quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Lectio Divina - 11/10/12





QUINTA-FEIRA -11/10/2012

PRIMEIRA LEITURA: Gálatas 3,1-5

•    Os judeus, ancorados na Lei de Moisés, consideravam que o que os fazia santos era o cumprimento de todos os preceitos que nela se haviam escritos. Isto, como dirá mais adiante Paulo, tem um fundamento e uma verdade, todavia, Jesus nos tem revelado que é, precisamente pelo Espírito Santo, que Deus ora em nós como em um templo, isto faz com que o homem seja verdadeiramente Santo. Hoje acontece entre muitos de nós cristãos um pensamento parecido, já que muitos pensam que a santidade vem por fazer tal ou qual prática litúrgica ou devocional. A verdade é que estas são importantes (ir a missa aos domingos, rezar novenas, visitar santuários, etc), todavia, a santidade e a verdadeira vida cristã, vêm ao homem pela vivência do Evangelho e a ação de Deus em nós por meio do Espírito Santo. É por isso que a leitura diária do Evangelho, o aprofundar na Palavra de Deus e a oração assídua e prolongada, são os elementos que possibilitam que o Espírito de Deus se desenvolva e produza em nós a verdadeira santidade.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso e eterno, que com amor generoso inunda os valores e os desejos dos que te suplicam; derrama sobre nós tua misericórdia, para que livre nossa consciência toda inquietude e nos concedas ainda aquilo que não nos atrevemos a pedir. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Lucas 11,5-13

•    O evangelho de hoje é continuação do assunto da oração, iniciado ontem com o ensinamento do Pai Nosso. Hoje Jesus ensina que devemos rezar com fé e insistência, sem desfalecer. Para isto, usa uma parábola provocadora.
• Lucas 11,5-7: A PARÁBOLA QUE PROVOCA. Como de costume, quando tem algo importante para ensinar, Jesus recorre a uma comparação, a uma parábola. Hoje nos conta uma história curiosa que termina em pergunta, e dirige esta pergunta as pessoas que ouviam e também a nós que hoje lemos ou escutamos a história: “Se um de vós tem um amigo e, indo a ele a meia-noite, lhe diz: Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem em minha casa um amigo meu e não tenho o que oferecer-lhe, e aquele amigo de dentro da casa, lhe responde: Não me amole, a porta já está fechada, e meus filhos e eu estamos descansando, não posso levantar-me para te atender”. Antes que Jesus dê a resposta, Ele quer de nós nossa opinião. O que responderíamos: sim ou não?
• Lucas 11,8: O PRÓPRIO JESUS RESPONDE A PROVOCAÇÃO. Jesus dá sua resposta: “Os asseguro que se não se levantar para servir seu amigo, se levantará para que ele deixe de amolar e lhe dará o que necessita”. Se não fosse Jesus, teria coragem de inventar uma história na qual sugere que Deus atende nossas orações para se ver livre de ser molestado? A resposta de Jesus afiança a mensagem sobre a oração, a saber: Deus atende sempre nossa oração. Esta parábola lembra outra, também de Lucas, a da viúva que insiste em conseguir seus direitos diante do juiz a quem nem Deus nem a justiça o importa, e que atende a viúva não por ser justo, mas sim, porque quer se ver livre dela (Lc 18,3-5). Jesus tira logo algumas conclusões para aplicar a mensagem da parábola na vida.
• Lucas 11,9-10: A PRIMEIRA APLICAÇÃO DA PARÁBOLA. “Eu vos digo: Pedi e se os dará, buscai e achareis, chamai e se os abrirá. Porque todo o que pede recebe, o que busca, acha, e o que chama, lhe abrirá”. Pedir, buscar, chamar! Jesus não coloca condições. Se pedires, receberás. Se chamar à porta, abrir-te-á. Jesus não disse quanto tempo vai durar o pedido, a busca ou o chamamento, porém, é certo que obter resultado.
• Lucas 11,11-12: A SEGUNDA APLICAÇÃO DA PARÁBOLA. “Que pai entre vós que, se seu filho pedir um peixe, em lugar de um peixe lhe dá uma cobra, ou, se pede um ovo, lhe dá um escorpião?”. Esta segunda aplicação deixa ver o público que ouvia as palavras de Jesus e a maneira que Ele ensina em forma de diálogo. Ele pergunta: “Tu tens filhos, se te pede um peixe lhe dá em troca uma cobra?”. A pessoa responde: “Não!”. “E se pede um ovo, lhe dá um escorpião?. Não!”. Por meio do diálogo, Jesus envolve as pessoas na comparação e pela resposta que recebe, as compromete com a mensagem da parábola.
• Lucas 11,13: A MENSAGEM: RECEBER O DOM DO ESPÍRITO SANTO. “Se, pois, vós, ainda sendo maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo a quem pedir!”. O grande dom que Deus tem para nós é o Espírito Santo. Quando fomos criados, ele soprou seu espírito em nossos narizes e nos tornamos um ser vivo (Gn 2,7). Na segunda criação, através de fé em Jesus, ele nos dá de novo o Espírito, o mesmo Espírito que fez com que a Palavra se encarnasse em Maria (Lc 1,35). Com a ajuda do Espírito Santo, o processo de encarnação da Palavra continua até a hora de morte na Cruz. No final, na hora da morte, Jesus devolve o Espírito ao Pai: “Em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc 23,46). É este o Espírito que Jesus promete como fonte de verdade e de compreensão (Jo 14,14-17;16,13), e como ajuda no meio das perseguições (Mt 10,20; At 4,31). Este Espírito não se compra com dinheiro nos grandes mercados. A única maneira de obtê-lo é mediante a oração. Nove dias de oração obtiveram o dom abundante do Espírito no dia de Pentecostes (At 1,14;2,1-4).






PARA REFLEXÃO PESSOAL

•    Como reage diante da provocação desta parábola? Uma pessoa que vive em uma casa pequena em uma grande cidade, como responderia? Abriria a porta?
• Quando oras, oras com a convicção de que vai receber algo?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 111,1-2)
• Hoje durante o dia direi constantemente “Vem, Espírito Santo”, e me farei consciente de que o Espírito de Deus é quem consuma minha união perfeita com Ele.





quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Lectio Divina - 10/10/12






QUARTA-FEIRA -10/10/2012

PRIMEIRA LEITURA: Gálatas 2,1-2.7-14

•    Nesta passagem podemos ver o problema que acontecia naqueles tempos entre duas diferentes correntes teológicas. Por um lado, Paulo que pregava àqueles que não conheciam a Lei de Moisés, e por outro, Pedro que pregava àqueles que toda sua vida tinham tido como norma todos seus preceitos. Ambos reconhecem Cristo como Senhor, mas, enquanto uns vivem neste senhorio sem tantas restrições e com mais liberdade, os judeus, atados à muitos ritualismos e convicções ancoradas em sua fé, procuram acomodar ao que para eles tem sido parte de sua história de salvação. Hoje em dia também nós encontramos dentro da Igreja diferentes correntes teológicas, as quais “potenciam” ou “ponderam” alguns elementos do Evangelho. Assim, por exemplo, um movimento resgata e acentua “o cuidado pelo matrimônio e a família”, outro a “participação do Espírito Santo e a promoção de carismas”, etc. É importante reconhecer a ação de Deus em cada movimento e em cada corrente teológica. Somos uma Igreja e nela, como diz Paulo, existem diferentes membros, todos úteis e santos para sadio desenvolvimento do corpo.



ORAÇÃO INICIAL

• Deus todo poderoso e eterno, que com amor generoso inunda os valores e os desejos dos que te suplicam; derrama sobre nós tua misericórdia, para que livre nossa consciência toda inquietude e nos concedas ainda aquilo que não nos atrevemos a pedir. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Lucas 11,1-4

• No evangelho de ontem, vimos Maria aos pés de Jesus, ouvindo sua Palavra. Quem ouve a palavra de Deus deverá dar uma resposta na oração. Assim, o evangelho de hoje, é continuação do evangelho de ontem, apresentando a passagem em que Jesus, por sua maneira de rezar, desperta nos discípulos a vontade de rezar, de aprender Dele à rezar.
• Lucas 11,1: JESUS, EXEMPLO DE ORAÇÃO. “Estava Ele orando em certo lugar e, quando terminou um dos discípulos disse-lhe: Senhor ensina-nos a orar, como João ensinou a seus discípulos”. O pedido do discípulo é algo estranho, pois naquele tempo, as pessoas aprendiam a rezar desde pequenos. Todos rezavam três vezes ao dia, de manhã, ao meio dia e a tarde. Rezavam muitos salmos. Tinham suas práticas piedosas, tinham os salmos, tinham as reuniões semanais na sinagoga e os encontros diários em casa. Porém, parece que não bastava. O discípulo queria mais: “Ensina-nos a rezar!”. Na atitude de Jesus ele descobriu que poderia dar um passa a mais e que, por ele, necessitava de uma iniciação. O desejo de rezar está em todos, porém, pede ajuda pela maneira de rezar. A maneira de rezar vai mudando ao longo dos anos da vida e ao longo dos séculos. Ensina-se a rezar por meio das palavras e do testemunho.
• Lucas 11, 2-4: A ORAÇÃO DO PAI NOSSO. Jesus respondeu: “Quando forem rezar digam: Pai, santificado seja teu Nome, venha teu Reino, dando-nos o pão de cada dia, e perdoa os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todos os que nos devem, e não nos deixe cair em tentação”. No evangelho de Mateus, de forma muito didática, Jesus resume todo seu ensinamento em sete pedidos dirigidos ao Pai. Aqui no evangelho de Lucas os pedidos são cinco. Nestes cinco pedidos, Jesus retoma as grandes promessas do Antigo Testamento e pede que o Pai nos ajude a realizá-las. As três primeiras dizem algo a respeito de nossa relação com Deus. As outras quatro dizem algo a respeito da relação entre nós…
• Mt – Lc: Introdução: Pai Nosso que estas no céu!
• Mt – Lc: 1º Pedido: Santificação do Nome
• Mt – Lc: 2º Pedido: Chegado do Reino
• Mt – : 3º Pedido: Realização da Vontade
• Mt – Lc: 4º Pedido: Pão de cada dia
• Mt – Lc: 5º Pedido: Perdão das dividas
• Mt – Lc: 6º Pedido: Não cair em Tentações
• Mt – Lc: 7º Pedido: Libertação do Mal.
Pai (Nosso): O título expressa a nova relação com Deus (Pai). É o fundamento da fraternidade.
a)-Santificar o Nome: O nome és JAHVÉ. Significa Estou contido! Deus conosco. Neste NOME Deus se dá a conhecer (Ex 3,11-15). O Nome de Deus é santificado quando é usado com fé não como magia; quando é usado segundo seu verdadeiro objetivo, isto é, não para a opressão, mas sim, para a libertação das pessoas na construção do Reino.
b)- Chegada do Reino: O único dono e rei da vida humana é Deus (Is 45,21;46,9). A vinda do Reino é a realização de todas as esperanças e promessas. É a vida plena, a superação das frustrações sofridas com os reis e os governos humanos. Este Reino acontecerá, quando a vontade de Deus se realizar plenamente.
c)- Pão de cada dia: No êxodo, todo dia, a pessoa recebia o maná no deserto (Ex 16,35). A Providencia Divina passava pela organização fraterna, pelo compartilhar. Jesus nos convida a realizar um novo êxodo, uma nova maneira de convivência fraterna que garantisse o pão para todos (Mt 6,34-44; Jo 6,48-51).
d)- Perdão da dívidas: Cada 50 anos, o Ano Jubilar obrigava a todos ao perdão da dívida. Era um novo começo (Lv 25,8-55). Jesus anuncia um novo Ano Jubilar, “um ano da graça de parte do Senhor” (Lc 4,19). O evangelho quer começar tudo de novo. Hoje, a divida externa não é perdoada! Lucas muda “dividas” por “pecados”.
e)- Não cair em Tentações: no êxodo, as pessoas foram tentadas e caíram (Dt 9,6-12). Murmurou e quis voltar atrás (Ex 16,3;17,3). No novo êxodo, a tentação será superada pela força que o povo recebe de Deus (1Cor 10,12-13).
• O TESTEMUNHO DA ORAÇÃO DE JESUS NO EVANGELHO DE LUCAS:
- Aos doze anos de idade, vai ao Templo, a Casa do Pai (Lc 2,46-50).
- Na hora de ser batizado e de assumir a missão, reza (Lc 3,21).
- Na hora de iniciar a missão, passa quarenta dias no deserto (Lc 4,1-2).
- Na hora da tentação, enfrenta o diabo com textos da Escritura (Lc 4,3-12).
- Jesus tem o costume de participar nas celebrações nas sinagogas aos sábados (Lc 4,16).
- Busca a solidão do deserto para rezar (Lc 5,16;9,18).
- Às vésperas de escolher os doze Apóstolos, passa a noite em oração (Lc 6,12).
- Reza antes de comer (Lc 9,16;24,30).
- Ao colocar-se diante da realidade e na hora de falar de sua paixão, reza (Lc 9,18).
- Na crise, sobe ao Monte para rezar e é transfigurado quando reza (Lc 9,28).
- Diante da revelação do Evangelho aos pequenos, diz: “Pai eu te dou graças” (Lc 10,21).
- Rezando, desperta nos apóstolos a vontade de rezar (Lc 11,1).
- Reza por Pedro para que não desfaleça na fé (Lc 22,32).
- Celebra a Ceia Pascal com seus discípulos (Lc 22,7-14).
- No Horto das Oliveiras, reza, quando transpira sangue (Lc 22,41-42).
- Na angustia da agonia pede aos amigos que rezem com Ele (Lc 22,40.46).
- Na hora de ser cravado na cruz, pede perdão pelos malfeitores (Lc 23,24).
- Na hora da morte, diz: “Em tuas mãos entrego meu Espírito” (Lc 23,46;Sl 31.6).
- Jesus morre soltando o grito do pobre (Lc 23,46).





PARA REFLEXÃO PESSOAL

•    Rezo? Como rezo? O que significa a oração para mim?
• Pai Nosso: observo os cinco pedidos e verifico como os vivo em minha vida?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 117,1-2)
• Hoje darei graças pelo lugar através do qual recebo formação, me ajuda a crescer como cristão e me convida a anunciar a mensagem de Jesus, de maneira especial revisarei se existe algo em que eu possa cooperar e farei os ajustes necessários para fazê-lo.