sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Lectio Divina -13/09/13


SEXTA-FEIRA -13/09/2013


PRIMEIRA LEITURA: 1Timoteo 1,1-2.12-14

Neste inicio da carta de Paulo a seu querido amigo e companheiro de evangelização, Paulo reconhece que não é por seus méritos que Deus o tenha escolhido, mas sim, pela grande misericórdia de Deus. Este aspecto da vida apostólica é muito importante, já que alguns irmãos não tomam parte ativa na evangelização ou no trabalho pastoral de suas paróquias pelo fato de não sentirem-se dignos ou capacitados para fazê-lo. Devemos lembrar que isto é uma graça e que a Deus não importa o que tenhamos sido antes de nosso encontro com Jesus. Deus sabe que se não o conhecemos, dificilmente poderemos amá-lo e servi-lo. Porém, uma vez que o tenhamos conhecido, e que estejamos buscando com todo nosso coração amá-lo, Deus nos dá todas suas graças e seu amor para poder ajudar-nos na construção do Reino. Sejamos disponíveis e abramo-nos a infinita misericórdia de Deus.



ORAÇÃO INICIAL 

Senhor tu que tens se dignado a redimir-nos e nos feito filhos seus, olhe-nos sempre com amor de pai e faça com que aqueles que crêem em Cristo, teu Filho, alcancem a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 6,39-42

O evangelho de hoje nos apresenta algumas passagens do discurso que Jesus pronunciou na planície depois de uma noite passada em oração (Lc 6,12) e de haver chamado os doze para que fossem seus apóstolos (Lc 6,13-14). Grande parte das frases reunidas neste discurso foi pronunciada em outras ocasiões, porém, Lucas, imitando Mateus, as reúne aqui neste Sermão da Planície. 
Lucas 6,36: A PARÁBOLA DO CEGO QUE GUIA OUTRO CEGO. Jesus conta uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego! Não cairão os dois no buraco?”. Parábola de uma só linha, porém, que tem muita semelhança com as advertências que, no evangelho de Mateus, são dirigidas aos fariseus: “Ai de vós os cegos!” (Mt 23,16.17.19.24.26). Aqui, no contexto do evangelho de Lucas, esta parábola é dirigida aos animadores de comunidades que se consideravam donos da verdade, superiores aos outros. Por isto, são guias cegos.
Lucas 6,40: DISCIPULO-MESTRE. “Nenhum discípulo é maior que o mestre: será como o mestre quando estiver perfeitamente instruído”. Jesus é Mestre. Não é professor. O professor da classe ensina diversas matérias, porém, na convive com elas. O mestre convive. Sua matéria é Ele próprio, seu testemunho de vida, sua maneira de viver aquilo que ensina. A convivência com o mestre tem três aspectos: (1)-O mestre é o modelo ou o exemplo que devemos imitar (cf. Jo 13,13-15). (2)-O discípulo não só contempla e imita, mas, além disso, compromete-se com o destino do mestre, com suas tentações (Lc 22,28), perseguições (Mt 10,24-25), e morte (Jo 11,16). (3)-Não só imita o modelo, não só assume o compromisso, mas, chega a identificar-se: “Vivo, porém, não sou eu, é Cristo quem vive em mim” (Gl 2,20). Este terceiro aspecto é a dimensão mística do seguimento de Jesus, fruto da ação do Espírito.
Lucas 6,41-42: O CISCO NO OLHO DO IRMÃO. “Como é que olha o cisco que existe no olho de teu irmão e não reparas a viga que existe em teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: Irmão deixe que te tire o cisco que existe em teu olho, se não vês a viga que existe no teu? Hipócrita, primeiro tire a viga de teu olho e, então, poderás ver para tirar o cisco que existe no olho de teu irmão”. No Sermão da Montanha, Mateus trata o mesmo assunto e explica um pouco melhor a parábola do cisco no olho. Jesus pede uma atitude criativa que nos faça capazes de ir ao encontro do outro sem julgá-lo, sem idéias pré-concebidas e sem racionalizações, acolhendo o outro como irmão (Mt 7,1-5). Esta total abertura para com o outro como irmão nascerá em nós só se soubermos relacionar-nos com Deus com total confiança, como filhos com seu pai (Mt 7,7-11).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Cisco ou viga no olho. Como me relaciono com os demais em casa e na família, no trabalho com os colegas, na comunidade com os irmãos e irmãs?
Mestre ou discípulo. Como é que sou discípulo/a de Jesus? 



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 84,5-6)
Hoje repetirei constantemente durante o dia: “Envia-me, Senhor!”.





quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Lectio Divina - 12/09/13


QUINTA-FEIRA -12/09/2013

PRIMEIRA LEITURA: Colossenses 3,12-17

Nesta passagem encontramos uma série de conselhos que Paulo da à comunidade com o fim de que seu cristianismo seja verdadeiramente uma vida de amor, não só com Deus, mas sim, com cada um dos irmãos.
Centremos hoje nossa atenção no saber suportar-nos. Paulo, um homem enraizado profundamente no Espírito, é um grande conhecedor da natureza humana e sabe que nosso caráter, nossos gostos, etc., podem não só ser diferentes aos dos demais irmãos, mas inclusive contrários. Nos damos conta que em nossas comunidades, seja na escola, no trabalho ou em nossos próprios bairros, nos relacionamos com pessoas as quais, por sua maneira de ser ou de pensar, apesar de ser bons cristãos, é difícil conviver com eles. Por isso, Paulo convida à comunidade à saber “suportá-los” ou tolerá-los, sabendo que nisto se desenvolve o verdadeiro amor de Deus, que nos ama a todos da maneira como somos. Não é uma virtude fácil de adquirir, todavia, nosso esforço cotidiano e a graça de Deus sempre rendem frutos. Façamos de nossas comunidades verdadeiras extensões do Reino dos céus colocando nosso grãozinho de areia.






ORAÇÃO INICIAL 

Senhor tu que tens se dignado a redimir-nos e nos feito filhos seus, olhe-nos sempre com amor de pai e faça com que aqueles que crêem em Cristo, teu Filho, alcancem a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 6,27-38

O evangelho de hoje nos apresenta a segunda parte do Sermão da Planície. Na primeira parte, Jesus se dirigia aos discípulos. Na segunda parte, se dirige “aos que me ouvis”, isto é, àquela multidão imensa de pobres e enfermos, chegada de todos os lados.
Lucas 6,27-30: Amar aos inimigos! As palavras que Jesus dirige a este povo são exigentes e difíceis: amar os inimigos, não maldizer, oferecer a outra face à quem te ferir em uma, não reclamar quando alguém tirar o que é seu. Tomadas ao pé da letra, estas frases parecem favorecer aos ricos que roubam. Porém, Jesus nem sequer as observou ao pé da letra. Quando o soldado lhe feriu na face, não ofereceu a outra, mas sim, reagiu com firmeza: “Se falei mal, prova-o! E se não, por que é que me bates?” (Jo 18,22-23). Então, como entender estas palavras? Os versículos seguintes nos ajudam a entender o que Jesus quer ensinar-nos.
Lucas 6,31-36: A Regra de Ouro! Imitar a Deus. Duas frases de Jesus ajudam a entender o que Ele quer ensinar. A primeira frase é a chamada “Regra de Ouro”: “Trate os homens como quereis que eles os tratem!” (Lc 6,31). A segunda frase é: “Sede compassivo como vosso Pai celestial é compassivo!” (Lc 6,36). Estas duas frases mostram que Jesus não quer simplesmente inverter a situação, pois nada mudaria. Quer mudar o sistema. O Novo que Ele quer construir nasce da nova experiência de Deus como Pai cheio de ternura que acolhe a todos! As palavras de ameaça contra os ricos não podem ser ocasião para que os pobres se vinguem. Jesus manda ter uma atitude contrária: “Amar vossos inimigos!”. O amor não pode depender do que recebemos do outro. O verdadeiro amor tem que querer também o bem do outro, independentemente de que ele ou ela façam por mim. O amor tem que ser criativo, pois, assim é o amor der Deus para nós: ”Sede compassivos como o Pai celestial é compassivo!”. Mateus diz o mesmo com outras palavras: “Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito” (Mt 5,48). Nunca ninguém poderá chegar a dizer: hoje fui perfeito como o Pai celestial é perfeito. Tenho sido compassivo como o Pai celestial é compassivo. Estaremos sempre abaixo da lista que Jesus colocou diante de nós. No evangelho de Lucas, a Regra de Ouro diz: “E tudo o que vocês desejarem dos demais, faça-o para eles” e acrescenta: “Pois nisto consistem a Lei e os Profetas” (Mt 7,12). Praticamente todas as religiões do mundo têm a mesma Regra de Ouro com formulações diversas. Sinal de que aqui se expressa uma intuição ou um desejo universal que nasce do fundo do coração humano.
Lucas 6,37-38: Porque com a medida com que medirem, sereis medidos. “Não julgueis e não sereis julgados, não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dê e lhes será dado; uma medida boa, calcada, sacudida, transbordante lhes será derramada no vosso regaço. Porque com a medida que medires sereis medido”. São quatro conselhos: dois de forma negativa: não julgar, não condenar; e dois de forma positiva: perdoar e dar com medida abundante. Quando disse “e lhes será dado”, Jesus refere-se ao tratamento que Deus quer ter conosco. Mas, quando nossa maneira de tratar aos outros é mesquinha, Deus não pode usar a medida abundante e exuberante que Ele gostaria de usar. 
Celebrar a visita de Deus. O Sermão da Planície ou Sermão do Monte, desde seu começo, leva os ouvintes a optar, para uma opção à favor dos pobres. No Antigo Testamento, várias vezes, Deus colocou as pessoas diante da mesma opção de benção ou de maldição. “Escolhe, portanto, a vida, para que viva você e tua descendência” (Dt 30,19). Não é Deus quem condena, mas sim, a própria pessoa segundo a opção que fará entre a vida e a morte, entre o bem e o mal. Estes momentos de opção são os momentos da visita de Deus a sua gente (Gn 21,1; 50,24-25; Ex 3,16; 32,34; Jer 29,10; Sal 59,6; Sl 65,10; Sl 80,15, Sl 106,4). Lucas é o único evangelista que emprega esta imagem da visita de Deus (Lc 1,68. 78; 7,16; 19,44; At 15,16). Para Lucas Jesus é a visita de Deus que coloca as pessoas diante da possibilidade de escolher a benção ou a maldição: “Bem aventurados vós os pobres!” e “Ai de vós, os ricos!”. Porém, as pessoas não reconhecem a visita de Deus (Lc 19,44). 









PARA REFLEXÃO PESSOAL

Será que olhamos a vida e as pessoas com o mesmo olhar de Jesus?
O que hoje quer dizer: “ser misericordioso como o Pai celestial é misericordioso?”.



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 139,1-3)
A partir de hoje procurarei que em meu lugar de trabalho ou na escola se forme uma verdadeira comunidade, sendo agradecido com os demais.