terça-feira, 5 de agosto de 2014

Lectio Divina - 05/08/14


TERÇA-FEIRA -05/0814


PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 30,1-2.12-15.18-22


O profeta escreve agora aos exilados que sofrem as conseqüências da rebeldia de seus reis e, em geral, de todo o povo que não quiseram ouvir a voz de Deus e se jogaram no pecado e procuraram fazer sua vida por conta própria. É tal a situação de miséria que os exilados experimentam que pensam que Deus se esqueceu deles e que não voltaram a seus lares. Todavia, Deus, por meio de Jeremias, lembra-lhes que Ele é um Deus fiel, que não permanece sempre enojado e que os fará regressar para suas casas. Nesta passagem fica manifesto que não importa nosso pecado, Deus permanecerá sempre fiel, basta que nós procuremos com sinceridade a conversão, o reencontro com Deus para que toda nossa vida se torne reta. Paulo escreveu aos romanos, que “onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Novamente Deus mostra sua imensa e infinita misericórdia por todos e cada um de nós; esse desejo fervente que busca que ninguém se perca, antes, que todos cheguem ao conhecimento pleno da verdade, que é seu Filho Jesus Cristo. Irmão, não importa quão grande tenha sido teu pecado, tua traição para com Deus, sempre haverá misericórdia; Deus sempre estará disposto a reconstruir tua vida.



ORAÇÃO INICIAL 

Vêm Senhor, em ajuda à teus filhos, derrama tua bondade inesgotável sobre os que te suplicam, e renova e protege a obra de tuas mãos em favor dos que te louvam como criador e como guia. Por Nosso Senhor.



REFLEXÃO

Mateus 15,1-2.10-14


O Evangelho de hoje nos narra a discussão de Jesus com os fariseus sobre o que é puro e impuro. O texto fala dos costumes religiosos daquele tempo, fala dos fariseus que ensinavam esses costumes para as pessoas, e fala das instruções de Jesus a respeito desses costumes, muitos dos quais já haviam perdido seu sentido. Aqui no capítulo 15, Jesus ajuda as pessoas e os discípulos a entender melhor este assunto tão importante da pureza e das leis de pureza. 
Mateus 15,1-2: Os fariseus criticam o comportamento dos discípulos de Jesus. Alguns fariseus e diversos doutores da lei, vindos de Jerusalém, se aproximam de Jesus e perguntam: “Por que teus discípulos transgridem a tradição dos antepassados? Pois, não lavam as mãos na hora de comer!”. Eles fingem estar interessados em conhecer o porquê do comportamento dos discípulos. Na realidade, criticam Jesus por permitir que os discípulos transgridam as normas da pureza. Aqui existe três pontos que merecem se destacados: (a)-Os escribas são de Jerusalém, da capital. Vêm observar os passos de Jesus. (b)-Os discípulos não lavam as mãos para comer! A convivência com Jesus lhes dá coragem para transgredir normas que a tradição impunha às pessoas, mas que não têm sentido para a vida. (c)-O costume de lavar as mãos, que até hoje, continua sendo uma importante norma de higiene, havia assumido para eles um significado religioso que servia para controlar e discriminar as pessoas.
A Tradição dos Antigos (vers. 3 a 9 do capítulo 15 de Mateus). “A Tradição dos Antigos” transmitia as normas que deviam ser observadas pelas pessoas para conseguir a pureza exigida pela lei. A observância da pureza era um assunto muito sério. Uma pessoa impura não podia receber a benção prometida pelo Deus de Abraão. As normas da lei de pureza ensinavam como recuperar a pureza para poder comparecer de novo diante de Deus e sentir-se bem na presença Dele. Não se podia comparecer diante de Deus de qualquer maneira. Pois, Deus é Santo e a Lei dizia: “Sede santos, porque eu sou santo” (lev 19,2). As normas de pureza eram na realidade, uma prisão, um cativeiro (Cf. Mt 23,4). Para os pobres, era praticamente impossível observá-las: tocar um leproso, comer com um publicano, comer sem lavar as mãos, e tantas outras atividades, etc. Tudo isto tornava a pessoa impura e qualquer contato com essa pessoa contaminava as outras. Por isto, as pessoas viviam com medo, sempre ameaçadas por muitas coisas impuras que ameaçavam sua vida. Eram obrigadas a viver desconfiadas de tudo e de todos. Insistindo nas normas de pureza, os fariseus chegavam a esvaziar o conteúdo dos mandamentos da lei de Deus. Jesus cita um exemplo concreto. Eles diziam: a pessoa que consagrara seus bens ao Templo, não podia usar deles para ajudar os pais necessitados. Assim, em nome da tradição, esvaziavam o conteúdo do quarto mandamento que manda amar o pai e a mãe (Mt 15,3-6). Tais pessoas pareciam muito observantes, porém, só pelo lado de fora. Por dentro, o coração ficava longe de Deus! Jesus dizia, citando Isaias: Este povo me honra só com os lábios, porém, seu coração está longe de mim (Mt 15,7-9). O povo, em sua sabedoria, não concordava com tudo o que era ensinado, e esperava que o messias viesse indicar outro caminho para alcançar a pureza. Em Jesus se realiza esta esperança. Pela palavra Ele purifica os leprosos, expulsa os espíritos impuros, e vence a morte que era a fonte de toda a impureza. Graças ao toque de Jesus, a mulher excluída como impura fica curada. Sem medo da contaminação, Jesus come com as pessoas consideradas impuras.
Mateus 15,10-11: Jesus abre um novo caminho para que as pessoas se aproximem de Deus. Ele disse à multidão: “Ouvi e entendei. Não é o que entra na boca que contamina que contamina o homem; mas sim, o que sai da boca, isso é o que contamina o homem”. Jesus inverte as coisas: o impuro não vem de fora para dentro, como ensinavam os doutores da lei, mas sim, de dentro para fora. Deste modo, ninguém mais precisa perguntar se esta, ou, aquela comida ou bebida é pura ou impura. Jesus coloca o que é puro ou impuro em outro nível, no nível do comportamento ético. Ele abre um novo caminho para chegar até Deus e realizar assim o desejo mais profundo das pessoas: estar em paz com Deus. Agora, de repente, tudo muda! Através da fé em Jesus, era possível conseguir a pureza e sentir-se bem diante de Deus sem que fosse necessário observar todas aquelas normas da “Tradição dos Antigos”. Foi uma libertação! A Boa Nova anunciada por Jesus tirou o povo da defensiva, do medo e lhe devolveu a vontade de viver, a alegria de ser filho e filha de Deus.
Mateus 15,12-14: Jesus reafirma o que disse antes. Os discípulos comunicaram a Jesus que as palavras Dele produziam escândalo entre os fariseus, pois, diziam exatamente o contrário daquilo que os fariseus ensinavam para as pessoas. Pois, se a pessoa levasse a sério o novo ensinamento de Jesus, toda a tradição dos antigos teria que ser abolida e os fariseus e os doutores perderiam sua liderança e sua fonte de renda. A resposta de Jesus é clara e não deixa lugar para dúvida: “Toda planta que meu Pai Celestial não plantou será arrancada pela raiz. Deixe-os: são cegos e guias de cegos. E se um cego guia outro cego, os dois cairão no buraco”. Jesus não diminui o impacto de suas palavras e reafirma o que havia dito antes.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Conhece algum costume religioso de hoje que já não tem sentido, porém, continuam sendo ensinados? Em tua vida existem costumes que considera sagrado, e outros que não são sagrados?
Os fariseus eram judeus praticantes, mas, sua fé estava desligada da vida das pessoas. Por isto, Jesus os critica. E hoje, Jesus nos criticaria? Em que?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 34,8-9)
Hoje cantarei constantemente ao Senhor em sinal de alegria e gratidão por sua misericórdia. 




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