terça-feira, 17 de setembro de 2013

Lectio Divina - 17/09/13


TERÇA-FEIRA -17/09/2013


PRIMEIRA LEITURA: 1Timoteo 3,1-13


A lista de deveres domésticos é ampliada com uma lista de qualificações para “epíscopos” e diáconos. Embora aqui não haja nenhuma descrição clara de missão, ficamos sabendo quais são as qualificações para esta posição. O bom líder deve ser irrepreensível, casado com uma só mulher, sóbrio e notável pela hospitalidade. Esta passagem dá origem a muitas perguntas para as quais não existem respostas claras.


ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, criador e dono de todas as coisas, olhe-nos, e, para que sintamos os efeitos de teu amor, concede-nos servir-te de todo coração. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 7,11-17

O evangelho de hoje narra o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim. É esclarecedor o contexto literário deste episódio no capítulo VII do Evangelho de Lucas. O evangelista quer mostrar como Jesus vai abrindo caminho, revelando a novidade de Deus que avança por meio do anuncio da Boa Nova. Vão acontecendo as transformações e a abertura: Jesus acolhe o pedido de um estrangeiro não judeu (Lc 7,1-10) e ressuscita o filho de uma viúva (Lc 7,11-17). A maneira como Jesus revela o Reino surpreende os irmãos que não estavam acostumados a tão grande abertura. Até João Batista ficou perdido e mandou perguntar: “Tu és o Senhor ou devemos esperar outro?”(Lc 7,18-30). Jesus chegou a denunciar a incoerência de seus anfitriões: “Sois como crianças que não sabem o que querem” (Lc 7,31-35). E no final, a abertura de Jesus para com as mulheres (Lc 7.36-50).

Lucas 7,11-12: O ENCONTRO DAS DUAS PROCISSÕES. “Continuando foi a uma cidade chamada Naim. Iam com Ele seus discípulos e uma grande multidão. Quando se aproximava da porta da cidade, encontram com pessoas que dirigiam para enterrar um morto, filho único de sua mãe, que era viúva, muita gente acompanhava o enterro”. Lucas é como um pintor. Com poucas palavras consegue pintar o quadro tão bonito do encontro das duas procissões: a procissão da morte que sai da cidade e acompanha a viúva que leva seu único filho para o cemitério; e a procissão da vida que entra na cidade e acompanha Jesus. As duas se encontram na pequena cidade, junto da porta da cidade de Naim.

Lucas 7,13: A COMPAIXÃO ENTRA EM AÇÃO. “Ao ver, o Senhor teve compaixão da viúva e disse: Não chores!”. É a compaixão que leva Jesus a falar e a agir. Compaixão significa literalmente: “sofrer com”, assumir a dor da outra pessoa, identificar-se com ela, sentir com ela a sua dor. É a compaixão que aciona em Jesus o poder, o poder da vida sobre a morte, poder criador.

Lucas 7,14-15: “JOVEM, A TI TE DIGO, LEVANTA-TE!”. Jesus se aproxima, toca o féretro e diz: “Jovem, a ti te digo, levanta-te! O morto se ergueu e começou a falar. E Jesus devolveu-lhe à sua mãe”. Às vezes em momentos de grande sofrimento provocado pelo falecimento de uma pessoa querida, as pessoas dizem: “Naquele tempo, quando Jesus andava pela terra havia esperança de não perder uma pessoa querida, pois, Jesus podia ressuscitá-la!”. Elas olhavam o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim como um evento do passado que apenas suscita saudade e um certo ressentimento. A intenção do evangelho, todavia, não é suscitar saudade e nem ressentimento, mas sim, ajudar a experimentar melhor a presença viva no meio de no meio de nós. Ele está hoje conosco, e diante dos problemas e sofrimentos que os assolam nos diz: “Te ordeno: levanta-te!”. 

Lucas 7,16-17: “A REPERCURSSÃO”. “Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós, e Deus veio visitar seu povo. E o que se dizia Dele se propagou por toda a Judéia e por toda a região circunvizinha”. É o profeta que foi anunciado por Moisés (Dt 18,15). O Deus que nos veio visitar é o “Pai dos órfãos e das viúvas” (Sl 68,6; cf. Jt 9,11).


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Foi a compaixão que levou Jesus a ressuscitar o filho da viúva. O sofrimento dos demais produz em nós a mesma compaixão? O que é que faço para ajudar o outro a vencer a dor e criar vida nova?
Deus visitou seu povo. Percebo as muitas visitas de Deus em minha vida e na vida das pessoas?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 100,2-3)



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Lectio Divina - 16/09/13


SEGUNDA-FEIRA -16/09/2013
 

PRIMEIRA LEITURA:1Timóteo 2,1-8


 Aqui começa uma longa exortação não só a marido e mulher, pais e filhos, mas, para toda a Igreja, e é dirigida a todo tipo de conduta que beneficia a “Igreja de Deus”. É prefigurada uma assembléia típica, onde se fazem “pedidos, orações, súplicas, ações de graças”. Paulo sempre recomendava a suas igrejas que rezassem pelos governantes civis; aqui o propósito da oração é a tolerância para com os novos grupos religiosos. Neste conselho está implícito o chamado para ser cidadãos exemplares, e também cristãos perfeitos. Indica que a Igreja também reza para que os governantes compartilhem sua fé. Esses poucos versos sugerem uma visão dessa Igreja que claramente não é sectária nem nega o mundo, mas está ecumenicamente aberta a todos e vê a vida cristã como plenamente compatível com a boa cidadania no Império.


ORAÇÃO INICIAL 

Pai Santo, por Jesus, teu Filho, o Verbo feito carne que dá vida pelos outros, envie teu Espírito Santo para abrir meus ouvidos para ouvir a “carta de amor” que escreveu para mim e ilumine minha mente para que eu a possa compreender com profundidade. Domestique meu coração com a alegria, já que aceitar sua vontade me ajudará nos teus testemunhos. Amém!


REFLEXÃO

Lucas 7,1-10

No capítulo 7, Lucas no ajuda a aceitar o chamado dirigido aos gentios para unirem-se na fé no Senhor Jesus na figura do centurião que está liderando o caminho para aqueles que desejam aceitar a fé de Israel e logo encontrar e conhecer o rosto de Deus em Jesus. Nesta meditação do Evangelho, nós também aceitaremos a proposta de abrir-nos a fé, ou, para tornar mais forte nossa confiança plena na Palavra de Deus. Vamos, pois, seguir com o coração, os passos do centurião romano, já que estamos presentes nele também.

Talvez o primeiro aspecto que se desprende de uma leitura do texto, é o sofrimento que o centurião está. É preciso ouvir mais cuidadosamente todas as palavras que esta realidade deseja colocar em relevo. Cafarnaum, um povoado fronteiriço, fora do alcance, em suas margens, a cidade onde a benção de Deus parece ser difícil de alcançar. A grave enfermidade, a morte iminente de um ser querido.

Mas, agora vejo que o Senhor entra nesta situação, compartilha o viver com sua presença amorosa. Sublinhamos todos os verbos que confirmam esta verdade: “Por favor, venha”, “foi com eles”, não “era muito longe”. É fantástico ver este movimento em Jesus, que vai à pessoa que chama e pede que procure a salvação. Faz isso muito bem, com todos. 

É um contato muito útil com a figura do centurião, que aqui é um pouco como o mestre, guia para o caminho da fé. “Depois de haver ouvido sobre Jesus”. Recebeu o anuncio, a boa noticia o interceptou e lhe rompeu o coração, sem escapar este fato, seus ouvidos não se fecharam para a vida. Acordou em Jesus e agora o deseja.

“AUTORIZAÇÃO/DELEGAÇÃO”. Duas vezes faz esta ação, primeiro ao enviar Jesus aos anciãos do povo, às figuras de autoridade, continuando, envia-o a seus amigos. Lucas utiliza dois verbos diferentes, e isto ajuda a entender ainda mais que este homem tenha feito algo há pouco: foi se abrindo gradualmente mais e mais para o encontro com Jesus e seus amigos. “Para pedir-lhe que venha salvar-nos. Dois belos verbos que expressam a intensidade de sua solicitação a Jesus, ele quer, o mais breve, salvar sua pobre vida, isto é, livrar-se de sua dor”. É uma declaração de amor, fé, muito grande, porque é como se dissesse: “Eu sem você não posso viver. Vem…”. E ninguém pede nenhuma salvação, a cura do corpo, tal como entendemos o verbo particular, que Lucas quer. De fato estamos falando de uma salvação cruz, capaz de atravessar toda sua vida, toda a pessoa e capaz de levar a pessoa mais, mais além de todos os obstáculos a qualquer esforço ou provas, inclusive mais além da morte. 

“NÃO SOU DIGNO”. Duas vezes Lucas coloca palavras na boca do centurião, que ajuda a compreender o grande progresso que fez para si próprio. Ele sente-se indigno, incompetente. Inadequado, como a expressão das duas palavras gregas diferentes usadas aqui. Talvez o primeiro grande avanço no caminho da fé com Jesus é o seguinte: o descobrimento de nossa grande necessidade Dele, sua presença e a consciência cada vez mais segura de que por si só não posso fazer nada, porque sou pobre, sou pecador. Porém, para isto, somos infinitamente amados!

“A PALAVRA”. Aqui está o grande salto, o grande passo da fé. O centurião agora acredita de forma clara, confiança serena. Enquanto caminha para Ele, ele também esta fazendo seu caminho em seu interior, estava mudando, esta se convertendo em um novo homem. Primeiro aceitou a pessoa de Jesus e logo também sua palavra. Porque Ele é o Senhor, como tal, sua palavra é eficaz, real, de grande alcance, capar de operar o que diz. Todas as dúvidas foram derrubadas, tudo que fica é a fé e a certeza da confiança na salvação em Jesus.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Jesus ouve meu pedido ao centurião para que venha salvar-nos?
Uma fé como a que o centurião carregava… e eu, que sou cristão, tenho essa mesma fé?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 27, 2.7-9)