terça-feira, 11 de março de 2014

Lectio Divina - 11/03/14


TERÇA-FEIRA -11/03/2014


PRIMEIRA LEITURA: Isaías 55,10-11


Esta semana, a liturgia da palavra nos apressa a valorizar o poder salvífico e reconciliador da Palavra de Deus. É triste constatar o pouco que muitos de nossos irmãos dão à Sagrada Escritura; é raro ver Bíblias em nossas reuniões, inclusive de evangelização. Apesar de que a Sagrada Escritura é, como diz o salmista: “luz para nossos passos”, muitos, jamais têm lido. É comum encontrar Bíblias de “Primeira Comunhão” e de “Matrimônio” em perfeito estado, intactas; Bíblias que foram recebidas só como um formalismo, porém, que não têm sido jamais abertas. Hoje, o profeta Isaias nos diz como a palavra de Deus fecundará nossa vida. Para isso é necessário que encharque nosso coração. A Quaresma é um tempo ideal para iniciar nosso trato com a Sagrada Escritura, para iniciar a leitura de nossa Bíblia. Sugiro iniciar com o Evangelho de Lucas e ao terminar, ler o livro dos Atos dos Apóstolos. Lembre o que dizia são Jerônimo: “Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo”.


ORAÇÃO INICIAL 

Senhor olhe com amor tua família e aos que moderam seu corpo com a penitência, aviva em seu espírito o desejo de possuir-te. Por Nosso Senhor... 




REFLEXÃO

Mateus 6,7-15


As duas reações do Pai Nosso: Lucas (Lc 11,1-4) e Mateus (Mt 6,7-13). Em Lucas, o Pai Nosso é mais curto. Lucas escreve para as comunidades que vieram do paganismo. Procura ajudar às pessoas que estão iniciando o caminho da oração. Em Mateus, o Pai Nosso está situado no Sermão do Monte, naquela parte onde Jesus orienta aos discípulos na prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum (Mt 6,16-18). O Pai Nosso é parte de uma catequese para os judeus convertidos. Eles já estavam acostumados a rezar, porém, tinham certos vícios que Mateus procura corrigir.

Mateus 6,7-8: Os vícios que precisam ser corrigidos. Jesus critica às pessoas para quem a oração é uma repetição de fórmulas mágicas, de palavras fortes, dirigidas a Deus para obrigar-lhe a atender suas necessidades. A acolhida da oração por parte de Deus não depende da repetição de palavras, mas sim, da bondade de Deus que é o Amor e Misericórdia. Ele quer nosso bem e conhece nossas necessidades antes que expressamos nossas preces.

Mateus 6,9ª: As primeiras palavras: “Pai Nosso” Abba, Pai, é o nome que Jesus usa para dirigir-se a Deus. Revela a nova relação com Deus que deve caracterizar a vida das comunidades (Gl 4,6; Rm 8,15). Dizemos “Pai Nosso” e não “Meu Pai”. O adjetivo “nosso” acentua a consciência de que todos pertencemos à grande família humana de todas as raças e credos. Rezar ao Pai e entrar na intimidade com Ele, é também colocar-se em sintonia com os gritos de todos os irmãos e irmãs pelo pão de cada dia. É procurar o Reino de Deus em primeiro lugar. A experiência de Deus como nosso Pai é o fundamento da fraternidade universal.

Mateus 6,9b: Três pedidos pela causa de Deus: o Nome, o Reino, a Vontade. Na primeira parte do Pai Nosso, pedimos para que seja restaurada nossa relação com Deus. SANTIFICAR O NOME. O nome Iahwe significa “Estou contigo”. Deus conosco. Neste Nome Deus se deu a conhecer (Ex 3,11-15). O Nome de Deus é santificado quando é usado com fé e não com magia; quando é usado conforme seu verdadeiro objetivo, isto é, não para a opressão, mas para a libertação do povo e para a construção do Reino. A VINDA DO REINO: o único Dono e Rei da vida humana é Deus (Is 45,21;46,9). A vinda do Reino é a realização de todas as esperanças e promessas. É a vida plena, a superação das frustrações sofridas com os reis e com os governos humanos. Este Reino acontecerá, quando a vontade de Deus se realize plenamente. FAZER A VONTADE: a vontade de Deus se expressa em sua Lei. Faça-se sua vontade, assim na terra como no céu. No céu, o sol e as estrelas obedecem às leis de suas órbitas e criam a ordem do universo (Is 48,12-13). A observância da lei de Deus será fonte de ordem e de bem estar para a vida humana. 

Mateus 6,11-13: Quatro pedidos para a causa dos irmãos: Pão, Perdão, Vitória, Liberdade. Na segunda parte do Pai Nosso pedimos que seja restaurada a relação entre as pessoas. Os quatro pedidos mostram como devem ser transformadas as estruturas da comunidade e da sociedade para que todos os filhos e as filhas de Deus vivam com igual dignidade. PÃO DE CADA DIA: no êxodo, cada dia, as pessoas recebiam o maná no deserto (Ex 16,35). A Providência Divina passava pela organização fraterna, pelo compartilhar. Jesus nos convida para realizar um novo êxodo, uma nova convivência fraterna que garanta o pão para todos (Mt 6,34-44; Jo 6,48-51). PERDÃO PARA AS DÍVIDAS: cada 50 anos, o Ano Jubilar obrigava à todos o perdão das dívidas. Era um novo começo (Lv 25,8-55). Jesus anuncia um novo Ano Jubilar, “um ano de graça de parte do Senhor” (Lc 4,19). O Evangelho quer recomeçar tudo de novo! NÃO CAIR EM TENTAÇÃO: no êxodo, o povo foi tentado e caiu (Dt 9,6-12). Murmurou e quis voltar atrás (Ex 16,3;17,3). No novo êxodo, a tentação será superada pela Força que o povo recebe de Deus (1Cor 10,12-13). LIBERTAÇÃO DO MALIGNO: o Maligno é Satanás, que afasta de Deus e é motivo de escândalo. Conseguiu entrar em Pedro (Mt 16,23) e tentou Jesus no deserto. Jesus o venceu (Mt 4,1-11). Ele nos disse: “Coragem! Eu venci o mundo!” (Jo 16,33).

Mateus 6,14-15: Quem não perdoa não será perdoado. Rezando o Pai Nosso, pronunciamos a frase que nos condena ou absolve. Rezamos: “Perdoa nossas dividas, assim como nós perdoamos nossos devedores” (Mt 6,12). Oferecemos a Deus a medida do perdão que queremos. Se perdoarmos muito Ele nos perdoará muito. Se perdoarmos pouco, Ele tampouco não poderá nos perdoar.


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Jesus disse “perdoa nossas dívidas”. Em alguns paises se traduz “perdoa nossas ofensas”. O que é mais fácil: perdoar ofensas ou perdoar dívidas? 
As nações cristãs do hemisfério norte (Europa e USA) rezam todos os dias: “Perdoa-nos nossas dívidas assim como também nós perdoamos a nossos devedores”. Porém, elas não perdoam a divida externa dos países pobres do Terceiro Mundo. Como explicar esta terrível contradição, fonte de empobrecimento de milhões de pessoas?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 34,4-5)
Hoje lerei o salmo 119 e meditarei na importância da palavra de Deus em minha vida. 






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