quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Lectio Divina - 12/09/13


QUINTA-FEIRA -12/09/2013

PRIMEIRA LEITURA: Colossenses 3,12-17

Nesta passagem encontramos uma série de conselhos que Paulo da à comunidade com o fim de que seu cristianismo seja verdadeiramente uma vida de amor, não só com Deus, mas sim, com cada um dos irmãos.
Centremos hoje nossa atenção no saber suportar-nos. Paulo, um homem enraizado profundamente no Espírito, é um grande conhecedor da natureza humana e sabe que nosso caráter, nossos gostos, etc., podem não só ser diferentes aos dos demais irmãos, mas inclusive contrários. Nos damos conta que em nossas comunidades, seja na escola, no trabalho ou em nossos próprios bairros, nos relacionamos com pessoas as quais, por sua maneira de ser ou de pensar, apesar de ser bons cristãos, é difícil conviver com eles. Por isso, Paulo convida à comunidade à saber “suportá-los” ou tolerá-los, sabendo que nisto se desenvolve o verdadeiro amor de Deus, que nos ama a todos da maneira como somos. Não é uma virtude fácil de adquirir, todavia, nosso esforço cotidiano e a graça de Deus sempre rendem frutos. Façamos de nossas comunidades verdadeiras extensões do Reino dos céus colocando nosso grãozinho de areia.






ORAÇÃO INICIAL 

Senhor tu que tens se dignado a redimir-nos e nos feito filhos seus, olhe-nos sempre com amor de pai e faça com que aqueles que crêem em Cristo, teu Filho, alcancem a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 6,27-38

O evangelho de hoje nos apresenta a segunda parte do Sermão da Planície. Na primeira parte, Jesus se dirigia aos discípulos. Na segunda parte, se dirige “aos que me ouvis”, isto é, àquela multidão imensa de pobres e enfermos, chegada de todos os lados.
Lucas 6,27-30: Amar aos inimigos! As palavras que Jesus dirige a este povo são exigentes e difíceis: amar os inimigos, não maldizer, oferecer a outra face à quem te ferir em uma, não reclamar quando alguém tirar o que é seu. Tomadas ao pé da letra, estas frases parecem favorecer aos ricos que roubam. Porém, Jesus nem sequer as observou ao pé da letra. Quando o soldado lhe feriu na face, não ofereceu a outra, mas sim, reagiu com firmeza: “Se falei mal, prova-o! E se não, por que é que me bates?” (Jo 18,22-23). Então, como entender estas palavras? Os versículos seguintes nos ajudam a entender o que Jesus quer ensinar-nos.
Lucas 6,31-36: A Regra de Ouro! Imitar a Deus. Duas frases de Jesus ajudam a entender o que Ele quer ensinar. A primeira frase é a chamada “Regra de Ouro”: “Trate os homens como quereis que eles os tratem!” (Lc 6,31). A segunda frase é: “Sede compassivo como vosso Pai celestial é compassivo!” (Lc 6,36). Estas duas frases mostram que Jesus não quer simplesmente inverter a situação, pois nada mudaria. Quer mudar o sistema. O Novo que Ele quer construir nasce da nova experiência de Deus como Pai cheio de ternura que acolhe a todos! As palavras de ameaça contra os ricos não podem ser ocasião para que os pobres se vinguem. Jesus manda ter uma atitude contrária: “Amar vossos inimigos!”. O amor não pode depender do que recebemos do outro. O verdadeiro amor tem que querer também o bem do outro, independentemente de que ele ou ela façam por mim. O amor tem que ser criativo, pois, assim é o amor der Deus para nós: ”Sede compassivos como o Pai celestial é compassivo!”. Mateus diz o mesmo com outras palavras: “Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito” (Mt 5,48). Nunca ninguém poderá chegar a dizer: hoje fui perfeito como o Pai celestial é perfeito. Tenho sido compassivo como o Pai celestial é compassivo. Estaremos sempre abaixo da lista que Jesus colocou diante de nós. No evangelho de Lucas, a Regra de Ouro diz: “E tudo o que vocês desejarem dos demais, faça-o para eles” e acrescenta: “Pois nisto consistem a Lei e os Profetas” (Mt 7,12). Praticamente todas as religiões do mundo têm a mesma Regra de Ouro com formulações diversas. Sinal de que aqui se expressa uma intuição ou um desejo universal que nasce do fundo do coração humano.
Lucas 6,37-38: Porque com a medida com que medirem, sereis medidos. “Não julgueis e não sereis julgados, não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dê e lhes será dado; uma medida boa, calcada, sacudida, transbordante lhes será derramada no vosso regaço. Porque com a medida que medires sereis medido”. São quatro conselhos: dois de forma negativa: não julgar, não condenar; e dois de forma positiva: perdoar e dar com medida abundante. Quando disse “e lhes será dado”, Jesus refere-se ao tratamento que Deus quer ter conosco. Mas, quando nossa maneira de tratar aos outros é mesquinha, Deus não pode usar a medida abundante e exuberante que Ele gostaria de usar. 
Celebrar a visita de Deus. O Sermão da Planície ou Sermão do Monte, desde seu começo, leva os ouvintes a optar, para uma opção à favor dos pobres. No Antigo Testamento, várias vezes, Deus colocou as pessoas diante da mesma opção de benção ou de maldição. “Escolhe, portanto, a vida, para que viva você e tua descendência” (Dt 30,19). Não é Deus quem condena, mas sim, a própria pessoa segundo a opção que fará entre a vida e a morte, entre o bem e o mal. Estes momentos de opção são os momentos da visita de Deus a sua gente (Gn 21,1; 50,24-25; Ex 3,16; 32,34; Jer 29,10; Sal 59,6; Sl 65,10; Sl 80,15, Sl 106,4). Lucas é o único evangelista que emprega esta imagem da visita de Deus (Lc 1,68. 78; 7,16; 19,44; At 15,16). Para Lucas Jesus é a visita de Deus que coloca as pessoas diante da possibilidade de escolher a benção ou a maldição: “Bem aventurados vós os pobres!” e “Ai de vós, os ricos!”. Porém, as pessoas não reconhecem a visita de Deus (Lc 19,44). 









PARA REFLEXÃO PESSOAL

Será que olhamos a vida e as pessoas com o mesmo olhar de Jesus?
O que hoje quer dizer: “ser misericordioso como o Pai celestial é misericordioso?”.



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 139,1-3)
A partir de hoje procurarei que em meu lugar de trabalho ou na escola se forme uma verdadeira comunidade, sendo agradecido com os demais.






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