quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Lectio Divina - 15/08/13


QUINTA-FEIRA -15/08/2013

PRIMEIRA LEITURA: Apocalipse 11,19;12,1-6.10 

• Hoje ao celebrar a festa da Assunção da Santíssima Virgem ao céu, a Palavra de Deus nos convida a contemplá-la como um grande sinal colocado por Deus no céu. Este texto, ainda que referido originalmente à igreja, veio constituir uma das revelações mais belas de Deus para nós, pois, nos permite contemplar Maria Santíssima como o grande modelo a seguir para alcançar a santidade e a vida perfeita. É que os sinais são colocados para que as pessoas não se percam no caminho, como nas ruas que cada sinal é um instrumento para poder conduzir adequadamente e não ter acidentes. O mesmo ocorre com Maria. Ela nos mostra com sua vida a forma de relacionar-se com Deus, como deve ser nossa própria vida. Quando nós revisamos com cuidado as poucas passagens nas quais aparece citada ou referida nossa Mãe Santíssima, veremos que sua vida não foi fácil. Que passou por grandes tribulações, como as nossas ou talvez, em muitos casos, maiores que as nossas, e ainda, em todas foi adiante, pois, sua confiança estava colocada completamente em Deus. Sua oração era fervorosa e confiada, sua caridade era sem limites, pois, para ela eram mais importantes seus irmãos, seus semelhantes do que ela própria. Ela viveu o que Jesus nos ensina e isto desde antes que Jesus iniciasse seu caminho de pregação. Se não queremos perder-nos na vida, basta voltar e olhar para Maria Santíssima e ela, que nos leva em seu colo, nos conduzirá por esta vida até que cheguemos aos braços amorosos de Jesus.


ORAÇÃO INICIAL 

• Deus todo poderoso e eterno, a quem podemos chamar Pai; aumenta em nossos corações o espírito filial, para que mereçamos alcançar a herança prometida. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Lucas 1,39-56

• CHAVE DA LEITURA: BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES. Na primeira parte do evangelho de hoje ressoam as palavras de Isabel, “Bendita és tu entre as mulheres”, precedidas por um movimento espacial. Maria deixa Nazaré, situada ao norte da Palestina, para se dirigir ao sul, à quase cento e cinqüenta quilômetros, a uma localidade que a tradição identifica com a atual Ain Karen, pouco distante de Jerusalém. O mover-se físico mostra a sensibilidade interior de Maria, que não está fechada em si para contemplar de modo privado e intimista o mistério da divina maternidade que se encerra nela, mas sim, é lançada sobre o caminho da caridade. Ela se move para levar ajuda a sua prima anciã. O dirigir-se de Maria a Isabel é acentuado pelo acréscimo de “às pressas” que Santo Ambrósio interpreta assim: Maria se colocou “às pressas” à caminho para a montanha, não porque fosse incrédula à profecia, ou, incerta do anuncio, ou, duvidasse da prova, mas sim, porque estava contente da promessa e desejosa de cumprir devotamente um serviço, com o animo que lhe vinha da alegria intima…A graça do Espírito Santo não comporta lentidão”. O leitor, no entanto, sabe que o verdadeiro motivo da viagem não é indicado, porém, pode aparecer através das informações tiradas do contexto. O anjo havia comunicado a Maria a gravidez de Isabel, já no sexto mês (cf. v.37). Alem disso, o fato de que ela ficasse três meses (cf. v.56), era justamente o tempo que faltava para nascer o filho de Isabel, permite acreditar que Maria queria ajudar sua prima. Maria corre e vai onde a urgência clama uma ajuda, uma necessidade, demonstrando, assim, uma finíssima sensibilidade e concreta disponibilidade. Junto com Maria, e levado em seu seio, Jesus caminha com a Mãe. Daqui é fácil deduzir o valor cristológico do episódio da visita de Maria a prima: a atenção cai, sobretudo, em Jesus. A primeira vista pareceria uma cena concentrada nas duas mulheres, na realidade, o que importa para o evangelista é o prodígio presente nas duas respectivas concepções. A mobilização de Maria, tende, no fundo, à que as duas mulheres se encontrem. 
• Apenas Maria entra na casa e saúda Isabel, o pequeno João dá um salto. Segundo alguns o salto não é comparável com o acomodar-se do feto, experimentado pelas mulheres que estão grávidas. Lucas usa um verbo grego particular que significa propriamente “saltar”. Querendo interpretar o verbo, um pouco mais livremente, pode-se traduzir por “dançar”, excluindo assim a acepção de um fenômeno só físico. Alguns pensam que esta “dança”, pudesse ser considerada como uma espécie de “homenagem” que João rende à Jesus, iniciando, ainda que, não nascido, aquele comportamento de respeito e de subordinação que caracterizará toda sua vida: “Depois de mim virá um que é mais forte que eu e o qual não sou digno de amarrar as correias de suas sandálias” (Mc 1,7). Um dia o próprio João testemunhará: “Quem tem a esposa é o esposo, porém, o amigo do esposo que está presente e o escuta, salta de alegria à voz do esposo, pois, assim minha alegria é cumprida. Ele deve crescer e eu ao contrário diminuir” (Jo 3,29-30). Assim comenta Santo Ambrósio: “Isabel antes ouviu a voz, porém, João percebeu a graça antes”. Uma confirmação desta interpretação, encontramos nas mesmas palavras de Isabel que, tomando do versículo 44 o mesmo verbo já usado no versículo 41, diz: “Saltou de alegria em meu seio”. 
• Lucas, com estes detalhes particulares, quis evocar o prodígio verificado na intimidade de Nazaré. Só agora, graças ao diálogo com uma interlocutora, o mistério da divina maternidade deixa seu segredo e sua dimensão individual, para chegar a converter-se em um fato conhecido, objeto de apreço e de louvor. As palavras de Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre! A que devo que a Mãe de meu Senhor venha até mim?” (vv.42-43). Com uma expressão semítica que equivale a um superlativo (“entre as mulheres”), o evangelista quer atrair a atenção do leitor sobre a função de Maria: ser a “Mãe do Senhor”. E, portanto, a ela é reservada uma benção (“bendita és tu”) e ditosa beatitude. Em que consiste esta última? Expressa a adesão de Maria à vontade divina. Maria não é só a destinatária de um desenho arcano que a faz bendita, mas sim, pessoa que sabe aceitar e aderir-se à vontade de Deus. Maria é uma criatura que acredita, porque se fiou na palavra desnuda e que ela revestiu com um “SIM” de amor. Isabel reconhece este serviço de amor, identificando-a como “bendita como mãe e ditosa como crente”. Enquanto isso, João percebe a presença de seu Senhor e salta, expressando com este movimento interior a alegria que brota daquele contato salvífico. Este encontro fará de Maria a interprete do canto do “Magnificat”. 
• UM CANTO DE AMOR:- Este canto de Maria é considerado “dos pobres de Deus”, daqueles que “temem a Deus”, colocando Nele toda sua confiança e esperança e que no plano humano não gozam de nenhum direito ou prestígio. A espiritualidade dos “pobres de Deus” pode ser sintetizada pelas palavras do Salmo 37,79: “Está diante de Deus em silêncio e espera Nele”, porque “aqueles que esperam no Senhor possuirão a terra”.
• No Salmo 86,6, o salmista, dirigindo-se a Deus, diz: “Dá a teu servo tua força”: aqui o termo “servo” expressa o estar submetido, como também o sentimento de pertença à Deus, de sentir-se seguro junto Dele. Os pobres, no sentido estritamente bíblico, são aqueles que colocam em Deus uma confiança incondicional, por isto, tem que ser considerados como a parte melhor, qualitativa, do povo de Israel. Os orgulhosos, pelo contrário, são os que colocam sua confiança em si mesmos. Segundo o Magnificat, os pobres têm muitíssimos motivos para alegrar-se, porque Deus glorifica aos “pobres de Deus” (Sl 149,4) e despreza aos orgulhosos. Uma imagem do N.T. que traduz muito bem o comportamento do pobre no A.T., é a do publicano que com humildade bate no peito, enquanto o fariseu comprazendo-se de seus méritos se consuma no orgulho (Lc 18,9-14). Em definitivo, Maria celebra tudo o que Deus fez nela e quanto faz no que acredita. Alegria e gratidão caracterizam este hino de salvação, que reconhece a grandeza de Deus, porém, também faz grande quem o canta.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Minha oração é diante de tudo expressão de um sentimento ou celebração e reconhecimento da ação de Deus?
• Maria é apresentada como a que acredita na Palavra do Senhor. Quanto tempo você dedica para ouvir a Palavra de Deus?
• Tua oração se alimenta da Bíblia, como tem feito Maria? Você se dedica ao devocionismo que produz orações incolores e insípidas? Você já se convenceu que voltar a oração bíblica é a segurança de encontrar um alimento sólido, escolhido pela própria Maria?
• Está na lógica do Magnificat que exalta a alegria de servir, de perder para encontrar, de acolher, da felicidade da gratuidade, da doação?



ORAÇÃO FINAL 

• (SALMO 44 (45) 10-11;12;15B-16)
• A Virgem Maria, templo do Espírito Santo acolheu com fé a Palavra do Senhor e entregou-se completamente ao poder do Amor. Por este motivo se converteu em imagem da interioridade, ou seja, toda recolhida sob os olhos de Deus e abandonada á força do Altíssimo. Maria não fala de si, para que tudo nela possa falar das maravilhas do Senhor em sua vida.





Nenhum comentário:

Postar um comentário