quarta-feira, 3 de abril de 2013

Lectio Divina - 03/04/13


QUARTA-FEIRA -03/04/2013

PRIMEIRA LEITURA: Atos 3,1-10


• O tempo da Páscoa nos retrocede ao frescor da vida evangélica vivida pela primeira comunidade, onde o sobrenatural era a coisa mais natural, onde os milagres eram o meio para o qual o mundo acreditasse na ressurreição e se aderisse à Igreja. Hoje a comunidade cristã fica assombrada por uma cura milagrosa, de que uma pessoa tenha visões ou revelações de Deus, quando isto, para uma pessoa que vive no Espírito, pode ser a coisa mais natural. Isto não quer dizer que todas as visões e milagres que a gente diz ter ou realizar tenham como fonte Deus, todavia, não deveríamos estranhar que estas coisas aconteçam, já que no meio de um mundo incrédulo no qual vivemos Deus continua se mostrando com poder, Jesus havia dito a seus apóstolos: “Vocês farão coisas maiores do que as que eu fiz”. Os sinais e prodígios que Deus continua realizando entre nós têm como objetivo manifestar ao mundo sua Palavra atual e verdadeira, que Ele continua agindo em todos aqueles que se oferecem à ser seus mensageiros, e você pode ser um deles. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Oh Deus! Que todos os anos nos alegras com a solenidade da ressurreição do Senhor, concede-nos, através da celebração destas festas, um dia chegar-mos a alegria eterna. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Lucas 24,13-35

O evangelho de hoje nos trás o episódio tão conhecido de Jesus com os discípulos de Emaús. Lucas escreve nos anos 80 para as comunidades da Grécia que em sua maioria eram pagãos convertidos. Os anos 60 e 70 haviam sido muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero, em 64. Seis anos depois, em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada, no deserto de Judá, aconteceu o massacre dos últimos judeus revoltosos. Nesses anos, todos os apóstolos, testemunhos da ressurreição, foram desaparecendo. O cansaço se impõe ao longo do caminho. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil? A narração de Jesus aos discípulos de Emaús tem o objetivo de ser uma resposta a estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar para as comunidades como interpretar a Escritura para poder redescobrir a presença de Jesus na vida.
• Lc 24,13-24: 1º PASSO: COMEÇAR DA REALIDADE. Jesus encontra os dois amigos em uma situação de medo e de falta de fé. As forças da morte, a cruz, haviam matado neles a esperança. Era a situação de muita gente no tempo de Lucas e continua sendo a situação de muita gente hoje. Jesus se aproxima e caminha com eles, ouve, fala e pergunta: “De quem estais falando?”. A ideologia dominante, isto é, a propaganda do governo e da religião oficial da época, lhes impedia de ver. “Nós esperávamos que seria Ele que iria nos libertar… porém…”. Hoje qual é a conversa do povo que sofre? O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, ouvir sua realidade, sentir seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem as pessoas a olhar a realidade com o olhar mais crítico. 
• Lc 24,25-24: 2º PASSO: USAR A BÍBLIA PARA ILUMINAR A VIDA. Jesus usa a Bíblia e a história do povo de Deus para iluminar o problema que fazia os seus amigos sofrer, e para elucidar a situação que eles estavam vivendo. A usa, assim mesmo, para situá-los dentro do projeto de Deus que vinha de Moisés e dos profetas. E assim lhes mostra que a história não havia escapado das mãos de Deus. Jesus usa a Bíblia não como um doutor que já sabe tudo, mas sim, como um companheiro que vai ajudar os amigos para que lembrem o que haviam esquecido. Jesus não provoca um complexo de ignorância nos discípulos, porém, procura despertar neles a memória: “quanto custa acreditar tudo o que anunciam os profetas”. O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, ajudar as pessoas a descobrir a sabedoria que já existe dentro delas mesmas, e transformar a cruz, sinal da morte, em sina de vida e esperança. Como fazer isto hoje? 
• Lc 24,28-32: 3º PASSO: COMPARTILHAR NA COMUNIDADE. A Bíblia, por si só, não abre nossos olhos. Apenas faz arder o coração. O que abre nossos olhos e nos faz enxergar, é a fração do pão, o gesto comunitário do compartilhar, rezar juntos, a celebração da Ceia. No momento em que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria da caminhada dos amigos. Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar com seus próprios pés. O terceiro passo é este: saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde o Espírito Santo possa agir. É ele que nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos leva a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,13).
• Lc 24,33-35: 4º PASSO: O RESULTADO: RESSUSCITAR E VOLTAR A JERUSALÉM. Os dois recuperam a coragem e voltam para Jerusalém, onde continuavam ativas as mesmas forças da morte que haviam matado Jesus e que haviam matado neles a esperança. Porém, agora mudaram tudo. Se Jesus está vivo, então, Nele e com Ele existe um poder mais forte eu o poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente tudo mudou! Coragem, em vez de medo! Volta, em vez de ida! Fé, em vez de falta de fé! Esperança, em vez de desesperança! Consciência crítica, em vez de fatalismo frente ao poder! Liberdade, em vez de opressão! Em uma palavra: vida, em vez de morte! Ao invés da má notícia da morte de Jesus, a Boa Nova da Ressurreição! Os dois experimentaram a vida, e vida em abundância! (Jo 10,10). Sinal do Espírito de Jesus agindo neles!



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Os dois disseram: “Nós pensávamos que seria Ele, porém…!”. Você já viveu uma situação de desalento que te tenha levado a dizer: “Eu, esperava, porém…?”. 
• Como você lê, interpreta e usa a Bíblia? Você sente seu coração arder ao ler e meditar a Palavra de Deus? Você lê a Bíblia só ou faz parte de algum grupo bíblico?





ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 104)
• Hoje procurarei alguém necessitado e em nome de Jesus lhe darei muito mais do que necessita.



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