terça-feira, 9 de julho de 2013

Lectio Divina - 09/07/13


TERÇA-FEIRA -09/07/2013

PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 32,23-33

• Jacó reconhece ter necessidade de Deus e pede sua bênção e proteção. Há dois modos errados de se conceber o próprio relacionamento com Deus. A atitude de quem pede a intervenção direta de Deus em todas as coisas, tem uma oração para cada necessidade, vê o dedo de Deus no êxito de um bom negócio, até na vitória sobre um adversário. Aí há risco de se perder a confiança quando se adverte que... os planos de Deus seguem outra direção. Depois, a atitude de quem crê em Deus, porém, o sente de tal maneira distante que não se atreve a incomodá-lo para que se interesse por nossas pequeninas coisas; por isso, não compreende o porquê da oração. Deus não é mágico a nosso serviço. Quer que o homem seja o continuador de sua obra criadora. Mas suas relações conosco, em Cristo, são “pessoais”, e a oração o torna extraordinariamente próximo.


ORAÇÃO INICIAL 

• Oh Deus, que por meio da humilhação de teu Filho levantaste a humanidade caída; concede a teus fiéis a verdadeira alegria, para que, quem for libertado da escravidão do pecado, alcance também a felicidade eterna. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 9,32-38

• Hoje o evangelho apresenta dois fatos: (a)-a cura de um endemoninhado mudo (Mt 9,32-34) e (b)-um resumo das atividades de Jesus (Mt 9,35-38). Estes dois episódios marcam a narrativa dos capítulos 8 e 9 do evangelho de Mateus, em que o evangelista procura mostrar como Jesus praticava os ensinamentos dados no Sermão da Montanha (Mt 5 a 7). No capitulo 10, cuja meditação começa no evangelho de amanhã, veremos o segundo grande discurso de Jesus: O Sermão da Missão (Mt 10,1-42).
• Mateus 9,32-33ª: A CURA DE UM MUDO. Em um único versículo, Mateus nos diz que um endemoninhado mudo foi apresentado diante de Jesus, e que Jesus expulsa o demônio e o mudo começa de nova a falar. O que impressiona na atitude de Jesus, aqui e em todos os quatro evangelhos, é o cuidado e o carinho com as pessoas enfermas. As enfermidades eram muitas, e não existia seguridade social. As enfermidades não eram só corporais: mudez, paralisia, lepra, cegueira e muitos outros males. No fundo, estes males era apenas uma manifestação de um mal muito mais amplo e muito mais profundo que arruinava a saúde e das pessoas, a saber, o abandono total e o estado deprimente e não humano em que se via obrigada a viver. As atividades e as curas de Jesus se dirigiam não só contra as deficiências corporais, mas também e, sobretudo, contra esse mal maior do abandono material e espiritual em que as pessoas se viam obrigadas a passar os poucos anos de sua vida. Pois, além disso, a exploração econômica que roubava a metade da renda familiar, a religião oficial da época, em vez de ajudar as pessoas a encontrar em Deus a força e a ter esperança, ensinava que as enfermidades era um castigo de Deus pelo pecado. Aumentava nas pessoas o sentimento de exclusão e de condenação. Jesus fazia o contrário. A acolhida plena de ternura e a cura dos enfermos era parte do esforço mais amplo para refazer a relação humana entre as pessoas e restabelecer a convivência comunitária nos povoados e nas aldeias de sua terra, Galiléia. 
• Mateus 9,33-34: A DUPLA INTERPRETAÇÃO DA CURA DO MUDO. Diante da cura do endemoninhado mudo, a reação das pessoas é de admiração e gratidão: “Nunca se viu coisa semelhante em Israel!”. A reação dos fariseus é de desconfiança e de malícia: “Pelo príncipe dos demônios expulsa aos demônios”. Não podendo negar os fatos que produzem a admiração nas pessoas, a única maneia que os fariseus têm para neutralizar a influência de Jesus diante das pessoas é atribuir a expulsão ao poder do maligno. Marcos trás uma longa argumentação de Jesus para colocar de manifesto a malícia e a falta de coerência da interpretação dos fariseus. Mateus não trás nenhuma resposta de Jesus à interpretação dos fariseus, pois, quando a malícia é evidente, a verdade brilha por si mesma.
• Mateus 9,35: INCANSÁVEL, JESUS PERCORRE OS POVOADOS. É bonita a descrição da atividade incansável de Jesus, na qual se manifesta a dupla preocupação que aludimos: a acolhida plena de ternura e a cura dos enfermos: “Jesus percorria todas as cidades e povoados ensinando nas sinagogas, propagando a Boa Nova do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade”. Nos capítulos anteriores, Mateus já havia mencionado esta atividade ambulante de Jesus pelos povoados da Galiléia.
• Mateus 9,36: A COMPAIXÃODE JESUS. “E ao ver a multidão, sentiu compaixão por ela porque estavam humilhados e abatidos, como ovelhas sem pastor”. Os que deviam ser os pastores não eram pastores, não cuidavam do rebanho. Jesus procura ser o pastor. Mateus vê aqui a realização da profecia do Servo de Yahvé “Porém, Ele suportava nossos sofrimentos e carregava nossas dores” (Mt 8,17 e Is 53,4). Como Jesus, a grande preocupação do Servo era “encontrar uma palavra de consolo para quem estava desanimado” (Is 50,4). A mesma compaixão para com o povo abandonado, Jesus a mostrou na ocasião da multiplicação dos pães: são como ovelhas sem pastor (Mt 15,32). O evangelho de Mateus tem uma preocupação constante em revelar aos judeus convertidos das comunidades da Galiléia e da Síria que Jesus é o Messias anunciado pelos profetas. Por isto, frequentemente, mostra como nas atividades de Jesus se realizam as profecias (cf. Mt 1,23; 2,5.15.17.23; 3,3; 4,14-16; etc.).
• Mateus 9,37-38: A MESSE É GRANDE E OS TRABALHADORES SÃO POUCOS. Jesus transmite aos discípulos a preocupação e a compaixão que o animam por dentro: “A messe é grande e os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores a sua messe”. 





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Compaixão diante da multidão cansada e faminta. Na história da humanidade, nunca houve tanta gente cansada e faminta como agora. A TV divulga os fatos, porém, não oferece resposta. Os cristãos têm essa mesma compaixão de Jesus e sabem irradiá-las aos demais?
• A bondade de Jesus para com os pobres molestava os fariseus. Eles recorrem à malicia para desfazer e neutralizar o mal estar causado por Jesus. Existem muitas atitudes boas nas pessoas que me incomodam? Como as interpreto: com admiração agradecida como as pessoas ou com malicia como os fariseus?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 16-“17”)
• Hoje terei um gesto de amor e caridade com alguém que resiste a fé e o farei com a consciência de que é uma semente de eternidade para ele e para os seus.




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