quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Lectio Divina - 07/02/13


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QUINTA-FEIRA -07/02/2013


PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 12,18-19.21-24

• Por desgraça, muitos de nossos irmãos têm a idéia de um Deus ao qual devemos temê-lo. É freqüente ouvir expressões como: “Não faça isso, pois, Deus vai te castigar”, ou: “Você viu, isto aconteceu porque Deus te castigou!”. Isto quer nos mostrar as enfermidades e as situações dolorosas como um castigo de Deus, o que é totalmente falso. Se nos esquecemos que o Deus revelado por Cristo é um Pai cheio de amor, que tanto nos ama que enviou seu próprio Filho para morrer por nós a fim de conseguir que nossa vida possa chegar à plenitude. Nosso Deus é um Deus que está pronto para perdoar e que é lento para castigar. O autor da Carta nos lembra, ao dizer-nos que devemos aproximar-nos de Cristo, o consumador de nossa paz e que restabeleceu a harmonia entre Deus e nós, que nosso Deus já não é chamado de “El Shadai”, mas sim que é e deve ser chamado de “Pai”. Aproxime-te com confiança de Deus, e deixe que Ele te mostre a riqueza de seu amor. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Senhor conceda-nos amar-te com todo o coração e que nosso amor se estenda, também, a todos os homens. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 6,7-13

O evangelho de hoje é a continuação de ontem. O caminho para Nazaré foi doloroso para Jesus. Foi rejeitado por sua própria gente (Mc 6,1-5). O que antes era sua comunidade, agora deixou de ser. Algo mudou. A partir deste momento, como informa o Evangelho de hoje, Jesus começa a andar pelos povoados da Galiléia para anunciar a Boa Nova (Mc 6,6) e a enviar os doze discípulos em missão. Nos anos 70, época na qual Marcos escreve seu evangelho, as comunidades cristãs viviam uma situação difícil, sem horizonte. Humanamente falando, não havia futuro para elas. Em 64, Nero começou perseguir os cristãos. Em 65, explodiu a rebelião dos judeus da Palestina contra Roma. Em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Por isso, a descrição do envio dos discípulos, depois do conflito em Nazaré, era fonte de luz de ânimo para os cristãos.
• MARCOS 6,7. O objetivo da Missão. O conflito cresceu e aproximou as pessoas de Jesus. Como reage? De duas maneiras:-A)- Diante da rejeição das pessoas de sua comunidade, Jesus deixa Nazaré e começa a percorrer os povoados dos arredores (Mc 6,6).-B)- Expande a missão e intensifica o anuncio da Boa Nova chamando outras pessoas para envolvê-las na missão. “Chama os Doze e começa a enviá-los de dois em dois, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos”. O objetivo da missão é simples e profundo. Os discípulos participam da missão de Jesus. Não podem ir sozinhos, mas, devem ir de dois em dois, pois, duas pessoas representam melhor a comunidade que uma só, e podem se ajudar mutuamente. Recebem poder sobre os espíritos impuros, isto é, devem aliviar o sofrimento das pessoas e, através da purificação, devem abrir as portas de acesso direto a Deus.
• MARCOS 6,8-11. Atitudes que precisam tomar na missão. As recomendações são simples: Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho: nem pão, nem alforje, nem dinheiro, mas sim: “Calçados com sandálias e apenas uma túnica”. E lhes disse: “Quando entrais em uma casa, ficai nela até saírem do lugar. Se em algum lugar não forem recebidos e não os ouvirem, saiam dali sacudindo o pó da planta dos vossos pés, em testemunho contra eles”. E eles se foram. É o começo de uma nova etapa. Agora não é só Jesus, mas, todo o grupo vai anunciar a Boa Nova de Deus ao povo. Se a pregação de Jesus já causava conflito, quanto mais agora, com a pregação de todo o grupo. Se o mistério já era grande, agora vai ser maior ainda com a missão intensificada.
• MARCOS 6,12-13. O resultado da missão. “E, saindo dali, pregavam, convertiam, expulsavam muitos demônios, e ungiam com azeite muitos enfermos e os curavam”. Anunciavam a Boa Nova, provocavam a conversão ou mudança nas pessoas e aliviavam a dor do povo, curando as doenças e expulsando os males. 
• O envio dos discípulos em Missão. No tempo de Jesus havia outros movimentos de renovação. Por exemplo, os essênios e os fariseus. Eles também buscavam uma nova maneira de viver em comunidade e tinham seus missionários (Cf. Mt 23,15). Porém, quando iam em missão, iam prevenidos. Levavam bolsa e dinheiro para cuidar de sua própria comida. Desconfiavam da comida das pessoas porque não era ritualmente “pura”. Ao contrário dos outros missionários, os discípulos e as discípulas de Jesus recebem recomendações diferentes que ajudam a entender pontos fundamentais da missão de anunciar a Boa Nova, que recebem de Jesus e que é também nossa missão:- (a)-Deviam ir sem nada. Não podiam levar nada, nem bolsa, nem cinto, nem bastão, nem pão, nem sandálias, nem ter duas túnicas. Isto significa que Jesus nos obriga a confiar na hospitalidade. Pois, aquele vai sem nada, vai porque confia nas pessoas e acredita que elas vão recebê-los. Com esta atitude criticavam as leis de exclusão, ensinadas na religião oficial, e por meio da nova prática, mostravam que tinham outros critérios de comunidade. (b)-Deviam comer o que as pessoas lhes davam. Não podiam viver separados com sua própria comida, mas, deviam sentar-se com os demais, na mesa (Lc 10,8). Isto significa que, em contato com as pessoas, não deviam ter medo de perder a pureza tal como era ensinada na época. Com esta atitude criticavam as leis de pureza em vigor e por meio da nova prática, mostravam que tinham outro acesso à pureza, isto é, a intimidade com Deus. (c)-Deviam ficar hospedados na primeira casa que fossem acolhidos. Deviam conviver de maneira estável e não andar de casa em casa. Deviam trabalhar como todo mundo e viver do que recebessem em troca, “pois o trabalhador merece seu salário” (Lc 10,7). Com outras palavras, eles deviam participar da vida e do trabalho das pessoas, e as pessoas os acolheriam em sua comunidade e compartilhariam com eles sua comida. Significa que deviam confiar no compartilhar. (d)-Deviam curar os enfermos, curar os leprosos e expulsar os demônios (Lc 10,9; Mc 6,7.13; Mt 10,8). Deviam exercer a função de “defensor” e acolher para dentro do clã, dentro da comunidade, aos que viviam excluídos. Com esta atitude criticavam a situação de desintegração da vida comunitária e apontavam para saídas concretas.
• Estes eram os quatro pontos básicos que deviam animar a atitude dos missionários e ds missionárias que anunciavam a Boa Nova de Deus em nome de Jesus: hospitalidade, comunhão ao redor da mesa, compartilhar e acolher os excluídos. Uma vez que houvessem cumprido com essas quatro exigências, tinham que gritar aos quatro ventos: “O Reino chegou!” (cf. Lc 10,1-12; 9,1-6; Mc 6,7-13; Mt 10,6-16). Pois, o Reino de Deus que Jesus nos revelou não é uma doutrina, nem um catecismo, nem uma lei. O Reino de Deus acontece e se faz presente quando as pessoas, motivadas por sua fé em Jesus, decidem viver em comunidade para, assim, dar testemunho e revelar a todos que Deus é Pai e Mãe e que, por conseguinte, nós, os seres humanos, somos irmãos e irmãs, do Reino, do amor de Deus como Pai, que nos faz a todos irmãos e irmãs.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você participa da missão como discípulo ou discípula de Jesus?
• Qual é o ponto da missão dos apóstolos que hoje tem mais importância para nós? Por quê?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 48,1-2)
• Hoje falarei para aqueles que convivem comigo sobre a grande misericórdia com que Deus me tratou ao longo de minha vida.





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