesam sobre nossa existência. Quando não temos ninguém e não conseguimos nem sequer encontrar-nos com nós mesmos, então, nós também, como eles, nos colocamos a rezar repetindo aquelas palavras: “Senhor encontrei graças em teu olhos...”. Quantas vezes, talvez, as temos repetido, também só, em silêncio! Porém, hoje, aqui nesta passagem evangélica tão simples, nos adiantaram, ficamos escutando como anteriormente, já não necessitamos suplicar, porque já encontramos tudo aquilo que estávamos procurando e muito mais. Recebemos gratuitamente, fomos cheios e agora derramamos.
• PARA DEUS NADA É IMPOSSÍVEL. Chegamos quase ao final deste percurso fortíssimo de graça e de libertação, acaba de alcançar-me agora uma palavra que me sacode no meu mais profundo. Minha fé é colocada “ás voltas”, o Senhor me prova, me sonda, coloca a prova meu coração. O que o anjo afirma aqui, diante de Maria, havia sido proclamado muitas vezes no Antigo Testamento, agora alcança a plenitude, agora todos os impossíveis se realizam, Deus se faz homem, o Senhor se converte em amigo, o longe está muito próximo. E eu, também eu, pequeno e pobre, me faço partícipe desta imensidão de graça, o impossível em minha vida se converte em possível. Só devo acreditar e só dar meu consentimento. Porém, isto significa deixar-se sacudir pela força de Deus, entregar-me a Ele: que me muda, me liberta, me renova. Nada disto é impossível. Se, eu posso renascer hoje, neste momento, por graça de sua palavra que me tem falado, que me tem alcançado até o ponto mais profundo do coração. Busco e transcrevo os passos das Escrituras que me repetem a verdade. E enquanto escrevo, enquanto as leio e as pronuncio devagar, mastigando cada palavra, o que elas dizem se realizam em mi...
• EIS ME AQUI. E agora não posso fugir, nem evitar a conclusão. Sabia desde o princípio que precisamente aqui, dentro desta palavra, tão pequena, no entanto, tão cheia, tão definitiva, Deus estava me aguardando. No encontro do amor, da aliança entre Ele e eu assinalamos precisamente nesta palavra, apenas um suspiro de sua voz. Permaneço aturdido pela riqueza da presença que sinto neste “Eis me aqui!”; não devo esforçar-me muito para lembrar as inumeráveis vezes que o próprio Deus a pronunciou primeiro, e a tem repetido. Ele é o “Eis me aqui” feito pessoa, feito fidelidade absoluta, insubstituível. Deveria colocar-me somente sob sua onda, só encontrar sua marca nos estigmas de minha pobreza, de meu deserto, deveria só acolher seu infinito amor que não cessa jamais de procurar-me, de estar junto a mim, de caminhar comigo, onde quer que eu vá. O “Eis me aqui” já está dito e vivido, já é verdade. Quantos, antes que eu e quantos também hoje, junto a mim! Não, não estou só. Faço uma vez mais silêncio e coloco-me uma vez mais na escuta, antes de responder... “Eis me aqui, eis me aqui!” (Is 65,1) repete Deus, “Eis me aqui, sou a serva do Senhor, responde Maria”. “Eis me aqui, que vim para faze tua vontade” (Sl 39,8) disse Cristo.

PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Ao anuncio de Deus, seu anjo, entra em minha vida, diante de mim e fala. Estou preparado para recebê-lo, para deixar-lhe espaço, para ouvi-lo com atenção?
• Em seguida recebo um anuncio desconcertante, Deus me fala de alegria, de graça, de presença. Precisamente das coisas que eu estou buscando há muito tempo. Quem me poderá fazer verdadeiramente feliz? Quero fiar-me de sua felicidade, de sua presença?

ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 138)
• Hoje serei muito consciente de que meu ser é o ser de Cristo, e farei todas as coisas como Ele as faria.



sexta-feira, 23 de março de 2012






SEXTA-FEIRA - 23/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Sabedoria 2,1.12-22


• Esta bela passagem que se refere sem sombra de dúvidas à Cristo é aplicável a todos os que, como Jesus, procura viver de acordo com projeto de Deus. É como um cristão que vive de acordo com o Evangelho, será sempre contestado e rejeitado pelos demais, já que sua maneira de viver os coloca em evidência. A maneira em que concebe a justiça, o amor, a verdade faz com que os que vivem de acordo com este mundo sintam-se agredidos e, em muitas ocasiões, até descobertos em suas más ações. Por isso, os rejeitam, os afastam de seus grupos sociais e os desprezam. Esta rejeição do mundo é de alguma maneira a prova substancial de nossa pertença a Cristo, e esta pertença é a que faz com que a vida dos discípulos do Senhor seja plena, recebendo Dele o amor, a consolação e a paz que perdura. Não te deixes enganar pelos critérios deste mundo, que te oferece felicidade passageira e prazer que só corrompe. Seja fiel ao Senhor e Ele te mostrará a glória e produzirá em teu coração a alegria e a paz que nunca passarão.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, tu que em nossa fragilidade nos ajuda com meios abundantes, concede-nos receber com alegria a salvação que nos outorgas e manifeste-a em nossa própria vida. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 7,1-2.10.25-30


• Ao longo dos capítulos que vão de 1 a 12 do Evangelho de João vai acontecendo a progressiva revelação que Jesus faz de si mesmo aos discípulos e as pessoas. Ao mesmo tempo e na mesma proporção, vai crescendo a oposição das autoridades contra Jesus até o ponto de decidir a condenação e a morte de Jesus (Jo 11,45-54). No capítulo 7, que meditamos no evangelho de hoje, é uma espécie de parada no meio do caminho. Já faz prever como será o desenlace final.
• João 7,1-2.10: JESUS DECIDE IR A FESTA DOS TABERNÁCULOS EM JERUSALÉM. A geografia da vida de Jesus no evangelho de João é diferente da geografia nos outros três evangelhos. É mais completa. Conforme os outros evangelhos, Jesus foi apenas uma única vez em Jerusalém, quando foi detido e o levaram para a morte. Segundo o evangelho de João, foi por pelo menos duas ou três vezes a Jerusalém para a festa da Páscoa. Por isso, sabemos que a vida pública de Jesus durou ao redor de três anos. O evangelho de hoje informa que Jesus se dirigiu mais de uma vez à Jerusalém, porém, não publicamente. Foi às escondidas, pois, na Judéia, os judeus queriam matá-lo.
• Tanto aqui no capítulo 7 como em outros capítulos, João fala de “judeus”, e de “vós os judeus”, como se ele e Jesus não fossem judeus. Esta maneira de falar reflete a situação da trágica ruptura que tem lugar o final do primeiro século entre os judeus (Sinagoga) e os cristãos (Igreja). Ao longo dos séculos, esta maneira de falar do evangelho de João contribuiu para acrescentar o anti-semitismo. Hoje, é muito importante ficar a distância desta polêmica para não alimentar o anti-semitismo. Não podemos esquecer nunca que Jesus é judeu. Nasceu judeu, viveu como judeu e morreu como judeu. Toda sua formação vem da religião e da cultura dos judeus.
• João 7,25-27: DUVIDAS DOS HABITANTES DE JERUSALÉM A RESPEITO DE JESUS. Jesus está em Jerusalém e fala publicamente às pessoas que querem ouvi-lo. As pessoas ficam confusas. Sabem que querem matar Jesus e que Ele anda solto diante dos olhos de todos. Estariam reconhecendo as autoridades que Ele é o Messias? Porém, como é que Jesus pode ser o Messias? Todos sabem que Ele veio de Nazaré, porém do messias, ninguém sabe a origem.
• João 7,28-29: EXPLICAÇÃO DE JESUS. Jesus fala de sua origem. “Sabeis de onde sou”. Porém, o que as pessoas não sabem é a vocação e missão que Jesus recebeu de Deus. Não veio por vontade própria, mas sim, como todo profeta veio para obedecer uma vocação, que é o segredo de sua vida. “Porém, eu não vim por minha conta, mas é verdadeiro aquele que me enviou, porém, vós não o conheceis. Eu o conheço, porque venho Dele e Ele é o que me enviou”.
• João 7,30: PORQUE, AINDA, NÃO HAVIA CHEGADO SUA HORA. Queriam pegar Jesus, porém, ninguém coloca as mãos Nele “porque, ainda não havia chegado sua hora”. No evangelho de João quem determina a hora e o rumo dos acontecimentos não são os que detêm o poder, mas sim, o próprio Jesus. É Ele que determina a hora (cf. Jn 2,4; 4,23; 8,20; 12.23.27; 13,1; 17,1). E na cruz, Jesus é quem determina até a hora de sua morte (Jo 19,29-30).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

 
• Como vivo minha relação com os judeus? Você descobriu alguma vez em você um pouco de anti-semitismo? Como conseguiu eliminá-lo?
• Como no tempo de Jesus, hoje também existe muitas idéias e opiniões sobre as coisas da fé? Como você age? Agarra-se às idéias antigas e fecha-se nelas, ou, procura entender o porquê das novidades?



ORAÇÃO FINAL


• (SALMO 33)
• Hoje farei uma lista das coisas que em minha vida são distintas dos que não conhecem Deus e acrescentarei alguns pontos que serão um compromisso para estes dias santos.




quinta-feira, 22 de março de 2012






QUINTA-FEIRA - 22/03/2012


PRIMEIRA LEITURA: Êxodo 32,7-14

• De novo surge o tema e a importância da intercessão. Que teria sido do povo de Israel e que seria de nós sem pessoas como Moisés, que incessantemente oram a Deus para que derrame seu amor e sua misericórdia sobre nós, sobretudo, quando nos encontramos longe Dele? Pecar não é algo que seja estranho para nenhum de nós, e sabemos bem, por experiência, que nem sempre é fácil sair do pecado, este nos paralisa e nos cega impedindo-nos de regressar ao amor de Deus. É precisamente aqui onde necessitam nossa oração àqueles que longe de seu amor encontrariam felicidade, paz e alegria. Por isso, dentro de tua oração pessoal acostume-se, como nos pedia a Santíssima Virgem em Fatiam, a orar pela conversão dos pecadores. Se todos nós fizermos isso, dado que todos somos pecadores, estaremos orando uns pelos outros, entretanto, não te esqueças de dizer: “Senhor, em teu infinito amor, lembra-te, sobretudo, dos que hoje estarão mais necessitados de tua misericórdia”.



ORAÇÃO INICIAL

• Pai cheio de amor pedimos-te que purificados pela penitência e pela prática de boas obras, nos mantenhamos fiéis a teus mandamentos, para chegar, bem dispostos, as festas da Páscoa. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 5,31-47

• JOÃO INTERPRETE DE JESUS. João é um bom interprete das palavras de Jesus. Um bom interprete deve ter o dobro de fidelidade. Fidelidade às palavras daquele que fala, e fidelidade à linguagem daquele que ouve. No Evangelho de João, as palavras de Jesus não são transmitidas materialmente ao pé da letra, mas sim, são traduzidas e transpostas na linguagem das pessoas da comunidade cristã do final do primeiro século na Ásia Menor. Por este motivo, as reflexões do Evangelho de João não são sempre fáceis de entender. Pois, nelas se juntam as palavras de Jesus e as palavras do evangelista que reflete a linguagem de fé das comunidades da Ásia Menor. Por isto mesmo, não basta o estudo erudito ou científico das palavras para poder captar o sentido pleno e profundo das palavras de Jesus. É necessário também ter em nós uma vivência comunitária da fé. O evangelho do dia de hoje é um típico exemplo da profundidade espiritual e mística do discípulo amado.
• ILUMINAÇÃO MÚTUA ENTRE VIDA E FÉ. Aqui vale repetir o que João Cassiano disse a respeito do descumprimento do sentido pleno e profundo dos salmos: “Instruídos por aquilo que sentimos, não percebemos o texto como algo que somente ouvimos, mas sim, como algo que experimentamos e tocamos com nossas mãos, não como uma história estranha e fantástica, mas sim, como algo que damos a luz a partir do mais profundo de nosso coração, como se fosse sentimentos que formam parte de nosso ser. Repitamos: não é a leitura (estudo) o que nos faz penetrar no sentido das palavras, mas sim, a própria experiência adquirida interiormente na vida cotidiana” . A vida ilumina o texto, o texto ilumina a vida. Se, às vezes, o texto não nos diz nada, não é por falta de estudo nem por falta de oração, mas sim, simplesmente por falta de profundidade em nossa vida.
• João 5,31-32: O VALOR DO TESTEMUNHO DE JESUS. O testemunho de Jesus é verdadeiro, porque não promove a si mesmo, nem exalta a si mesmo. “É outro que dá testemunho de mim”, e este é o Pai. E seu testemunho é verdadeiro e merece fé.
• João 5,33-36: O VALOR DO TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA E DAS OBRAS DE JESUS. João Batista também deu testemunho a respeito de Jesus e o apresentou a multidão como o enviado de Deus que devia vir a este mundo (Cf. Jo 1,29.33-34;3,28-34). Por isto, por mais importante que seja o testemunho de João, Jesus não depende dele. Ele tem um testemunho a seu favor que é maior que o testemunho de João, isto é, as obras que o Pai realiza por meio Dele (Cf. Jo 14,10-11).
• João 5,37-38: O PAI DÁ TESTEMUNHO À FAVOR DE JESUS. Anteriormente, Jesus havia dito: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus” (Jo 8,47). Os judeus que acusam Jesus não tem a mente aberta para Deus. Por isso, não conseguem perceber o testemunho do Pai que lhes chega através de Jesus.
• João 5,39-41: A ESCRITURA DA TESTEMUNHO À FAVOR DE JESUS. Os judeus dizem ter fé nas escrituras, porém, na realidade não entendem a Escritura, pois, a própria Escritura fala de Jesus (cf. Jo 5,46;12,16.41;20,9).
• João 5,42-47: O PAI NÃO JULGA, PORÉM, CONFIA NO JULGAMENTO DO FILHO. Os judeus se dizem fiéis à Escritura e a Moisés e, por isso, condenam Jesus. Na realidade, Moisés e a escritura falam a respeito de Jesus e pedem para acreditar Nele.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• A vida ilumina o texto e o texto ilumina a vida. Você já experimentou isso alguma vez?
• Você procura se aprofundar no valor do testemunho de Jesus!


ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 144)
• Hoje farei uma oração especial por cinco pessoas ao meu redor que necessitam desesperadamente conhecer Deus, e lhes farei chegar uma mensagem, ou, algo que lhes fale de Deus.






quarta-feira, 21 de março de 2012

Lectio Divina - 21/03/12




QUARTA-FEIRA - 21/03/2012


PRIMEIRA LEITURA: Isaias 49,8-15

• Dentro da riqueza desta passagem de Isaias, destinada ao povo de Israel enquanto estava no exílio, centremos nossa atenção na missão redentora do profeta: “Eu te formei e tenho de destinado para que seja aliança do povo: para restaurar a terra, para dizer aos prisioneiros: -Saiam, e aos que estão nas trevas: -Venham para a luz”. Esta também é a nossa missão como batizados, ser um instrumento de Deus para todos aqueles que ainda vivem prisioneiros de seus vícios e defeitos; ser luz para aqueles que vivem nas trevas do pecado; ser aliança para que os que não conhecem Jesus, não só o conheçam, mas sim, o amem profundamente e desta maneira tenham vida e a tenham em abundância. Você e eu, no meio que nos desenvolvemos diariamente devemos, antes de tudo com nosso testemunho de vida e depois se possível com nossa palavra profética, ser portadores do Evangelho e do amor de Deus para os demais. Ele conta conosco.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, Deus nosso, que concede aos justos o premio de seus méritos e aos pecadores que fazem penitência lhes concede o perdão dos seus pecados, tem piedade de nós e dá-nos, pelo humilde confissão de nossas culpas, tua paz e teu perdão. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 5,17-30

• O evangelho de João é distinto dos outros três. Revela uma dimensão mais profunda que só a fé consegue perceber nas palavras e nos gestos de Jesus. Os Pais da Igreja diziam que o Evangelho de João é “espiritual”, revela aquilo que o Espírito nos faz descobrir nas palavras de Jesus (cf. Jo 16,12-13). Um bonito exemplo desta dimensão espiritual do evangelho de João é a passagem que meditamos hoje.
• João 5,1718: JESUS EXPLICA O PROFUNDO SIGNIFICADO DA CURA DO PARALÍTICO. Criticado pelos judeus por haver curado em dia de sábado, Jesus responde “Meu Pai trabalha até agora, e eu também trabalho”. Os judeus ensinavam que no dia de sábado não se podia trabalhar, pois, o próprio Deus descansou e não trabalhou no sétimo dia da criação (Ex 20,8-11). Jesus afirma o contrário. Ele diz que o Pai não parou de trabalhar “até agora”. Por isto, Jesus também trabalha até em dia de sábado. Ele imita o Pai! Para Jesus, a obra criadora não terminou. Deus continua trabalhando, sem parar, dia e noite, sustentando o universo e a todos nós. Jesus colabora com o Pai dando continuidade a obra da criação, para que um dia todos possam entrar no repouso prometido. A reação dos judeus foi violenta. Queriam matá-lo por dois motivos: por negar o sentido do sábado, e por considerar-se igual a Deus.
• João 5,19-21: O AMOR DEIXA TRANSPARECER A AÇÃO CRIADORA DE DEUS. Estes versículos revelam algo do mistério da relação entre Jesus e o Pai. Jesus, o filho, vive em atenção permanente diante do Pai. Aquilo que vê o Pai fazer, o faz também. Jesus é o reflexo do Pai. É a cara do Pai! Esta atenção total do Filho ao Pai, faz que o amor do Pai possa entrar no Filho, e através do Filho, possa agir no mundo. A grande preocupação do Pai é vencer a morte e dar vida. A cura do paralítico foi uma maneira de tirar as pessoas da morte e fazê-las viver. É uma maneira de dar continuidade a obra criadora do Pai.
• João 5,22-23: O PAI NÃO JULGA, PORÉM, CONFIA O JUIZO AO FILHO. O decisivo na vida é a maneira em que nos colocamos diante do Criador, pois, dependemos radicalmente Dele. O criador se faz presente para nós em Jesus. Em Jesus habita a plenitude da divindade (Cf. Cl 1,19). Por isto, expressamos nossa postura diante de Deus Criador na maneira em que nos definimos diante de Jesus. O que o Pai quer é que o conheçamos e o honremos na revelação que Ele faz de si mesmo em Jesus.
• João 5,24: A VIDA DE DEUS EM NÓS ATRAVÉS DE JESUS. Deus é vida, é força criadora. Ali onde Ele se faz presente, a vida renasce. Ele se faz presente mediante a Palavra de Jesus. Quem ouve a palavra de Jesus como enviado de Deus já está ressuscitado. Já recebeu o toque vivificador que o leva mais além da morte. Já passou da morte para a vida. A cura do paralítico é a prova disto.
• João 5,25-29: A RESSURREIÇÃO JÁ ESTÁ ACONTECENDO. Os mortos somos todos nós que, todavia, não nos abrimos à voz de Jesus que vem do Pai. Porém, “chega a hora (e já estamos nela), em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão”. Com a palavra de Jesus, vinda do Pai iniciou-se uma nova criação. Já está a caminho. A palavra criadora de Jesus vai alcançar todos, aos que já morreram também. Eles ouvirão e morrerão.
• João 5,30: JESUS É O REFLEXO DO PAI. “Eu não posso fazer nada por minha conta: julgo segundo o que ouço; e meu juízo é justo, porque não procuro minha vontade, mas sim, a vontade daquele que me enviou”. Esta frase final é o resumo de tudo o que foi refletido anteriormente. Esta era a idéia que as comunidades do tempo de João tinham e irradiavam a respeito de Jesus.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Como você imagina a relação entre Jesus e o Pai?
• Como vive a fé na ressurreição?


ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 144)
• Hoje procurarei alguém verdadeiramente necessitado de esperança, fé e amor, e direi claramente que Deus o ama, que tem um plano para sua vida.


terça-feira, 20 de março de 2012

Lectio Divina - 20/03/12






TERÇA-FEIRA - 20/03/2012


PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 47,1-9.12


• Jesus veio para fazer tudo novo, para dar-nos uma vida nova. Da mesma maneira como a água da profecia de Ezequiel mudava a água do mar para água doce, assim, o amor e a graça de Deus transformam nossa amargura, solidão e frustração em paz e alegria. Nos fecunda para que nossa vida estéril dê fruto e para que este fruto permaneça. Esta pausa que a Quaresma faz nos concentra em nossa vida cristã e nos faz desejar com todas as nossas forças que os frutos da redenção se façam presentes em nós, em nossa vida e em nossa família. A Água pura do Espírito vivifica, renova, cura. Se, quer que este efeito vivificador de Deus vá se realizando em tua vida, incrementa um pouco tua oração, verá então grandes e profundas mudanças em tua vida.



ORAÇÃO INICIAL

• Pedimos-te Senhor, que as práticas santas desta Quaresma disponham o coração de teus fiéis para celebrar dignamente o mistério pascal e anunciar à todos os homens a grandeza de tua salvação. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 5,1-16

• Hoje o evangelho descreve como Jesus cura um paralítico que ficou esperando 38 anos para que alguém lhe ajudasse a chegar a água da piscina para curar-se. Trinta e oito anos! Diante desta total ausência de solidariedade, Jesus, o que faz? Não respeita a lei do sábado curando o paralítico. Hoje, ao faltar gente que atenda as pessoas enfermas nos países pobres, muita gente experimenta essa mesma falta de solidariedade. Vivem em total abandono, sem ajuda, sem solidariedade por parte de ninguém.
• João 5,1-2: JESUS VAI À JERUSALEM. Na ocasião de uma festa dos judeus, Jesus vai à Jerusalém. Havia ali próximo ao Templo, uma piscina com cinco pórticos ou corredor. Naquele tempo, o culto no Templo exigia o uso de muita água para os numerosos animais que eram sacrificados, sobretudo, nas grandes festas. Por isto, ao lado do Templo, havia diversas cisternas com mais de mil litros de água. E ali próximo, graças a abundância de água, havia um balneário público, onde os enfermos se aglomeravam à espera de ajuda ou de cura. A arqueologia informe que, naquele mesmo lugar do Templo, havia um outro lugar onde os escribas ensinavam a lei aos estudantes. Por um lado, o ensinamento da Lei de Deus. Por outro, o abandono dos pobres. E a água purificava o Templo, porém, não purificava as pessoas.
• João 5,3-4: A SITUAÇÃO DOS ENFERMOS. Esses enfermos sentiam-se atraídos pelas águas do balneário. Diziam que um anjo removia as águas e o primeiro que descesse depois do movimento do anjo ficaria curado. Dito com outras palavras, os enfermos sentiam-se atraídos por falsas esperanças. Pois, a cura era só para uma pessoa. Como as loterias de hoje! Só uma pessoa ganha o prêmio! A maioria somente paga e não ganha nada. E nesta situação de total abandono, ali no balneário popular, Jesus encontra os enfermos.
• João 5,5-9: JESUS CURA NO DIA DE SÁBADO. Bem próximo do lugar onde se ensinava a observância da Lei de Deus, um paralítico ficou 38 anos à espera de alguém que lhe ajudasse a descer à água para que se curasse. Este fato revela a absoluta falta de solidariedade e de acolhida aos excluídos. O número 38 indicava a duração de uma geração (Dt 2,14). É toda uma geração que não chega a experimentar nem solidariedade, nem misericórdia. A religião da época não era capaz de revelar o rosto acolhedor e misericordioso de Deus. Diante desta situação dramática, Jesus não observa a lei do sábado e se ocupa do paralítico dizendo: “Toma tua cama e anda!”. O homem agarra sua cama e se vai, e Jesus desaparece no meio da multidão.
• João 5,10-13: DISCUSSÃO DO HOMEM CURADO COM OS JUDEUS. Chegam imediatamente alguns judeus e criticam o homem por carregar sua cama no dia de sábado. O homem não sabe responder a pergunta de quem o havia curado. Não conhecia Jesus. Isto significa que Jesus, ao passar por este lugar de pobres e enfermos, viu aquele homem, percebeu a situação dramática na qual se encontrava e, sem mais, o cura. Não lhe cura, para que se converta, nem para que acredite em Deus. O faz, para ajudá-lo. Queria que o homem pudesse experimentar um pouco de amor e de solidariedade mediante sua ajuda e seu afeto.
• João 5,14-16: O REENCONTRO COM JESUS. Ao ir ao Templo no meio da multidão, Jesus encontra a mesma pessoa e lhe diz: “Veja, recobrou a saúde! Não peques mais para que não te aconteça pior!”. Naquele tempo, as pessoas diziam: “A enfermidade é castigo de Deus! Se tens paralisia, é sinal de que Deus não está bem contigo”. Uma vez curado, o homem deve tratar de não mais pecar, para que não lhe aconteça algo pior. Porém, ingenuamente, o homem vai dizer aos judeus que Jesus era quem lhe havia curado. Os judeus começam a perseguir Jesus porque faz coisas no dia de sábado. No evangelho de amanhã veremos como continua.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Você já teve alguma experiência como a do paralítico, ficando um tempo sem ajuda? Como é a situação de assistência aos enfermos no lugar em que você vive?
• Existem sinais de solidariedade?
• O que isto nos ensina?


ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 45)
• Hoje procurarei alguma oração ao Espírito Santo para repeti-la constantemente durante o dia. E, além disso, procurarei ser benção para alguma pessoa a meu redor.





segunda-feira, 19 de março de 2012

Lectio Divina - 19/03/12





SEGUNDA-FEIRA - 19/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: 2Samuel 7,4-5.12-14.16

• Esta passagem se refere sem sombra de dúvidas a Jesus, que será o descendente esperado do povo e aquele que reinará para sempre. Para a realização desta profecia Deus escolheu José de Nazaré, descendente da casa davídica para que fosse quem desse a “linhagem” (hoje diríamos, o apelido) da família de Davi. Sabemos que José não é o pai de Jesus, pois, foi gerado do Espírito Santo, no entanto, cumpriu tudo como o pai de Jesus: deu-lhe seu nome, o educou, ensinou-lhe a Lei e a viver de acordo com a Aliança e finalmente lhe ensinou seu próprio ofício de carpinteiro. Tudo isto nos fala de algo que às vezes vai se perdendo em nossos lares isto é: “ter tempo para os filhos”. É tal a atividade do homem moderno (cabeça da família), que muitas vezes deixa toda a carga da educação para a esposa, no entanto, a presença e a educação paterna são FUNDAMENTAIS para o desenvolvimento equilibrado dos filhos. Jesus, como homem, se desenvolveu graças a proximidade de José e sua preocupação por sua educação, oxalá, todos os que têm sido chamados a ser pais saibam imitá-lo tirando um tempo para compartilhar com seus filhos.



ORAÇÃO INICIAL

• Espírito que paira sobre as águas, acalme em nós nossas desarmonias, os fluxos inquietos, o rumor das palavras, os turbilhões de vaidade e faz aparecer no silêncio a Palavra que nos acalma. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 1,16-24

• A passagem do evangelho hoje é tirada do primeiro capítulo de Mateus que é parte da seção referente a concepção, nascimento e infância de Jesus. O centro de todo o relato é a pessoa de Jesus à qual se somam todos os sucessos e as pessoas mencionadas na narração. Deve-se ter presente que o Evangelho revela uma teologia da história de Jesus, por isso, ao aproximarmos da Palavra de Deus devemos recorrer a mensagem escondida sob os zelos da história sem nos perder, como sabiamente nos avisa Paulo, “nas questões difíceis”, guardemo-nos “das genealogias, e das questões e das discussões em torno da lei, porque são coisas inúteis e vãs”.
• Efetivamente, este texto se conecta à genealogia de Jesus, que Mateus escreve com o intento de sublinhar a sucessão da dinastia de Jesus, o salvador de seu povo (Mt 1,21). A Jesus são outorgados todos os direitos hereditários da estirpe davídica, de “José, filho de Davi” (Mt 1,20;Lc 2,4-5) seu pai legal. Para o mundo bíblico e hebraico a paternidade legal era o bastante para conferir todos os direitos da estirpe em questão (cf. a lei da adoção –Dt 25,5ss). Por isto, depois do começo da genealogia, Jesus se designa como “Cristo filho de Davi” (Mt 1,1), isto é, o ungido do Senhor, filho Davi, com o qual se cumprirão todas as promessas de Deus a Davi seu servo (2Sam 7:1-16; 2Cr 7:18; 2 Cr 21:7; S 89:30). Por isto Mateus acrescenta ao relato da genealogia e da concepção de Jesus a profecia de Isaias: “Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que havia sido dito pelo Senhor por meio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho que será chamado Emanuel, que significa Deus conosco” (Mt 1,21-23, Is 7,14).
• Detendo-nos, na realidade espiritual da adoção, podemos referir-nos ao fato de que o povo eleito possui “a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas” porque “eles são Israelitas e possuem a adoção de filhos” (Rm 9,4). Mas, nós também o novo povo de Deus em Cristo, recebemos a adoção de filhos porque “quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar àqueles que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos” (Mt 1,21), porque Ele é o “Deus conosco” (Mt 1,23) que nos fez filhos adotivos de Deus.
• Jesus nasce de “Maria desposada com José” que “achou-se grávida por obra do Espírito Santo” (Mt 1,18b). Mateus não nos conta o relato da anunciação como o faz Lucas, porém estrutura a narração a partir do ponto de vista da experiência de José o homem justo. A Bíblia nos revela que Deus ama seus justos. Pensamos em Noé “homem justo e íntegro entre seus contemporâneos” (Gn 6,9). Ou em Joás que “fez o que era reto aos olhos do Senhor” (2Re 12,3).
• Uma idéia constante na Bíblia é o “sonho” como lugar privilegiado onde Deus dá a conhecer seus projetos e planos, e, algumas vezes revela o futuro. Bem conhecido são os sonhos de Jacó em Betel (Gn 28,10ss) e os de Josué seu filho, como também os do copeiro e do padeiro prisioneiros no Egito com ele, (Gn 37,5ss;40,5ss) e os sonhos do Faraó que revelarão os futuros anos de prosperidade e escassez (Gn 41,1ss).
• À José aparece “em sonhos um anjo do Senhor” (Mt 1,20) para revelar-lhe o plano de Deus. Nos evangelhos da infância aparece muito o anjo do Senhor como mensageiro celestial (Mt 1:20.24; 2:13.19; Lc 1:11; 2:9) e também em outras ocasiões esta figura aparece para tranqüilizar, revelar o projeto de Deus, curar, libertar da escravidão (cf.: Mt 28:2; Jn 5:4; Act 5:19; 8:26; 12: 7.23). Muitas são as referências ao anjo do Senhor também no Antigo Testamento, onde originariamente representava o próprio Senhor que cuida e protege seu povo sempre o acompanhando de perto (cf.: Gn 16:7–16; 22:12; 24:7; Éx 3:2; Tb 5:4).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• O que mais lhe chamou a atenção nesta passagem evangélica?
• A leitura oferece bastante espaço para alguns termos: adoção, anjo, sonho, justo. Que sentimentos e pensamentos suscitam em teu coração?
• Que importância pode ter para você o caminho de maturidade espiritual?
• Qual é a mensagem central desta passagem evangélica?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 92)
• Hoje dedicarei um tempo do dia à convivência, bem estar e educação familiar.





sexta-feira, 16 de março de 2012

Lectio Divina - 16/03/12





SEXTA-FEIRA - 16/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Oséias 14,2-10

• Uma das coisas que mais impressiona nesta passagem é a ternura de Deus para com o pecador. Talvez, algo que devemos mudar em nosso coração é nosso conceito de Deus e de seu amor infinito. Muitos de nós nos parecemos com o filho pródigo da parábola contada por Jesus o qual, enquanto caminhava de volta para o Pai, ia preparando sua “desculpa” ou sua defesa. O final da parábola nos mostra que não necessitamos defender-nos nem desculpar-nos com Deus, pois, Deus é um Pai terno e amoroso que nos ama INCONDICIONALMENTE. Ama-nos pelo que somos: SEUS FILHOS, e não pelo que tenhamos feito ou não. Aproveitemos qualquer momento para receber o amor e o perdão incondicional de Deus, através do Sacramento da Reconciliação e deixa-te abraçar por Ele.



ORAÇÃO INICIAL

• Infunde Senhor, tua graça em nossos corações para que saibamos dominar nosso egoísmo e imitar as inspirações que nos vêm do céu. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 12,28b-34

• No evangelho de hoje, os escribas e os doutores querem saber de Jesus qual é o maior mandamento. Hoje também muita gente quer saber o que é mais importante na religião. Alguns dizem: ser batizados. Outros: a oração. Outros dizem: ir a Missa ou participar no culto do domingo. Outros: amar o próximo e lutar por um mundo mais justo. Outros se preocupam só com as aparências e com os cargos da igreja.
• Mateus 12,28: A PERGUNTA DO DOUTOR DA LEI. Pouco antes da pergunta do escriba, a discussão havia sido com os saduceus em torno da fé na ressurreição. O doutor, que havia assistido o debate, gostou da resposta de Jesus e percebeu Nele uma grande inteligência. Quis aproveitar a ocasião para fazer uma pergunta e receber um esclarecimento: “Qual é o maior de todos os mandamentos?”. Naquele tempo, os judeus tinham uma grande quantidade de normas para regulamentar a prática e a observância dos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Alguns diziam: “Todas estas normas têm o mesmo valor, pois, vêm todas de Deus. Não nos compete introduzir distinções nas coisas de Deus”. Outros diziam: “Algumas leis são mais importantes que outras e, por isso, obrigam mais!”. O doutor quer saber a opinião de Jesus.
• Marcos 12,29-31: A RESPOSTA DE JESUS. Jesus responde citando uma passagem da Bíblia para dizer que o maior mandamento é: “Amar a Deus com todo o coração, com toda a mente e com toda a força!” (Dt 6,4-5). No tempo de Jesus, os judeus piedosos recitavam esta frase três vezes ao dia: pela manhã, ao meio dia e pela noite. Era tão conhecida entre eles como entre nós é o Pai Nosso. E Jesus acrescenta, citando de novo a Bíblia: “O segundo é este: Amarás teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Não existe outro mandamento maior que estes dois. Resposta breve e muito profunda! É o resumo de tudo o que Jesus havia ensinado sobre Deus e sobre a vida (Mt 7,12).
• Marcos 12,32-33: A RESPOSTA DO DOUTOR DA LEI. O doutor concorda com Jesus e conclui: “Sim, amar a Deus e amar o próximo é muito mais importante que todos os holocaustos e todos os sacrifícios”. Isto é, o mandamento do amor é mais importante que os mandamentos relacionados com o culto e os sacrifícios do Templo. Esta afirmação vem dos profetas do Antigo Testamento (Os 6,6; Sl 40,6-8; Sl 51,16-17). Hoje diríamos que a prática do amor é mais importante que as novenas, as promessas, as missas, as rezas e as procissões.
• Marcos 12,34: O RESUMO DO REINO JESUS CONFIRMA A CONCLUSÃO DO DOUTOR E DIZ: “Não está longe do Reino de Deus!”. De fato, o Reino de Deus consiste em unir os dois amores: amor a Deus e amor ao próximo. Pois, se Deus é Pai/Mãe, nós todos somos irmãos e irmãs, e temos que mostrá-lo na prática, vivendo em comunidade. “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas!” (Mt 22,40). Os discípulos e as discípulas têm que colocar na memória, na inteligência, no coração, nas mãos e nos pés esta lei maior, pois, não se chega a Deus se for através da entrega total ao próximo.
• Jesus havia dito ao doutor da Lei: “Não estás longe do Reino!” (Mc 12,34). O doutor já estava próximo, porém, para poder entrar no Reino tinha que dar um passo mais. No AT o critério do amor ao próximo era: “Amar o próximo como a si mesmo”. No NT, Jesus amplia o sentido do amor: “Este é meu mandamento: que ameis uns aos outros como Eu vos tenho amado!” (Jo 15,12-13). Agora o critério será: “Amar o próximo como Jesus nos amou!”. É o caminho seguro para chegar a uma convivência mais justa e mais fraterna.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Para você o que é mais importante na religião?
• Nós hoje, estamos mais próximos ou mais longe do Reino de Deus do doutor que foi elogiado por Jesus? O que você pensa?


ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 86,8.10)
• Hoje repassarei os mandamentos do Senhor e confrontarei minha vida com eles. Darei ênfase aos mandamentos que não tenho cumprido, ou, passado por alto e me farei consciente de como têm afetado minha pessoa e aos que me rodeiam.





quinta-feira, 15 de março de 2012

Lectio Divina - 15/03/12





QUINTA-FEIRA - 15/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 7,23-28

• A censura e a lamentação de Deus não só foi para o povo de Israel, mas, para todos aqueles que hoje continuam fechando seu coração a seu amor e a seus ensinamentos. Deus continua mostrando-nos seu amor e convidando-nos a viver em comunhão com Ele, a tê-lo verdadeiramente como Deus, e não como um ídolo inerte. Fez e tem feito através dos sacerdotes, de nossos pais, de muitos de nossos amigos. Pensemos por um momento, qual tem sido nossa resposta a este amor ilimitado e infatigável de Deus por nós? Aproveite este tempo para retornar ao Senhor, para responder com mais generosidade a seus mandamentos, para crescer no amor de teus irmãos, para ser mais Dele!



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, te pedimos humildemente, que, a medida que se aproxima a festa de nossa salvação, vá crescendo em intensidade nossa entrega para celebrar dignamente o mistério pascal. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 11,14-23

• Lucas 11,14-16: AS DIVERSAS REAÇÕES DIANTE DA EXPULSÃO DE UM DEMÔNIO. Jesus havia expulsado um demônio que era mudo. A expulsão provocou duas reações diferentes. Por um lado, a multidão ficou admirada e maravilhada. A multidão aceita Jesus e acredita Nele. Por outro, os que não aceitam Jesus e não acreditam Nele. Destes últimos, alguns diziam que Jesus expulsava os demônios em nome de Belzebu, o príncipe dos demônios, e outros queriam Dele um sinal do céu. Marcos informa que se tratava de escribas vindos de Jerusalém (Mc 3,22), que não concordavam com a liberdade de Jesus. Queriam defender a Tradição contra as novidades de Jesus.
• Lucas 11,17-22: A RESPOSTA DE JESUS SE DIVIDE EM TRÊS PARTES: 1ª PARTE: COMPARAÇÃO DO REINO DIVIDIDO (vv. 17-18ª). Jesus denuncia o absurdo da calunia dos escribas. Dizer que Ele expulsa os demônios com a ajuda do príncipe dos demônios é negar a evidência. É o mesmo que dizer que a água está seca, ou, que o sol é escuro. Os doutores de Jerusalém o caluniam, porque não sabiam explicar os benefícios que Jesus realizava para as pessoas. Tinham medo de perder a liderança. Sentiam-se ameaçados em sua autoridade diante do povo. 2ª PARTE: POR QUEM OS EXPULSAM VOSSOS FILHOS? (vv.18b-20). Jesus provoca os acusadores e pergunta: “Se Eu expulso em nome de Belzebu, em nome de quem os discípulos de vocês expulsam os demônios? Contestem e expliquem? Se Eu expulso o demônio pelo dedo de Deus, é porque chegou o Reino de Deus!”. 3ª PARTE: CHEGANDO UM MAIS FORTE VENCE O FORTE (vv. 21-22). Jesus compara o demônio com um homem forte. Ninguém, a não ser que seja uma pessoa mais forte, poderá roubar a casa de um homem forte. Por isto consegue entrar na casa e agarrar o homem forte. Jesus agarra o homem forte e agora rouba a casa deste, isto é, liberta as pessoas que estavam em poder do mal. O profeta Isaias havia usado a mesma comparação para descrever a vinda do messias (Is 49,24-25). Por isto Lucas diz que a expulsão do demônio é um sinal evidente de que o Reino de Deus tinha chegado.
• Lucas 11,23: QUEM NÃO ESTÁ COMINGO, ESTÁ CONTRA MIM. Jesus termina sua resposta com esta frase: “O que não está comigo, está contra mim. Quem não recolhe comigo, espalha”. Em outra ocasião, também a propósito de uma expulsão do demônio os discípulos impediram a um homem que usasse o nome de Jesus para expulsar um demônio, já que não era de seu grupo. E Jesus respondeu: “Não o impeçais. Porque o que não está contra vós, está a vosso favor!” (Lc 9,50). Parecem duas frases contraditórias, porém não são. A frase do evangelho de hoje é dita contra os inimigos que têm preconceitos contra Jesus: “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, espalha”. Preconceito e não aceitação faz com que o diálogo se torne impossível e rompam a união. A outra frase é pronunciada para os discípulos que pensavam ter o monopólio de Jesus: “Quem não está contra vós, está a vosso favor!”. Muita gente que não é cristã pratica o amor, a bondade, a justiça, muitas vezes até melhor que os cristãos. Não podemos excluí-los. São irmãos e obreiros na construção do Reino. Nós os cristãos não somos donos de Jesus. É o contrario; Jesus é que é nosso dono!



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, espalha”. Como ocorre isto em minha vida?
• “Não o impeçais. Quem não está contra vós, está a vosso favor!”. Como isto acontece em minha vida?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO: 95,1-2)
• Hoje Senhor, renuncio a caminhar segundo meu próprio modo de pensar, e renuncio a obstinação de meu coração, ao invés disso, Senhor, te peço que me dês teu coração. Hoje terei um tempo a sós com Deus, para expressar-lhe tudo o que tenho perdido por viver fora Dele e, durante este tempo farei um compromisso de coração com Ele para ser-lhe fiel de agora em diante.




quarta-feira, 14 de março de 2012

Lectio Divina - 14/03/12





QUARTA-FEIRA - 14/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Deuteronômio 4,1.5-9

• Se nos perguntássemos por que é que vivemos num mundo tão corrupto, cheio de injustiça, infidelidade, violência, etc., talvez a resposta fosse: porque nós temos esquecido de transmitir aos nossos filhos a verdade e a fé. É triste que muitos de nós, temos como única instrução sobre a fé a catequese apressada para fazer a Primeira Comunhão. Em muitas de nossas casas nunca se fala de Deus, de seus mandamentos, dos valores e fundamentos do Evangelho. O autor do Deuteronômio já advertia o povo de Israel: “Não esqueçam nem deixem que se afastem de vosso coração estes mandamentos... mas, transmita-os a teus filhos”. Quando o homem se afasta de Deus e de seus mandamentos, tudo se converte em relativismo. Deixemos um tempo para compartilhar em nossa casa a oração e a fé.



ORAÇÃO INICIAL

• Cheios do sentido cristão da Quaresma e alimentados com tua palavra, te pedimos, Senhor, que sirvamos fielmente com nossas penitências e perseveremos unidos na oração. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 5,17-19

• Este evangelho nos ensina como observar a lei de Deus de maneira que sua prática mostre em que consiste o pleno cumprimento da lei (Mt 5,17-19). Mateus escreve para ajudar as comunidades de judeus convertidos a superar as críticas dos irmãos de raça que os acusavam dizendo: “Vocês são infiéis a Lei de Moisés”. O próprio Jesus havia sido acusado de infidelidade à Lei de Deus. Mateus trás a resposta esclarecedora de Jesus aos que o acusavam. Assim nos dá uma luz para ajudar as comunidades a resolver seu problema.
• Usando imagens da vida cotidiana, com palavras simples e diretas, Jesus havia dito que a missão da comunidade, sua razão de ser, é ser sal e luz. Havia dado alguns conselhos a respeito de cada uma das imagens. A continuação vem nos três breves versículos do Evangelho de hoje.
• Mateus 5,17-18: NEM UM ACENTO DA LEI DEIXARÁ DE VIGORAR. Havia várias tendências nas comunidades dos primeiros cristãos. Umas pensavam que não era necessário observar as leis do Antigo Testamento, pois, é a fé em Jesus que nos salva e não a observância da Lei (Rm 3,21-26). Outros aceitavam Jesus como Messias, porém, não aceitavam a liberdade de Espírito com que algumas comunidades viviam na presença de Jesus ressuscitado. Eles pensavam, sendo judeus, que deviam continuar observando as leis do AT (At 15,1.5). Havia, além disso, cristãos que viviam tão plenamente na liberdade do Espírito, que haviam deixado de olhar a vida de Jesus de Nazaré, ou, o Antigo Testamento e chegavam a dizer: “Anátema Jesus!” (1Cor 12,3). Diante destas tensões, Mateus procura um equilíbrio mais além dos dois extremos. A comunidade tem que ser um espaço, onde este equilíbrio possa ser alcançado e vivido. A resposta dada por Jesus aos que o criticavam continua bem atual para as comunidades: “Não vim abolir a lei, mas sim, dar-lhe cumprimento!”. As comunidades não podiam estar contra a Lei, nem podiam fechar-se na observância da lei. Como Jesus, devia dar um passo e mostrar, na prática, qual é o objetivo que a lei quer alcançar na vida das pessoas, a saber, na prática perfeita do amor.
• Mateus 5,17: O CUMPRIMENTO DA LEI. E aos que queriam desfazer-se de toda lei, Mateus lembra outra palavra de Jesus: “Portanto, o que transgredir um destes pequenos mandamentos e assim o ensinar aos homens, será o menor no Reino dos Céus; ao contrário, o que os observar e os ensinar, esse ser grande no Reino dos Céus”. A grande inquietude do Evangelho de Mateus é mostrar que o AT, Jesus de Nazaré e a vida no Espírito Santo, não podem separar-se. Os três, são parte do mesmo e único projeto de Deus e nos comunicam a certeza central da fé: o Deus de Abraão e Sara está presente no meio das comunidades pela fé em Jesus de Nazaré que nos manda seu Espírito.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Como vejo e vivo a lei de Deus: como horizonte de liberdade ou como imposição que delimita minha liberdade?
• O que é que podemos fazer hoje para os irmãos e as irmãs que consideram toda esta discussão como superada e desatualizada? O que é que pretendemos aprender deles?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 147,12-13)
• Hoje procurarei a oportunidade e compartilharei de uma maneira agradável algo bom que a Palavra de Deus me deixa no dia-a-dia.



terça-feira, 13 de março de 2012

Lectio Divina - 13/03/12





TERÇA-FEIRA - 13/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: Daniel 3,25.34-43

• Aqui estão incluídas duas orações e uma breve narrativa de ligação, conhecidas nos Deuterocanônicos como Oração de Azaria (Abed-Negô) e cântico das criaturas. Embora sejam adições à Bíblia hebraica, estes versículos são considerados pelos católicos romanos partes deuterocanônicas da narração, com plena autoridade. Na primeira oração, que não faz menção a fornalha de fogo ardente, Abed-Negô louva a sabedoria e a justiça divinas e confessa a pecaminosidade de sua nação (sua súplica pela liberdade nos vv. 34 a 43 por causa do santo Nome lembra Ez 20;36,21;39,25). Enquanto Abed-Negô reza, os servos do rei continuam a atiçar a fornalha e suas chamas devoram quem está próximo. Um anjo do Senhor desce para lançar a chama de fogo para fora da fornalha. Em resposta a sua milagrosa libertação, os três jovens entoam um hino de louvor e ação de graças ao Senhor por salvá-los do fogo ardente.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, que tua graça não nos abandone, para que, entregues plenamente a teu serviço, sintamos sobre nós tua proteção continua. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 18,21-35

• Hoje o evangelho fala da necessidade do perdão. Não é fácil perdoar. Pois, certas feridas continuam machucando o coração. Existem pessoas que dizem: “Eu perdôo, mas, não esqueço”. Rancor, tensões, discussões, opiniões diferentes, ofensas, provocações dificultam o perdão e a reconciliação. Vamos meditar as palavras de Jesus que falam da reconciliação e que nos trazem a parábola do perdão sem limites.
• Mateus 18,21-22: PERDOAR SETENTA VEZES SETE! Jesus havia falado da importância do perdão e sobre a necessidade de saber acolher aos irmãos e as irmãs para ajudá-los a reconciliarem-se com a comunidade (Mt 18,15-20). Diante destas palavras de Jesus, Pedro pergunta: “Quantas vezes tenho que perdoar aos irmãos que pecam contra mim? Até sete vezes?”. O número sete indica uma perfeição. Neste caso, era sinônimo de sempre. Jesus vai mais longe da proposta de Pedro. Elimina todo e qualquer limite possível para o perdão: “Não te digo sete, mas sim, setenta vezes sete”. Ou seja, setenta vezes sempre! Pois, não existe proporção entre o perdão que recebemos de Deus e o perdão que devemos oferecer aos irmãos, como nos ensina a parábola do perdão sem limites.
• A expressão setenta vezes sete era uma alusão às palavras de Lamec que dizia: “E disse Lamec às suas mulheres: Eu matei um homem por uma ferida, uma criança por uma contusão. É que Caim é vingado sete vezes, mas Lamec, setenta e sete vezes” (Gn 4,23-24). Jesus quer inverter a espiral de violência que entrou no mundo pela desobediência de Adão e Eva, pelo assassinato de Abel e Caim e pela vingança de Lamec. Quando a violência desenfreada se apodera da vida, tudo se desfaz e a vida se desintegra. Surge o Dilúvio e aparece a Torre de Babel da dominação universal (Gn 2,1 a 11,32).
• Mateus 18,23-35: A PARÁBOLA DO PERDÃO SEM LIMITES. A divida de dez mil talentos valia ao redor de 164 toneladas de ouro. A divida de cem denários valia 30 gramas de ouro. Não existe meio de comparação entre as duas. Ainda que o devedor com a mulher e os filhos trabalhasse a vida inteira, jamais seriam capazes de juntar 164 toneladas de ouro. Diante do amor de Deus que perdoa gratuitamente nossa divida de 164 toneladas de ouro, é nada mais que justo que nós perdoemos ao irmão uma divida insignificante de 30 gramas de ouro, setenta vezes sempre! O único limite à gratuidade do perdão de Deus é nossa incapacidade de perdoar o irmão! (Mt 18,34;6,15).
• A COMUNIDADE COMO ESPAÇO ALTERNATIVO DE SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE. A sociedade do Império Romano era dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes procuravam um abrigo para o coração e não encontravam. As sinagogas também eram exigentes e não ofereciam um lugar para eles. E nas comunidades cristãs o rigor de alguns na observância da Lei levava dentro da convivência os mesmos critérios da sinagoga. Além disto, nos finais do século primeiro, nas comunidades cristãs começavam a aparecer as mesmas divisões que existiam na sociedade entre rico e pobre. Ao invés da comunidade ser um espaço de acolhida, corria o risco de ser o lugar de condenação e de conflitos. Mateus quer iluminar as comunidades, para que seja um espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade. Devem ser uma Boa Nova para os pobres.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Por que é tão difícil perdoar?
• Em nossa comunidade, existe um espaço para a reconciliação? De que maneira?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 25,4-6)




segunda-feira, 12 de março de 2012

Lectio Divina - 12/03/12






SEGUNDA-FEIRA - 12/03/2012

PRIMEIRA LEITURA: 2Reis 5,1-15


• Cinco pessoas são apresentadas neste episódio: a mulher de Naaman; a jovem israelita, escrava da mulher de Naaman; o próprio Naaman, o rei de Aram, senhor de Naaman; e, por último o rei de Israel. Quatro são identificadas por sua relação com o leproso e todas apóiam o pedido para que o rei de Israel o cure. O rei de Israel, porém, é impotente, como ele próprio admite. Em contraste, Eliseu, o profeta de Deus, cura com o poder de Deus. Eliseu ordena a Naaman que se lave sete vezes no Jordão, mas, como já se lavra em outros rios antes, o leproso se recusa a fazê-lo. Ainda não percebe que a palavra do profeta contém o poder de Deus. Ignora sua palavra, mas mais tarde é persuadido por seus servos, que repetem as palavras do profeta. Naaman faz o que Eliseu ordenou e é curado. A cura física de Naaman passa a ser a base da fé no Deus de Israel. Ele deseja recompensar o profeta, ou ao menos comprar uma quantidade de terra de Israel, sobre a qual possa, no futuro, cultuar o Senhor em Aram. Eliseu recusa os presentes, mas louva a conversão de Naaman.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor purifique e proteja a tua Igreja com misericórdia contínua, pois, sem tua ajuda não pode manter-se incólume, que tua proteção a dirija e a sustente sempre. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 4,24-34

• O evangelho de hoje é parte de um conjunto mais amplo (Lc 4,14-32). Jesus apresentou seu programa na sinagoga de Nazaré por meio de um texto de Isaias que falava de pobres, de presos, de cegos e de oprimidos (Is 61,1-2) e que refletia a situação das pessoas da Galiléia no tempo de Jesus. Em nome de Deus, Jesus toma postura e define sua missão: anunciar a Boa Nova aos pobres, proclamar a libertação dos cativos e devolver a vista aos cegos, restituir a liberdade aos oprimidos. Terminada a leitura, atualiza o texto e diz: “Hoje se cumpriu esta escritura que acabastes de ouvir!” (Lc 4,21). Todos os presentes ficaram admirados (Lc 4,16-22). Porém, logo começa a reação de descrédito. As pessoas na sinagoga ficam escandalizadas e não querem saber mais de Jesus. Diziam: “Por acaso não é este o filho de José?” (Lc 4,22). Por que é que ficam escandalizados? Qual é o motivo daquela reação tão inesperada?
• Jesus cita o texto de Isaias só até onde diz: “proclamar um ano de graças de parte do Senhor”, e corta o final da frase que dizia: “e proclamar um dia de vingança de nosso Deus” (Is 61,2). As pessoas de Nazaré ficam assombradas porque Jesus omite a frase sobre a vingança. Eles queriam que a Boa Nova da libertação dos oprimidos fosse uma ação de vingança por parte de Deus contra seus opressores. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma mínima mudança e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar. Sua experiência de Deus como Pai ajuda a entender melhor o sentido das profecias. Descarta a vingança. As pessoas de Nazaré não aceitam a promessa e começam a diminuir a autoridade de Jesus: “Não é este o filho de José?”.
• Lucas 4,24: NENHUM PROFETA É BEM RECEBIDO EM SUA PÁTRIA. As pessoas de Nazaré sentiam raiva de Jesus porque não havia feito nenhum milagre em Nazaré, como havia feito em Cafarnaum. Jesus responde: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria!”. No fundo, eles não aceitavam a nova imagem de Deus que Jesus lhes comunicava através desta nova interpretação mais livre de Isaias. A mensagem do Deus de Jesus superava os limites da raça dos judeus para acolher os excluídos e toda a humanidade.
• Lucas 4,25-27: DUAS HISTÓRIAS DO ANTIGO TESTAMENTO. Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e entender o universalismo de Deus, Jesus usa duas histórias bem conhecidas no AT: uma de Elias e outra de Eliseu. Por meio destas histórias criticava o endurecimento do povo de Nazaré. Elias foi enviado à viúva estrangeira de Sarepta (1Reis 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender o estrangeiro da Síria (2Reis5,14).
• Lucas 4,28-30: QUERIAM MATÁ-LO, PORÉM, ELE PASSOU NO MEIO DELES E FOI EMBORA. O chamado de Jesus não acalma as pessoas. Ao contrário! O uso destas duas passagens da Bíblia produz mais raiva. A comunidade de Nazaré chega ao ponto de querer matar Jesus. E assim, no momento em que apresenta seu projeto de acolher os excluídos, o próprio Jesus foi excluído! Porém, Ele manteve a calma. A raiva dos outros não consegue desviar-lhe de seu caminho. Lucas nos mostra, assim, o quão difícil é superar a mentalidade de privilégio e de endurecimento de coração. Mostrava, além disso, que a polêmica abertura para os pagãos também era da época de Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• O programa de Jesus está sendo meu programa ou nosso programa? Minha atitude é a de Jesus ou da do povo de Nazaré?
• Quem são os excluídos que deveríamos acolher melhor em nossa comunidade?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 84,3)






sexta-feira, 9 de março de 2012

Lectio Divina - 09/03/12





SEXTA-FEIRA - 09/03/2012

PRIMEIRA LEITURA : Gênesis 37,3-4.12-13.17-28


• Nos primeiros capítulos de Gênesis, temos visto até onde é capaz de chegar o homem quando se deixa levar pela inveja. A história de José não é diferente da de Caim e as muitas histórias que são escritas hoje em dia, nas quais, a inveja e o interesse desmedido, continuam levando muitos a VENDER seus irmãos por uma pequena quantia de dinheiro. A inveja e o afã de riqueza e de poder continuam sendo uma das principais causas de injustiça em muito ambientes de nossa sociedade econômica. Pode ser que nós não sejamos diretamente os causadores destas injustiças, entretanto, como no caso dos irmãos de José, nosso silêncio avaliza e coopera para que a injustiça se realize. Aproveite a Quaresma para crescer no amor aos irmãos e assim ser um instrumento de Deus para que a justiça seja uma realidade em teu meio.



ORAÇÃO INICIAL

• Por meio de nossas privações quaresmais, purifica-nos, Senhor todo poderoso, a fim de que possamos chegar com um espírito novo as próximas festas da Páscoa. Por Nosso Senhor Jesus Cristo...



REFLEXÃO

Mateus 21,33-43.45-46

• O texto do evangelho de hoje é parte de um conjunto mais amplo que engloba Mateus 21,23-46. Os chefes dos sacerdotes e dos anciãos haviam perguntado a Jesus com que autoridade fazia as coisas (Mt 21,23). Eles se consideravam os donos de tudo e pensavam que ninguém podia dizer nada sem sua permissão. A resposta de Jesus é constituída de três partes: (1)-Ele próprio faz uma pergunta e quer saber deles se João Batista era do céu ou da terra (Mt 21,24-27). (2)-Conta a parábola de dois filhos (Mt 21,28-32). (3)-Conta a parábola da vinha (Mt 21,33-46) que é a do evangelho de hoje.
• Mateus 21,33-40: A PARÁBOLA DA VINHA. Jesus começa assim: “Ouçam esta parábola. Era um proprietário que plantou uma vinha, a cercou, cavou nela um lagar e edificou uma torre”. A parábola é um bonito resumo da história de Israel, tirada do profeta (Is 5,1-7). Jesus se dirige aos chefes dos sacerdotes, aos anciãos (Mt 21,23) e aos fariseus (Mt 21,45) e dá uma resposta à pergunta que eles haviam feito sobre a origem de sua autoridade (Mt 21,23). Por meio desta parábola, Jesus esclarece várias coisas sobre a origem de sua autoridade: (a)-é o filho, o herdeiro. (b)-Denuncia o abuso de autoridade dos vinhadores, isto é, dos sacerdotes e anciãos que não cuidam do povo de Deus. (c)-Defende a autoridade dos profetas, enviados por Deus, porém, massacrados pelos sacerdotes e anciãos. (e)-Desmascara as autoridades que manipulam a religião e matam o filho, porque não querem perder a fonte de renda que conseguiram acumular para si, ao longo dos séculos.
• Mateus 21,41: A SENTENÇA DADA POR ELES MESMOS. No final da parábola, Jesus pergunta: “Quando vier, pois, o dono da vinha, o que é que fará com aqueles lavradores?”. Eles não se deram conta de que a parábola estava falando deles mesmos. Por isto, pela resposta dada, decretaram sua própria condenação: “Responderam-lhe: a esses miseráveis lhes será dado uma morte miserável e se arrendará a vinha a outros lavradores, que lhe paguem os frutos a seu tempo”. Várias vezes, Jesus usa esse mesmo método. Leva a pessoa a que diga a verdade sobre si mesma sem que se dê conta de que está se condenando a si própria. Por exemplo, no caso do fariseu que condena a mulher considerando-a uma pecadora (Lc 7,42-43) e no caso da parábola dos dois filhos (Mt 21,28-32).
• Mateus 21,42-46: A SENTENÇA DADA POR ELES MESMOS É CONFIRMADA POR SEU PRÓPRIO COMPORTAMENTO. Por meio do esclarecimento de Jesus, os sacerdotes, os anciãos e os fariseus entenderam que a parábola falava deles mesmos, porém, não se converteram. Pelo contrário! Mantiveram seu projeto de matar Jesus. Rejeitaram a “pedra fundamental”. Mas, não tiveram a coragem de fazer isso abertamente, porque temiam as pessoas.
• OS VÁRIOS GRUPOS DE PODER NO TEMPO DE JESUS. No evangelho de hoje aparecem alguns dos grupos que, naquele tempo, exerciam o poder sobre o povo: sacerdotes, anciãos e fariseus. Aqui uma breve informação sobre o poder de cada um destes grupos e de outros:
• SACERDOTES: eram os encarregados do culto no Templo. As pessoas levavam o dízimo e os outros impostos e ofertas para pagar suas promessas. O sumo sacerdote ocupava um lugar muito importante na vida da nação, sobretudo, depois do exílio. Era escolhido, ou, nomeado entre as três ou quatro famílias aristocráticas, que detinham maior poder e maior riqueza.
• ANCIÃOS OU CHEFES DO POVO: eram os líderes locais nas diversas aldeias e cidades. Sua origem vinha dos chefes das tribos antigas.
• SADUCEUS: eram a elite laica aristocrática da sociedade. Muitos deles eram ricos comerciantes ou latifundiários. Do ponto de vista religioso eram conservadores. Não aceitavam as mudanças defendidas pelos fariseus, como por exemplo, a fé na ressurreição e na existência dos anjos.
• FARISEU: significa “separado”. Eles lutavam para que, através da observância da lei de pureza, a pessoa pudesse ser pura, separada e santa como exigia a Lei e a Tradição. Por causa do testemunho exemplar de sua vida dentro das normas da época, eles tinham uma liderança moral muito grande nas aldeias da Galiléia.
• ESCRIBAS OU DOUTORES DA LEI: eram os encarregados do ensinamento. Dedicavam sua vida ao estudo da Lei de Deus e ensinavam as pessoas como fazer para observar em tudo a Lei de Deus. Nem todos os escribas eram da mesma linha. Alguns estavam unidos aos fariseus, outros aos saduceus.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Você alguma vez se sentiu controlado, indevidamente, em casa, no trabalho, na Igreja? Qual foi a sua reação? Como a de Jesus?
• Se Jesus hoje voltasse e contasse a mesma parábola, como você reagiria?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 103,11-12)
• Hoje observarei as situações de injustiça social e, além de orar por cada uma, meditarei em quais delas eu poderia colaborar com algo, ainda que parecesse pouco, porém, para por fim em alguma delas.