sexta-feira, 2 de maio de 2014

Lectio Divina - 02/05/2.014


SEXTA-FEIRA -02/05/2014


PRIMEIRA LEITURA: Atos 5,34-42


Esta passagem nos permite destacar dois elementos importantes para nossa vida. O primeiro, e que é em essência a tese que continuamente Lucas apresenta em seu livro, é o fato de que o projeto de Deus, a extensão do Reino, se realiza apesar de todos os obstáculos humanos que vão se apresentando. Por isso, nossa cooperação a sua propagação consiste em permanecer fiéis e obedientes à palavra de Deus. De maneira que as oposições que, às vezes, se apresentam em nossos locais de trabalho ou de estudo não fazem outra coisa mais que confirmar a palavra de Jesus: “Serão perseguidos por minha causa”. O segundo ensinamento, que deriva precisamente deste, é o fato de que os apóstolos tomaram como uma HONRA padecer tudo pelo nome de Jesus. Agora sim podem estar seguros que são “bem aventurados” e que lhes pertence o Reino dos céus. Por isso, quando te perseguirem, te desprezarem, te tratarem mal por se portar, viver ou pensar como um cristão, agradeça a seu agressor a oportunidade que te deu de “padecer por Cristo” e sinta-te agradecido com o Senhor que te considerou digno desta honra.



ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus, que, para livrar-nos do poder do inimigo, quiseste que teu Filho morresse na cruz, concede-nos alcançar a graça da ressurreição. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

João 6,1-15


Hoje começa a leitura do capítulo 6 do evangelho de João que trás dois sinais ou milagres: a multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) e Jesus que caminha sobre as águas (Jo 6,16-21). Imediatamente depois, aparece ao longo do diálogo sobre o Pão da Vida. João situa o fato próximo da festa da Páscoa (Jo 6,4). O enfoque central é a confrontação entre a antiga Páscoa do Êxodo e a nova Páscoa que se realiza em Jesus. O diálogo sobre o pão da vida esclarecerá a nova Páscoa que se realiza em Jesus. 

João 6,1-4: A SITUAÇÃO. Na antiga páscoa, o povo atravessou o Mar Vermelho. Na nova páscoa, Jesus atravessa o Mar da Galiléia. Uma grande multidão seguiu Moisés. Uma grande multidão seguiu Jesus neste novo êxodo. No primeiro êxodo, Moisés subiu à montanha. Jesus, o novo Moisés, também sobe à montanha. O povo seguia Moisés que realizou sinais. O povo segue Jesus porque havia visto os sinais que Ele realizava para os enfermos.

João 6,5-7: JESUS E FELIPE. Vendo a multidão, Jesus confronta seus discípulos com a fome das pessoas e pergunta a Felipe: “Onde nós procuraremos pães para que estes comam?”. No primeiro êxodo, Moisés havia obtido alimento para o povo faminto. Jesus, o novo Moisés, fará o mesmo. Porém, Felipe, ao invés de olhar a situação à luz da Escritura, olhava a situação com os olhos do sistema e respondeu: “Duzentos denários de pão não bastam!”. Um denário era o salário mínimo de um dia. Felipe constata o problema e reconhece sua total incapacidade para resolvê-lo. Queixa-se, porém, não apresenta nenhuma solução.

João 6,8-9: ANDRÉ E O MENINO. André, ao invés de queixar-se, procura soluções. Encontra um menino com cinco pães e dois peixes. Cinco pães de cevada e dois peixes era o sustento diário do pobre. O menino entrega seu alimento. Se pudesse diria: “Cinco pães e dois peixes, o que é isto para tanta gente?. Não servirá para nada! Vamos reparti-los entre nós com duas ou três pessoas!”. Ao invés disto, teve a coragem de entregar os cinco pães e os dois peixes para alimentar 5000 pessoas (Jo 6,10). Quem faz isto ou é louco ou tem muita fé, pensando que, por amor a Jesus, todos se dispusessem a partilhar sua comida como fez o menino!

João 6,10-11: A MULTIPLICAÇÃO. Jesus pede que as pessoas se acomodem. Em seguida, multiplica o sustento, conforme necessitavam. O texto diz: “Jesus então tomou os pães e, depois de dar graças, os repartiu entre os que estavam acomodados e fez o mesmo com os peixes, e comeram tudo o que quiseram”. Com esta frase, escrita no ano 100 depois de Cristo, João evoca o gesto da Última Ceia (1Cor 11,23-24). A Eucaristia, quando se celebra como é devido, levará a partilha como fez o menino, e a entregar o próprio sustento para ser dividido. 

João 6,12-13: SOBRARAM DOZE CESTOS. O número doze lembra a totalidade das pessoas com suas doze tribos. João não informa se sobraram peixes. O que lhe interessa é lembrar o pão como símbolo da Eucaristia. O evangelho de João não tem a descrição da Cena Eucarística, porém, descreve a multiplicação dos pães como símbolo do que deve acontecer nas comunidades através da celebração da Cena Eucarística. Se entre os povos cristãos houvesse um verdadeiro compartilhar, haveria comida abundante para todos e sobrariam doze cestos para muito mais gente!

João 6,14-15: QUEREM FAZÊ-LO REI. A pessoa interpreta o gesto de Jesus dizendo: “Este é verdadeiramente o profeta que ia vir ao mundo!”. A intuição das pessoas é correta. De fato, Jesus é o novo Moisés, o Messias, aquele que o povo estava esperando (Dt 18,15-19). Porém, esta intuição estava sendo desviada pela ideologia da época que queria um grande rei que fosse forte e dominador. Por isto, vendo o sinal, o povo proclamava Jesus como Messias e avança para fazer-lhe rei! Jesus percebendo o que ia acontecer, refugia-se só na montanha. E assim não aceita ser messias e espera o momento oportuno para ajudar as pessoas a dar um passo.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Diante do problema da fome no mundo, você age como Felipe ou como o menino?
As pessoas queriam um messias que fosse rei forte e poderoso. Hoje, muitos vão atrás de lideres populares. O que é que nos tem a dizer sobre isto o evangelho de hoje?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 27,1)
Hoje farei uma lista das coisas que me fazem sofrer, e dentre elas ressaltarei as que na realidade assim foram por estarem unidas à causa de Deus. Se encontrar algumas delas, darei graças por essa oportunidade. Se nunca tiver tido essa experiência, pedirei a Deus que me ajude a ser mais comprometido com o anuncio de sua mensagem de amor e paz.





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