sexta-feira, 14 de junho de 2013

Lectio Divina - 14/06/13


SEXTA-FEIRA -14/06/20



PRIMEIRA LEITURA: 2Corintios 4,6-15


• Uma das coisas mais surpreendentes do mundo é o fato de que Deus possa habitar-nos; o fato de que, neste corpo de barro tão frágil, possa estar contida toda força e a glória de Deus. É por isso que podemos enfrentar cada dia as dificuldades de nossa vida com um espírito alegre e tenaz; que podemos mostrar ao mundo um novo caminho de amor e de paz que eles não conheçam. A força de Deus sua glória e sua graça fazem do cristão uma pessoa diferente, que vai espalhando por onde caminha, “o grato aroma de Cristo” isto é, a paz, a alegria, a justiça. Não permitas que a fragilidade de teu barro obscureça esta força de Deus, mas, ao contrário, sinta-te orgulhoso apesar de tua debilidade, de ser portador do amor de Deus em tua vida e responda com generosidade à isso.






ORAÇÃO INICIAL 



• Oh Deus, fonte de todo bem, ouça sem cessar nossas súplicas; e conceda-nos, inspirados por ti, pensar o que é reto e cumpri-lo com tua ajuda. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Mateus 5,27-32


• No evangelho de ontem Jesus fez uma releitura do mandamento “não matarás” (Mt 5,20-26). No evangelho de hoje, faz uma releitura do mandamento “não cometerás adultério”. Jesus relê a lei a partir da intenção que Deus tinha ao proclamá-la, no Monte Sinai, séculos atrás. O que importa é o Espírito da Lei, não fechar-se no escrito. Retoma e defende os grandes valores da vida humana que estão por trás de cada um dos Dez Mandamentos. Insiste no amor, na fidelidade, na misericórdia, na justiça e na verdade, na humanidade. O resultado da plena observância da Lei de Deus é a humanização da vida. A observância da Lei humaniza a pessoa. Em Jesus aparece aquilo que acontece quando um ser humano deixa que Deus ocupe o centro de sua vida. Quanto mais se vive a fraternidade, tanto maior será a plenitude de vida e maior é a adoração de toda as criaturas à Deus, Criador e Salvador. 
• No evangelho de hoje, Jesus olha de perto a relação homem e mulher, o matrimônio, a base fundamental da convivência em família. Havia um mandamento que dizia: “Não cometer adultério, e outro que dizia: O que repudiar sua mulher, que lhe dê carta de divórcio”. Jesus retoma as duas leis e lhe dá um novo sentido.
• Mateus 5,27-28: Não cometer adultério. O que é que nos pede este mandamento? A resposta antiga era esta: o homem não pode dormir com a mulher de outro. É que exigia o escrito do mandamento. Porém, Jesus vai mais além do escrito e diz: “Todo aquele que repudiar sua mulher, exceto em caso de fornicação, a faz ser adúltera; e o que se casar com uma repudiada, comete adultério”. O objetivo do mandamento é a fidelidade mútua entre o homem e a mulher que assumiram viver juntos como casados. E esta fidelidade só será completa, se os dois sabem manter a fidelidade mútua até no pensamento e no desejo e se sabem chegar a uma total transparência entre si.
• Mateus 5,29-30: Arrancar o olho e cortar a mão. Para ilustrar o que acaba de dizer Jesus se serve de uma palavra forte que usou também em outra ocasião, quando falou de não escandalizar aos pequenos. Disse: “Se, pois, teu olho direito te é ocasião de pecado, tira-o e jogue fora, mais te convém que se perca um de teus membros, e não que todo o corpo seja jogado à gehenna”. Estas afirmações podem tomar-se ao pé da letra. Indicam a radicalidade e a seriedade com a qual Jesus insiste na observância deste mandamento.
• Mateus 85,31-32: A questão do divórcio. Ao homem era permitido dar uma carta de divórcio para a mulher. Jesus dirá no Sermão da Comunidade que o permitiu pela dureza de coração das pessoas (Mt 19,8). “Pois e vos digo: Todo o que repudia sua mulher, exceto em caso de fornicação, a faz ser adúltera, e o que casar com uma repudiada, comete adultério”. Já se havia discutido muito sobre este assunto. Baseando-se nesta afirmação de Jesus, a igreja oriental permite o divórcio em caso de “fornicação”, isto é, em caso de infidelidade. Outros dizem que aqui a palavra “fornicação” traduz um termo aramaico ou hebraico “zenuth” que indicava um casamento com um grau de parentesco proibido. Não seriam bodas válidas. 
• Qualquer que seja a interpretação correta desta parábola, o que importa é ver o objetivo e o sentido geral das afirmações de Jesus na nova leitura que faz dos Dez Mandamentos. Jesus aponta para um ideal que deve estar sempre diante de meus olhos. O ideal último é este: “Ser perfeito como o pai celestial é perfeito” (Mt 5,48). Este ideal vale para todos os mandamentos revisados por Jesus. Na releitura do mandamento: “não cometer adultério” este ideal se traduz em uma total transparência e honestidade entre marido e mulher. Ninguém nunca vai poder dizer: “Sou perfeito como o Pai é perfeito”. Estaremos sempre abaixo da medida. Nunca vamos poder merecer o prêmio por nossa observância porque estaremos sempre abaixo da medida. O que importa é manter-se no caminho, manter alto o ideal diante de nossos olhos, sempre! E ao mesmo tempo, como Jesus, devemos saber aceitar as pessoas com a mesma misericórdia com que Ele aceitava as pessoas e as orientava para o ideal. Por isto, certas exigências jurídicas da igreja de hoje, como por exemplo, não permitir a comunhão à pessoas que vivem em segundas núpcias, parecem mais a atitude dos fariseus que a atitude de Jesus. Ninguém aplica ao pé da letra a explicação do mandamento. “Não matar”, no qual Jesus disse que todo aquele que chama seu irmão de “idiota” merece o inferno (Mt 5,22). Pois, neste caso, todos estaríamos seguros de terminar ali e ninguém se salvaria. Por que é que nossa doutrina usa medidas diferentes no caso do quinto e do nono mandamento?





PARA REFLEXÃO PESSOAL


Consegue viver a total honestidade e transparência com as pessoas de outro sexo?
• Como entender a exigência “ser perfeito como o Pai celestial é perfeito”?



ORAÇÃO FINAL 


(SALMO 27,8-9)
• Hoje oferecerei um sacrifício de algum tipo, em sinal de que morro aos meus desejos e que quero que Jesus se manifeste em mim.




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