terça-feira, 16 de outubro de 2012

Lectio Divina - 16/10/12


TERÇA-FEIRA -16/10/2012



PRIMEIRA LEITURA: Gálatas 5,1-6

Paulo afirma categoricamente que o que salva o homem não são as obras (como a circuncisão, ou a observância dos preceitos da lei de Moisés), mas sim, a fé. Entretanto, esta fé tem uma característica particular que retorna a validade da lei e a leva a sua plenitude, como o próprio Jesus disse. A fé que o cristão professa, ou, que deve professar se verdadeiramente quer que sua fé seja válida e operante, será uma fé que “age através da Caridade”. Por isso, na carta aos corintios dirá: “Poderia ter uma fé capaz de mover montanhas, porém, se não tenho caridade nada sou”. Devemos lembrar que seremos julgados pela caridade. A fé do cristão se projeta na caridade. Caridade que é: perdão, ternura, compreensão e serviço, sobretudo, aos mais necessitados. Por isso, a fé é visível para todos os que nos rodeiam. Não posso dizer que acredito em Cristo e minha vida familiar esteja marcada pelo egoísmo, pela discórdia, pela indiferença, não posso ser cristão e tratar meus subordinados e aso que se relacionam comigo com despotismo e indiferença. Sim! A fé é que salva, porém, a fé age através da caridade. É esta a fé que tens em Cristo?



ORAÇÃO INICIAL 

• Pedimos-te, Senhor, que tua graça continuamente nos preceda e acompanhe, de maneira que estejamos dispostos a trabalhar sempre bem. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Lucas 11,37-41

Neste evangelho continua a relação tensa entre Jesus e as autoridades religiosas daquele tempo. Apesar da relação tensa, havia algo familiar entre Jesus e os fariseus. Convidado para comer na casa deles, Jesus aceita o convite. Jesus não perde diante deles a liberdade, nem os fariseus diante de Jesus. 
• Lucas 11,37-38: ADMIRAÇÃO DO FARISEU DIANTE DA LIBERDADE DE JESUS. “ Quando terminou de falar, um fariseu lhe rogou que fosse comer com ele, entrou, pois, e se colocou à mesa”. Jesus aceita o convite de comer na casa do fariseu, mas, não muda sua maneira de agir, pois, senta-se sem antes lavar as mãos. Nem o fariseu muda de atitude diante de Jesus, pois, expressa sua admiração pelo fato que Jesus não tenha lavado as mãos. Naquele tempo, lavar as mãos diante das comidas era uma obrigação religiosa, imposta às pessoas em nome da pureza, exigida pela lei de Deus. O fariseu estranhou vendo que Jesus não observa esta norma religiosa. E, apesar de ser totalmente diferentes, o fariseu e Jesus tinham algo em comum: a seriedade de vida. A forma de viver dos fariseus era assim: cada dia dedicava oito horas ao estudo e a meditação da lei de Deus, outras oito horas ao trabalho para poder dar de comer à família, e dedicavam outras oito horas ao descanso. Este testemunho sério de sua vida dava um grande sentido de liderança popular. Talvez, era por isto que, apesar de ser totalmente diferentes, os dois, Jesus e os fariseus, se entendiam e se criticavam mutuamente, sem perder a possibilidade de diálogo. 
• Lucas 11,39-41: A RESPOSTA DE JESUS. “Bem, Vós, os fariseus, purificais por fora o copo e o prato, enquanto por dentro estais cheios de rapina e maldade!”. Insensatos! O que fez o exterior, não fez também o interior? “Dê mais esmolas daquilo que tens e então tudo será puro para vós”. Os fariseus observavam ao pé da letra a lei. Olhavam só a letra e, por isso eram incapazes de perceber o espírito da lei, o objetivo que a observância da lei queria alcançar na vida das pessoas. Por exemplo, na lei está escrito: “ama teu próximo como a ti mesmo” (Lev 19,18). E eles comentavam: “Devemos amar o próximo, mas, só o próximo, os outros não!”. E dali nascia a discussão sobre a questão: “Quem é meu próximo?” (Lc 10,29). O apóstolo Paulo escreve na segunda carta aos Corintios: “A lei escreve da morte, enquanto que o Espírito dá vida” (2Cor 3,6). No Sermão da Montanha, Jesus critica aos que observam ao pé da letra a lei, porém, não acata o espírito da Lei (Mt 5,20). Para ser fiel ao que Deus pede de nós não basta observar só a lei ao pé da letra. Isto seria o mesmo que limpar o vaso ou o prato por fora e deixar o interior cheio de sujeira: roubo e maldade. Não basta não matar, não roubar, não cometer adultério, não jurar. Só observa plenamente a lei de Deus aquele que, mais além do escrito, vai até a raiz e arranca a partir de dentro de si os desejos de “roubo e de maldade” que podem levar ao assassinato, ao roubo, ao adultério. A plenitude da lei se realiza na prática do amor (Mt 5,21-48).






PARA REFLEXÃO PESSOAL

Nossa Igreja merece hoje esta acusação de Jesus contra os escribas e os fariseus? E eu, as mereço?
• Respeitar a seriedade de vida dos demais que pensam de forma diferente de nós pode facilitar o diálogo tão necessário e tão difícil hoje em dia? Como pratico o diálogo em família, no trabalho e na comunidade?




ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 119,41-42)
• Hoje procurarei demonstrar claramente minha caridade a alguém desconhecido que a necessite, sem esquecer que a caridade com os meus não é opcional.





segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Lectio Divina - 15/10/12


SEGUNDA-FEIRA -15/10/2012



PRIMEIRA LEITURA : Gálatas 4,22-24.26-27.31-5,1

No final desta explicação que Paulo faz sobre a relação entre o Antigo e o Novo Testamento, nos instrui sobre a liberdade que Cristo ganhou para nós. Fomos libertados por Cristo de maneira que os preceitos da lei mudaram pela liberdade que dá o amor e o Espírito. Não é que acabaram as prescrições da lei, mas, agora no lugar de obrigar-nos, o amor nos IMPULSIONA. É muito triste que haja pessoas que não só digam, mas, inclusive se lamentam da NECESSIDADE de ir a Missa. Sentem-se obrigadas, forçadas a assistir. Quem deixa que o Espírito Santo trabalhe em sua vida, o liberta, dando-lhe amor, de maneira que a Eucaristia dominical deixa de ser um “peso”, um jugo que escraviza, para converter-se em uma verdadeira alegria, algo desejado e amado, o qual lhe permite vivê-la com toda sua intensidade. Esta é a ação libertadora de Cristo. Seu Espírito, que mora em nós pela fé, nos faz amar tudo o que o Senhor nos tem instruído. Não seja escravo da lei, peça ao Espírito que te ensine e que te mova para amá-la. Esta é a novidade do Novo Testamento.



ORAÇÃO INICIAL 

• Pedimos-te, Senhor, que tua graça continuamente nos preceda e acompanhe, de maneira que estejamos dispostos a trabalhar sempre bem. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Lucas 11,29-32

O evangelho de hoje nos apresenta uma acusação muito forte de Jesus contra os fariseus e os escribas. Eles queriam que Jesus desse um sinal, pois, não acreditavam nos sinais e nos milagres que estava fazendo. Esta acusação de Jesus continua nos evangelhos dos próximos dias. Ao meditar estes evangelhos, devemos tomar muito cuidado para não generalizar a acusação de Jesus como se fosse dirigida contra o povo judeu. No passado, a ausência desta atenção contribuiu, lamentavelmente, para aumentar nos cristãos o anti-semitismo que tantos males acarretou à humanidade ao longo dos séculos. Em vez levantar o dedo contra os fariseus do tempo de Jesus, é melhor olhar-mos no espelho dos textos, para perceber neles o fariseu que vive escondido em nossa Igreja e em cada um de nós, e que merece a mesma critica de parte de Jesus.
• Lucas 11,29-30: O SINAL DE JONAS. “Os nivitas se levantaram em Juízo com esta geração e a condenaram; porque eles se converteram pela pregação de Jonas, e aqui existe algo mais que Jonas”. Havendo reunido as pessoas, começou a dizer: Esta geração é uma geração malvada, pede um sinal, porém, não se dará outro sinal senão o de Jonas. O evangelho de Mateus informa que alguns escribas e fariseus: pediram um sinal (Mt 12,38). Queriam que Jesus realizasse para eles um sinal, um milagre, para que pudessem verificar se Ele era mesmo o enviado de Deus segundo imaginavam. Queriam que Jesus se submetesse aos critérios deles. Não havia neles abertura para uma possível conversão. Porém, Jesus não se submeteu à seus pedidos. O evangelho de Marcos disse que Jesus, diante do pedido dos fariseus, soltou um profundo suspiro (Mc 8,12), provavelmente de desgosto e de tristeza diante de tanta cegueira. Porque de nada serve colocar um bonito quadro diante de alguém que não quer abrir os olhos. O único sinal é o sinal de Jonas. “Porque assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o será o Filho do Homem para esta geração”. Como será este sinal do Filho do Homem? O evangelho de Mateus responde: “Porque da mesma maneira que Jonas esteve no ventre do cetáceo três dias e três noites, assim também o Filho do Homem estará no seio da terra três dias e três noites” (Mt 12,40). O único sinal será a ressurreição de Jesus. Este é o sinal que, no futuro se dará aos escribas e aos fariseus. Jesus, condenado por eles a uma morte de cruz, será ressuscitado por Deus e continuará ressuscitando de muitas maneiras naqueles que acreditam Nele. O sinal que converte não são os milagres, mas sim, o testemunho de vida!
• Lucas 11,31: SALOMÃO E RAINHA DO MEIO DIA. A alusão à conversão das pessoas de Ninive associa e faz lembrar a conversão da Rainha do Meio Dia: “A rainha do Meio Dia se levantará no Juízo com os homens desta geração e os condenará; porque ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui existe algo maior que Salomão”. Esta evocação quase ocasional do episódio da Rainha do Meio Dia que reconheceu a sabedoria de Salomão mostra como se usa a Bíblia naquele tempo. Era por associação. A interpretação principal era esta: “A Bíblia se explica pela Bíblia”. Até hoje, esta é uma das normas mais importantes para a interpretação da Bíblia, sobretudo, para a Leitura Orante da Palavra de Deus. 
• Lucas 11,32: AQUI EXISTE ALGO MAIOR DE JONAS. Depois da divagação sobre Salomão e a Rainha do Meio Dia, Jesus volta a falar do sinal de Jonas: “Os ninivitas se levantaram em Juízo com esta geração e a condenaram, porque eles se converteram pela pregação de Jonas, e aqui existe algo maior que Jonas”. Jesus é maior que Jonas, maior que Salomão. Para os cristãos, é o principal segredo para a Escritura (2Cor 3,14-18).





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Jesus critica os escribas e os fariseus que chegavam a negar a evidência, tornando-se incapaz de reconhecer o chamado de Deus nos acontecimentos. E nós, os cristãos de hoje, e eu: merecemos esta mesma critica de Jesus?
• Ninive se converteu diante da pregação de Jonas. Os escribas e os fariseus não se converteram. Hoje, o que acontece provoca mutações e conversões nas pessoas do mundo inteiro: ameaça ecológica, a urbanização que desumaniza, o consumismo que massifica e aliena, as injustiças, a violência, etc. Muitos cristãos vivem alheios a estes clamores de Deus que vem da realidade.



ORAÇÃO FINAL 


• (SALMO 113,1-2)
• Hoje farei minhas práticas espirituais cotidianas, porém, cuidarei que minha atitude diante delas seja de alegria e prazer.