segunda-feira, 30 de abril de 2012

Lectio Divina - 30/04/12







SEGUNDA-FEIRA - 30/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 11,1-18

• Novamente aparece em cena o binômio: ORAÇÃO – VONTADE DE DEUS. Foi precisamente estando em oração como Pedro e o homem que foi batizado por este, foram advertidos. É que a oração é o meio ordinário pelo qual Deus vai comunicando sua vontade à seus filhos, de maneira que uma pessoa que ora todos os dias, e que busca com todo seu coração o Senhor, sem ter lugar para dúvidas que, ainda na mais escura das noites, encontrará o caminho seguro; no meio da crise, caminhos de solução; na vergonha e na dor, a consolação, e sobretudo, em todo momento irá descobrindo a vontade de Deus para cada um de seus projetos e iniciativas. A oração é o “meio” na qual o Espírito se manifesta, concedendo a seus fiéis abundantes dons, carismas e consolações. De maneira que não orar pode ser considerado como um verdadeiro suicídio espiritual. Um santo sacerdote dizia: “Nunca deixes o importante para fazer o urgente”. Lembre sempre que o mais importante de teu dia é tua oração.



ORAÇÃO INICIAL

• Pedimos-te Senhor todo poderoso, que a celebração das festas de Cristo ressuscitado aumente em nós a alegria de saber-nos salvos. Por Jesus Cristo Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 10,1-10

• Em Jesus temos o modelo do verdadeiro pastor, nele chega seu cumprimento a espera do bom pastor prometido por Deus: o “grande pastor”, maior que Moisés (Hb 13,20).
• João 10,1-6: A PORTA DO APRISCO. João nos diz que Jesus é a “porta” pela qual se chega até as ovelhas e, por onde elas são conduzidas aos pastos (Jo 10,7.9-10). O tema das ovelhas também é tratado em Jo 2,15 e de maneira particular em Jo 5,2 onde se indica a porta das Ovelhas com cinco pórticos ao longo das quais ficavam os enfermos para serem curados. Neste contexto, as ovelhas indicavam o povo oprimido pelos seus dirigentes. Em Jo 10,1 Jesus conecta o tema das ovelhas com o átrio do templo, instituição judia gerenciada por homens poderosos que violam o direito e a justiça e exploram o povo. Estes são identificados por Jesus como “ladrões e bandidos”. Jesus inicia seu longo discurso de enfrentamento com os fariseus, obstinados em sua incredulidade e auto-suficiência (Jo 9,40-41), com uma afirmação genérica: o modo mais seguro para entrar em contato com as ovelhas é entrar pela porta do recinto onde elas se encontram. O entra de outro modo não o faz movido pelo amor às ovelhas, mas sim, para explorá-las em beneficio próprio. O pecado dos guias do povo era este: apropriar-se do que era propriedade de todos. Jesus qualifica esta conduta com o termo “ladrão”. Esta foi a acusação que Jesus fez aos dirigentes do povo em sua primeira visita ao templo (Jo 2,13ss). Outro termo com o qual Jesus qualifica aos que oprimem o povo que é seu é “bandido”. Esta qualificação assinala aos que, além disso, usam a violência. Portanto, os dirigentes do templo obrigam o povo a submeter-se à violência de seu sistema (Jo 7,13;9,22). O efeito que isto produz é um estado de morte (Jo 5,3.2125). O pastor entra pela porta para cuidar das ovelhas, não para humilhá-las. De fato, as ovelhas reconhecem sua autoridade (sua voz) e o seguem. Para elas, a voz de Jesus não existe uma multidão anônima de pessoas, mas sim, as identifica pessoalmente. Para Jesus não existe uma multidão anônima de pessoas, mas sim, cada um tem um rosto, um nome, uma dignidade. O templo (recinto das ovelhas) passou a ser um lugar de trevas, marcado só pelos interesses econômicos; o dinheiro substituiu a atenção exclusiva de Deus: o templo passou a ser casa de comércio (Jo 2,16). Jesus conduz o povo para tirá-lo para fora das trevas. Não o faz de maneira fictícia, mas real, porque esta é a tarefa que o Pai lhe confiou. Os passos fundamentais desta missão são: entrar e chamar. Os que respondem o chamado a liberdade chegam a ser uma nova comunidade: “os seus”.
• João 10,7-10: JESUS É A NOVA PORTA. Jesus usa de novo o simbolismo da porta nos vv. 7-8, aplicando-os a si mesmo. Ele é a nova porta, não só em relação com o velho recinto de Israel representado pelos dirigentes do povo, mas também a respeito dos que o seguem. Aos primeiros lembra-lhes sua legitimidade de ser Ele o único acesso às ovelhas, pois, é o messias disposto a dar a vida pelas ovelhas. Para manter relação com o rebanho não se entra através do domínio e da prevaricação, mas, adotando a atitude da qual dá a vida. Suas palavras é um claro convite a mudar o modo de pensar e de relacionar-se. Entrar através de Jesus supõe colocar o bem do homem como tarefa prioritária e usar todas as energias para consegui-lo. O que não entra nesta nova lógica é um opressor. O leitor, certamente, encontrará duras e fortes as palavras que Jesus dirige à seus contemporâneos, em modo particular aos dirigentes do povo que usava o domínio e a violência para explorá-lo. Jesus é a nova porta com relação a todo homem. Mas, o que é que quer dizer para o homem de hoje entrar pela porta que é Jesus? Isso admite “aproximar-se Dele”, “confiar Nele” (Jo 6,35), segui-lo e deixar-se guiar pela mensagem (8,31.51); permite, em definitivo, participar da entrega de Jesus para que se realize a verdadeira felicidade do homem.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Jesus é o bom pastor porque sempre te reconhece, porém, você o reconhece? É o pastor que vem a tua vida como porta por onde pode se entrar e sair: você se deixa conduzir por Ele quando se relaciona com os demais?
• Você também é, em tua comunidade e em tua família, uma porta, não fechada, mas, permanece aberto à comunicação fraterna e deixa passar o amor e a confiança?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 43,3)
• Organizarei minha agenda de tal maneira que a primeiro e a última coisa que faça cada dia, é estar um momento em oração diante de Deus.




sexta-feira, 27 de abril de 2012

Lectio Divina - 27/04/12





SEXTA-FEIRA - 27/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 9,1-20

• Esta conhecida passagem da conversão de Paulo apresenta-nos diversos elementos para nossa reflexão. Um deles é a reação contrária de Ananias para batizar Paulo e a obediência total à proposta de Deus. É importante refletir sobre isso, pois, com freqüência ocorre este tipo de situação em nossa vida nas quais nós, humanamente, pensaríamos que as coisas deviam ser ou fazer-se de uma determinada maneira, todavia, Deus pode ter uma forma distinta de reagir. Isto, sobretudo, ocorre quando, como no caso de Paulo, é necessário trabalhar, cooperar, conviver com alguém que por sua conduta ou atitude para conosco ou para com os nossos amigos não tem sido correta. Lembremos que todos nós fomos chamados a crescer no amor e que muitas vezes um sorriso, o estender as mãos, uma simples saudação, pode ser o elemento pelo qual Deus possa aproximar-se de quem até agora, por sua cegueira espiritual, o tem rejeitado. Sejamos dóceis à voz do Espírito.



ORAÇÃO INICIAL

• Pedimos-te, Senhor, que já nos tem dado a graça de conhecer a ressurreição de teu Filho, nos concedas também que o Espírito Santo, com seu amor, nos faça ressuscitar para uma vida nova. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 6,52-59

• Estamos quase no final do Discurso do Pão da Vida. Aqui começa a parte mais polêmica. Os judeus se fecham em si mesmos e começam a questionar as afirmações de Jesus.
• João 6,52-55: CARNE E SANGUE: EXPRESSÃO DE VIDA E DE ENTREGA TOTAL. Os judeus reagem. Como este homem pode dar-nos sua carne para comer? Era próximo da festa da páscoa. Dentre de poucos dias, iam comer a carne do cordeiro pascal na celebração da noite de páscoa. Eles não entendiam as palavras de Jesus, porque tomaram tudo ao pé da letra. Porém, Jesus não diminuiu as exigências, nem tampouco, retira nada do que havia dito, e insiste: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerem a carne do Filho do Homem, e não beberem seu sangue, não terão vida eterna, e Eu lhe ressuscitarei no último dia. Porque minha carne é verdadeira comida e meu sangue verdadeira bebida. O que come minha carne e bebe meu sangue, permanece em mim, e eu nele”. (a)-Comer carne a carne de Jesus significa aceitar Jesus como o novo Cordeiro Pascal, cujo sangue nos liberta da escravidão. A lei do Antigo Testamento, a respeito da vida, proibia beber sangue (Dt 12,16.23; Hb 15.29). O sangue era sinal de vida. (b)-Beber o sangue de Jesus significa assimilar a mesma maneira de viver que marcou a vida de Jesus. O que trás vida não é celebrar o maná do passado, mas sim, comer este novo pão que é Jesus, sua carne e seu sangue. Participando na Ceia Eucarística, assimilamos sua vida, sua doação e sua entrega. “Se não comeis a carne do Filho do Homem, e não bebeis seu sangue, não tereis vida em vós”. Devem aceitar Jesus como o messias crucificado, cujo sangue será derramado.
• João 6,56-58: QUEM ME COME VIVERÁ POR MIM. As últimas frases são de grande profundidade e tratam de resumir tudo o que se disse. Evocam a dimensão mística que envolve toda a participação na eucaristia. Expressam o que Paulo disse na carta aos Gálatas: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (Gl 2,20). É o que diz o Apocalipse de João: “Se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele” (Ap 3,20). E o próprio João no evangelho: Se alguém me ama guardará minha palavra e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada” (Jo 14,23). E termina com a promessa de vida que marca a diferença com o antigo êxodo: “Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que vossos pais comeram e depois morreram. Quem come deste pão viverá para sempre”.
• João 6,59: O DISCURSO TERMINA NA SINAGOGA. Até aqui a conversa entre Jesus, as pessoas e os judeus na sinagoga de Cafarnaum. Como nos referimos anteriormente, o Discurso do Pão da Vida nos oferece uma imagem de como era a catequese naquele final do primeiro século nas comunidades cristãs da Ásia Menor. As perguntas das pessoas e dos judeus refletiam as dificuldades dos membros das comunidades. E as repostas de Jesus representam os esclarecimentos para ajudá-los a superar as dificuldades, aprofundar em sua fé e a viver mais intensamente a eucaristia que se celebrava, sobretudo, nas noites do sábado ou domingo, o dia do Senhor.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• A partir do Discurso do Paulo da Vida, a celebração da Eucaristia recebe uma luz muito forte e um enorme aprofundamento. Qual é luz que estou percebendo e que me ajuda a dar um passo a mais?
• Comer a carne e o sangue de Jesus é o mandamento que Ele nos dá. Como vivo a eucaristia na minha vida? Ainda que não possa ir a missa todos os dias, ou, aos domingos, minha vida dever ser eucaristia. Como alcançar este objetivo?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 117,1-2)
• Hoje procurarei as pessoas com as quais normalmente tenho mais diferenças e lhes demonstrarei que na realidade as amo.




quinta-feira, 26 de abril de 2012

Lectio Divina - 26/04/12






QUINTA-FEIRA - 26/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 8,26-40

• A passagem que nos propõe a hoje a Escritura, nos ajuda a entender como podemos anunciar Jesus a partir de qualquer situação ou acontecimento. Temos visto como Felipe, “partindo daquela passagem, anunciou o Evangelho de Jesus” ao etíope. Se o fixasse ao longo de nosso dia, teríamos muitas oportunidades de falar de Jesus, de nossa experiência espiritual, da diferença que é a vida em Cristo. E não nos referimos a essa insistência pertinaz que muitas vezes termina por molestar e inclusive, por “vacinar” aos que convivem conosco. Referimo-nos a essa oportunidade que surge a propósito de: que damos graças na hora de comer, que temos nossa Bíblia sobre o escritório, que levamos a Bíblia debaixo dos braços, que recebemos uma promoção pelo nosso trabalho, etc. Oportunidades existem sim, necessitamos começar a perder o medo e deixar que Jesus transpareça em nós e que nos utilize como fez com Felipe, para estender seu amor aos demais.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso e eterno, que nestes dias de Páscoa nos revele mais claramente teu amor e nos permita conhecê-lo com mais profundidade; concede àqueles que libertastes das trevas do erro aderir-se com firmeza aos ensinamentos de tua verdade. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 6,44-51

• Até aqui houve o diálogo entre Jesus e as pessoas. Daqui em diante, os líderes judeus começam a entrar na conversa, e a discussão se faz mais tensa.
• João 6,44-46: QUEM SE ABRE PARA DEUS, ACEITA JESUS E SUA PROPOSTA. A conversa se torna mais exigente. Agora são os judeus, os líderes do povo que murmuram: “Este Jesus, não é o filho de José? Nós conhecemos seu pai e sua mãe. Como diz que desceu do céu?” (Jo 6,42). Eles pensavam conhecer as coisas de Deus. Na realidade, não as conheciam. Se fossem realmente abertos e fiéis a Deus, sentiriam dentro de si o impulso de Deus que os atai para Jesus e reconheceriam que Jesus vem de Deus. Pois, está escrito nos Profetas: Todos serão instruídos por Deus! Todo aquele que ouve o Pai e recebe sua instrução vem a mim.
• João 6,47-50: VOSSOS PAIS COMERAM O MANÁ NO DESERTO E MORRERÃO. Na celebração da Páscoa, os judeus recordavam o pão do deserto. Jesus nos ajuda a dar um passo a mais. Quem celebra a páscoa lembrando somente o pão que os pais comeram no passado, acabaram morrendo como todos eles. O verdadeiro sentido da Páscoa não é recordar o maná caído do céu, mas sim, aceitar Jesus como o novo. Pão da Vida é seguir o caminho que Ele nos ensinou. Agora já não se trata de comer a carne do cordeiro pascal, mas sim, comer a carne de Jesus, para que não pereça aquele que a come, mas, que tenha a vida eterna!
• João 6,51: QUEM COME DESTE PÃO VIVERÁ ETERNAMENTE. E Jesus termina dizendo: “Eu sou o pão da vida descido do céu. Se alguém come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é minha carne pela vida do mundo!”. Ao invés de maná e do cordeiro pascal, somos convidados a comer o novo maná e o novo cordeiro pascal que é o próprio Jesus que se entregou na Cruz para dar vida à todos.
• O NOVO ÊXODO. A multiplicação dos pães aconteceu próximo da Páscoa (Jo 6,4). A festa da páscoa era a lembrança perigosa do Êxodo, a libertação do povo das garras do faraó. Todo o episódio narrado neste capítulo 6 do evangelho de João tem um paralelo nos episódios relacionados com a festa da páscoa, tanto com a libertação do Egito como a caminhada do povo no deserto em busca da terra prometida. O Discurso do Pão da Vida, feito na sinagoga de Cafarnaum, está relacionado com o capítulo 16 do livro do Êxodo que fala do Maná. Vale a pena ler todo o capítulo 16 do Êxodo. Percebendo as dificuldades do povo no deserto, podemos compreender melhor os ensinamentos de Jesus aqui no capítulo 6 do evangelho de João. Por exemplo, quando Jesus fala de “um alimento que perece” (Jo 6,27) está lembrando o maná que se enchia de vermes e apodrecia (Ex 16,20). Mesmo assim, quando os judeus “murmuravam” (Jo 6,41), fazem o mesmo que os israelitas faziam no deserto, quando duvidavam da presença de Deus no meio deles durante a travessia (Esd 16,2;17,3; Nm 11,1). A falta de alimentos fazia com que as pessoas duvidassem de Deus e começassem a murmurar contra Moisés e contra Deus. Aqui também os judeus duvidam da presença de Deus em Jesus de Nazaré e começam a murmurar (Jo 6,41-42).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• A eucaristia me ajuda a viver em estado permanente de Êxodo? Estou conseguindo?
• Quem está aberto a verdade encontra a resposta em Jesus. Hoje, muita gente se afasta e não encontra uma resposta. De quem é a culpa? Das pessoas que não querem ouvir? Ou dos cristãos que não sabem apresentar o evangelho como uma mensagem de vida?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 66,16-17)
• Hoje revisarei as coisas que faço diariamente, e me assegurarei de que em cada uma delas exista algo que dê testemunho de minha fé.



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Lectio Divina - 25/04/12





QUARTA-FEIRA - 25/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: 1Pedro 5,5-14

• Este belo texto de Pedro mostra-nos a unidade que existe entre a resistência aos embates do inimigo e a humildade. O demônio, desde o princípio é a pessoa mais soberba que existe e transmite esse veneno a todo aquele que pode. É, por assim dizer, sua arma mortal, pois, daí é que vêem todos os demais pecados. O antídoto é precisamente a humildade. É por isso que, em todas as tentativas que fez para subjugar Cristo e a Maria Santíssima, sempre se encontrou com o muro de sua humildade. É por isso, que se quisermos vencer as lutas com o Inimigo, é necessário que a humildade em nós seja patente. O difícil do tema, é que a única forma REAL na qual podemos crescer na humildade é a humilhação, e a verdade, é que ninguém gosta de ser humilhado, ao menos que seja em ocasiões em que o próprio Deus nos humilhe. O mundo de hoje, longe deste pensamento, promove entre nós a auto-suficiência e a vaidade, irmãs da soberba. Por todos os lados nos falam de não deixar-nos, de responder as agressões, etc. É por isso que, hoje em dia, o Demônio tem grande influência na sociedade, pois, criamos uma sociedade onde a humildade não tem lugar. Deixe que Deus te ajude a crescer na santidade, permita ser, de quando em quando, humilhado pelos demais.



ORAÇÃO INICIAL

• Dá-nos Senhor, uma plena vivência do mistério pascal, para que a alegria que experimentamos nestas festas seja sempre nossa força e nossa salvação. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 16,15-20

• O evangelho de hoje é parte do apêndice do Evangelho de Marcos (Mc 16,9,20) que apresenta uma lista de algumas aparições de Jesus: a Madalena (Mc 16,9-11), aos dois discípulos que iam pelo campo (Mc 16,12-13) e aos doze apóstolos (Mc 16,14-18). Esta última aparição com a descrição da ascensão ao céu (Mc 16,19-20) constitui o evangelho de hoje.
• Marcos 16,14: OS SINAIS QUE ACOMPANHAM O ANUNCIO DA BOA NOVA. Jesus aparece aos onze discípulos e os reprova por não haver acreditado nas pessoas que o haviam visto ressuscitado. Não acreditaram em Madalena (Mc 16,11), nem nos dois que iam pelo campo (Mc 16,13). Várias vezes Marcos se refere à resistência dos discípulos em crer no testemunho daqueles e daquelas que experimentaram a ressurreição de Jesus. Por que é que Marcos insiste tanto na falta de fé dos discípulos? Provavelmente, para ensinar duas coisas. Primeiro: que a fé em Jesus passa pela fé nas pessoas que dão testemunho Dele. Segundo: que ninguém deve desanimar quando a dúvida surge no coração. Até os onze discípulos tiveram dúvidas!
• Marcos 16,15: A MISSÃO DE ANUNCIAR A BOA NOVA A TODA CRIATURA. Depois de haver criticado a falta de fé dos discípulos, Jesus lhes confere a missão: “Ide por todo mundo e proclamai a Boa Nova a toda a criatura. O que acreditar e for batizado, se salvará e o que não acreditar, se condenará”. Aos que tiverem a coragem de acreditar na Boa Nova e forem batizados Jesus promete os seguintes sinais: expulsarão demônios, falarão novas línguas, agarrarão serpentes e o veneno não lhes fará mal algum, imporão as mãos sobre os enfermos e estes ficarão curados. Isto acontece hoje:
• Expulsar demônios: é lutar contra o poder do mal que mata a vida. A vida de muitas pessoas é melhor por ter entrado na comunidade e por ter começado a viver a Boa Nova da presença de Deus em sua vida;
• Falar novas línguas: é começar a comunicar-se com os demais de forma nova. Às vezes, encontramos uma pessoa que não tínhamos visto, porém, parece que a conhecemos há muito tempo. É porque falamos a mesma língua, a linguagem do amor;
• Vencer o veneno: existe muitas coisas que envenenam a convivência. Muitas fofocas que causam estragos na relação entre as pessoas. Quem vive na presença de Deus vive acima de tudo isto e consegue que este veneno terrível não o moleste;
• Curar os enfermos: em toda parte aparece uma consciência mais clara e mais viva da presença de Deus, aparece também um cuidado especial com as pessoas excluídas e marginalizadas, sobretudo, para os enfermos. Aquilo que mais favorece na cura é que a pessoa se sinta acolhida e amada.
• Marcos 16,19-20: ATRAVÉS DA COMUNIDADE JESUS CONTINUA SUA MISSÃO. O próprio Jesus viveu na Palestina e acolheu os pobres de seu tempo, revelando assim o amor do Pai, este mesmo Jesus continua vivo no meio de nós, em nossas comunidades. Através de nós Ele quer continuar sua missão para revelar a Boa Nova do amor de Deus aos pobres. A ressurreição acontece até hoje. Leva-nos a cantar: “Quem nos separará, quem nos separará do amor de Cristo, quem nos separará?”. Nenhum poder deste mundo é capaz de neutralizar a força que vem da fé na ressurreição (Rm 8,35-39). Uma comunidade que quer ser testemunho da Ressurreição tem que ser sinal de vida, tem que lutar contra as forças da morte, para que o mundo seja um lugar favorável à vida, tem que acreditar que o outro mundo é possível. Sobretudo, naqueles países onde a vida da gente corre perigo à causa do sistema de morte que nos foi imposto, as comunidades devem ser uma prova viva da esperança que vence o mundo, sem medo de ser feliz!



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Como acontecem em minha vida estes sinais da presença de Jesus?
• Quais são os sinais que mais convencem as pessoas da presença de Jesus no meio de nós?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 89,1-2)
• Este dia me esforçarei por manter uma atitude de humildade, esperando que seja o próprio Deus quem me levante em cada situação.




terça-feira, 24 de abril de 2012

Lectio Divina - 24/04/12





TERÇA-FEIRA - 24/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 7,51-8,1

• Duras, porém, corretas as palavras de Estevão dirigidas a todos nós: “Homens de cabeça dura, de coração e ouvidos fechados. Vocês resistem sempre ao Espírito Santo”. E na verdade, pensemos, quantas vezes temos tido a oportunidade de crescer no amor de Jesus, de assistir um retiro? Quantas vezes por preguiça ou por priorizar outras atividades faltamos à missa? Quantas vezes, podendo fazer caridade, um favor, um serviço não o temos feito? Quantas vezes preferimos ver a televisão no lugar de atender nossos filhos, irmãos, ou, a nossos pais? Quantas vezes temos deixado a oração por alguma outra atividade? Nesta Páscoa, Jesus nos oferece de novo a possibilidade de abrir-lhe totalmente nosso coração e deixar que seja o Espírito Santo quem dirija nossa vida, nos faz de novo o convite para que tomemos o Evangelho como norma de nosso trabalho diário e que façamos da caridade um estilo de vida.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, tu que abres as postas de teu reino aos que tem renascido da água e do Espírito, acrescenta a graça que tens dado a teus filhos, para que, purificados já de seus pecados, alcancem todas tuas promessas. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 6,30-35

• O Discurso do Pão da Vida não é um texto que discute ou disseca, mas sim, um texto que existe para pensar e meditar. Por isto, se não se entende tudo, não tem porque preocupar-se. Este texto do Pão da Vida exige toda uma vida para meditá-lo e aprofundá-lo. Um texto assim, a gente o deve ler, meditar, rezar, pensar, ler de novo, repetir, meditar, como se faz com um bom caramelo na boca. Tê-lo na boca, dando voltas, até que se acabe. Quem lê o Quanto Evangelho superficialmente pode ficar com a impressão de que João repete sempre a mesma coisa. Lendo com mais atenção, é possível perceber que não se trata de repetições. O autor do Quarto Evangelho tem sua própria maneira de repetir o mesmo assunto, porém, num nível cada vez mais profundo. Parece com uma escada em caracol. Girando, chega-se ao mesmo lugar, porém, em um nível mais profundo.
• João 6,30-33: QUAL É O SINAL QUE REALIZAS PARA QUE POSSAMOS CRER? As pessoas haviam perguntado: O que é que devemos fazer para realizar a obra de Deus? Jesus responde: “A obra de Deus é acreditar naquele que Ele enviou”, isto é, crer em Jesus. Por isto, as pessoas formulam uma nova pergunta: “Que sinal realizas para que possamos ver e crer em ti? Qual é tua obra?”. Isto significa que não entenderam a multiplicação dos pães como um sinal de parte de Deus para legitimar a multiplicação dos pães como um sinal da parte de Deus para legitimar Jesus diante do povo como um enviado de Deus. E continuam argumentando: No passado, nossos pais comeram o maná que lhes foi dado por Moisés. Eles o chamaram “pão do céu” (Sb 16,20), ou seja, “pão de Deus”. Moisés continua sendo um grande líder, em quem eles acreditam. Se Jesus quer que as pessoas acreditem Nele, tem que fazer um sinal maior que o de Moisés. “Qual é a tua obra?”.
• Jesus responde que o pão dado por Moisés não era o verdadeiro pão do céu. Vinha de cima, sim, porém, não era o pão de Deus, pois não garantiu a vida para ninguém. Todos morreram no deserto (Jo 6,49). O verdadeiro pão do céu, o pão de Deus, é o pão que vence a morte e traz vida. É aquele que descendo do céu dá a vida ao mundo. É Jesus! Jesus procura ajudar as pessoas a libertarem-se dos esquemas do passado. Para Ele, fidelidade ao passado não significa fechar-se nas coisas antigas e não aceitar a renovação. Fidelidade ao passado é aceitar o novo que chega como fruto da semente plantada no passado.
• João 6,34-35: SENHOR DÊ-NOS SEMPRE DESTE PÃO! Jesus responde claramente: “Eu sou o Pão da Vida!”. Comer o pão do céu é o mesmo que acreditar em Jesus e aceitar o caminho que Ele nos ensinou, a saber: “Meu alimento é fazer a vontade do Pai que está no céu!” (Jo 4,34). Este é o alimento verdadeiro que sustenta a pessoa, que dá um rumo à vida, e que traz vida nova. Este último versículo do evangelho de hoje (Jo 6,35) será retomado como primeiro versículo do evangelho de amanhã.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Fome de pão, fome de Deus. Qual das duas predomina em mim?
• Jesus diz: “Eu sou o pão da vida”. Ele sacia a fome e a sede. Que experiência tenho disto?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 31,2-3)
• Hoje farei aquilo que Deus está me pedindo e que tenho adiado!




segunda-feira, 23 de abril de 2012

Lectio Divina - 23/04/12





SEGUNDA-FEIRA - 23/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 6,8-15

• Ouvir-mos esta leitura ficamos surpresos pelo ódio que se pode chegar a criar sobre uma pessoa pelo simples fato de acreditar em Jesus. Entretanto, como estavam longe as comunidades cristãs daquele tempo, em pensar que isto aconteceria a Estevão. Nós os cristãos faríamos com nossos próprios irmãos cristãos? As divisões que existem, e que ainda desgraçadamente existem na Igreja, tem sido motivo para caluniar, ferir, desterrar e inclusive matar aqueles que não professam a fé da mesma maneira. Nas lutas religiosas em todo o mundo a única coisa que tem deixado é fome, miséria, morte, desolação e, sobretudo, grandes feridas no coração daqueles que crêem. O motivo é que não deixamos que Deus tenha a regra das coisas, mas sim, que as queremos do nosso jeito, e desta maneira o ódio só engendra mais ódio. Estevão nos diz a escritura, cheio do Espírito Santo, deixou que Deus falasse por meio dele, com palavras de amor, não com espadas nem com lanças. Em teu trato com irmãos que não professam a fé como você, permite à Deus agir, se te atacaram, sinta-se feliz por padecer pelo nome de Jesus, e tua caridade mostrará a teus adversários que Deus verdadeiramente vive em ti. Lembra-te que o amor sempre vence!




ORAÇÃO INICIAL

•    Oh Deus, que mostras a luz de tua verdade aos que andam extraviados, para que possam voltar ao bom caminho, concede a todos os cristãos rejeitar o que é indigno deste nome e cumprir o quanto Ele significa! Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 6,22-29

• No evangelho de hoje iniciamos a reflexão sobre o Discurso do Pão da Vida, que se prolongará durante os próximos seis dias, até o final desta semana. Depois da multiplicação dos pães, o povo foi atrás de Jesus. Havia visto o milagre, havia comido até saciar-se e queria mais! Não procurou entender o sinal ou o chamado de Deus que havia em tudo isto. Quando as pessoas encontraram Jesus na sinagoga de Cafarnaum, tiveram com Ele uma longa conversa, chamada de Discurso do Pão da Vida. Não é propriamente um discurso, porém, trata-se de um conjunto de sete breves diálogos que explicam o significado da multiplicação dos pães como símbolo do novo Êxodo e da Ceia Eucarística.
• É bom ter presente a divisão do capítulo para poder perceber melhor seu sentido: (a)- 6,1-15: a passagem sobre a multiplicação dos pães; (b)-6,16-21: a travessia do lago, e Jesus caminha sobre as águas e (c)-6,22-71: o diálogo de Jesus com as pessoas, com os judeus e com os discípulos.
• 1º DIÁLOGO: 6,22-27 COM AS PESSOAS: as pessoas procuram Jesus e o encontram em Cafarnaum
• 2º DIÁLOGO: 6,28-34 COM AS PESSOAS: a fé como obra de Deus e o maná no deserto
• 3º DIÁLOGO: 6,35-40 COM AS PESSOAS: o pão verdadeiro é fazer a vontade de Deus
• 4º DIÁLOGO: 6,41-51 COM OS JUDEUS: murmurações dos judeus
• 5º DIÁLOGO: 6,52-58 COM OS JUDEUS: Jesus e os judeus
• 6º DIÁLOGO: 6,59-66 COM OS DISCÍPULOS: reação dos discípulos
• 7º DIÁLOGO: 6,67-71 COM OS DISCÍPULOS: confissão de Pedro
• A conversa de Jesus com as pessoas, com os judeus e com os discípulos é um diálogo bonito, porém, exigente. Jesus procura abrir os olhos das pessoas para que aprendam a ler os acontecimentos e descubram neles o rumo que devem tomar na vida. Pois, não basta ir atrás dos sinais milagrosos que multiplicam o pão para o corpo. Não só de pão vive o homem. A luta pela vida sem uma mística não alcança a raiz. Na medida em que vai conversando com Jesus, as pessoas ficam cada vez mais contrariadas pelas palavras de Jesus, porém, Ele não cede, nem muda as exigências. O discurso parece mover-se em espiral. Na medida em que a conversa avança, existe cada vez menos pessoas que ficam com Jesus. No final ficam somente os doze, e Jesus não pode confiar nem sequer neles! Hoje acontece o mesmo. Quando o evangelho começa a exigir um compromisso, muita gente se afasta.
• João 6,22-27: AS PESSOAS PROCURAM JESUS PORQUE QUEREM MAIS PÃO. As pessoas vão atrás de Jesus. Vêem que não entrou no barco com os discípulos e, por isso, não entendem como fez para chegar à Cafarnaum. Tampouco, entendem o milagre da multiplicação dos pães. As pessoas vêem o que acontece, porém, não chegam a entender tudo isto como um sinal de algo mais profundo. Detém-se na superfície: na fartura de comida. Procuram pão e vida, porém, só para o corpo. Segundo as pessoas, Jesus fez o que Moisés havia feito no passado: alimentar a todos no deserto, até saciarem-se. Indo, atrás de Jesus, eles queriam que o passado se repetisse. Porém, Jesus pede ás pessoas que dêem um passo a mais. Além do trabalho pelo pão que perece, deve trabalhar pelo alimento que não perece. Este novo alimento o dará o Filho do Homem, indicado pelo próprio Deus. Ele nos dá a vida que dura para sempre. Ele abre para nós um horizonte sobre o sentido da vida e sobre Deus.
• João 6,28-29: QUAL É A OBRA DE DEUS? As pessoas perguntam: O que é que devemos fazer para realizar este trabalho (obra) de Deus? Jesus responde que a grande obra que Deus nos pede “é acreditar naquele que Deus enviou”. Ou seja, crer em Jesus!



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• As pessoas tinham fome, comeram o pão e procuraram mais pão. Procuraram o milagre e não o sinal de Deus que no milagre se escondia. O que é que mais procuro em minha vida: o milagre ou o sinal?
• Por um momento, faça silêncio dentro de ti e pergunta-te: “Acreditar em Jesus: o que é que isto significa para mim, bem concretamente em minha vida de cada dia?”.



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 119,26-27)
• Hoje procurarei pessoas de outra religião com as quais sempre acontecem confrontações, e simplesmente ouvirei com atenção, não responderei ataques com ataques, mas sim, com cortesia e amabilidade, confiando em que Deus se manifestará de uma maneira mais forte em meu testemunho de paz, amor e aceitação.



sexta-feira, 20 de abril de 2012

Lectio Divina - 20/04/12






SEXTA-FEIRA - 20/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 5,34-42

• Esta passagem nos permite destacar dois elementos importantes para nossa vida. O primeiro, e que é em essência a tese que continuamente Lucas apresenta em seu livro, é o fato de que o projeto de Deus, a extensão do Reino, se realiza apesar de todos os obstáculos humanos que vão se apresentando. Por isso, nossa cooperação a sua propagação consiste em permanecer fiéis e obedientes à palavra de Deus. De maneira que as oposições que, às vezes, se apresentam em nossos locais de trabalho ou de estudo não fazem outra coisa mais que confirmar a palavra de Jesus: “Serão perseguidos por minha causa”. O segundo ensinamento, que deriva precisamente deste, é o fato de que os apóstolos tomaram como uma HONRA padecer tudo pelo nome de Jesus. Agora sim podem estar seguros que são “bem aventurados” e que lhes pertence o Reino dos céus. Por isso, quando te perseguirem, te desprezarem, te tratarem mal por se portar, viver ou pensar como um cristão, agradeça a seu agressor a oportunidade que te deu de “padecer por Cristo” e sinta-te agradecido com o Senhor que te considerou digno desta honra.


ORAÇÃO INICIAL

• Oh Deus, que, para livrar-nos do poder do inimigo, quiseste que teu Filho morresse na cruz, concede-nos alcançar a graça da ressurreição. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 6,1-15

• Hoje começa a leitura do capítulo 6 do evangelho de João que trás dois sinais ou milagres: a multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) e Jesus que caminha sobre as águas (Jo 6,16-21). Imediatamente depois, aparece ao longo do diálogo sobre o Pão da Vida. João situa o fato próximo da festa da Páscoa (Jo 6,4). O enfoque central é a confrontação entre a antiga Páscoa do Êxodo e a nova Páscoa que se realiza em Jesus. O diálogo sobre o pão da vida esclarecerá a nova Páscoa que se realiza em Jesus.
• João 6,1-4: A SITUAÇÃO. Na antiga páscoa, o povo atravessou o Mar Vermelho. Na nova páscoa, Jesus atravessa o Mar da Galiléia. Uma grande multidão seguiu Moisés. Uma grande multidão seguiu Jesus neste novo êxodo. No primeiro êxodo, Moisés subiu à montanha. Jesus, o novo Moisés, também sobe à montanha. O povo seguia Moisés que realizou sinais. O povo segue Jesus porque havia visto os sinais que Ele realizava para os enfermos.
• João 6,5-7: JESUS E FELIPE. Vendo a multidão, Jesus confronta seus discípulos com a fome das pessoas e pergunta a Felipe: “Onde nós procuraremos pães para que estes comam?”. No primeiro êxodo, Moisés havia obtido alimento para o povo faminto. Jesus, o novo Moisés, fará o mesmo. Porém, Felipe, ao invés de olhar a situação à luz da Escritura, olhava a situação com os olhos do sistema e respondeu: “Duzentos denários de pão não bastam!”. Um denário era o salário mínimo de um dia. Felipe constata o problema e reconhece sua total incapacidade para resolvê-lo. Queixa-se, porém, não apresenta nenhuma solução.
• João 6,8-9: ANDRÉ E O MENINO. André, ao invés de queixar-se, procura soluções. Encontra um menino com cinco pães e dois peixes. Cinco pães de cevada e dois peixes era o sustento diário do pobre. O menino entrega seu alimento. Se pudesse diria: “Cinco pães e dois peixes, o que é isto para tanta gente?. Não servirá para nada! Vamos reparti-los entre nós com duas ou três pessoas!”. Ao invés disto, teve a coragem de entregar os cinco pães e os dois peixes para alimentar 5000 pessoas (Jo 6,10). Quem faz isto ou é louco ou tem muita fé, pensando que, por amor a Jesus, todos se dispusessem a partilhar sua comida como fez o menino!
• João 6,10-11: A MULTIPLICAÇÃO. Jesus pede que as pessoas se acomodem. Em seguida, multiplica o sustento, conforme necessitavam. O texto diz: “Jesus então tomou os pães e, depois de dar graças, os repartiu entre os que estavam acomodados e fez o mesmo com os peixes, e comeram tudo o que quiseram”. Com esta frase, escrita no ano 100 depois de Cristo, João evoca o gesto da Última Ceia (1Cor 11,23-24). A Eucaristia, quando se celebra como é devido, levará a partilha como fez o menino, e a entregar o próprio sustento para ser dividido.
• João 6,12-13: SOBRARAM DOZE CESTOS. O número doze lembra a totalidade das pessoas com suas doze tribos. João não informa se sobraram peixes. O que lhe interessa é lembrar o pão como símbolo da Eucaristia. O evangelho de João não tem a descrição da Cena Eucarística, porém, descreve a multiplicação dos pães como símbolo do que deve acontecer nas comunidades através da celebração da Cena Eucarística. Se entre os povos cristãos houvesse um verdadeiro compartilhar, haveria comida abundante para todos e sobrariam doze cestos para muito mais gente!
• João 6,14-15: QUEREM FAZÊ-LO REI. A pessoa interpreta o gesto de Jesus dizendo: “Este é verdadeiramente o profeta que ia vir ao mundo!”. A intuição das pessoas é correta. De fato, Jesus é o novo Moisés, o Messias, aquele que o povo estava esperando (Dt 18,15-19). Porém, esta intuição estava sendo desviada pela ideologia da época que queria um grande rei que fosse forte e dominador. Por isto, vendo o sinal, o povo proclamava Jesus como Messias e avança para fazer-lhe rei! Jesus percebendo o que ia acontecer, refugia-se só na montanha. E assim não aceita ser messias e espera o momento oportuno para ajudar as pessoas a dar um passo.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Diante do problema da fome no mundo, você age como Felipe ou como o menino?
• As pessoas queriam um messias que fosse rei forte e poderoso. Hoje, muitos vão atrás de lideres populares. O que é que nos tem a dizer sobre isto o evangelho de hoje?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 27,1)
• Hoje farei uma lista das coisas que me fazem sofrer, e dentre elas ressaltarei as que na realidade assim foram por estarem unidas à causa de Deus. Se encontrar algumas delas, darei graças por essa oportunidade. Se nunca tiver tido essa experiência, pedirei a Deus que me ajude a ser mais comprometido com o anuncio de sua mensagem de amor e paz.




quinta-feira, 19 de abril de 2012

Lectio Divina - 19/04/12






QUINTA-FEIRA - 19/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 5,27-33

• Que modo diferente de pensar destes primeiros seguidores de Jesus e de muitos os que hoje se dizem discípulos do Ressuscitado. Para eles a Palavra de Jesus era verdadeiramente Palavra de Deus, pela qual não se colocava nenhuma dúvida nem discussão; e quando chegava o momento em que se tinha que decidir e tomar partido, eram claros: “Primeiro devemos obedecer a Deus e depois os homens”, ainda que isto lhes pudesse custar a vida. Hoje, não só se discute se é ou não possível viver os mandamentos (ou alguns deles), mas sim, pela maneira de agir, para muitos, o Evangelho não passa de ser “outra opinião”. Isto, logicamente, faz que quando se tem que tomar partido ou decidir entre os valores do Evangelho e dos do mundo, a balança se inclina para o mundo. Produto disto é toda a injustiça que vivemos em nossa sociedade, a falta de compromisso social, e a frieza em muitos cristãos. É necessário pedir ao Espírito Santo que vitalize em nós o zelo pelo Evangelho e que fortaleça nossa vontade para que como os apóstolos, possam fazer sempre a vontade de Deus, ainda que esta não agrade àqueles com os quais convivemos.


ORAÇÃO INICIAL

• Pedimos-te Senhor, que os dons recebidos nesta Páscoa dêem fruto abundante em toda nossa vida. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 3,31-36

• No mês de janeiro meditamos o texto de João 3,22-30, que nos fala do último testemunho de João Batista a respeito de Jesus. Era a resposta que Jesus dá a seus discípulos, e na qual volta afirmar que ele, João Batista, não é o Messias, mas, somente o precursor (Jo 3,28). Naquela ocasião, João disse aquela frase tão bonita que resume seu testemunho: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua!”. Esta frase é o programa de todos os que querem seguir Jesus.
• Os versículos do evangelho de hoje são, de novo, um comentário do evangelista para ajudar as comunidades a compreender melhor todo o alcance das coisas que Jesus fez e ensinou.
• João 3,31-33: UM REFRÃO QUE SEMPRE VOLTA. Ao longo do evangelho de João, muitas vezes aparece o conflito entre Jesus e os judeus que contestam as palavras de Jesus. Jesus fala a partir do que ouve do Pai. É transparência total. Seus adversários, por não abrir-se a Deus e por agarrar-se a suas próprias idéias aqui sobre a terra, não são capazes de entender o significado profundo das coisas que Jesus vive, diz e faz. No final, este mal entendido levará os judeus a deter e condenar Jesus.
• João 3,34: JESUS NOS DÁ O ESPÍRITO SEM MEDIDA. O evangelho de João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desce sob Jesus “como uma pomba, vinda do céu” (Jo 1,32). É o inicio da nova criação! Jesus diz as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e Vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despede, diz que enviará outro consolador, outro defensor, para que fique conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através de sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito!” (Jo 20,22). O Espírito é como a água que brota de dentro das pessoas que acreditam em Jesus (Jo 7,37-39;4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: “Àqueles que perdoares os pecados, ficaram perdoados, àqueles que não perdoares os pecados, ficaram atados” (Jo 20,23). O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado das palavras de Jesus (Jo 14,26;16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus podemos adorar Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito da qual fala Paulo: “Onde está o Espírito ali existe liberdade!” (2Cor 3,17).
• João 3,35-36: O PAI AMA O FILHO. Reafirma a identidade entre o Pai e Jesus. O Pai ama o filho e entrega tudo em suas mãos. Paulo dirá que em Jesus habita a plenitude da divindade (Cl 1,19;2,9). Por isto, quem aceita Jesus e crê em Jesus já tem a vida eterna, porque Deus é vida. Quem não crê em Jesus, coloca a si mesmo para fora.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Jesus nos comunica o Espírito, sem medida. Você tem tido alguma experiência desta ação do Espírito em tua vida?
• Quem acredita em Jesus tem vida eterna. Como acontece isto na vida das famílias e das comunidades?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 34,2.9)
• Procurarei aquilo que agrada a Deus e que me custa a fazer, e o farei neste dia.




quarta-feira, 18 de abril de 2012

Lectio Divina - 18/04/12






QUARTA-FEIRA - 18/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 5,17-26

• Quem poderá deter o anuncio da Palavra de Deus? Ninguém! Exceto nós mesmos. O episódio de hoje nos narra como Deus, inclusive, mandou um anjo tirar da prisão os apóstolos e lhes disse: “Ide pregar!”. Hoje estão faltando muitos cristãos valentes que anunciem a Palavra de Deus em suas comunidades, em suas escolas, em seus negócios, cristãos que, sem temor do “que falarão”, sejam capazes de viver de tal maneira o Evangelho em seus próprios meios, que chamem a atenção dos demais, cristãos que não tenham medo de falar abertamente de Jesus a seus amigos e conhecidos, cristãos que não tenham vergonha de ser testemunhos do Ressuscitado. Não permitamos que nossos temores detenham o anuncio da Vida, do Amor e da Paz trazido por Cristo. Lembre sempre que a única oportunidade que tem o homem de viver a vida em plenitude está em Cristo, e que seu anuncio também dependi de ti.



ORAÇÃO INICIAL

• Ao reviver novamente este ano o mistério pascal, no qual a humanidade recobra a dignidade perdida e adquire a esperança da ressurreição futura, pedimos-te Senhor de clemência, que o mistério celebrado na fé se atualize sempre no amor. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

João 3,16,21

• O evangelho de João é como um tecido, feito com três fios diferentes, porém, parecidos. Os três combinam tão bem entre si que, às vezes, não dá para perceber quando é um ou outro. (a)-O primeiro fio são os fatos e as palavras de Jesus dos anos trinta, conservados pelos testemunhos oculares que guardaram as coisas que Jesus fez e ensinou. (b)-O segundo fio são os feitos da vida das comunidades. A partir de sua fé em Jesus e convencidos da presença de Jesus no meio delas, as comunidades iluminavam seu caminhar com as palavras e os gestos de Jesus. Isto tinha um impacto sobre a descrição dos fatos. Por exemplo, o conflito das comunidades com os fariseus do final do primeiro século marcou a forma de descrever os conflitos de Jesus com os fariseus. (c)-O terceiro fio são os comentários feitos pelo evangelista. Em certas passagens, é difícil perceber quando Jesus deixa de falar e quando o evangelista começa a fazer seus comentários. O texto do evangelho de hoje, por exemplo, é uma bonita e profunda reflexão do evangelista sobre a ação de Jesus. A gente quase não percebe a diferença entre as palavras de Jesus e as palavras do evangelista. De qualquer forma, tanto umas como as outras, são palavras de Deus.
• João 3,16: DEUS AMOU O MUNDO. A palavra mundo é uma das palavras mais freqüentes no Evangelho de João: 78 vezes! Tem diversos significados. Em primeiro lugar, mundo pode significar a terra, o espaço habitado pelos seres humanos (Jo 11,9;21,25) ou o universo criado (Jo 17,5,24). Mundo pode significar também as pessoas que habitam esta terra, a humanidade toda (Jo 1,9; 3,16; 4,42; 6,14; 8,12). Pode significar também um grande grupo, um grupo numeroso de pessoas, no sentido da expressão “todo o mundo” (Jo 12,19;14,27). Aqui, em nosso texto, a palavra mundo tem o sentido de humanidade, de todo ser humano. Deus ama a humanidade de tal modo que chegou a entregar seu filho único. Quem aceita que Deus chega até nós em Jesus, este já passou pela morte e já tem vida eterna.
• João 3,17-19: O VERDADEIRO SENTIDO DO JUIZO. A imagem de Deus que aflora destes três versículos é a de um pai cheio de ternura e não a de um juiz severo. Deus mandou seu filho não para julgar e condenar o mundo, mas sim, para que o mundo se salve por Ele. Quem acredita em Jesus e o aceita como revelação de Deus não é julgado, pois, já foi aceito por Deus. E quem não crê em Jesus, já foi julgado. Exclui-se por si mesmo. E o evangelista repete o que já havia dito no prólogo: muitas pessoas não querem aceitar Jesus, porque sua luz revela a maldade que nelas existe (cf. Jo 1,5.10-11).
• João 3,20-21: PRATICAR A VERDADE. Existe em todo ser humano uma semente divina, uma marca do Criador. Jesus, como revelação do Pai, é uma resposta a este desejo mais profundo do ser humano. Quem quer ser fiel ao mais profundo de si mesmo, aceitará Jesus. É difícil encontrar uma visão ecumênica mais ampla que o que Evangelho de João expressa nestes versículos.
• COMPLETANDO O SIGNIFICADO DA PALAVRA MUNDO NO QUARTO EVANGELHO. Outras vezes, a palavra mundo significa aquela parte da humanidade que se opõe à Jesus e a sua mensagem. Ali a palavra mundo toma o sentido de “adversários” ou “opositores” (Jo 7,4.7;8,23.26;9,39;12,25). Este mundo contrário à pratica libertadora de Jesus é governado pelo Adversário ou Satanás, também chamado “príncipe deste mundo” (Jo 14,30;16,11). Ele representa o império romano e, ao mesmo tempo, os líderes dos judeus que estão expulsando os seguidores de Jesus das sinagogas. Este mundo persegue e mata as comunidades, trazendo tribulações aos fiéis (Jo 16,33). Jesus as libertará, vencendo o príncipe deste mundo (Jo 12,31). Assim, mundo significa uma situação de injustiça, de opressão, que engendra ódio e perseguição contra as comunidades do Discípulo Amado. Os perseguidores são aquelas pessoas que estão no poder, os dirigentes, tanto do império como da sinagoga. Enfim, todos aqueles que praticam a injustiça usando para isto o nome de Deus (Jo 16,2). A esperança que o evangelho trás às comunidades perseguidas é que Jesus é mais forte que o mundo. Por isto diz: “NO MUNDO TEREIS TRIBULAÇÕES. MAS, CORAGEM: EU VENCI O MUNDO!” (Jo 16,33).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Deus amou tanto o mundo que chegou a entregar seu próprio filho. Esta verdade chegou a penetrar no mais intimo do meu ser, de minha consciência?
• A realidade mais ecumênica que existe é a vida que Deus nos dá e pela qual entregou seu próprio filho. Como vivo o ecumenismo em minha vida de cada dia?


ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 34,2-3)
• Hoje farei uma lista de todas as coisas que ainda me impedem que fale livremente de Deus e planejarei como vencê-las uma a uma.




segunda-feira, 16 de abril de 2012

Lectio Divina - 16/04/12








SEGUNDA-FEIRA - 16/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 4,23-31

• Já na antiguidade dizia Orígenes: “Antes da pregação da Palavra de Deus, tudo estava em paz, enquanto não soou a trombeta, não houve luta, porém, a partir de então o reinado de Deus sofre violência”. Isto já nos havia advertido Jesus quando disse: “A mim me perseguiram, o mesmo farão com vocês”. Uma das causas pelas qual nossa cultura não vive um cristianismo mais autêntico é pelo medo, pelo temor de ser rejeitado, criticado, excluído dos grupos sociais. Os apóstolos hoje nos dão mostra de coragem, mas, de uma coragem que não lhes vêm de suas próprias forças, mas sim, de Deus. Se verdadeiramente queremos mostrar-nos como testemunhos e seguidores de Cristo necessitamos, como eles, pedir continuamente esta força do Alto. A oração tem o poder de fortalecer nossa vontade para que em todo momento possamos portar-nos, pensar e falar como autênticos cristãos. Dê um tempo para orar e convide para unir-se contigo os que vivem próximo de ti.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso e eterno, a quem confiadamente podemos chamar de Pai nosso, faz crescer em nossos corações o espírito de filhos adotivos teus, para que mereçamos gozar, um dia, da herança que nos prometeu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.



REFLEXÃO

João 3,1-8

• O evangelho de hoje nos trás uma parte da conversa de Jesus e Nicodemos. Nicodemos aparece várias vezes no evangelho de João (Jo,1-13; 7,50-52; 19,39). Era uma pessoa que tinha certa posição social. Tinha liderança entre os judeus e fazia parte do supremo tribunal chamado “Sinédrio”. No evangelho de João, ele representa o grupo dos judeus que eram piedosos e sinceros, mas, que não entendiam tudo o que Jesus fazia e falava. Nicodemos havia ouvido falar de sinais, das coisas maravilhosas que Jesus fazia e ficou impressionado. Ele quer conversar com Jesus para poder entender melhor. Era uma pessoa culta que pensava entender as coisas de Deus. Esperava o Messias com um livrinho da lei nas mãos para verificar se o novo anunciado por Jesus estava de acordo. Jesus faz Nicodemos perceber que a única maneira que alguém tem para poder entender as coisas de Deus é “nascer de novo!”. Hoje acontece o mesmo. Alguns são como Nicodemos: aceitam como novo só aquilo que está de acordo com suas próprias idéias. Aquilo com o que alguém não está de acordo é rejeitado como contrário à tradição. Outros se deixam surpreender pelos fatos e não tem medo de dizer: “Nasci de novo!”.
• João 3,1: UM HOMEM, CHAMADO NICODEMOS. Pouco antes do encontro de Jesus com Nicodemos, o evangelista falava da fé imperfeita de certas pessoas que se interessam só pelos milagres de Jesus (Jo 2,23-25). Nicodemos era uma destas pessoas. Tinha boa vontade, porém, sua fé era ainda imperfeita. A conversa com Jesus vai lhe ajudar a perceber que deve dar um passo a mais para poder aprofundar sua fé em Jesus e em Deus.
• João 3,2: 1ª PERGUNTA DE NICODEMOS: TENSÃO ENTRE O VELHO E NOVO. Nicodemos era um fariseu, pessoa conhecida ente os judeus e com um bom raciocínio. Foi-se encontrar com Jesus à noite e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste de Deus como mestre, porque ninguém pode realizar os sinais que tu realizas se Deus não está com Ele”. Nicodemos opina sobre Jesus a partir dos argumentos que ele, Nicodemos, leva dentro de si. Isto é um passo importante, porém, não basta para conhecer Jesus. Os sinais que Jesus faz podem despertar a pessoa e interessar-lhe. Podem engendrar curiosidade, porém, não engendram a entrega, na fé. Não fazem ver o Reino de Deus presente em Jesus. Por isto é necessário dar um passo a mais. Qual é este passo?
• João 3,3: RESPOSTA DE JESUS: “Tens que nascer de novo!”. Para que Nicodemos possa perceber o Reino presente em Jesus, terá que perceber o Reino presente em Jesus, terá que nascer de novo, do alto. Aquele que procura compreender Jesus só a partir de seus próprios argumentos, não consegue entendê-lo. Jesus é maior. Se Nicodemos fica só como catecismo do passado na mão, não vai poder entender Jesus. Terá que abrir toda sua mão. Terá que deixar de lado suas próprias certezas e seguranças e entregar-se totalmente. Terá que escolher entre, de um lado, guardar a segurança que vem da religião organizada com suas leis e tradições e, de outro, lançar-se na aventura do Espírito que Jesus lhe propõe.
• João 3,4: 2ª PERGUNTA DE NICODEMOS: Como é possível nascer de novo?”. Nicodemos não quer dar seu braço à torcer e pergunta com uma certa ironia: Como uma pessoa pode nascer de novo sendo velha? Poderá entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe e nascer?. Nicodemos tomou a palavra de Jesus ao pé da letra e, por isto, não entendeu nada. Ele tinha que perceber que as palavras de Jesus tinham um sentido simbólico.
• João 3,5-8: RESPOSTA DE JESUS: Nascer do alto, nascer do Espírito. Jesus explica o que quer dizer nascer do alto, ou, nascer de novo e “nascer da água e do Espírito”. Aqui temos uma alusão muito clara do “batismo”. Através da conversa de Jesus com Nicodemos, o evangelista nos convida a fazer uma revisão de nosso batismo. Relata as seguintes palavras de Jesus: “O que nasce da carne é carne, o que nasce do Espírito é Espírito”. Carne significa aquilo que nasce só de nossas idéias. O que nasce de nós tem nossa medida. Nascer do Espírito é outra coisa! O Espírito é como o vento. “O vento sopra onde quer, e ouve sua voz, porém, não sabe de onde vem nem para onde vai. Assim é tudo o que nasce do Espírito”. O vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção. Percebemos a direção do vento, por exemplo, o vento do Norte e o vento do Sul, porém, não conhecemos nem controlamos a causa a partir da qual o vento se move nesta ou naquela direção. Assim é o Espírito. “Ninguém é senhor do Espírito” (Eclo 8,8). O que mais caracteriza o vento, o Espírito, é a liberdade. O vento, o espírito, é livre, não pode ser controlado. Ele age sobre os outros e ninguém consegue agir sobre ele. Sua origem é o mistério, seu destino é o mistério. O barqueiro tem que saber, em primeiro lugar, o rumo do vento. Depois tem que colocar as velas, segundo esse rumo. É o que Nicodemos e todos nós devemos fazer.
• UMA INDICAÇÃO PARA ENTENDER MELHOR AS PALAVRAS DE JESUS SOBRE O ESPÍRITO SANTO. A língua hebraica usa a mesma palavra para dizer vento e espírito. Como já foi dito, o vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção: vento do Norte, vento do Sul. O Espírito de Deus tem um rumo, um projeto, que já se manifestava na criação sob a forma de uma “pomba” que esvoaçava sobre o caos (Gn 1,2). Ano após ano, Ele renova a face da terra e coloca em movimento a natureza através da seqüência das estações (Sl 104,30;147,18). Este mesmo Espírito está presente na história. Faz secar o Mar Vermelho (Ex 14,21) faz passar as codornizes e as deixa cair sobre o acampamento (Nm 11,31). Está com Moisés e, a partir dele, se distribui entre os líderes das pessoas (Nm 11,24-25). Estava no líderes e os levava a realizar ações libertadoras: Otoniel (Jz 3,10), Gedeão (Jz 6,34), Jefté (Jz 11,29), Sansão (Jz 13,25;14,6.19;15,14), Saul (1Sm 11,6), e Débora, a profetisa (Jz 4,4). Esteve presente no grupo dos profetas e agia neles com força contagiosa (1Sm 10,5-6.10). Sua ação nos profetas produz inveja nos demais, porém, Moisés reage: “Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta e profetizasse!” (Nm 11,29).
• Ao longo dos séculos, cresceu a esperança de que o Espírito de Deus orientasse o Messias na realização do projeto de Deus (Is 11,1-9) e descesse sobre todo o povo de Deus (Ez 36,27;39,29; Is 32,15;44,3). A grande promessa do Espírito se manifesta de muitas formas nos profetas do exílio: a visão dos ossos secos, ressuscitados pela força do Espírito de Deus (Ez 37,1-14); a efusão do Espírito de Deus sobre todo o povo (Jl 3,1-5); a visão do Messias-Servo que será ungido pelo Espírito para estabelecer o direito na terra e anunciar a Boa Nova aos pobres (Is 42,1;44,1-3;61,1-3). Eles vislumbram um futuro, em que a pessoa, cada vez de novo, renasce pela efusão do Espírito (Ez 36,26-27; Sl 51,12; cf Is 32,15-20).
• O evangelho de João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação (Gn 1,1), assim o Espírito desce sobre Jesus “como uma pomba, vinda do céu” (Jo 1,32). É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida (Jo 3,34). Suas palavras são Espírito e Vida (Jo 6,63). Quando Jesus se despede, diz que enviará outro consolador, outro defensor, para que fique conosco. É o Espírito Santo (Jo 14,16-17). Através de sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós. Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus (Jo 1,33). Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo!” (Jo 20,22). O Espírito é como a água que brota a partir do interior das pessoas que acreditam em Jesus (Jo 7,37-39,4,14). O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: “A quem perdoai os pecados, ficam perdoados; a quem o retenhais, ficam retidos” (Jo 20,23). O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus (Jo 14,26;16,12-13). Animados pelo Espírito de Jesus, podemos adorar a Deus em qualquer lugar (Jo 4,23-24). Aqui se realiza a liberdade do Espírito do qual nos fala Paulo: “Onde está o Espírito do Senhor, ali existe liberdade” (2Cor 3,17).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Como você reage antes das novidades que lhe apresentam? Como Nicodemos que aceita a surpresa de Deus?
• Jesus compara a ação do Espírito Santo como o vento. O que nos revela esta comparação sobre a ação do Espírito de Deus em minha vida? Você passou por alguma experiência que te deu a sensação de nascer de novo?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 34,2-3)
• Hoje falarei a três pessoas a magnificência de meu Deus.







sexta-feira, 13 de abril de 2012

Lectio Divina - 13/04/12






SEXTA-FEIRA - 13/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: Atos 4,1-12

• Nem parecia que o Pedro que está falando fosse aquele mesmo Pedro que por medo de ter a mesma sorte de Jesus, o negou três vezes; o mesmo homem que depois da ressurreição estava escondido a portas fechadas por medo dos judeus. A diferença entre um e outro se deve a que ele teve um encontro “pessoal” com Jesus ressuscitado. Agora conhece Jesus não só como “um profeta poderoso em obras diante de Deus e dos homens”, mas, como seu Deus e seu Senhor. E por isso é necessário que todos e cada um de nós tenhamos também este encontro pessoal, como dizia o Papa João Paulo II: “de olhos abertos e coração palpitante”, com Jesus ressuscitado, já que este encontro é o elemento que transforma nossa vida. A Páscoa é um tempo propício para que este encontro se realize no profundo de nosso ser. Simplesmente devemos estar atentos, Jesus sair-nos-á ao encontro a qualquer momento, não o deixemos passar sem que nos mude o coração.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso e eterno, que pelo mistério pascal restauraste tua aliança com os homens, concede-nos realizar na vida quanto celebramos na fé. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 21,1-14

• O capítulo 21 do evangelho de João parece um apêndice que foi acrescido mais tarde depois que o evangelho já estava terminado. A conclusão do capítulo anterior (Jo 20,30-31) deixa perceber que se trata de um acréscimo. De qualquer maneira, acrescido ou não, é Palavra de Deus, que trás uma bonita mensagem de ressurreição para este quinto dia da Semana da Páscoa.
• João 21,1-3: O PESCADOR DE HOMENS VOLTA A SER PESCADOR DE PEIXES. Jesus morreu e ressuscitou. Ao final daqueles três anos de convivência, os discípulos voltaram para a Galiléia. Um grupo deles está de novo diante do lago. Pedro retoma o passado e diz: “Vou pescar!”. Os outros disseram: “Nós vamos contigo!”. Assim, Tomé, Natanael, João e Tiago junto com Pedro pegaram o barco e foram pescar. Retomaram a vida do passado como se nada houvesse acontecido. Porém, algo havia acontecido. Algo estava acontecendo! O passado não voltou! “Não pescamos nada!”. Voltaram para a praia cansados. Foi uma noite frustrante.
• João 21,4-5: O CONTEXTO DA NOVA APARIÇÃO DE JESUS. Jesus esta nas margens do mar, porém, eles não o reconhecerão. E Jesus pergunta: “Amigos, não têm nada para comer?”. Responderam: “Não!”. Na resposta negativa reconheceram que a noite havia sido frustrante e que não pescaram nada. Eles haviam sido chamados para ser pescadores de homens (Mc 1,17; Lc 5,10), e voltaram a ser pescadores de peixes. Porém, algo havia mudado em suas vidas. A experiência de três anos com Jesus produz neles uma mudança irreversível. Já não era possível voltar atrás como se nada houvesse acontecido, como se nada houvesse mudado.
• João 21,6-8: LANÇE UMA REDE DO LADO DIREITO DO BARCO E VAI ENCONTRAR PEIXES. Eles fizeram algo que, provavelmente, nunca houvessem feito em sua vida. Cinco pescadores experimentados obedecem a um estranho que manda fazer algo que contrasta com sua experiência. Jesus, aquela pessoa desconhecida que estava na praia, mandou que jogassem a rede pelo lado direito do barco. Eles obedeceram, jogaram a rede, e aconteceu um resultado inesperado. A rede encheu-se de peixes! Como era possível? Como explicar esta surpresa fora de qualquer previsão? O amor os leva a descobrir. O discípulo amado diz: “É o Senhor!”. Esta intuição esclarece tudo. Pedro se atira na água para chegar mais rápido próximo de Jesus. Os outros discípulos foram atrás com o barco arrastando a rede cheia de peixes.
• João 21,9-14: A DELICADEZA DE JESUS. Chegando a terra, viram que Jesus havia acendido umas brasas e que estava assando pão e peixes. Pediu que trouxessem alguns peixes a mais. Imediatamente, Pedro subiu no barco, arrastou a rede com cento e cinqüenta e três peixes. Eram muitos peixes e a rede não se rompeu. Jesus chama a multidão: “Venham comer!”. Ele teve a delicadeza de preparar algo para comer depois de uma noite frustrada sem pescar nada. Gesto bem simples que revela algo do amor com que o Pai nos ama. “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9). Nenhum de seus discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois, sabiam que era o Senhor. E evocando a eucaristia, o evangelista João completou: “Jesus se aproximou, tomou o pão e o distribuiu para eles”. Sugere assim que a eucaristia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus ressuscitado.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Já lhe ocorreu alguma vez te pedirem para que jogasse a rede para o lado direito do barco de tua vida, contrariando toda tua experiência? Você obedeceu? Jogou a rede?
• A delicadeza de Jesus. Como é tua delicadeza nas pequenas coisas da vida?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 117)
• Hoje memorizarei alguma citação bíblica que me lembre que Jesus é meu Salvador e que posso confiar Nele.




quinta-feira, 12 de abril de 2012

Lectio Divina - 12/04/12







QUINTA-FEIRA - 12/04/2012




PRIMEIRA LEITURA: Atos 3,11-26

• O milagre realizado agora dá oportunidade a Pedro de explicar a mensagem de salvação a todos os que se aproximam dele por curiosidade. A cura do paralítico é o sinal do que Jesus quer e pode fazer com todos aqueles que têm fé em sua ressurreição. Jesus quer que todos nós caminhemos e que sejamos totalmente renovados pela força de seu Espírito. Veio para trazer-nos uma vida nova como a que agora se manifesta no paralítico. Já não pedirá mais esmolas, agora se integrará ao grupo de testemunhos de Cristo. Nós somos chamados a manifestar, como o paralítico, que o nem de Jesus tem poder, que por seu amor temos uma vida nova cheia de paz e alegria, porém, ao mesmo tempo, como Pedro, nós devemos aproveitar toda oportunidade para que os demais conheçam sobre este nome poderoso que é capaz de transformar a vida do homem.



ORAÇÃO INICIAL

• Oh Deus, que reuniu povos diversos na confissão de Teu nome, concede ao que renasceu na fonte batismal uma mesma fé em seu espírito e uma mesma caridade em sua vida. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 24,35-48

• Nestes dias depois da Páscoa, os textos do evangelho relatam as aparições de Jesus. No começo, nos primeiros anos depois da morte e ressurreição de Jesus, os cristãos se preocuparam em defender a ressurreição por meio das aparições. Eles mesmos, a comunidade viva, era a grande aparição de Jesus ressuscitado. Porém, na medida em que iam crescendo as críticas dos inimigos contra a fé na ressurreição e que, internamente, surgiam críticas e dúvidas a respeito de várias funções nas comunidades (Cf. 1Cor 1,12), eles começaram a lembrar das aparições de Jesus. Existem dois tipos de aparição: (a)-as que enfatizam dúvidas e resistências dos discípulos em acreditar na ressurreição, e (b)-as que chamam a atenção sobre as ordens de Jesus aos discípulos e as discípulas conferindo-lhes alguma missão. As primeiras respondem às criticas vindas de fora. Elas mostram que os cristãos não são pessoas ingênuas e crédulas que aceitam qualquer coisa. Ao contrário. Eles mesmos tiveram muitas dúvidas em crer na ressurreição. As outras respondem às críticas de dentro e fundamentam as funções e as tarefas comunitárias não nas qualidades humanas sempre discutíveis, mas sim, na autoridade e nas ordens recebidas de Jesus ressuscitado. A aparição de Jesus narrada no evangelho de hoje combina os dois aspectos: as dúvidas dos discípulos e a missão de anunciar e perdoar recebidas de Jesus.
• Lucas 24,35: O RESUMO DE EMÁUS. Retornando para Jerusalém, os dois discípulos encontraram a comunidade reunida e comunicam a experiência que tiveram. Narram o que aconteceu pelo caminho e como reconheceram Jesus na fração do pão. A comunidade reunida lhes comunica, por sua vez, como Jesus apareceu a Pedro. Foi um compartilhar mútuo da experiência da ressurreição, como até hoje acontece quando as comunidades se reúnem para compartilhar e celebrar sua fé, sua esperança e seu amor.
• Lucas 24,36-37: A APARIÇÃO DE JESUS CAUSA ESPANTO NOS DISCÍPULOS. Neste momento Jesus, se faz presente no meio deles e diz: “A Paz esteja convosco!”. É a saudação mais freqüente de Jesus: “A Paz esteja convosco!” (Jo 14,27;16,33;20,19.21.26). Porém, os discípulos, vendo Jesus, ficam com medo. Eles se espantam e não reconhecem Jesus. Diante deles está o Jesus real, mas, eles imaginam que estão vendo um espírito, um fantasma. Existe um desencontro entre Jesus de Nazaré e Jesus ressuscitado. Não conseguem acreditar.
• Lucas 24,38-40: JESUS OS AJUDA A SUPERAR O MEDO E A INCREDULIDADE. Jesus faz duas coisas para ajudar os discípulos a superar o espanto e a incredulidade. Mostra-lhes as mãos e os pés, dizendo: “Sou eu!”, e manda apalpar seu corpo, dizendo: “Porque um espírito não tem carne e ossos como vêem que eu tenho”. Jesus mostra as mãos e os pés, porque neles estão as marcas dos cravos (cf. Jo 20,25-27). Cristo ressuscitado é Jesus de Nazaré, o mesmo que foi morto na Cruz, e não um Cristo fantasma como imaginavam os discípulos vendo-o. Ele mandou apalpar o corpo, porque a ressurreição é ressurreição da pessoa toda, corpo e alma. A ressurreição não tem nada a ver com a teoria de imortalidade da alma, ensinada pelos gregos.
• Lucas 24,41-43: OUTRO GESTO PARA AJUDÁ-LOS A SUPERAR A INCREDULIDADE. Porém, não basta. Lucas diz que por causa de tanta alegria eles não podiam acreditar. Jesus pede que lhe dêem algo para comer. Eles lhe deram um pedaço de pescado e Ele comeu diante deles, para ajudá-los a superar a dúvida.
• Lucas 24,44-47: UMA CHAVE DA LEITURA PARA COMPREENDER O NOVO SENTIDO DA ESCRITURA. Uma das maiores dificuldades dos primeiros cristãos foi aceitar um crucificado como sendo o messias prometido, pois, a própria lei ensinava que uma pessoa crucificada era “um maldito de Deus” (Dt 21,22-23). Por isso, era importante saber que a Escritura já havia anunciado “que o Cristo devia padecer e ressuscitar dentre os mortos ao terceiro dia e que se pregaria em seu nome a conversão para o perdão dos pecados a todas as nações”. Jesus lhes mostrou que isto já estava escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. Jesus ressuscitado, vivo no meio deles, se torna a chave para abrir o sentido total da Sagrada Escritura.
• Lucas 24,48: VOCÊS SÃO TESTEMUNHOS DISTO. Nesta ordem final está a missão das comunidades cristãs: ser testemunhos da ressurreição, para que fique manifesto o amor de Deus que nos acolhe e nos perdoa, e querer que vivamos em comunidade como seus filhos e filhas, irmãos e irmãs uns dos outros.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Às vezes, a incredulidade e a dúvida se aninham no coração e procuram enfraquecer a certeza que a fé nos dá diante da presença de Deus em nossa vida. Você já viveu isto alguma vez? Como conseguiu superar?
• Ser testemunhos do amor de Deus revelado em Jesus é nossa missão, é sua missão. Faço isso?


ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 08)
• Hoje falarei constantemente aos que me rodeiam de algo muito bom que Deus tenha feito comigo.



quarta-feira, 11 de abril de 2012

Lectio Divina - 11/04/12


QUARTA-FEIRA - 11/04/2012


PRIMEIRA LEITURA: At 3,1-10

• O tempo da Páscoa nos leva ao frescor da vida evangélica vivida pela primeira comunidade, onde o sobrenatural era a coisa mais natural, onde os milagres eram o meio para que o mundo acreditasse na ressurreição e aderisse a Igreja. Hoje em dia a comunidade cristã se assombra com uma cura milagrosa, com uma pessoa tenha que visões ou revelações de Deus, quando isto, para uma pessoa que vive no Espírito, pode ser a coisa mais natural. Isto não quer dizer que todas as visões e milagres que a pessoa diz fazer ou realizar tenham como fonte Deus, entretanto não deveríamos estranhar que coisas como estas aconteçam, já que no meio de um mundo incrédulo no qual vivemos Deus continua se mostrando com poder. Jesus havia dito a seus apóstolos: “Vocês farão coisas maiores que as que Eu fiz!”. Os sinais e prodígios que Deus continua realizando entre nós, têm como objetivo mostrar ao mundo que sua Palavra é atual e verdadeira, que Ele continua agindo em todos aqueles que se oferecem para ser seu mensageiro, e você pode ser um deles.



ORAÇÃO INICIAL

• Oh Deus, que todos os anos nos alegra com a solenidade da ressurreição do Senhor, concede-nos, através da celebração destas festas, que chegue o dia da alegria eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 24,13-35

• O evangelho de hoje nos trás o episódio tão conhecido de Jesus com os discípulos de Emaús. Lucas escreve nos anos 80 para as comunidades da Grécia que em sua maioria eram pagãos convertidos. Os anos 60 e 70 haviam sido muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero, em 64. Seis anos depois, em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada, no deserto de Judá, aconteceu o massacre dos últimos judeus revoltosos. Nesses anos, todos os apóstolos, testemunhos da ressurreição, foram desaparecendo. O cansaço vai se impondo ao longo do caminho. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil? A narração de Jesus aos discípulos de Emaús tenta ser uma resposta a estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar a comunidade como interpretar a Escritura para poder redescobrir a presença de Jesus na vida.
• Lucas 24,13-24: 1º PASSO: PARTIR DA REALIDADE. Jesus encontra dois amigos em uma situação de medo e de falta de fé. As forças da morte, da cruz, haviam matado neles a esperança. Era a situação de muita gente no tempo de Lucas e continua sendo a situação de muita gente hoje. Jesus se aproxima e caminha com eles, escuta, fala e pergunta: “De que é que estais falando?”. A ideologia dominante, isto é, a propaganda do governo e da religião oficial da época, lhes impedia ver. “Nós esperávamos que fosse Ele que iria nos libertar..., porém...”. Qual é hoje a conversa do povo que sofre? O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, ouvir sua realidade, sentir seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem às pessoas a olhar a realidade com olhos mais críticos.
• Lucas 24,25-27: 2º PASSO: USAR A BÍBLIA PARA ILUMINAR A VIDA. Jesus usa a Bíblia e a história do povo de Deus para iluminar o problema que fazia sofrer os dois amigos, e para aclarar a situação que eles estavam vivendo. A usa, assim mesmo, para situá-los dentro do projeto de Deus que vinha de Moisés e dos profetas. E assim lhes mostra que a história não havia escapado das mãos de Deus. Jesus usa a Bíblia não como um doutor que já sabe tudo, mas sim, como um companheiro que vai ajudar aos amigos para que lembrem o que haviam esquecido. Jesus não provoca um complexo de inferioridade nos discípulos, porém, procura despertar neles a memória: “Quanto lhes custa acreditar tudo o que anunciam os profetas”.
• O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, ajudar as pessoas a descobrir a sabedoria que já existe dentro delas mesmas, e transformar a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. Aquilo que lhes impedia caminhar, se torna agora força e luz na caminhada. Como fazer isto hoje?
• Lucas 24,28-32: 3º PASSO: COMPARTILHAR NA COMUNIDADE. A Bíblia, só por si, não nos abre os olhos. Apenas faz arder o coração. O que abre os olhos e faz ver, é a fração do pão, o gesto comunitário do compartilhar, rezar juntos, a celebração da Ceia. No momento que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria da caminhada dos amigos. Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar com seus próprios pés.
• O terceiro passo é este: saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde possa agir o Espírito Santo. É ele que nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos leva a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26;16,13).
• Lucas 24,33-35: 4º PASSO: O RESULTADO: RESSUSCITAR E VOLTAR A JERUSALÉM. Os dois recobram a coragem e voltam à Jerusalém, onde continuavam ativas as mesmas forças de morte que haviam matado Jesus e que haviam matado neles a esperança. Mas, agora mudou tudo. Se Jesus está vivo, então, Nele e com Ele existe um poder mais forte que o poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente tudo mudou! Coragem, ao invés de medo! Retorno, ao invés de ida! Fé, ao invés de falta de fé! Esperança, ao invés de desespero! Consciência critica, ao invés de fatalismo frente ao poder! Liberdade, ao invés de opressão! Em uma palavra: vida, ao invés de morte! No lugar da má noticia da morte de Jesus, a Boa Nova de sua Ressurreição! Os dois experimentaram a vida, e vida em abundância! (Jo 10,10). Sinal do Espírito de Jesus agindo neles!



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Os dois disseram: “Nós pensávamos que seria Ele, porem...!”. Você já viveu uma situação de desalento que o levou a dizer: “Eu esperava, porém...?”.
• Como você lê, usa e interpreta a Bíblia? Já sentiu seu coração arder ao ler e meditar a Palavra de Deus? Você lê a Bíblia só ou faz parte de algum grupo bíblico?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 104)
• Hoje procurarei alguém necessitado e em nome de Jesus lhe darei muito mais do que necessita.




terça-feira, 10 de abril de 2012

Lectio Divina - 10/04/12






TERÇA-FEIRA - 10/04/2012

PRIMEIRA LEITURA: At 2,36-41

• A multidão ter dirigido sua pergunta a “Pedro e aos outros discípulos” indica que Pedro falava por eles todos, como hoje o papa muitas vezes fala pelo colégio dos bispos. A reação do discurso de Pedro faz paralelo com a resposta ao discurso de João Batista em Lc 3,10-18. As duas multidões perguntam o que deveriam fazer, à ambas é dito que se arrependam e ambas são batizadas. A promessa do Espírito Santo foi feita “a vós... e aos vossos filhos” (At 2,39). Isto é, aos judeus de todo o mundo reunidos para a festa e às gerações futuras. “A todos os que estão longe, quantos o Senhor nosso Deus chamar” anuncia a pregação aos pagãos mais tarde nos Atos. Os ouvintes devem salvar-se “desta geração transviada”. Essa frase é de passagens bíblicas sobre castigo (Dt 32,5). Lucas aplica-a à geração que rejeitou Jesus. É mencionado o número de três mil para mostrar que uma parte substancial do povo judeu acreditou no Messias, e assim continuou como o povo das promessas divinas. Somos batizados para fazer parte do povo de Deus e salvos como membros da Igreja.



ORAÇÃO INICIAL

• Tu, Senhor, que nos salvou pelo mistério pascal, continua favorecendo com dons celestes teu povo, para que alcance a liberdade verdadeira e possa gozar da alegria do céu, que já começou a experimentar na terra. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 20,11-18

• O evangelho de hoje descreve a aparição de Jesus à Maria Madalena. A morte de seu grande amigo leva Maria a perder o sentido da vida. Porém, ela continua procurando. Vai ao sepulcro para encontrar àquele que a morte havia lhe roubado. Existem momentos na vida em que tudo desmorona. Parece que tudo havia terminado. Morte, desastre, enfermidade, decepção, traição! Tantas são as coisas que podem levar a que falte a terra sob nossos pés e a jogar-nos em uma crise profunda. Mas, também acontece o seguinte. Como que de repente, o reencontro com uma pessoa amiga pode refazer a vida e fazer-nos descobrir que o amor é mais forte que a morte e a derrota.
• O capítulo 20 de João, além da aparição de Jesus à Maria Madalena, trás vários outros episódios que revelam a riqueza da experiência da ressurreição: (a)-do discípulo amado e de Pedro (Jo 20,1-10)/ (b)-de Maria Madalena (Jo 20,11-18); (c)-da comunidade dos discípulos (Jo 20,19-23) e (d)-do apóstolo Tomé (Jo 20,24-29). O objetivo da redação do evangelho é levar as pessoas a acreditar em Jesus e, ao crer Nele, ter vida (Jo 20,30-3).
• Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria Madalena se vêem as etapas da travessia pela qual teve que passar, desde a busca dolorosa até o reencontro da Páscoa. Estas são também as etapas pelas quais passamos todos nós, ao longo da vida, em nosso caminho para Deus e na vivência do Evangelho.
• João 20,11-13: MARIA MADALENA CHORA, MAS, PROCURA. Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena. Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus, até a hora de sua morte na cruz. Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao sepulcro para estar no lugar onde havia encontrado o Amado pela última vez. Mas, viu com surpresa que o sepulcro estava vazio! Os anjos lhe perguntam: “Por que choras agora?”. Resposta: “Levaram meu Senhor e ninguém sabe onde o puseram”. Maria Madalena procurava Jesus, aquele mesmo Jesus que ela havia conhecido e com quem havia convivido durante três anos.
• João 20,14-15: MARIA MADALENA CONVERSA COM JESUS SEM RECONHECER-LHE. Os discípulos de Emaus viram Jesus e não o reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Vê Jesus, porém, não o reconhece. Pensa que é o encarregado do horto. Como os anjos, Jesus também pergunta: “Por que choras?” E acrescenta: “A quem está procurando?”. Resposta: “Se tu o levaste, diga-me onde o colocaste, e eu o levarei”. Ela continua procurando o Jesus do passado, o mesmo de três dias atrás. É a imagem de Jesus do passado que a impede de reconhecer o Jesus vivo, presente diante dela.
• João 20,16: MARIA MADALENA RECONHECE JESUS. Jesus pronuncia o nome: “Maria!”. Foi o sinal de reconhecimento: a mesma voz, a mesma maneira de pronunciar o nome. Ela responde: “Mestre!”. Jesus havia voltado, o mesmo que havia sido morto na cruz. A primeira impressão é que a morte havia sido apenas um momento doloroso ao longo do ocorrido, porém, agora a tudo havia voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força. Era o mesmo que ela havia conhecido e amado. Realiza-se o que dizia a parábola do Bom Pastor: “Ele a chama por seu nome e elas o reconhecem”. “Eu conheço as minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem!” (Jo 10,3.4.14).
• João 20,17-18: MARIA MADALENA RECEBE A MISSÃO DE ANUNCIAR A RESSURREIÇÃO AOS APÓSTOLOS. De fato, é o mesmo Jesus, porém, a maneira de estar junto a Ele não é a mesma. Jesus lhe diz: “Deixa de tocar-me, que ainda não subi ao Pai”. Ele vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltar Jesus e assumir sua missão: anunciar aos irmãos que Ele, Jesus, subiu para o Pai. Jesus abriu o caminho para nós e faz com que Deus fique de novo próximo de nós.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Você tem tido alguma experiência que lhe tem dado a sensação de perda e de morte?
• Como foi? O que é que te deu vida nova e te devolveu a esperança e a alegria de viver?
• Que mudança teve lugar em Maria Madalena ao longo do diálogo? Maria Madalena procurava Jesus segundo certo modo e o volta a encontrar de outra forma. Como isto acontece hoje em nossa vida?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 32)




segunda-feira, 9 de abril de 2012

Lectio Divina - 09/04/12






SEGUNDA-FEIRA - 09/04/2012


PRIMEIRA LEITURA: At 2,14-22.33

• Pedro atua como porta-voz dos Doze, explicando o sinal que as pessoas haviam acabado dever e ouvir. Para Lucas, os eventos milagrosos, como o túmulo vazio e a cura do aleijado, precisam ser explicados. Como ele mostra, por si só, os milagres estão abertos a interpretações de crença ou descrença. Quando faz um milagre, Deus não força as pessoas a crer. É por isso que Lucas não os chama de milagres, mas de sinais – sinais do poder e da bondade de Deus que convidam à crença, mas não a forçam. Lucas acrescenta palavras às citações de Joel para mostrar com mais clareza como Pentecostes faz com que se cumpra à profecia. Mudou Joel 3,1 “depois disto” para “nos últimos dias” At 2,17. A citação de Joel mostra como os cristãos podem estar vivendo “nos últimos dias” e, contudo tem de esperar “o dia do Senhor, grande e glorioso”, o ultimo dia de julgamento. No dia do juízo, todos os que invocam o nome do Senhor, serão salvos.



ORAÇÃO INICIAL

• Senhor Deus, que por meio do batismo faz crescer tua Igreja, dando-lhe sempre novos filhos, concede a quantos têm renascido na fonte batismal viver sempre de acordo com a fé que professaram. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 28,8-15

• Páscoa! O evangelho de hoje descreve a experiência de ressurreição das discípulas de Jesus. No começo de seu evangelho, ao apresentar Jesus, Mateus havia dito que Jesus é Emanuel, Deus conosco (Mt 1,23). Agora, no final, ele comunica e amplia a mesma certeza de fé, pois, proclama que Jesus ressuscitou (Mt 28,6) e que estará sempre conosco, até o final dos tempos! Nas contradições da vida, esta verdade é muitas vezes contestada. Não faltam as oposições. Os inimigos, os chefes dos judeus, se defendem contra a Boa Nova da ressurreição e mandam dizer que o corpo foi roubado pelos discípulos (Mt 28,11-13). Tudo isto acontece hoje. Por um lado, o esforço de tanta gente boa para viver e testemunhar a ressurreição. Por outro, tanta gente má, que combate a ressurreição e a vida.
• No evangelho de Mateus, a verdade da ressurreição de Jesus se conta através de uma linguagem simbólica, que revela o sentido escondido dos acontecimentos. Mateus fala de um tremor de terra, de relâmpagos e anjos que anunciam a vitória de Jesus sobre a morte (Mt 28,2-4). É a linguagem apocalíptica, muito comum naquela época, para anunciar que, finalmente, o mundo foi transformado pelo poder de Deus! Realizou-se a esperança dos pobres que reafirmaram sua fé: “Ele está vivo, no meio de nós!”.
• Mateus 28.8: A ALEGRIA DA RESSURREIÇÃO VENCE O MEDO. Na madrugada do domingo, o primeiro dia da semana, duas mulheres foram ao sepulcro, Maria Madalena e Maria de Tiago, chamada a outra Maria. De repente, a terra tremeu e um anjo apareceu como um relâmpago. Os guardas que estavam vigiando o túmulo desmaiaram. As mulheres ficaram com medo, porém, o anjo as reanimou, anunciando a vitória de Jesus sobre a morte e enviou-as para que reunissem os discípulos de Jesus na Galiléia. Na Galiléia, elas poderão vê-lo novamente. Ali, onde tudo começou, acontecerá a grande revelação do Ressuscitado. A alegria da ressurreição começa a vencer o medo. Inicia-se o anuncio da vida e da ressurreição.
• Mateus 28,9-10: A APARIÇÃO DE JESUS ÀS MULHERES. As mulheres saem correndo. Sentem-se habitadas por uma mescla de medo e alegria. Sentimentos próprios de quem faz uma profunda experiência do Mistério de Deus. De repente, o próprio Jesus vai a seu encontro e diz: “Alegrem-se!”. Elas se prostram e adoram. É a postura de quem crê e acolhe a presença de Deus, ainda que, surpreende e supera a capacidade humana de compreensão. Agora o próprio Jesus dá a ordem de reunir os irmãos na Galiléia: “Não temais. Ide avisai aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, ali me verão!”.
• Mateus 28,11-15: A ASTÚCIA DOS INIMIGOS DA BOA NOVA. A mesma oposição que Jesus encontrou em vida, aparece agora depois de sua ressurreição. Os chefes dos sacerdotes se reunirão e deram dinheiro para os guardas. Estes tinham que apoiar a mentira de que os discípulos roubaram o corpo de Jesus e inventam algo sobre a ressurreição. Os chefes rejeitam e lutam contra a Boa Nova da Ressurreição. Preferem acreditar que tudo foi uma invenção dos discípulos e discípulas de Jesus.
• O SIGNIFICADO DO TESTEMUNHO DAS MULHERES. A presença das mulheres na morte, no enterro e na ressurreição de Jesus é significativa. Testemunharam a morte de Jesus. No momento do enterro, ficaram sentadas diante do sepulcro, portanto, elas puderam dizer qual era o lugar onde foi colocado o corpo de Jesus (Mt 27,61). Agora, no domingo de madrugada, estão de novo ali. Sabem que aquele sepulcro vazio é realmente o sepulcro de Jesus! A profunda experiência da morte e da ressurreição que fizeram lhes transforma a vida. Elas mesmas ressuscitaram e se tornaram testemunhas qualificadas nas comunidades cristãs. Por isto, recebem a ordem de anunciar: “Jesus está vivo! Ressuscitou!”.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

• Qual é a experiência de ressurreição em minha vida? Existe em mim alguma força que combate a experiência de ressurreição? Qual é a minha reação?
• Hoje, qual é a missão de nossa comunidade como discípulos e discípulas de Jesus?
• De onde podemos tirar força e coragem para cumprir nossa missão?



ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 15)