terça-feira, 4 de março de 2014

Lectio Divina - 04/03/14


TERÇA-FEIRA -04/03/2014


PRIMEIRA LEITURA: 1Pedro 1,10-16


Outro jeito de sustentar a nova fé é enfatizar sua antiguidade e singularidade. Não, a fé cristã em Deus e Cristo não é invenção recente, moda passageira. Encontra-se no Antigo Testamento, onde profetas vaticinaram sua revelação; portanto, é uma fé antiga, cuja antiguidade lhe dá grande respeitabilidade aos olhos dos pagãos. Mas ela é também nova e preciosa, pois aqueles profetas, e também os anjos, não conheciam as riquezas que os convertidos agora conhecem. Como é maravilhoso que os convertidos possuam esse conhecimento de Deus e de Cristo! A fé cristã é mais preciosa que o ouro, antiga e especialmente revelada – e tudo isso confirma o valor da fé do novo convertido.




ORAÇÃO INICIAL 

Concede-nos tua ajuda, Senhor, para que o mundo progrida, segundo teus desígnios, tenham as nações uma paz estável e tua Igreja se alegre de poder servir-te com uma entrega confiada e pacífica. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 10,28-31


No evangelho de ontem, Jesus falava da conversão que tem que existir na relação dos discípulos com os bens materiais: desprender-se das coisas, vender tudo, dar aos pobres e seguir Jesus. Isto é, como Jesus, viver em uma total gratuidade, entregando a própria vida a Deus e colocando-a em suas mãos a serviço dos irmãos e das irmãs (Mc 10,17-27). No evangelho de hoje, Jesus explica melhor como deve ser esta vida de gratuidade e de serviço aos que abandonam tudo por Jesus e pelo Evangelho (Mc 10,28-31).

Marcos 10,28-31: OS CEM POR UM, PORÉM, COM PERSEGUIÇÕES. Pedro observa: “Vê, nós deixamos tudo e te seguimos”. É como se falasse: “Fizemos o eu o Senhor pediu ao jovem rico. Deixamos tudo e te seguimos. Explica-nos como deve ser nossa vida?”. Pedro quer que Jesus explicite um pouco mais o novo modo de viver com espírito de gratuidade e de serviço. A resposta de Jesus é bonita, profunda e simbólica: “Eu lhes asseguro: ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou fazenda por mim e pelo evangelho, ficará sem receber o cem por um: agora, o presente, casas, irmãos, irmãs, mães, pais, filhos e fazenda, com perseguições; e no mundo futuro, vida eterna”. O tipo de vida que resulta da entrega de tudo é o que Jesus quer realizar: (a)-Alargar a família e criar comunidade, pois, aumente cem vezes o número de irmãos e irmãs. (b)-Fazer o compartilhamento dos bens, pois, todos terão cem vezes mais casas e campos. A providência divina se encarna e passa pela organização fraterna, onde tudo é de todos e não haverá necessitados. Eles cumprem a lei de Deus que pede “entre vós não exista pobres” (Dt 15,4-11). Foi o que fizeram os primeiros cristãos (At 2,42-45). É a convivência perfeita do serviço e da gratuidade. (c)-Não devem esperar nenhuma vantagem em troca, nem segurança, nem promoção de nada. Pelo contrário, nesta vida terão tudo isto, porém, com perseguições. Pois, os que neste mundo organizado a partir do egoísmo e dos interesses de grupos e pessoas, vivem a partir do amor gratuito e da entrega de si, estes, como Jesus, serão crucificados. (d)-Serão perseguidos neste mundo, porém, no mundo futuro terão a vida eterna da qual falou ao jovem rico.

JESUS E A OPÇÃO PELOS POBRES. Um duplo cativeiro marcava a situação das pessoas na época de Jesus: o cativeiro da política de Herodes, apoiada pelo Império Romano e mantida por todo um sistema bem organizado de exploração e de repressão, e o cativeiro da religião oficial, mantido pelas autoridades religiosas da época. Por isto, o clã, a família, a comunidade, estava se desintegrando e uma grande parte das pessoas viva excluída, marginalizadas, sem teto, sem religião, sem sociedade. Por isto, havia vários movimentos que, como Jesus, procurava uma nova maneira de viver e conviver em comunidade: essênios, fariseus e, mais tarde, os zelotes. Dentro da comunidade de Jesus, no entanto, havia algo novo que marcava a diferença com os outros grupos. Era a atitude diante dos pobres e excluídos. As comunidades dos fariseus viviam “separadas”. A palavra fariseu quer dizer “separado”. Viviam separados do povo “impuro”. Muitos fariseus consideravam o povo como ignorante e maldito (Jo 7,49), lugar de pecado (Jo 9,34). Jesus e sua comunidade, pelo contrário, viviam mesclados com as pessoas excluídas, consideradas impuras: publicanos, pecadores, prostitutas, leprosos (Mc 2,16;1,41: Lc 7,37). Jesus reconhece a riqueza e o valor que os pobres possuem (Mt 11,25-26; Lc 21,1-4). Os proclama felizes porque o Reino é deles, dos pobres (Lc 6,20; Mt 5,3). Define sua própria missão como “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4,18). Ele mesmo vive como pobre. Não possui nada seu, nem sequer uma pedra onde reclinar a cabeça (Lc 9,58). E a quem quer seguir-lhe para viver com Ele, manda escolher: Deus ou o dinheiro! (Mt 6,24). Manda fazer a opção pelos pobres (Mc 10,21). A pobreza que caracterizava ávida de Jesus e dos discípulos, caracterizava também a missão. Ao contrário dos outros missionários (Mt 23,15), os discípulos e as discípulas de Jesus não podiam levar nada, nem ouro, nem prata, nem duas túnicas, nem mala, nem sandálias (Mt 10,9-10). Deviam confiar na hospitalidade (Lc 9,4;10,5-6). E em caso de serem acolhidos pelas pessoas, deviam trabalhar como todo mundo e viver do que recebiam em troca (Lc 10,7-8). Além disso, deviam ocupar-se dos enfermos e necessitados (Lc 10,9;Mt 10,8). Então podiam dizer as pessoas: “O Reino de Deus chegou!” (Lc 10,9).




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Em tua vida, como acolhe a proposta de Pedro: “Deixamos tudo e te seguimos?”. 
Compartilhar, gratuidade, serviço, acolhida aos excluídos são sinais do Reino. Como os vivo hoje?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 98,3-4)
Hoje agirei com justiça em todas as minhas relações com meus semelhantes. 




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