sexta-feira, 29 de março de 2013

Lecio Divina - 29/03/13


SEXTA-FEIRA -29/03/2013



PRIMEIRA LEITURA: Is 52,13-53,12


• O chamado quarto ou último Cântico do Servo é dignamente, a mais conhecida contribuição de Isaias para a espiritualidade judeu-cristã. Por tradição, o cristianismo vê aqui uma profecia da paixão de Jesus. A crítica histórica, entretanto, age na suposição de que a profecia fazia sentido para o povo do tempo do profeta, quaisquer que fossem os níveis de significado mais tarde encontrados nela. É inevitável que o sentido original esteja ligado a identificação do Servo. No contexto do Segundo Isaias como um todo, entretanto, o Servo deve ser identificado com Israel, embora o profeta mantenha uma visão idealizada do papel do Servo e nem toda a comunidade exilada vivesse de acordo com ela. A missão do Servo, à qual os judeus eram chamados, era aceitar o sofrimento imerecido com paciente fidelidade e, assim, servir de exemplo para as nações. 




ORAÇÃO INICIAL 


• Venha, Tua, consolação, delicia e alimento de nossas almas. Venha e tome tudo o que é meu, e infunde em mim somente o que é Teu. Vem, Tu que é o alimento de todo puro pensamento, círculo de toda clemência e cúmulo de toda pureza. Vêem e faça em mim tudo o que é ocasião daquilo que eu não possa fazer por ti. Vem, ó Espírito, que sempre está com o Pai e com o Esposo, e repousa sobre as esposas do Esposo. (Sta. María Magdalena de Pazzis)




REFLEXÃO

João 18,1-19,42

JESUS SENHOR DE SUA SORTE. Queria propor juntar-nos com o espírito de Maria, sob a cruz de Jesus. Ela mulher forte que percorreu todo o significado deste acontecimento da paixão e morte do Senhor, nos ajudará a ter um olhar contemplativo sobre o Crucificado (Jo 19,25-27). Encontramo-nos no capítulo 19 do Evangelho de João, que começa com a cena da flagelação e da coroação de espinhos. Pilatos apresenta Jesus aos sumos sacerdotes e aos guardas: “Jesus Nazareno, o rei dos Judeus” que gritam sua morte na cruz (Jo 19,6). Começa assim para Jesus o caminho da cruz para o Gólgota, onde será crucificado. Na narração da paixão segundo João, Jesus se revela senhor de si mesmo, controlando assim tudo o que lhe acontece. O texto joanista é cheio de frases que indicam esta realidade teológica, de Jesus que oferece sua vida. Os acontecimentos da paixão Ele os sofre ativamente e não passivamente. Trazemos aqui apenas alguns exemplos sublinhando algumas frases e palavras. O leitor pode encontrar outras:
• Então Jesus, conhecendo tudo o que ia suceder se adianta e lhes pergunta: “A quem procura?”. Responderam-Lhe: “Jesus de Nazaré!”. Disse-lhes: “Eu sou!”. Judas o que lhe entregara também estava com eles. Quando lhes disse: “Eu sou” retrocederam e caíram por terra. Perguntou-lhes de novo: “A quem procuram?”. Responderam-Lhe: “Jesus o Nazareno!”. Jesus respondeu “Já lhes disse que “eu sou”, deixem os outros irem”. Assim se cumprirá o que havia dito: “dos que me foram dados, nenhum se perdeu” (Jo 18,4-9).
• “ENTÃO JESUS SAIU, LEVANDO A COROA DE ESPINHOS E O MANTO DE PÚRPURA” (Jo 19,15). Disse a Pilatos: “Não terias poder nenhum sobre mim, se não te fosse dado do alto” (Jo 19,11). Também sobre a cruz Jesus toma parte ativa em sua morte, ao se deixa matar como os ladrões aos quais são quebradas as pernas (Jo 19,31-33); ao contrário entrega seu espírito (Jo 19,30). São muito importantes os detalhes apontados pelo evangelista: “Jesus então, vendo sua Mãe e ali junto dela o discípulo a quem amava, disse a sua Mãe: Mulher, eis aí teu filho!. Em seguida disse ao discípulo: Eis ai tua Mãe!” (Jo 19,26-27). Estas simples palavras de Jesus têm o peso da revelação, palavras com as quais, Ele nos revela sua vontade: “eis ai teu filho”; “eis ai tua Mãe”. Palavras que nos enviam para aquelas pronunciadas por Pilatos: “Eis ai o Homem” (Jo 19,5). Aqui Jesus, a partir da cruz, seu trono, revela sua vontade e seu amor por todos nós. Ele é o cordeiro de Deus, o pastor que dá sua vida pelas ovelhas. Naquele momento, na cruz Ele faz nascer a Igreja, representada por sua mãe Maria, sua irmã, Maria de Cleófas e Maria Madalena com o discípulo amado (Jo 19,25).
• DISCÍPULOS AMADOS E FIÉIS. O quarto evangelho especifica que estes discípulos “estavam junto à cruz” (Jo 25-26). Um detalhe de profundo significado. Só o quarto evangelho narra estas cinco pessoas estavam junto à cruz. Os outros evangelistas não especificam. Lucas, por exemplo, narra que todos aqueles que o conheciam o seguiam de longe (Lc 23,49). Também Mateus conta que muitas mulheres seguiam de longe estes acontecimentos. Estas mulheres haviam seguido Jesus desde a Galiliéia e lhe serviam. Porém, agora o seguiam de longe (Mt 27,55-56). Marcos como Mateus, não nos dá os nomes daqueles que de longe observavam a morte de Jesus (Mc 15,40-41). Só o quarto evangelho especifica que a Mãe de Jesus com outras mulheres e o discípulo amado “estavam junto à cruz”. Estavam ali, como servos diante de seu Senhor. Estão valorosamente presentes no momento em que Jesus declara que “tudo estava consumado” (Jo 19,30). A Mãe de Jesus está presente quando a “hora havia chegado”. Àquela hora pré-anunciada nas bodas de Caná (Jo 2,1ss). O quarto evangelho havia anotado também naquele momento que “a Mãe de Jesus estava ali” (Jo 2,1). Por isto, aquele que permanece fiel ao Senhor em sua sorte é o discípulo amado. O evangelista deixa no anonimato este discípulo de modo que qualquer um de nós possa ser refletido nele que conheceu os mistérios do Senhor, apoiando sua cabeça sobre o peito de Jesus durante a última ceia.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Leia outra vez o texto do evangelho, e busque na Bíblia todos os textos citados na leitura. Tente encontrar outros textos paralelos que te ajudem a penetrar a fundo o texto d meditação.
• Com teu espírito, ajudado pela leitura orante do relato de João, visite os lugares da Paixão, pare diante do Calvário para aproveitar com Maria e o discípulo amado o acontecimento da Paixão.
• O que é que mais chamou tua atenção?
• Qual é o sentimento que provoca em você o relato da Paixão?
• O que é que significa para você o fato de que Jesus padece ativamente sua Paixão?





ORAÇÃO FINAL 


Oh Sabedoria Eterna! Oh Bondade Infinita! Verdade Infalível! Pesquisador dos corações, Deus Eterno! Faz-nos entender, Tu que podes, sabes e queres! Oh Amoroso Cordeiro, Cristo Crucificado, faze que se cumpra em nós o tudo que disseste!
• Repita com freqüência, com calma, estas palavras de Jesus, associado a Jesus no oferecimento de si mesmo: “PAI EM TUAS MÃOS ENTREGO MEU ESPÍRITO!”.




quinta-feira, 28 de março de 2013

Lectio Divina - 28/03/13



QUINTA-FEIRA -28/03/2013

PRIMEIRA LEITURA: Ex 12,1-8.11-14

• Esta composição litúrgica fornece detalhes de uma festa já antiga entre os pastores seminômades do antigo Oriente Próximo. Era uma oferenda desses pastores pela prosperidade de seus rebanhos, quando a tribo partia em busca de novas pastagens. Isto acontecia na primavera e, na verdade, em uma ocasião bastante decisiva na vida do rebanho. Era a época em que nasciam as crias das ovelhas e das cabras. As indicações da antiguidade de festa são as seguintes: nenhum sacerdote, nenhum santuário, nenhum altar. Outros detalhes se encaixam neste ambiente pastoril. O animal é assado, não cozido, pois existem pouquíssimos utensílios de cozinha. Talvez por isso explique por que os ossos não são quebrados. A hora é o anoitecer da primeira lua cheia da primavera, o que coincide com a volta dos pastores ao acampamento na noite mais clara do mês. Os pães sem fermento são os pães comuns consumidos por esses pastores, e as ervas amargas são as plantas do deserto usadas por eles como condimentos. As vestes e os trajes combinam com esse ambiente: “o cinto à cintura as sandálias aos pés e o bastão na mão...”. O rito de sangue tem propósito apotropaico, isto é, passar o sangue nos umbrais e na verga da porta das casas tem o propósito de afastar todo o perigo para os membros da tribo, em especial para os que estavam prestes a nascer. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Renova meu coração, purifica meus lábios, para que fale contigo como tu queres, para que fale com os demais como tu queres, para que fale comigo mesmo, com meu mundo interior, como tu queres.




REFLEXÃO

João 13,1-15

Jesus se encontra em um jantar com os seus. Tem plena consciência da missão que o Pai lhe confiou: Dele depende a salvação da humanidade. Com tal conhecimento quer mostrar “aos seus”, mediante a lavagem dos pés, como se cumpre a obra salvífica do Pai e indicar com tal gesto a entrega de sua vida para a salvação do homem. É vontade de Jesus que o homem se salve e um forte desejo o guia para dar sua vida e entregar-se. É consciente de que “o Pai havia colocado tudo em suas mãos”; tal expressão deixa entrever que o Pai deixa para Jesus completa liberdade de ação.
• Jesus, além disso, sabe que sua origem e a meta de seu itinerário é Deus, sabe que sua morte na cruz, expressão máxima de seu amor, é o último momento de seu caminho salvador. Sua morte é um “êxodo”: o ápice de sua vitória sobre a morte; no dar a vida, Jesus nos revela a presença de Deus como vida plena e ausente de morte. Com esta consciência de sua identidade e de sua completa liberdade Jesus se dispõe a cumprir o grande e humilde gesto do “lava pés”. Tal gesto de amor se descreve com um conjunto de verbos (oito) que convertem a cena complicada e cheia de significados. O evangelista apresentando a última ação de Jesus sobre os seus, usa esta figura retórica de muitos verbos sem repeti-los para que tal gesto permaneça impresso no coração e na mente de seus discípulos e de qualquer leitor e para que se retenha um mandamento que não deve esquecer-se. O gesto cumprido por Jesus tenta mostrar que o verdadeiro amor se traduz em ação tangível de serviço. 
• Jesus se despoja de suas vestes se cinge de um avental de serviço. O despojar-se de suas vestes é uma expressão que tem a função de expressar o significado do dom da vida. Qual é o ensinamento que Jesus quer transmitir à seus discípulos com este gesto? Mostra-lhes que o amor se expressa no serviço, no dar a vida pelos demais como Ele tem feito.
• No tempo de Jesus, “lavar os pés” era um gesto que expressava hospitalidade e acolhida com os hóspedes. Normalmente era feito por um escravo com os hóspedes ou por uma mulher ou filhas a seu pai. Além disso, era costume que o rito do “lava pés” fosse sempre antes de sentar-se à mesa e não durante a refeição. Esta forma de trabalhar de Jesus tenta sublinhar a singularidade de seu gesto.
• E assim Jesus se põe a lavar os pés de seus discípulos. O reiterado uso do avental com o qual Jesus se cingiu mostra que a atitude de serviço é um atributo permanente da pessoa de Jesus. De fato, quando acaba a lavagem dos pés, Jesus não tira o avental. Este particular tenta mostrar que o serviço-amor não termina com a morte. Os pormenores de tantos detalhes mostram a intenção do evangelista em querer colocar de relevo a importância e a singularidade do gesto de Jesus. Lavando os pés de seus discípulos Jesus tenta mostrar-lhes seu amor, que é um todo com o do Pai. É realmente impressionante esta imagem que Jesus nos revela de Deus: não é um soberano que reside só no céu, mas sim, que se apresenta como servo da humanidade. Deste serviço divino brota para a comunidade dos que acreditam aquela liberdade que nasce do amor e que torna todos seus membros “senhores” (livres) em servidores. É como dizer que só a liberdade cria o verdadeiro amor. De agora em diante o serviço que os crentes darão ao homem terá como finalidade o de instaurar relações entre os homens na qual a igualdade e a liberdade sejam uma conseqüência da prática do serviço recíproco. 
• Jesus com seu gesto tenta demonstrar que qualquer indício de domínio ou prepotência sobre o homem não está de acordo com o modo de Deus trabalhar, quem, faz o contrário, serve ao homem para atrair-lo para si. Além disso, não tem sentido as pretensões de superioridade de um homem sobre o outro, porque a comunidade fundada por Jesus não tem forma piramidal, mas sim, horizontal, na qual cada um está a serviço do outro, seguindo o exemplo de Deus e de Jesus. Em síntese, o gesto que Jesus cumpre expressa os seguintes valores: o amor para os irmãos exige uma mudança na acolhida fraterna, na hospitalidade, ou seja, serviço permanente. 
• Ao terminar o “lava pés”, Jesus tenta dar a sua ação uma validade permanente para sua comunidade e ao mesmo tempo deixar nela um memorial ou mandamento que deverá regulamentar para sempre as relações fraternas. Jesus é o Senhor, não na linha do domínio, mas sim, quando comunica o amor do Pai (seu Espírito) que nos faz filhos de Deus e aptos para imitar Jesus, que livremente dá seu amor aos seus. Esta atitude interior de Jesus quis comunicar aos seus, um amor que não exclui ninguém, nem sequer Judas que o vai trair. Portanto, se os discípulos o chamam Senhor, devem imitá-lo, se o consideram Mestre devem ouvi-lo.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Levantou-se da mesa: como você vive a Eucaristia? De modo sedentário ou se deixa levar pela ação de fogo do amor que recebe? 
• Corre o perigo de que a Eucaristia da qual participa se perca no narcisismo contemplativo, sem levar o compromisso de solidariedade e desejos de compartilhar?
• Teu compromisso pela justiça, pelos pobres, vem do costume de encontrar-se com Jesus na Eucaristia, da familiaridade com Ele? 
• Você sabe reconhecer o rosto de Cristo quando pede ser servido e amado nos pobres?





ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 116)






quarta-feira, 27 de março de 2013

Lectio Divina - 27/03/13


QUARTA-FEIRA -27/03/2013


PRIMEIRA LEITURA: Isaías 50,4-9

• Amanhã iniciaremos o Tríduo Pascal no qual lembraremos os mistérios que nos deram a vida. Neles contemplaremos um homem que entra na mais profunda das crises pela qual alguém pode passar: abandonado, maltratado e executado da forma mais vil. Entretanto, este Homem, entra na crise com uma profunda fé e confiança no Deus- que- salva; sabe que não o abandonará, que o sustentará, que não ficará envergonhado nem confuso e que finalmente o resgatará da morte. Esta é a confiança e a fé que Deus nos oferece para toda nossa vida, a qual não está isenta destas crises. Só quando o homem é capaz de abandonar-se por completo ao Senhor é quando pode experimentar no meio de todas as dificuldades da vida uma paz e uma alegria interior que ninguém pode explicar, e que é a promessa de que não está só e que no final o próprio Deus o resgatará. Peçamos com confiança, pois, ao Senhor que pelos méritos gloriosos de sua paixão nós possamos adquirir esta fé e confiança para que, toda a nossa vida possa vivê-la em paz, cheios de amor pelos demais, inclusive pelos inimigos e que esta se transforme, como a de Jesus, em instrumento de salvação para os demais, principalmente para os membros de nossas famílias. 




ORAÇÃO INICIAL 


• Oh Deus, que par livrar-nos do poder do inimigo, quiseste que teu Filho morresse na cruz, conceda-nos alcançar a graça da ressurreição. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Mateus 26,14-25

Ontem o evangelho falou da traição de Judas e da negação de Pedro. Hoje nos fala de novo da traição de Judas. Na descrição da paixão de Jesus dos evangelhos de Mateus se acentua fortemente o fracasso dos discípulos. Apesar da convivência dos três, nenhum dentre eles fica para tomar a defesa de Jesus. Judas o trai, Pedro o nega, todos fogem. Mateus conta isto, não para criticar ou condenar, nem para causar desalento nos leitores e leitoras, mas, para indicar que a acolhida e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos. Esta forma de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para descrever a atitude de Jesus para as comunidades na época de Mateus. Por causa das freqüentes perseguições, muitos se sentiam desanimados e haviam abandonado a comunidade, perguntando-se: “Será possível voltar? Será possível que Deus nos acolha e perdoe?”. Mateus responde sugerindo que nós podemos romper com Jesus, porém, Jesus nunca rompe conosco. Seu amor é maior que nossa infidelidade. Esta é uma mensagem muito importante que recebemos do evangelho durante a Semana Santa.
• Mateus 26,14-16: A decisão de trair Jesus. Judas toma a decisão, depois que Jesus não aceita a critica dos discípulos a respeito da mulher que gastou um perfume muito caro somente para ungir Jesus (Mt 26,6-13). Ele foi até aos sacerdotes e perguntou: “Quanto me pagarão se eu o entregar?”. Combinaram trinta moedas de prata. Mateus evoca as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12). Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas evoca a venda de José por seus próprios irmãos, valorizado pelos compradores em vinte moedas (Gn 37,28). Evoca assim mesmo o preço de trinta moedas que se deve pagar se quer um escravo (Ex 21,32).
• Mateus 26,7-19: A preparação da Páscoa. Jesus era da Galiléia. Não tinha casa e Jerusalém. Passava a noite no Monte das Oliveiras (cf. Jo 8,1). Nos dias de festa da páscoa, a população de Jerusalém se triplicava pela quantidade de peregrinos que vinham de todas as partes. Não era fácil para Jesus encontrar uma sala grande para poder celebrar a páscoa junto com os peregrinos que haviam chegado com ele da Galiléia. Manda os discípulos para que encontrem uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece outras informações e deixa que a imaginação complete as informações. Era uma pessoa conhecida de Jesus? Era um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos completou a falta de informação, porém, com pouca credibilidade. 
• Mateus 26,20-25: Anuncio da traição por Judas. Jesus sabe que vai ser traído. Apesar de Judas estar fazendo as coisas em segredo, Jesus está sabendo. Entretanto, procura confraternizar-se com o círculo de amigos do qual Judas é parte. Estando todos reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor. É “aquele que colocou a mão no prato comigo”. Esta maneira de anunciar a traição acentua o contraste. Para os judeus a comunhão na mesa, colocar juntos a mão no mesmo prato era a máxima expressão de amizade, de intimidade e de confiança. Mateus sugere assim que, apesar da traição ser levada a cabo por alguém muito amigo, o amor de Jesus é maior que a traição!
• O que chama a atenção é a maneira em que Mateus descreve estes fatos. Entre a traição e a negação coloca a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29); a traição de Judas, antes (Mt 25,20-25); a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, logo (Mt 25,30-35). Deste modo, destaca para todos nós a incrível gratidão do amor de Jesus, que supera a traição, a negação e fuga dos amigos. Seu amor não depende do que os demais fazem por Ele.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Sou capaz de ser como Judas e de negar e trair Deus, Jesus, aos amigos e amigas?
• Na Semana Santa é importante reservar algum momento para perceber a incrível gratidão do amor de Deus para comigo.





ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 68)
• Hoje meditarei que coisas, em minha vida, cooperam com que eu coloque resistência no cumprimento da Palavra de meu Deus e verei como posso arrancá-las pela raiz.





terça-feira, 26 de março de 2013

Lectio Divina - 26/03/13


TERÇA-FEIRA -26/03/2013


PRIMEIRA LEITURA: Isaías 49,1-6

• Novamente o Senhor nos lembra que é Ele precisamente quem vence nossas batalhas, que em vão nos esforçamos, quando o seu poder é o que nos dá a vitória. É que Deus nos escolheu e nos chamou para viver em sua plenitude, por isso, o grande erro do homem é o querer ser auto-suficiente, o buscar a independência de tudo e de todos, inclusive do próprio Deus. Precisamente com Deus somos mais que vencedores; Jesus para isto morreu e ressuscitou, para que nele tenhamos a vitória sobre nossos pecados e debilidades. Aproveitemos esta semana para intensificar nossa relação com Deus. Conheçamo-lo mais a cada dia e não só de “ouvidos”, mas sim com uma experiência pessoal. Preparemo-nos constantemente, intensificando nossa oração e procurando que a vitória de Deus se manifeste em nossa caridade para com os demais. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Deus todo poderoso e eterno, concede-nos participar tão vivamente nas celebrações da paixão do Senhor, que alcancemos teu perdão. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

João 13,21-33.36-38

Estamos no segundo dia da Semana Santa. Os textos do evangelho destes dias nos confrontam com os terríveis fatos que levaram a detenção e a condenação de Jesus. Os textos nos trazem só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas, não nos relatam as traições e negações dos discípulos que possibilitaram a detenção de Jesus por parte das autoridades e contribuíram enormemente para aumentar o sofrimento de Jesus.
• João 13,21: O anuncio da traição. Depois de haver lavado os pés dos discípulos e de haver falado da obrigação que temos de lavar-nos os pés uns dos outros (Jo 13,12-16), Jesus se comove profundamente. E não era para menos. Enquanto Ele estava fazendo aquele gesto de total entrega de si mesmo, a seu lado um discípulo estava tramando como lhe trair naquela mesma noite. Jesus expressa sua comoção e diz: “Em verdade vos digo: um de vós me entregará”. Não disse: “Judas me entregará”, mas sim, “um de vós”. Alguém do círculo de amizade será o traidor.
• João 13,22-25: A reação dos discípulos. Os discípulos se assustam. Não esperavam esta declaração tão séria de que um deles lhe ia trair. Pedro faz um sinal a João e pergunta a Jesus quem dos doze ia cometer a traição. Sinal de que não entendiam quem podia ser o traidor. Ou seja, sinal de que a amizade entre eles não havia chegado, todavia, a mesma transparência de Jesus para com eles (cf. Jo 15,15). João se inclina próximo de Jesus e pergunta: “Quem é?”.
• João 13,26-30: Jesus indica Judas. Jesus disse: “É aquele a quem der o bocado que vou molhar”. Aquele a quem vou dar um pedaço de pão molhado. Toma um pedaço de pão, o molha e o dá a Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes em uma ceia costumavam ter entre eles. E Jesus disse a Judas: “O que vai fazer, faça-o logo!”. Judas tinha uma bolsa comum. Era o encarregado de comprar as coisas e de dar esmola aos pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anuncio da traição esta é uma evocação do salmo no qual o salmista se queixa do amigo que o traiu: “Até meu amigo de confiança, que meu pão compartilhava, me trata com desprezo” (Sl 41,10; cf. Sl 53,13-15). Judas percebe que Jesus estava sabendo de tudo (Cf. Jo 13,18). Mesmo assim, não volta atrás, e se mantém na decisão de trair Jesus. É quando ocorre a separação entre Judas e Jesus. João disse que Satanás entrou nele. Judas se levantou e se foi. Colocou-se do lado do adversário (satanás). João comenta; “Era de noite”. Era a escuridão.
• João 13,31-33: Começa a glorificação de Jesus. É como se a história houvesse esperado este momento de separação entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entram em Judas quando decide executar aquilo que está tramando. No mesmo instante se faz a luz em Jesus que declara: “Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado Nele. Se Deus foi glorificado Nele, Deus também o glorificará em si mesmo e o glorificará de imediato!”. O que vai acontecer daqui em diante é contagem regressiva. As grandes decisões foram já tomadas, tanto de parte de Jesus (Jo 12,27-28) como agora de parte de Judas. Os fatos se precipitam. E Jesus avisa: “Filhos meus, pouco tempo vou estar com vocês”. Falta pouco para que se realize a passagem, a Páscoa. 
• João 13,34-35: O mandamento novo. O evangelho de hoje omite estes versos sobre o mandamento novo do amor e passa a falar do anuncio da negação de Pedro.
• João 13.36-38: Anuncio da negação de Pedro. Junto com a traição de Judas, o evangelho trás também a negação de Pedro. São os dois fatos que mais farão Jesus sofrer. Pedro disse que está disposto a dar a vida por Jesus. Jesus lhe chama à realidade: “Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo antes que tu me tenhas negado três vezes” (Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do galo é rápido. Quando amanhece o galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os demais galos cantam. Pedro é mais rápido na negação que o canto do galo.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Judas, amigo, se torna traidor. Pedro, amigo, se torna negador. E você?
• Colocando-me na situação de Jesus: como se enfrenta a negação e a traição, o desprezo e a exclusão?





ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 70)
• Hoje, na hora de qualquer tentação, direi em meu interior: sou mais que vencedor em Cristo e resistirei sem cair.




segunda-feira, 25 de março de 2013

Lectio Divina - 25/03/13


SEGUNDA-FEIRA -25/03/2013

PRIMEIRA LEITURA: Isaías 42,1-7

• O profeta Isaias nos convida durante esta semana a voltar nossos olhos para o eleito de Deus, para seu Messias e Salvador. A ver nele a imagem de um homem desfeito pelo pecado da humanidade, um homem que ofereceu sua vida pela salvação de todos e cada um de nós. Para o homem de hoje, tão acostumado a ter seus olhos fixos nas coisas do mundo, tão preocupado por todos os problemas que o circundam, esta semana de repouso, pode ser uma boa oportunidade para que seu olhar se volte a fixar em Jesus, naquele que nos deu a vida morrendo por cada um de nós. Certamente as coisas do mundo são importantes, porém, é ainda mais importante que nossa vida esteja centrada em Cristo, já que isto é o que faz com que todas as demais coisas tomem seu justo valor. Não deixe que esta semana seja uma semana mais, volte teu olhar para Jesus, ore e leia sua Palavra. Oxalá que possa fazer isso com toda sua família. 




ORAÇÃO INICIAL 




Pai misericordioso envia também a mim, neste tempo de oração e de escuta de tua Palavra, teu anjo santo, para que eu possa receber o anuncio da salvação e, abrindo o coração, possa oferecer meu Amor. Envia sobre mim, te rogo, teu Espírito Santo, como sombra que me cubra, como força que me encha. Agora, Oh Pai, eu não quero dizer-te outra coisa: “Eis me aqui por Ti. Faze de mim o que quiseres!”. Amém.




REFLEXÃO

Lucas 1,26-38

A passagem da Anunciação nos conduz do templo, espaço sagrado por excelência, a casa, a intimidade do encontro pessoal de Deu com sua criatura, nos conduz para dentro de nós mesmos, ao profundo de nosso ser e de nossa história, ali onde Deus pode chegar e tocar-nos. O anuncio do nascimento de João Batista havia aberto o seio estéril de Isabel, desfazendo a absoluta impotência do homem e transformando-a em capacidade de trabalhar junto com Deus. O anuncio do nascimento de Jesus, pelo contrário, chama à porta do seio frutífero da “Cheia de Graça” e espera resposta: é Deus que espera nosso sim, para poder trabalhar tudo.
• Os primeiros versículos nos colocam no tempo e no espaço sagrado do acontecimento que meditamos e que revivem em nós: estamos no sexto mês da concepção de João Batista e estamos em Nazaré, cidade da Galiléia, território dos exilados e impuros… Aqui Deus desceu para conversar com uma virgem, para falar a nosso coração. É nos apresentado os personagens deste acontecimento maravilhoso: Gabriel, o enviado de Deus, uma jovem mulher de nome Maria e seu esposo José, da casa real de Davi. Nós também somos acolhidos nesta presença, somos chamados a entrar neste mistério.
• São as primeiríssimas frases do diálogo de Deus com sua criatura. Poucas palavras, apenas um suspiro, porém, palavras onipotentes, que turbam o coração, que colocam profundamente em discussão à vida, os planos, as esperanças humanas. O anjo anuncia a alegria, a graça e a presença de Deus, Maria fica perturbada e pergunta de onde pode vir a ela tudo isto. De onde vem tal alegria? Como uma graça tão grande que pode mudar inclusive seu ser?
• Estes são os versículos centrais da passagem: e a exposição do anuncio, a manifestação do dom de Deus, de sua onipotência na vida do homem. Gabriel, é forte, fala de Jesus: o rei eterno, o Salvador, o Deus feito menino, o Onipotente humilde. Fala de Maria, de seu seio, de sua vida que foi eleita para dar entrada e acolhida a Deus neste mundo e em qualquer outra vida. Deus começa, aqui, a fazer-se vizinho, a chamar. Está em pé, espera, junto à porta do coração de Maria, porém, também aqui, em nossa casa, junto a nosso coração…
• Maria diante da proposta de Deus deixa-se conduzir por uma completa disposição; revela seu coração, seus desejos. Sabe que para Deus o impossível é realizável, não tem a mínima dúvida, não endurece seu coração nem sua mente, não faz cálculos, que somente dispor-se plenamente, abrir-se, deixar-se alcançar por aquele toque humanamente impossível, porém, já escrito, já realizado em Deus. Coloca diante Dele, com um gesto de puríssima pobreza, sua virgindade, seu não conhecer homem; é uma entrega plena, absoluta, transbordante de fé e abandono. É a sua totalidade.
• Deus, humildemente responde, a onipotência se inclina sobre a fragilidade desta mulher, que somos cada um de nós. O diálogo continua e a aliança cresce e se reforça. Deus revela como, fala do Espírito Santo, de sua sombra fecundande, que não viola, não rompe, mas a conserva intacta. Fala da experiência humana de Isabel, revela outro impossível convertido em possível; quase uma garantia, uma segurança. E depois, a última palavra, diante da qual é necessário escolher: dizer SIM ou NÃO; acreditar ou duvidar, entregar-se ou endurecer-se, abrir a porta ou fechá-la. “Nada é impossível para Deus”.
• O ultimo versículo parece encerrar o infinito. Maria diz seu “Eis aqui” se abre, se oferece a Deus e se realiza no encontro, na união para sempre. Deus entra no homem e o homem se converte no lugar de Deus: são as Bodas mais sublimes que jamais se realizou nesta terra. No entanto, o evangelho termina com uma palavra quase triste, dura: Maria fica só, o anjo se vai. Fica, todavia, o SIM pronunciado por Maria a Deus e sua Presença; fica a verdadeira vida.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

O anuncio de Deus, seu anjo, entra em minha vida, fala diante de mim. Estou preparado para recebê-lo, para deixar-lhe espaço, para ouvi-lo com atenção? 
• Em seguida recebo um anuncio desconcertante: Deus me fala de alegria, de graça, de presença. Precisamente as coisas que eu estou buscando há muito tempo, sempre. Quem me poderá fazer verdadeiramente feliz? Quero fiar-me de sua felicidade, de sua presença?
• Basta um pouco, apenas um movimento do coração, do ser; Ele já se dá conta. Já me enche de Luz e Amor. Me diz: “Tem encontrado graça em meus olhos”. Eu agrado a Deus? Ele me encontra amável? É assim? Por que não acreditamos antes? Por que não o temos ouvido?
• O Senhor Jesus quer vir a este mundo também através de mim; quer aproximar-se de meus irmãos através dos caminhos de minha vida, de meu ser. Poderei fechar-lhe a entrada? Poderei rejeitá-lo, deixá-lo longe? Poderei apagá-lo de minha história de minha vida?





ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 138)
• Hoje estarei atendo para descobrir Jesus nas pessoas que me rodeiam e cada vez que consiga descobri-lo lhe demonstrarei tacitamente o muito que lhe amo.







segunda-feira, 18 de março de 2013

Lectio Divina - 18/03/13


SEGUNDA-FEIRA -18/03/2013

PRIMEIRA LEITURA: Daniel 13,1-9.15-17.19-30.33-62

• Esta história de Suzana, nos deixa ver o que significa o haver tomado decisão de não pecar chegando, inclusive, a preferir a morte que ser infiel ao Senhor.
• Estamos nos aproximando do final de nossa quaresma, que bom seria que cada um de nós tenha progredido o suficiente em seu processo de conversão que o leve a tomar a decisão de não mais pecar. Se bem que é certo que isto não depende exclusivamente de nossas forças, pois, sempre o pecado será mais forte que nós, porém, com a graça de Deus: é possível. Uma das razões pelas quais não avançamos no caminho da graça é o fato de não haver tomado a resolução e dizer a Deus: “Com tua graça não voltarei a pecar NUNCA MAIS”. Esta decisão é a mais importante de nossa vida, pois, é a que nos separa da felicidade do Reino. Certamente que o dizer “não pecarei mais”, implica o deixar muitas ou algumas coisas que nos atraem e inclusive nos fascinam; porém, se de verdade queremos ser santos e viver a plenitude do amor de Deus, não resta outro caminho. Decidir-se! 




ORAÇÃO INICIAL 

• Senhor, Deus nosso, cujo amor sem medidas nos enriquece com toda benção, faz que, abandonando a corrupção do homem velho, nos preparemos, como homens novos, a tomar parte na glória de teu reino. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 8,1-11

No evangelho de hoje, vamos meditar sobre o encontro de Jesus com a mulher que ia ser apedrejada. Por sua pregação e por sua maneira de agir, Jesus incomodava às autoridades religiosas. Por isto, as autoridades procuravam todos os meios possíveis para acusá-lo e eliminá-lo. Trazem diante Dele uma mulher surpreendida em flagrante adultério. Sob a aparência de fidelidade a lei, usam a mulher para esgrimir argumentos contra Jesus. Hoje também, sob a aparência de fidelidade das leis da igreja, muitas pessoas são marginalizadas: divorciados, enfermos de “Aids”, prostitutas, mães solteiras, homossexuais, etc. Vejamos como reage Jesus: 
• João 8,1-2: Jesus e as pessoas. Depois da discussão sobre a origem do Messias, descrita no final do capítulo 7(Jo 7,37-52), “cada um foi para sua casa” (Jo 7,53). Jesus não tinha casa em Jerusalém. Por isto, foi para o Monte das Oliveiras. Ali havia um horto onde Ele ia passar a noite em oração (Jo 18,1). No dia seguinte, antes do amanhecer, Jesus estava de novo no Templo. As pessoas também compareciam para poder ouvi-lo. Sentavam-se ao redor de Jesus e Ele lhes ensinava. O que Jesus ensinava? Devia ser algo muito bonito, porque as pessoas compareciam antes do amanhecer para poder ouvir.
• João 8,3-6ª: Os escribas preparam uma armadilha. De repente, chegam os escribas e os fariseus, trazendo consigo uma mulher surpreendida em flagrante adultério. A colocam no meio. Segundo a lei, esta pessoa deveria se apedrejada (Lv 20,10; Dt 22,22.24). Eles perguntam, “O que é que Tu dizes?”. Era uma cilada. Se Jesus houvesse dito: “Aplica-lhe a lei!”, eles pensariam e diriam: “Não é tão bom como parece, porque manda matar a pobre mulher!”. Se houvesse dito: “Não a mateis”, diriam então: “Não é tão bom como parece, porque nem sequer observa a lei!”. Sob a aparência de fidelidade a Deus, eles manipulam a lei e usam a pessoa da mulher para poder acusar Jesus.
• João 8,6-b: Reação de Jesus: escreve na terra. Parecia um beco sem saída. Mas, Jesus não se espanta nem se deixa levar pelo nervosismo. Ao contrário. Calmamente, como quem é dono da situação, se inclina e começa a escrever na terra com o dedo. Os nervos se apoderam dos adversários. E insistem para que Jesus lhes diga o que pensa. Então, Jesus se levanta e diz: “Aquele de vós que estais sem pecado, que lhe atire a primeira pedra!”. E inclinando-se voltou a escrever na terra. Jesus não discute a lei. Porém, muda o ponto do juízo. Em vez de permitir que eles coloquem a luz da lei por cima da mulher para condená-la, lhe pede que se examinem à luz do que a lei exige deles. A ação simbólica de escrever n terra esclarece tudo. A palavra da Lei de Deus tem consistência. Uma palavra escrita na terra não tem. A chuva e o vento a eliminam. O perdão de Deus elimina o pecado identificado e denunciado pela lei.
• João 8,9-11: Jesus e a mulher. O gesto e a resposta de Jesus derrubam os adversários. Os fariseus e os escribas se retiram envergonhados, um após o outro, começando pelos mais velhos. Aconteceu o contrário do que eles esperavam. A pessoa condenada pela lei não era a mulher, mas sim, eles mesmos que pensavam ser fiéis à lei. No final, Jesus fica apenas com a mulher no meio do círculo. Jesus se levanta e a olha: “Mulher, onde estão? Ninguém te condenou!”. E ela responde: “Ninguém, Senhor!”. Jesus diz: “Tampouco eu te condeno. Vai, e daqui por diante não peque mais!”. 
• Jesus não permite que alguém use a lei de Deus para condenar o irmão ou a irmã, quando ele próprio, ela própria são pecadores. Este episódio, melhor que qualquer outro ensinamento, revela que Jesus é a luz que faz aparecer a verdade. Ele faz aparecer o que existe escondido nas pessoas, no mais íntimo de cada um de nós. A luz de sua palavra, os que pareciam os defensores da lei, se revelam cheios de pecado e eles mesmos o reconhecem, pois, vão começando pelos mais velhos. E a mulher, considerada culpada e merecedora da pena de morte, está de pé diante de Jesus, absolvida, redimida e dignificada (Cf. Jo 3,19-21).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Coloque-se na pele da mulher. Quais seriam seus sentimentos nesse momento?
• Que passos pode e deve dar nossa comunidade para acolher os excluídos?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 22)
• Hoje procurarei as promessas batismais e as renovarei pessoalmente, em oração, diante de Deus.





quinta-feira, 14 de março de 2013

Lectio Divina - 14/03/13


QUINTA-FEIRA -14/03/2013


PRIMEIRA LEITURA: Êxodo 32,7-14

• De novo surge o tema e a importância da intercessão. O que teria sido do povo de Israel e, o que seria de nós, sem pessoas como Moisés, que incessantemente oram a Deus para que derrame seu amor e sua misericórdia sobre nós, sobretudo, quando no encontramos longe Dele? Pecar não é algo que seja estranho para nenhum de nós e bem sabemos disso, por experiência, que nem sempre é fácil sair do pecado, este nos paralisa e nos cega impedindo-nos retornar ao amor de Deus. É precisamente aqui onde necessitam nossa oração àqueles que, seja porque não conhecem Deus ou porque se afastaram Dele pensando que longe de seu amor encontrariam felicidade, paz e alegria. Por isso, dentro de tua oração pessoal acostume-se, como nos pedia a Santíssima Virgem em Fátima, a orar pela conversão dos pecadores. Se todos nós fizermos isto, dado que todos somos pecadores, estaremos orando uns pelos outros, entretanto, não esqueça de dizer: “Senhor, em teu infinito amor, lembra-te, sobretudo, dos que hoje estão mais necessitados de tua misericórdia”. 




ORAÇÃO INICIAL 


• Pai, cheio de amor pedimos-te que, purificados pela penitência e pela prática das boas obras, nos mantenhamos fiéis à teus mandamentos, para chegar, bem dispostos, as festas da Páscoa. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 5,31-47

João interprete de Jesus. João é um bom interprete das palavras de Jesus. Um bom interprete deve ter uma dupla fidelidade. Fidelidade às palavras daquele que fala, e fidelidade à linguagem daquele que ouve. No Evangelho de João, as palavras de Jesus não são transmitidas materialmente ao pé da letra, mas sim, são traduzidas e transpostas à linguagem das pessoas das comunidades cristãs do final do primeiro século na Ásia Menor. Por este motivo, as reflexões do Evangelho de João nem sempre são fáceis de entender. Pois, nelas se juntam as palavras de Jesus e as palavras do evangelista que reflete a linguagem de fé das comunidades da Ásia Menor. Por isso mesmo, não basta o estudo erudito ou científico das palavras para poder captar o pleno e profundo sentido das palavras de Jesus. É necessário ter em nós também uma vivência comunitária da fé. O evangelho do dia de hoje é um típico exemplo da profundidade espiritual e mística do discípulo amado.
• Iluminação mutua entre vida e fé. Aqui valer repetir do que João Cassiano disse a respeito do descobrimento do pleno e profundo sentido dos salmos: “Instruídos por aquilo que sentimos, não percebemos o texto como algo que somente ouvimos, mas sim, como algo que experimentamos e tocamos com nossas mãos; não como uma história estranha e inaudita, mas como algo que damos a luz a partir do mais íntimo de nosso coração, como se fosse sentimentos que são partes de nosso ser. Repetimos: não é a leitura (estudo) o que nos faz penetrar no sentido das palavras, mas sim a própria experiência adquirida anteriormente na vida de cada dia” (Collationes, X11). A vida ilumina o texto, o texto ilumina a vida. Se, às vezes, o texto não nos diz nada, não é por falta de estudo nem por falta de oração, mas, simplesmente por falta de intimidade em nossa vida. 
• João 5,31-32: O valor do testemunho de Jesus. O testemunho de Jesus é verdadeiro, porque não promove a si mesmo, nem exalta a si mesmo. “Outro é que dá testemunho de mim”, e é o Pai. E seu testemunho é verdadeiro e merece fé.
• João 5,33-36: O valor do testemunho de João Batista e das obras de Jesus. João Batista também deu testemunho a respeito de Jesus e o apresentou a multidão como enviado de Deus que devia vir a este mundo (Cf. Jo 1.29.33-34;3,28-34). Por isto, por mais importante que seja o testemunho de João, Jesus não depende dele. Ele tem um testemunho a seu favor que é maior que o testemunho de João, a saber, as obras que o Pai realiza por meio Dele (Cf. Jo 14,10-11).
• João 5,3738: O pai dá testemunho a favor de Jesus. Anteriormente, Jesus havia dito: “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus” (Jo 8,47). Os judeus que acusam Jesus não têm a mente aberta para Deus. Por isso, não conseguem perceber o testemunho do Pai que lhe chega através de Jesus.
• João 5,39-41: A escritura dá testemunho a favor de Jesus. Os judeus dizem ter fé nas escrituras, porém, na realidade não entendem a Escritura, pois, a própria Escritura fala de Jesus (Cf. Jo 5,46;12,16.41;20,9).
• João 5,42-47: O pai não julga, porém, confia o juízo ao Filho. Os judeus se dizem fiéis à Escritura e a Moisés e, por isso, condenam Jesus. Na realidade, Moisés e a escritura falam a respeito de Jesus e pedem para acreditar Nele.





PARA REFLEXÃO PESSOAL



A vida ilumina o texto e o texto ilumina a vida. Experimentou isso alguma vez?
• Procure se aprofundar no valor do testemunho de Jesus.





ORAÇÃO FINAL 


(SALMO 144)
• Hoje farei uma oração especial por cinco pessoas a meu redor que necessitam desesperadamente conhecer Deus e lhe farei chegar uma mensagem, ou algo que lhes fale de Deus.





quarta-feira, 13 de março de 2013

Lectio Divina - 13/03/13


QUARTA-FEIRA -13/03/2013

PRIMEIRA LEITURA: Isaias 49,8-15

• Essa passagem tem uma estrutura bem equilibrada. Começa com a procissão triunfal de volta a Israel. A parte central da profecia é uma reafirmação para Sião. Depois, o profeta volta à reunião dos exilados, dessa vez, vistos da posição vantajosa de Sião. Finalmente, conclui com dois breves oráculos que afirmam o poder salvífico do Senhor. Os versos mais notáveis desta passagem são com certeza os de 49,15 “Porventura a mulher esquece sua criança de peito...?”. Juntamente com a masculina, a experiência feminina serve de analogia para Deus. A analogia da mãe é, então, transferida para Sião. A abundância de filhos é indicativa da idéia hebraica de salvação – abundância de vida na terra de Israel. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Senhor, nosso Deus, que concedes aos justos o prêmio de seus méritos e aos pecadores que fazem penitência lhes perdoa seus pecados, tem piedade de nós e dá-nos, por humilde confissão de nossas culpas, tua paz e teu perdão. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 5,17-30

O evangelho de João é distinto dos outros três. Revela uma dimensão mais profunda que só a fé consegue perceber nas palavras e nos gestos de Jesus. Os Pais da Igreja diziam que o Evangelho de João é “espiritual”, revela aquilo que o Espírito nos mostra nas palavras de Jesus (cf. Jo 16,12-13). Um bonito exemplo desta dimensão espiritual do evangelho de João é a passagem que meditamos hoje.
• João 5,17-18: Jesus explicita o profundo significado da cura do paralítico. Criticado pelos judeus por haver curado em dia de sábado, Jesus responde “Meu Pai trabalha até agora, e eu também trabalho”. Os judeus ensinavam que no dia de sábado não se podia trabalhar, pois, o próprio Deus descansou e não trabalhou no sétimo dia da criação (Ex 20,8-11). Jesus afirma o contrário. Ele disse que o Pai não parou de trabalhar “até agora”. Por isto, Jesus também trabalha até no dia de sábado. Ele imita o Pai! Para Jesus, a obra criadora não terminou. Deus continua trabalhando, sem cessar, dia e noite, sustentando o universo e a todos nós. Jesus colabora com o Pai dando continuidade na obra da criação, para que um dia todos possam entrar no repouso prometido. A reação dos judeus foi violenta. Queriam matá-lo por dois motivos: por negar o sentido do sábado, e por considerar-se igual a Deus.
• João 5,19-21: O amor deixa transparecer a ação criadora de Deus. Estes versículos revelam algo do mistério da relação entre Jesus e o Pai. Jesus, o filho, vive em atenção permanente diante do Pai. Aquilo que vê o Pai fazer, o faz também. Jesus é o reflexo do Pai. É a cara do Pai! Esta total atenção do Filho ao Pai, faz com que o amor do Pai possa entrar no Filho, e através do Filho, pode realizar sua ação no mundo. A grande preocupação do Pai é vencer a morte e dar vida. A cura do paralítico foi uma maneira de tirar as pessoas da morte e fazê-las viver. É uma maneira de dar continuidade à obra criadora do Pai.
• João 5,22-23: O Pai não julga, porém, confia no juízo do filho. O decisivo na vida é a maneira na qual nos colocamos diante do Criador, pois, dependemos radicalmente Dele. O Criador se faz presente para nós em Jesus. Em Jesus habita a plenitude da divindade (cf. Col 1,19). Por isto, expressamos nossa postura diante de Deus Criador na maneira em nos definimos diante de Jesus. O que o Pai quer é que os conheçamos e o honremos na revelação que Ele faz se si mesmo em Jesus.
• João 5,24: A vida de Deus em nós através de Jesus. Deus é vida, é força criadora. Ali onde Ele se faz presente, a vida renasce. Ele se faz presente mediante a Palavra de Jesus. Quem ouve a palavra de Jesus como enviado de Deus já está ressuscitado. Já recebeu o toque vivificador que o leva além da morte. Já passou da morte para a vida. A cura do paralítico é a prova disso.
• João 5,25-29: A ressurreição já está acontecendo. Os mortos somos todos nós que, todavia, não nos abrimos a voz de Jesus que vem do Pai. Porém, “chega a hora (já estamos nela), em que os mortos ouviram a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão”. Com a Palavra de Jesus, vinda do Pai iniciou-se uma nova criação. Já está a caminho. A palavra criadora de Jesus vai alcançar todos, também aos que já morreram. Eles ouviram e morreram. 
• João 5,30: Jesus é o reflexo do Pai. “Eu não posso fazer nada por minha conta: julgo segundo o que ouço; e meu juízo é justo, porque não procuro minha vontade, mas sim, a vontade daquele que me enviou”. Esta frase final é um resumo de tudo o que foi refletido anteriormente. Esta era a idéia que as comunidades do tempo de João tinham e irradiavam a respeito de Jesus.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Como imaginas a relação entre Jesus e o Pai?
• Como vive a fé na ressurreição?




ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 144)
• Hoje procurarei alguém verdadeiramente necessitado de esperança, fé e amor, e lhe direi claramente que Deus lhe ama, que tem um plano para sua vida.






terça-feira, 12 de março de 2013

Lectio Divina - 12/03/13



TERÇA-FEIRA -12/03/2013

PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 47, 1-9.12 

• Jesus veio para fazer tudo novo, para dar-nos uma vida nova. Da mesma maneira como a água da profecia de Ezequiel mudava o mar em água doce, assim o amor e a graça de Deus transformam nossa amargura, solidão e frustração em paz e alegria. Nos fecunda para que nossa vida estéril dê fruto e para que este fruto permaneça. Esta pausa que faz a Quaresma nos “foca” em nossa vida cristã e nos faz desejar com todas as nossas forças que os frutos da redenção se façam presentes em nós, em nossa vida e em nossa família. A Água pura do Espírito vivifica, renova e cura. Se quiseres que este efeito vivificador de Deus vá se realizando em sua vida, incremente um pouco tua oração, verás então grandes e profundas mudanças em tua vida. 




ORAÇÃO INICIAL 


• Pedimos-te Senhor, que as práticas santas desta Quaresma disponham o coração de teus fiéis para celebrar dignamente o mistério pascal e anunciar à todos os homens a grandeza de tua salvação. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 12,28-34

O evangelho de hoje descreve como Jesus cura um paralítico que ficou esperando 38 anos para que alguém lhe ajudasse a chegar a água da piscina para curar-se. Trinta e oito anos! Diante essa ausência total de solidariedade, o que é que faz Jesus? Não respeita a lei do sábado curando o paralítico. Hoje, faltam pessoas que atendam os enfermos nos países pobres, muita gente experimenta essa mesma falta de solidariedade. Vivem no abandono total, sem ajuda, sem solidariedade por parte de ninguém. 
• JOÃO 5,1-2: JESUS VAI À JERUSALÉM. Na ocasião de uma festa dos judeus, Jesus vai para Jerusalém. Havia ali, próximo ao Templo, uma piscina com cinco pórticos ou passagens. Naquele tempo, o culto no Templo exigia o uso de muita água para os numerosos animais que eram sacrificados, sobretudo, nas grandes festas. Por isto, ao lado do Templo, havia diversas cisternas com mais de um milhão de litros de água. E próximo dali, graças a abundância de água, havia um balneário público, onde os enfermos se aglomeravam à espera de ajuda ou de cura. A arqueologia informa que, naquele mesmo lugar do Templo, havia outro lugar onde os escribas ensinavam a lei aos estudantes. Por um lado, o ensinamento da Lei de Deus. Por outro, o abandono dos pobres. E a água purificava o Templo, porém não purificava as pessoas.
• JOÃO 5,3-4: A SITUAÇÃO DOS ENFERMOS. Esses enfermos se sentiam atraídos pelas águas do balneário. Diziam que um anjo removia as águas e o primeiro que chegasse depois desse movimento do anjo ficaria curado. Disto com outras palavras, os enfermos se sentiam atraídos por falsas esperanças. Pois, a cura, era só para uma única pessoa. Como as loterias de hoje! Só uma pessoa ganha o prêmio! A maioria somente paga e não ganha nada. E nesta situação de total abandono, ali no balneário popular, Jesus encontra os enfermos.
• JOÃO 5,5-9: JESUS CURA NO DIA DE SÁBADO. Bem próximo do lugar onde se ensinava a observância da Lei de Deus, um paralítico ficou por 38 anos a espera de alguém que lhe ajudasse a chegar até a água para que se curasse. Este fato revela a absoluta falta de solidariedade e de acolhida aos excluídos. O número 38 indicava a duração de uma geração (Dt 2,14). É toda uma geração que não chega a experimentar nem solidariedade, nem misericórdia. A religião da época não era capaz de revelar o rosto acolhedor e misericordioso de Deus. Diante desta situação dramática, Jesus não observa a lei do sábado e se ocupa do paralítico dizendo: “Toma tua cama e anda!”. O homem agarra sua cama e se vai, e Jesus desaparece no meio da multidão.
• JOÃO 5,10-13: DISCUSSÃO DO HOMEM CURADO COM OS JUDEUS. Chegam imediatamente alguns judeus e criticam o homem por carregar sua cama no dia de sábado. O homem não sabe responder a pergunta de quem o havia curado. Não conhecia Jesus. Isto significa que Jesus, ao passar por esse lugar de pobres e enfermos, viu aquele homem, percebeu a situação dramática na qual se encontrava, cura-o. Não faz isto para que se converta, nem para que acredite em Deus. O faz, apenas para ajudar-lhe. Queria que o homem pudesse experimentar um pouco de amor e solidariedade mediante sua ajuda e seu afeto. 
• JOÃO 5,14-16: O REENCONTRO COM JESUS. Ao ir ao Templo no meio da multidão, Jesus encontra a mesma pessoa e lhe diz: “Veja, recobrou a saúde! Não peques mais para que não te aconteça pior!”. Naquele tempo, a pessoa dizia: “A enfermidade é castigo de Deus! Se tens paralisia, é sinal de que Deus não está bem contigo”. Jesus não concorda com este modo de pensar. Ao curar o homem, estava dizendo o contrário: “Tua enfermidade não é um castigo de Deus. Deus está contigo”. Uma vez curado, o homem deve tratar de não pecar mais, para que não lhe aconteça algo pior. Porém, ingenuamente, o homem vai dizer aos judeus que Jesus era quem lhe havia curado. Os judeus começam a perseguir Jesus porque faz coisas no dia de sábado. No Evangelho de amanhã veremos como continua.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você já teve uma experiência semelhante a do paralítico, ficando algum tempo sem ajuda? Como é a situação de assistência aos enfermos no lugar onde você vive? Existem sinais de solidariedade?
• O que isto ensina a nós?





ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 45)
• Hoje procurarei alguma oração do Espírito Santo para ser repetida constantemente o dia todo. E, além disso, procurarei ser benção para alguma pessoa a meu redor.






segunda-feira, 11 de março de 2013

Lectio Divina - 11/03/13


SEGUNDA-FEIRA -11/03/2013


PRIMEIRA LEITURA: Isaias 65,17-21

• Esta semana, depois de haver trabalhado em nossa vida de conversão por três semanas, a liturgia nos convida a refletir sobre os frutos desta conversão. Inicia apresentando-nos esta passagem de Isaias a qual nos diz que o Senhor não se lembrará de nossa vida passada, isto é, de nossas infidelidades, de nossa falta de amor e compromisso, de haver ficado longe Dele. Deus nos oferece “um céu novo e uma terra nova”, isto é, um novo caminho vivido em seu amor e em sua paz. Para isto, é necessário que nós também nos perdoemos. É incrível a quantidade de pessoas que comparecem ao sacramento da reconciliação onde recebem o perdão de Deus e com isto é esquecido suas faltas, porém, apenas saem dali e continuam cheias de ressentimentos e sem paz. Isto acontece porque não perdoam a si mesmos, isto é duvidar do perdão, do amor e da misericórdia de Deus. Se bem que o pecado nos é doloroso e também nos aflige, também é verdade que o amor de Deus tudo cura e tudo perdoa. Reconheça em ti o amor e o perdão de Deus e desfrute já nesta terra da felicidade de Deus. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Oh Deus, que renovas o mundo por meio dos sacramentos divinos: concede a tua Igreja a ajuda destes auxílios do céu sem que lhe faltem os necessários da terra. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 4,43-54

• Jesus saiu da Galiléia e passou pela região da Judéia, até Jerusalém em ocasião da festa (Jo 4,45) e logo, pela Samaria, voltou a Galiléia (Jo 4, 3-4). Os judeus observantes eram proibidos de passar pela Samaria, e não tinham o costume de conversar com os samaritanos (Jo 4,9). Jesus não se importava com estas normas que impediam a amizade e o diálogo. Fica por vários dias na Samaria e muita gente se converte (Jo 4,40). Depois disto volta a Galiléia.
• JOÃO 4,43-46: A VOLTA PARA A GALILÉIA. Sabendo que as pessoas da Galiléia o olhavam com certa reserva, Jesus quis voltar a sua terra. Provavelmente, João se refere a fria acolhida que Jesus recebeu em Nazaré da Galiléia. O próprio Jesus disse: “Um profeta não é acolhido em sua pátria” (Lc 4,24). Porém agora, diante da evidência dos sinais de Jesus em Jerusalém, os galileus mudaram de opinião e lhe deram uma boa acolhida. Jesus voltou à Cana, onde havia feito o primeiro “sinal” (Jo 2,11).
• JOÃO 4,46-47: O PEDIDO DE UM FUNCIONÁRIO DO REI. Trata-se de um pagão. Pouco antes, na Samaria, Jesus havia conversado com uma samaritana, pessoa herege para os judeus, a quem Jesus revela sua condição de messias (Jo 4,26). E agora, na Galiléia, recebe um pagão, funcionário do Rei, o qual buscava ajuda para seu filho enfermo. Jesus não se fecha em sua raça, nem em sua religião. É ecumênico e acolhe a todos.
• JOÃO 4,48: A RESPOSTA DE JESUS AO FUNCIONÁRIO. O funcionário queria que Jesus fosse com ele até sua casa para curar seu filho. Jesus contesta: “Se não vês os sinais e prodígios, não acreditas!”. Resposta dura e estranha. Por que é que Jesus contesta deste modo? Que erro cometeu o funcionário na hora de fazer o pedido? O que é que Jesus quer ensinar com esta resposta? Quer ensinar como deve ser a fé. O funcionário do rei acreditaria só se Jesus fosse com ele, a sua casa. Ele quer ver Jesus curar. No fundo, é a atitude normal de todos nós. Não nos damos conta de que nos falta fé.
• JOÃO 4,49-50: O FUNCIONÁRIO VOLTA A PEDIR DE NOVO E JESUS REPETE A RESPOSTA. Apesar da resposta dura de Jesus, o homem não se rende e pede novamente. “Vá antes que meu filho morra”. Jesus continua firme em seu propósito. Não responde ao pedido e não vai com o homem até sua casa; repete a mesma resposta, porém, formulada de outra maneira: “Vai-te, que teu filho vive”. Tanto na primeira como segunda resposta, Jesus pede fé, muita fé. É possível que o funcionário tenha acreditado que seu filho já estivesse curado. E o verdadeiro milagre acontece! Sem ver nenhum sinal, sem ver nenhum prodígio, o homem crê na palavra de Jesus e volta para casa. Não deve ter sido fácil. Este é o verdadeiro milagre da fé: acreditar sem outra garantia que não seja a Palavra de Jesus. O ideal é acreditar na Palavra de Jesus, ainda que, sem ver (Cf. Jo 20,29).
• JOÃO 4,51-53: O RESULTADO DA FÉ NA PALAVRA DE JESUS. Quando o homem foi para sua casa, os empregados foram a seu encontro para dizer-lhe que o filho estava curado. Ele pergunta a hora e descobre que aconteceu exatamente na hora em que Jesus havia dito: “Teu filho vive”. Foi assim que teve a confirmação de sua fé.
• JOÃO 4,54: UM RESUMO DA PARTE DE JOÃO, O EVANGELISTA. João termina dizendo: “Assim foi o segundo sinal feito por Jesus”. João prefere falar de sinal e não de milagre. A palavra sinal evoca algo que eu vejo com meus olhos, porém, cujo sentido profundo me faz descobrir só pela fé. A fé é como os raios X: descobre o que os olhos não vêm. 




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Como você vive a tua fé? Confia na palavra de Jesus ou somente acredita nos milagres e nas experiências sensíveis?
• Jesus acolhe os hereges e forasteiros. Eu, como me relaciono com as pessoas?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 30)
• Hoje farei uma ação concreta que agrade a Deus, ajudando um desconhecido ou um necessitado; falarei de Deus a alguém, irei a missa, me confessarei, demonstrarei claramente o amor a meus semelhantes.





sexta-feira, 8 de março de 2013

Lectio Divina - 08/03/13


SEXTA-FEIRA -08/03/2013

PRIMEIRA LEITURA: Oséias 14,2-10

• Uma das coisas que mais impressiona nesta passagem é a ternura de Deus para com o pecador. Talvez, algo que também devamos mudar em nosso coração é nosso conceito de Deus e de seu infinito amor. Muitos de nós nos parecemos com o filho pródigo da parábola contada por Jesus o qual, enquanto caminhava de volta ao Pai também ia preparando sua “desculpa” ou sua defesa. O final da parábola nos mostra que não necessitamos de defesa nem desculpa com Deus, pois, Deus é um Pai terno e amoroso que nos ama INCONDICIONALMENTE. Ama-nos pelo que somos: SEUS FILHOS, e não pelo que tenhamos feito. Aproveitemos qualquer momento para receber o amor e o perdão incondicional de Deus, através do Sacramento da Reconciliação e deixe-te abraçar por Ele. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Infunde Senhor, tua graça em nossos corações para que saibamos dominar nosso egoísmo e imitar as inspirações que nos vêm do céu. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 12,28-34

No Evangelho de hoje, os escribas e os doutores querem saber de Jesus qual é o maior mandamento. Hoje também muita gente quer saber o que é mais importante na religião. Alguns dizem: ser batizados. Outros: a oração. Outros dizem: ir a missa ou participar no culto de domingo. Outros: amar o próximo e lutar por um mundo mais justo. Outros se preocupam só com as aparências e os cargos da igreja.
• MARCOS 12,28: A PERGUNTA DO DOUTOR DA LEI. Pouco antes da pergunta do escriba, a discussão havia sido com os saduceus em torno da fé na ressurreição (Mc 12,23-27). O doutor, que havia assistido o debate, havia gostado da resposta de Jesus, e havia percebido Nele uma grande inteligência. Quis aproveitar a ocasião para fazer uma pergunta e receber um esclarecimento: “Qual é o maior de todos os mandamentos?”. Naquele tempo, os judeus tinham uma grande quantidade de normas para regulamentar a prática e a observância dos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Alguns diziam: “Todas estas normas têm o mesmo valor, pois, todas vêm de Deus. Não nos compete introduzir distinções nas coisas de Deus”. Outros diziam: “Algumas leis são mais importantes que outras e, por isso, exigem mais!”. O doutor quer saber a opinião de Jesus.
• MARCOS 12,29-31: A RESPOSTA DE JESUS. Jesus responde, citando uma passagem da Bíblia para dizer que o maior mandamento é: “Amar a Deus com todo coração, com toda a mente e com toda a força!” (Dt 6,4-5). No tempo de Jesus, os judeus piedosos recitavam esta frase três vezes ao dia: pela manhã, ao meio dia e pela noite. Era tão conhecida entre eles como o Pai Nosso é entre nós. E Jesus acrescenta, citando de novo a Bíblia: “O segundo é este: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18). Não existe outro mandamento maior que estes dois”. Resposta breve e muito profunda! É o resumo de tudo o que Jesus ensinou sobre Deus e sobre a vida (Mt 7,12). 
• MARCOS 12,32-33: A RESPOSTA DO DOUTOR DA LEI. O doutor concorda com Jesus e conclui: “Sim, amar a Deus e amar ao próximo é muito mais importante que todos os holocaustos e todos os sacrifícios”. Isto é, o mandamento do amor é mais importante que os mandamentos relacionados com o culto e os sacrifícios do Templo. Esta afirmação vem dos profetas do Antigo Testamento (Os 6,6; Sal 40,6-8; Sal 51,16-17). Hoje diríamos que a prática do amor é mais importante que as novenas, as promessas, as missas, as orações e as procissões. 
• MARCOS 12,34: O RESUMO DO REINO. Jesus confirma a conclusão do doutor e diz: “Não estás longe do Reino de Deus!”. De fato, o Reino de Deus consiste em unir os dois amores: amor a Deus e amor ao próximo. Pois, se Deus é Pai/Mãe, nós todos somos irmãos e irmãs, e temos que mostrar na prática, vivendo em comunidade. “Destes dois mandamentos dependem toda lei e os profetas!” (Mt 22,40). Os discípulos e as discípulas têm que colocar na memória, na inteligência, no coração, nas mãos e nos pés esta lei maior, pois, não se chega a Deus a não ser através da entrega total ao próximo. 
• Jesus havia dito ao doutor da Lei “Não estás longe do Reino!” (Mc 12,34). O doutor já estava próximo, porém, para poder entrar no Reino tinha que dar um passo mais. No AT o critério do amor ao próximo era: “Amar o próximo como a ti mesmo”. No Novo Testamento, Jesus amplia o sentido do amor: “Este é meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei!” (Jo 15,12-13). Agora o critério será: “Amar o próximo como Jesus nos amou!”. É o caminho seguro para chegar a uma convivência mais justa e mais fraterna.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Para você, o que é mais importante na religião?
• Hoje nós, estamos mais próximos ou mais longe do Reino de Deus que o doutor que foi elogiado por Jesus? O que você acha?




ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 86,8-10)
• Hoje repassarei os mandamentos do Senhor e confrontarei minha vida com eles. Darei ênfase aos mandamentos que tenho cumprido ou passado por cima e me conscientizarei de como eles têm afetado minha pessoa e as que me rodeiam.