sexta-feira, 18 de abril de 2014

Lectio Divina - 18/04/14

SEXTA-FEIRA -18/04/2014


PRIMEIRA LEITURA: Isaias 52,13-53,12


O chamado quarto ou último Cântico do Servo é, merecidamente, a mais bem conhecida contribuição de Isaias para a espiritualidade judeu-cristã. Por tradição, o cristianismo vê aqui uma profecia da paixão de Jesus. A crítica histórica, entretanto, age na suposição de que a profecia fazia sentido para o povo do tempo do profeta, quaisquer que fossem os níveis de significado mais tarde encontrados nela. É inevitável que o sentido original esteja ligado a identificação do Servo. No contexto do Segundo Isaias como um todo, entretanto, o Servo deve ser identificado com Israel, embora o profeta mantenha uma visão idealizada do papel do Servo e nem toda a comunidade exilada vivesse de acordo com ela. A missão do Servo, à qual os judeus eram chamados, era aceitar o sofrimento imerecido com paciente fidelidade e, assim, servir de exemplo para as nações.



ORAÇÃO INICIAL 

Venha, Tua, consolação, delicia e alimento de nossas almas. Venha e tome tudo o que é meu, e infunde em mim somente o que é Teu. Vem, Tu que é o alimento de todo puro pensamento, círculo de toda clemência e cúmulo de toda pureza. Vêem e faça em mim tudo o que é ocasião daquilo que eu não possa fazer por ti. Vem, ó Espírito, que sempre está com o Pai e com o Esposo, e repousa sobre as esposas do Esposo. (Sta. María Magdalena de Pazzis)



REFLEXÃO

João 18,1-19,42


JESUS SENHOR DE SUA SORTE. Queria propor juntar-nos com o espírito de Maria, sob a cruz de Jesus. Ela mulher forte que percorreu todo o significado deste acontecimento da paixão e morte do Senhor, nos ajudará a ter um olhar contemplativo sobre o Crucificado (Jo 19,25-27). Encontramo-nos no capítulo 19 do Evangelho de João, que começa com a cena da flagelação e da coroação de espinhos. Pilatos apresenta Jesus aos sumos sacerdotes e aos guardas: “Jesus Nazareno, o rei dos Judeus” que gritam sua morte na cruz (Jo 19,6). Começa assim para Jesus o caminho da cruz para o Gólgota, onde será crucificado. Na narração da paixão segundo João, Jesus se revela senhor de si mesmo, controlando assim tudo o que lhe acontece. O texto joanista é cheio de frases que indicam esta realidade teológica, de Jesus que oferece sua vida. Os acontecimentos da paixão Ele os sofre ativamente e não passivamente. Trazemos aqui apenas alguns exemplos sublinhando algumas frases e palavras. O leitor pode encontrar outras:

Então Jesus, conhecendo tudo o que ia suceder se adianta e lhes pergunta: “A quem procura?”. Responderam-Lhe: “Jesus de Nazaré!”. Disse-lhes: “Eu sou!”. Judas o que lhe entregara também estava com eles. Quando lhes disse: “Eu sou” retrocederam e caíram por terra. Perguntou-lhes de novo: “A quem procuram?”. Responderam-Lhe: “Jesus o Nazareno!”. Jesus respondeu “Já lhes disse que “eu sou”, deixem os outros irem”. Assim se cumprirá o que havia dito: “dos que me foram dados, nenhum se perdeu” (Jo 18,4-9).

“ENTÃO JESUS SAIU, LEVANDO A COROA DE ESPINHOS E O MANTO DE PÚRPURA” (Jo 19,15). Disse a Pilatos: “Não terias poder nenhum sobre mim, se não te fosse dado do alto” (Jo 19,11). Também sobre a cruz Jesus toma parte ativa em sua morte, ao se deixa matar como os ladrões aos quais são quebradas as pernas (Jo 19,31-33); ao contrário entrega seu espírito (Jo 19,30). São muito importantes os detalhes apontados pelo evangelista: “Jesus então, vendo sua Mãe e ali junto dela o discípulo a quem amava, disse a sua Mãe: Mulher, eis aí teu filho!. Em seguida disse ao discípulo: Eis ai tua Mãe!” (Jo 19,26-27). Estas simples palavras de Jesus têm o peso da revelação, palavras com as quais, Ele nos revela sua vontade: “eis ai teu filho”; “eis ai tua Mãe”. Palavras que nos enviam para aquelas pronunciadas por Pilatos: “Eis ai o Homem” (Jo 19,5). Aqui Jesus, a partir da cruz, seu trono, revela sua vontade e seu amor por todos nós. Ele é o cordeiro de Deus, o pastor que dá sua vida pelas ovelhas. Naquele momento, na cruz Ele faz nascer a Igreja, representada por sua mãe Maria, sua irmã, Maria de Cleófas e Maria Madalena com o discípulo amado (Jo 19,25).

DISCÍPULOS AMADOS E FIÉIS. O quarto evangelho especifica que estes discípulos “estavam junto à cruz” (Jo 25-26). Um detalhe de profundo significado. Só o quarto evangelho narra estas cinco pessoas estavam junto à cruz. Os outros evangelistas não especificam. Lucas, por exemplo, narra que todos aqueles que o conheciam o seguiam de longe (Lc 23,49). Também Mateus conta que muitas mulheres seguiam de longe estes acontecimentos. Estas mulheres haviam seguido Jesus desde a Galiliéia e lhe serviam. Porém, agora o seguiam de longe (Mt 27,55-56). Marcos como Mateus, não nos dá os nomes daqueles que de longe observavam a morte de Jesus (Mc 15,40-41). Só o quarto evangelho especifica que a Mãe de Jesus com outras mulheres e o discípulo amado “estavam junto à cruz”. Estavam ali, como servos diante de seu Senhor. Estão valorosamente presentes no momento em que Jesus declara que “tudo estava consumado” (Jo 19,30). A Mãe de Jesus está presente quando a “hora havia chegado”. Àquela hora pré-anunciada nas bodas de Caná (Jo 2,1ss). O quarto evangelho havia anotado também naquele momento que “a Mãe de Jesus estava ali” (Jo 2,1). Por isto, aquele que permanece fiel ao Senhor em sua sorte é o discípulo amado. O evangelista deixa no anonimato este discípulo de modo que qualquer um de nós possa ser refletido nele que conheceu os mistérios do Senhor, apoiando sua cabeça sobre o peito de Jesus durante a última ceia.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Leia outra vez o texto do evangelho, e busque na Bíblia todos os textos citados na leitura. Tente encontrar outros textos paralelos que te ajudem a penetrar a fundo o texto da meditação.
Com teu espírito, ajudado pela leitura orante do relato de João, visite os lugares da Paixão, pare diante do Calvário para aproveitar com Maria e o discípulo amado o acontecimento da Paixão.
O que é que mais chamou tua atenção?
Qual é o sentimento que provoca em você o relato da Paixão?
O que é que significa para você o fato de que Jesus padece ativamente sua Paixão?




ORAÇÃO FINAL 

SALMO (30/31)
Oh Sabedoria Eterna! Oh Bondade Infinita! Verdade Infalível! Pesquisador dos corações, Deus Eterno! Faz-nos entender, Tu que podes, sabes e queres! Oh Amoroso Cordeiro, Cristo Crucificado, faze que se cumpra em nós o tudo que disseste!
Repita com freqüência, com calma, estas palavras de Jesus, associado a Jesus no oferecimento de si mesmo: “PAI EM TUAS MÃOS ENTREGO MEU ESPÍRITO!”.





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