sexta-feira, 4 de abril de 2014

Lectio Divina - 04/04/14


SEXTA-FEIRA -04/04/2014

PRIMEIRA LEITURA: Sabedoria 2,1.12-22


Esta bela passagem refere-se sem dúvidas à Cristo, é perfeitamente aplicável a todos os que, como Jesus, procuram viver de acordo com o projeto de Deus. O cristão que vive de acordo com o Evangelho, será sempre contestado e rejeitado pelos demais, já que sua maneira de viver o coloca em evidência. A maneira que concebe a justiça, o amor e a verdade, faz com que os que vivem de acordo com este mundo, se sintam agredidos e, em muitas ocasiões, até descobertos em suas más ações. Por isso, os rejeitam, os segregam de seus grupos sociais e são poucos considerados. Esta rejeição do mundo é de alguma maneira a prova substancial de nossa pertença a Cristo, e esta pertença é que faz com que a vida dos discípulos do Senhor seja plena, recebendo Dele o amor, a consolação e a paz perdurável. Não deixes se enganar pelos critérios deste mundo, que te oferece felicidade passageira e prazer que só corrompe. Seja fiel ao Senhor e Ele te mostrará a glória e produzirá em teu coração a alegria e a paz que nunca passam.


ORAÇÃO INICIAL 

Senhor, tu que em nossa fragilidade nos ajuda com meios abundantes, concede-nos receber com alegria a salvação que nos outorgas e manifestá-la em nossa própria vida. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 7,1-2.10.25-30


Ao longo dos capítulos que vão do 1 ao 12 do Evangelho de João vai acontecendo a progressiva revelação que Jesus faz de si mesmo aos discípulos e as pessoas. Ao mesmo tempo e na mesma proporção, vai crescendo a rejeição e a oposição das autoridades contra Jesus até o ponto de decidir sua condenação à morte (Jo 11,45-54). O capítulo 7, que meditamos no evangelho de hoje, é uma espécie de parada no meio do caminho. É a previsão de como será o desenlace final.

João 7,1-2.10: Jesus decide ir a festa dos Tabernáculos em Jerusalém. A geografia da vida de Jesus no evangelho de João é diferente da geografia nos outros três evangelhos. É mais completa. Conforme os outros evangelhos, Jesus foi apenas uma única vez em Jerusalém, quando foi detido e o levaram para a morte. Segundo o evangelho de João, Jesus foi pelo menos duas ou três vezes à Jerusalém para a Festa da Páscoa. Por isso, sabemos que a vida pública de Jesus durou aproximadamente três anos. O evangelho de hoje informa que Jesus se dirigiu mais uma vez à Jerusalém, porém, não publicamente. Foi às escondidas, pois na Judéia, os judeus queriam matá-lo.

Tanto aqui no capítulo 7 como em outros capítulos, João fala de “judeus”, e de “vocês judeus”, como se ele e Jesus não fossem judeus. Esta maneira de falar reflete a situação da trágica ruptura que tem lugar o final do primeiro século entre os judeus (Sinagoga) e os cristãos (Ecclesia). Ao longo dos séculos, esta maneira de falar do evangelho de João contribuiu para acrescentar o anti-semitismo. Hoje, é muito importante ficar a distância desta polêmica para não alimentar o anti-semitismo. Não podemos esquecer nunca que Jesus é judeu. Nasceu judeu, viveu como judeu e morreu como judeu. Toda sua formação vem da religião e da cultura dos judeus.

João 7,25-27: Duvidas dos habitantes de Jerusalém a respeito de Jesus. Jesus está em Jerusalém e fala publicamente às pessoas que querem ouvi-lo. As pessoas ficam confusas. Sabem que querem matar Jesus e que Ele anda solto diante dos olhos de todos. As autoridades estariam reconhecendo que Ele é o Messias? Mas, como é que Jesus pode ser o messias? Todos sabem que Ele vem de Nazaré, porém, do messias ninguém sabe a origem.

João 7,28-29: Esclarecimento por parte de Jesus. Jesus fala de sua origem. “Sabeis de onde sou”. Porém, o que as pessoas não sabem é a vocação e a missão que Jesus recebeu de Deus. Não veio por vontade própria, mas, como todo profeta veio para obedecer a uma vocação, que é o segredo de sua vida. “Porém, eu não vim por minha conta; mas é verdadeiro o que me enviou; porém, vocês não o conhecem. Eu o conheço, porque venho Dele e Ele é o que me enviou”.

João 7,30: Porque, todavia, não havia chegado sua hora. Queriam pegar Jesus, mas ninguém coloca a mão em cima “porque, todavia, não havia chegado sua hora”. No evangelho de João quem determina a hora e o rumo dos acontecimentos não são os que detêm o poder, mas sim, o próprio Jesus. É Ele quem determina a hora (Cf. Jo 2,4;4,23;8,20;12.23.27;13,1;17,1). E na cruz, Jesus é quem determina até a hora de sua morte (Jo 19,29-30).


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Como vivo minha relação com os judeus? Tenho algum anti-semitismo dentro de mim? Consigo eliminá-lo?
Como no tempo de Jesus, hoje também existem muitas idéias e opiniões sobre as coisas da fé. Como atuo? Agarro-me as idéias antigas e me fecho nelas, ou, procuro entender o porquê das novidades?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 33)
Hoje farei uma lista das coisas que em minha vida são distintas dos que não conhecem Deus e agregarei alguns pontos que serão um compromisso para estes dias santos.





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