terça-feira, 25 de setembro de 2012

Lectio Divina - 25/09/12


TERÇA-FEIRA -25/09/2012

PRIMEIRA LEITURA: Provérbios 21,1-6.10-13

Desde iniciamos a leitura de alguns textos do livro dos Provérbios, livro que é parte da literatura sapiencial do povo de Israel. É a sabedoria de um povo que encontra em seu caminhar, junto com a ação poderosa de Deus, a sabedoria que nasce da experiência humana; do cair e levantar-se. Este livro, portanto, nos apresenta uma infinidade de conselhos que, como já vimos, resume em grande medida a experiência do povo através dos séculos, na qual, bem humana, está assentada sobre a fidelidade a Deus. São sentenças que falam por si só. Se as meditamos com detalhamento veremos quanta sabedoria e verdades existem nelas.



ORAÇÃO INICIAL 

• Oh Deus, que colocaste a plenitude da lei no amor a ti e ao próximo; concede-nos cumprir teus mandamentos para chegar assim a vida eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 8,19-21

• O evangelho de hoje nos fala do episódio em que os pais de Jesus, inclusive sua mãe, quiseram conversar com ele, porém, Jesus não lhes dá atenção. Jesus teve problemas com a família. Às vezes, a família ajuda a viver melhor e a participar na comunidade. Outras vezes, dificulta essa convivência. Assim foi para Jesus, e assim é para nós.
• Lucas 8,19-20: A FAMÍLIA PROCURA JESUS. Os parentes chegam à casa onde estava Jesus. Provavelmente havia vindo de Nazaré. Dali a Cafarnaum existe uma distância de 40 quilômetros. Sua mãe estava com eles. Não entram, pois, havia muita gente, porém, lhe mandam um recado: “Tua mãe e teus irmãos estão ai fora, e querem ver-te”. Segundo o evangelho de Marcos, os parentes não querem ver Jesus. Eles querem levá-lo para casa (Mc 3,32). Pensavam que Jesus havia ficado louco (Mc 3,21). Provavelmente, tinham medo, pois, segundo nos informa a história, a vigilância por parte dos romanos com relação a todos os que de uma forma ou de outra tinham certa liderança popular, era enorme (cf. At 5,36-39). Em Nazaré, na serra, estaria mais seguro que na cidade de Cafarnaum.
• Lucas 8,21: A REPOSTA DE JESUS. A reação de Jesus é firme: “Minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus, e a colocam em prática”. Em Marcos, a reação de Jesus é mais concreta. Marcos diz: “Então Jesus olhou para as pessoas que estavam sentadas a seu redor e disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3,34-35). Jesus amplia a família! Não permite que a família o afaste da missão: nem a família, (Jo 7,3-6), nem Pedro (Mc 8,33), nem os discípulos (Mc 1,36-38), nem Herodes (Lc 13,32), nem ninguém (Jo 10,18).
• É a palavra que cria a nova família ao redor de Jesus: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a colocam em prática”. Um bom comentário deste episódio é o que disse o evangelho de João no prólogo: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ela, e o mundo não a conheceu. Veio aos seus, e os seus não a receberam. Porém, a todos os que a receberam lhes deu poder de fazer-se filhos de Deus, aos que acreditam em seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem do desejo da carne, nem do desejo do homem, mas sim, nasceram de Deus. E a Palavra se fez carne, e fez sua Morada entre nós, e temos contemplado sua glória, glória que recebe do Pai como Unigênito, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,10-14). A família e os parentes, não entenderam Jesus (Jo 7,3-5; Mc 3,21), não fazem parte da nova família. Fazem parte da nova comunidade só aqueles e aquelas que recebem a Palavra, isto é, que acreditam em Jesus. Estes nascem de Deus e formam a Família de Deus.
• A SITUAÇÃO DA FAMÍLIA NO TEMPO DE JESUS. No tempo de Jesus, tanto a conjuntura política, social e econômica como a ideologia religiosa, tudo conspirava para o enfraquecimento dos valores centrais do clã, da comunidade. A preocupação com os problemas da própria família impedia que as pessoas se unissem na comunidade. Agora, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se, de novo, na convivência comunitária das pessoas, as pessoas tinham que superar os limites estreitos da pequena família e abrir-se à grande família, à Comunidade. Jesus deu o exemplo. Quando sua família procurou apoderar-se dele, reagiu e ampliou a família (Mc 3,33-35). Criou comunidade.
• OS IRMÃOS E AS IRMÃS DE JESUS. A expressão “irmãos e irmãs de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus tinha mais irmãos e que Maria tinha mais filhos. Os católicos dizem que Maria não teve mais filhos. O que pensar disto? Em primeiro lugar, as posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição de suas respectivas igrejas. Por isto, não convém polemizar nem discutir esta questão com argumentos só da cabeça. Pois, trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com os sentimentos de ambos. O argumento só da cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração. Apenas irrita e afasta! Ainda quando não concordo com a opinião do outro, tenho que respeita-la sempre. Em segundo lugar, em vez de discutir ao redor de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé. Deveríamos lembrar alguma outra frase de Jesus: “Vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). “Que todos sejam um, para que o mundo acredite que Tu, Pai, me enviaste” (Jo 17,21). “Não lhes impeça. Quem não está contra está a nosso favor” (Mc 10,39-40).





PARA REFLEXÃO PESSOAL

A família ajuda ou dificulta tua participação na comunidade cristã?
• Como assume teu compromisso na comunidade cristã sem prejudicar nem a família nem a comunidade?



ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 119,33-34)
• Hoje tomarei uma ou duas destas sentenças, as converterei em oração e as repetirei várias vezes ao longo do dia.




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