sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Lectio Divina - 18/01/13





SEXTA-FEIRA -18/01/2013


PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 4,1-5.11

• Um dos principais problemas com os quais o homem tem-se encontrado em toda sua história é a “infidelidade”. Em geral, não é fácil comprometer-nos, porém, logo, com o passar do tempo, sobretudo, quando o cansaço nos acomete, é fácil retratar-nos e esquecer nossas promessas e compromissos. O texto nos lembra que isto foi o que aconteceu aos israelitas, isto continua sendo um risco latente para a comunidade cristã. Por isso, nos convida e exorta a fidelidade, de maneira que possamos participar do descanso de Deus, que no final de nossa vida, não é outra coisa senão o Céu, porém, que desde já esta terra experimenta como uma profunda paz e alegria interior. O preço da fidelidade é alto, porém, vale a pena pagá-lo.




ORAÇÃO INICIAL


• Mostra-te favorável, Senhor, aos desejos e orações de teu povo; dá-nos luz para conhecer tua vontade e a força necessária para cumpri-la. Por Nosso Senhor. Amém.



REFLEXÃO

Marcos 2,1-12

•    Em Marcos 1,1-15, Marcos nos faz ver como devemos preparar e divulgar a Boa Nova de Deus. Em Marcos 1,16-45, nos faz ver qual é o objetivo da Boa Nova, e qual é a missão da comunidade. Agora, em Mc 2.1 até 3,6, aparece o efeito do anuncio da Boa Nova. Uma comunidade fiel ao evangelho vive valores que contrastam com os interesses da sociedade que a rodeia. Por isso, um dos efeitos do anuncio da Boa Nova, é o conflito com aqueles que defendem os interesses da sociedade. Marcos fala de cinco conflitos que o anuncio da Boa Nova causa a Jesus.
• Nos anos 70, época na que se escreve seu evangelho, havia muitos conflitos na vida das comunidades, porém, nem sempre sabiam como comportar-se diante das acusações que vinham de parte das autoridades romanas e dos lideres judeus. Este conjunto de cinco conflitos de Mc 2,1 a 3,6, servia como uma espécie de abecedário para orientar as comunidades, tanto de ontem como as de hoje.Porque o conflito não é um incidente de percurso, mas, parte integrante do caminho.
• A solidariedade dos amigos faz que o paralítico obtenha o perdão dos pecados. Jesus está de volta a Cafarnaum. Havia muita gente diante da porta da casa. Acolhe a todos e começa a ensinar. Ensinar, falar de Deus era o que Jesus mais fazia. Chega um paralítico, carregado por quatro pessoas. Jesus é sua única esperança. Eles não duvidam, sobem no telhado e abrem um buraco no teto. Devia ser uma casa pobre, um barraco coberto de folhas. Descem o homem e o colocam diante de Jesus. Jesus, vendo a fé daquelas pessoas, diz ao paralítico: Teus pecados estão perdoados! Naquele tempo, o povo pensava que os defeitos físicos (paralítico) fosse um castigo de Deus por algum pecado. Os doutores ensinavam que essa pessoa impura se tornara incapaz de aproximar-se de Deus. Por isto, os enfermos, os pobres se sentiam rejeitados por Deus. Porém, Jesus não pensava assim! Aquela fé tão grande era um sinal evidente de que o paralítico estava sendo acolhido por Deus. Por isso, declarou: Teus pecados estão perdoados! Isto é, “Deus não se afasta de ti!”. Com esta afirmação Jesus nega que a paralisia fosse um castigo devido ao pecado do homem.
• Jesus é acusado de blasfêmia pelos donos do poder. A afirmação de Jesus era contrária ao catecismo da época. Não combinava com a idéia que tinham de Deus. Por isso, se revoltam e acusam Jesus dizendo: Ele está zombando de Deus! Para eles, só Deus podia perdoar pecados. E só o sacerdote podia declarar que alguém havia sido perdoado e purificado. Como é que Jesus, homem sem estudos, leigo, um simples carpinteiro, podia declarar as pessoas perdoadas e purificadas dos pecados? E havia, além disso, outro motivo que os levava a criticar Jesus. Eles provavelmente estariam pensando: “Se fosse verdade o que Jesus estava dizendo, iriam perder todo seu poder! E iriam perder a fonte de sua renda”.
• Curando, Jesus demonstra que tem poder de perdoar os pecados. Jesus percebe a crítica. Por isso pergunta: O que é mais fácil dizer ao paralítico: Teus pecados estão perdoados, ou, levanta-te toma tua cama e anda? É muito mais fácil dizer: “Teus pecados estão perdoados”. Porém, se digo: “Levanta-te e anda!”, aí todos podem comprovar se tenho ou não esse poder de curar. Por isto, para mostrar que tinha o poder de perdoar os pecados em nome de Deus, Jesus diz ao paralítico: Levanta-te, toma tua cama e vai para casa! O homem se curou. Assim, mediante um milagre demonstrou que a paralisia do homem não era um castigo de Deus, e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe em seu amor.
• A mensagem do milagre e a reação das pessoas. O paralítico se levanta, toma a cama, começa a andar e todos dizem: Nunca vimos coisa igual! Este milagre revelou três coisas muito importantes: 1)- As enfermidades das pessoas não são um castigo por seus pecados. 2)- Jesus abre um novo caminho para chegar até Deus. Aquilo que o sistema chamava impureza não era impedimento para que as pessoas se aproximassem de Deus. 3)- O rosto de Deus revelado através da atitude de Jesus não é o rosto severo do Deus revelado pela atitude dos doutores.
• Isto lembra o que disse um “dependente de drogas” que se recuperou e que agora é membro de uma comunidade em Curitiba, disse: “Me criei na religião católica. Deixei de participar. Meus pais eram muito praticantes e queriam que os filhos fossem com eles. A gente era obrigada a ir à igreja sempre, todos os domingos e festas. E quando não ia, diziam: “Deus castiga!”. Eu não com gosto, e quando cresci, pouco a pouco fui deixando. O Deus de meus pais não gostava de mim. Não conseguia entender como Deus, criador do mundo, se convertera em um juiz para mim, menino do campo, ameaçando-me com o castigo e com o inferno. Eu gostava mais do Deus de meu tio, que não pisava na igreja, porém, todos os dias, sem faltar, comprava o dobro do pão que necessitava para dar aos pobres!”.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

•    Você gosta do Deus do tio, ou, do Deus dos pais do ex-drogado?
• Qual é o rosto de Deus que revelo aos demais através do meu comportamento?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 78, 3-4)
• Hoje oferecerei algum sacrifício por cada coisa pequena ou grande, na qual reconheça que durante o dia fui infiel a Deus.




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