quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Lectio Divina - 06/08/14


QUARTA-FEIRA -06/08/2014


PRIMEIRA LEITURA: 2Pedro 1,16-19


Neste texto, no inicio de sua carta, Pedro dá testemunho do que viu e ouviu, como diria João em seu evangelho e em suas cartas, isto é, dá testemunho da ressurreição de Jesus, de sua majestade divina. Esta é a afirmação que faz com que o resto do texto tenha validade e congruência: Sou testemunha, tenho visto e ninguém me falou, eu estava lá. Sou testemunho de Jesus. Isto é o que hoje necessita a Igreja: Testemunhos, homens e mulheres que possam dizer: “Jesus, o Filho de Deus mudou minha vida”. Se nossa fé está perdendo força na sociedade, é porque são poucos os que podem dar este testemunho, e não é porque Deus não possa hoje em dia mudar a vida de uma pessoa, como fez com os apóstolos, mas sim, porque hoje são poucos os que se aproximam Dele com um coração aberto e disposto a ser transformado. A maioria dos cristão de nosso tempo gosta de um cristianismo cômodo no qual cada um possa levar a vida que lhe aprouver, e isto não permite que Deus transforme nossas vidas, tendo como conseqüência que exista poucos testemunhos. As pessoas já estão cansadas de ouvir relatos do passado, de ouvir falar de Jesus, querem ver as pessoas transformadas, querem que sua vida também possa ter plenitude, mas, não vêem pessoas que a tenham, gente que tenha experimentado em sua vida esta mudança. Da mesma forma que Cristo é testemunho do Pai, assim cada um de nós, como Pedro temos que ser testemunhos do poder redentor de Cristo. Sem este testemunho, nosso cristianismo continuará baseado só em ritos vazios e não em uma vida vivida sob o poder do Espírito, continuará sem ser Luz para o mundo e sal da terra. Procure Jesus, peça-lhe que se manifeste a teu coração e deixe que Ele mesmo te converta em um testemunho de seu poder.


ORAÇÃO INICIAL 

Vem Senhor, em ajuda de teus filhos, derrama tua bondade inesgotável sobre os que te suplicam, e renova e proteja a obra de tuas mãos em favor dos que te louvam como criador e como guia. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Mateus 17,1-9



Hoje é a festa da Transfiguração de Jesus. A Transfiguração acontece depois do primeiro anuncio da morte de Jesus. Esse anúncio transtorna a cabeça dos discípulos, sobretudo, de Pedro. Eles tinham os pés no meio dos pobres, porém, a cabeça estava perdida na ideologia dominante da época. Esperavam um rei glorioso. A cruz era um impedimento para acreditar em Jesus. A Transfiguração, onde, Jesus aparece glorioso no alto da montanha, era uma ajuda para que eles pudessem superar o trauma da Cruz e descobrir em Jesus o verdadeiro Messias. Mas, ainda assim, muitos anos depois, quando a Boa Nova já estava difundida pela Ásia Menor e pela Grécia, a Cruz continuava sendo um grande impedimento para que os judeus e para os pagãos aceitassem Jesus como Messias. “A Cruz é uma louca e um escândalo!” assim diziam. Um dos maiores esforços dos primeiros cristãos consistiu em ajudar as pessoas para que percebessem que a cruz não era escândalo nem loucura, mas sim, a expressão mais preciosa do poder e da sabedoria de Deus. O Evangelho de hoje contribui neste esforço. Mostra que Jesus veio realizar as profecias e que a Cruz era o caminho para a Glória. Não existe outro caminho.
Mateus 17,1-3: Jesus muda o aspecto. Jesus sobe em uma montanha alta. Lucas acrescenta que subiu ali para orar. Ali encima, Jesus aparece na “glória “ diante de Pedro, Tiago e João. Junto com Jesus aparecem Moisés e Elias. A Montanha alta evoca o Monte Sinai, onde, no passado, Deus havia manifestado sua vontade ao povo, entregando as tábuas da lei. Os vestidos brancos lembram Moisés que ficou fulgurante quando conversava com Deus na Montanha e Dele recebia a lei. Elias e Moisés, as duas maiores autoridades do Antigo Testamento, conversavam com Jesus. Moisés representa a Lei, Elias, a profecia. Lucas informa que a conversa foi sobre o “êxodo” (a morte) de Jesus em Jerusalém (Lc 9,31). Assim fica claro que o Antigo Testamento, tanto a Lei como os Profetas, ensinavam que para o Messias, o caminho da glória tinha que passar pela cruz.
Mateus 17,4: Pedro gosta, mas não entende. Pedro gosta e quer assegurar-se desse momento agradável na Montanha. Oferece-se para construir três tendas. Marcos diz que Pedro tinha medo, sem saber o que estava dizendo (Mc 9,6), e Lucas acrescenta que os discípulos tinham sonhado. Eles são como nós: têm dificuldade em entender a Cruz.
Mateus 17,5-8: A voz do céu esclareceu os fatos. Quando Jesus é envolto pela glória, uma voz do céu diz: “Este é meu Filho amado em quem me comprazo, ouçam-no”. A expressão “Filho amado” lembra a figura do Messias Servo, anunciado pelo profeta Isaias. A expressão “Ouçam-no” lembra a profecia que prometia a chegada de um novo Moisés. Em Jesus, as profecias do AT estão se realizando. Os discípulos não podem duvidar. Jesus, é realmente o Messias glorioso e o caminho para a glória passa pela cruz, segundo havia anunciado na profecia do Messias Servo (Is 53,3-9). A glória da Transfiguração assim comprova. Moisés e Elias confirmam. O Pai garante. Jesus aceita. Diante de tudo que estava acontecendo, os discípulos ficam com muito medo e caem com o rosto por terra. Jesus se aproxima, os toca e diz: “Levantem-se e não tenham medo”. Os discípulos levantam os olhos e vêm somente Jesus e ninguém mais. Daqui em diante, Jesus é a única revelação de Deus para nós. Jesus, e somente Ele, é a chave para poder entender a Escritura e a Vida.
Mateus 17,9: Saber guardar silêncio. Jesus pediu aos discípulos que não dissessem nada à ninguém até que Ele houvesse ressuscitado dos mortos. Marcos diz que eles não sabiam o que significava ressurreição dos mortos (Mc 9,10). De fato, não entendem o significado da Cruz que não enlaça o sofrimento com a ressurreição. A Cruz de Jesus é a prova de que a vida é mais forte que a morte. A compreensão total do seguimento de Jesus não se obtém por meio da instrução teórica, mas sim, pelo compromisso prático, caminhando com Ele pelo caminho do serviço, desde a Galiléia até Jerusalém.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Tua fé em Jesus proporciona-te alguns momentos de transfiguração e de intensa alegria? Estes momentos como têm dado força na hora das dificuldades?
Como transfigurar, hoje, tanto a vida pessoal e familiar, como a vida comunitária em nosso bairro?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 97,5-6)
Hoje serei consciente de cada uma de minhas ações e procurarei viver como Cristo espera que eu viva.





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