sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 23/01/15


DIA 23/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- Hebreus 8,6-13
·         Israel é o povo da aliança manifestada na lei e no culto. Desde os tempos de Jeremias, porém, temos a profecia sobre a nova aliança, profecia que critica o passado e dá esperanças para o futuro (Jr 31,31-34). A Sagrada Escritura, portanto, anuncia uma nova situação religiosa: a relação entre Deus e os homens não se realizará mais em base a leis ou instituições, mas se fundará na própria pessoa de Jesus Cristo, mediador das relações vitais com Deus (cf. 1Tm 2,5). A nova aliança, mais perfeita, terá suas raízes não mais num código de leis exteriores, mas no próprio coração do homem, que Deus tornará “novo” mediante do dom do Espírito. O cristão é esse “homem novo”. Novo não simplesmente porque, um dia com o batismo recebeu a vida nova, mas porque na Igreja Cristo “renova” continuamente os crentes. A ação sacramental da Igreja não é mero rito purificatório, como as antigas abluções: aqui, é Cristo que purifica interiormente e faz cada crente ouvir a consoladora verdade das palavras do Pai: “Perdoarei suas iniqüidades e não me recordarei mais de seus pecados”. O próprio poder transmitido aos apóstolos de expulsar demônios tem também o significado de uma vida que se renova, pela libertação do pecado, e encontra nos sacramentos da penitência e da Eucaristia a expressão significativa e eficaz.
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso, que governa o céu e a terra, ouça paternalmente a oração de teu povo, e faz que os dias de nossa vida se fundamentem em tua paz. Por Nosso Senhor. Amem.
REFLEXÃO – Marcos 3,13-19
·         Dentre a multidão e os discípulos Jesus escolhe doze. Um pequeno grupo que será o começo de novo povo. A missão desse grupo compreende três atitudes: comprometer-se com Jesus (estar com ele) para anunciar o Reino (pregar), libertando os homens de tudo aquilo que os escraviza e aliena (expulsar os demônios).
·         O chamado dos doze foi de suma importância para o ministério de Jesus. Superava-se, assim, o risco de cair numa forma de personalismo, no qual tudo estivesse centrado na sua pessoa, sobrando pouco ou nenhum espaço, até mesmo para o Pai.
·         Os Evangelhos, pelo contrário, testemunham que o Pai e seu Reino constituíram os eixos da vida de Jesus, sendo o ponto de convergência de tudo quando ele dizia ou fazia. A presença dos doze, no ministério de Jesus, expressa sua disposição de partilhar com eles a missão recebida do Pai.
·         Como Jesus, os doze teriam a tarefa de pregar, proclamar a Boa Nova do Reino e expulsar os demônios, manifestando, assim, a eficácia do Reino na vida de quem era oprimido por forças malignas. Desde o início, o relacionamento entre Jesus e seus companheiros de missão foi de proximidade e confiança. Não era usual esta forma de os mestres tratarem seus discípulos. Em geral, a veneração do discípulo pelo mestre exigia que se mantivesse uma respeitosa distância entre eles.
·         Era uma forma de sublinhar o desnível da relação: superioridade do mestre, inferioridade do discípulo, sabedoria de um, ignorância do outro etc. Fazendo-se próximos de Jesus, os discípulos são introduzidos numa nova pedagogia.
·         O Mestre irá instruí-los com o testemunho de sua própria vida, fazendo-os partilhar de sua missão e destino. Os lugares altos, montanhas, montes, colinas, sempre foram tidos pelas religiões como lugar de encontro com Deus. Templos antigos e também templos e conventos cristãos foram construídos sobre lugares altos. Nos evangelhos a "montanha" não é necessariamente um espaço geográfico, mas sim o contexto da presença de Deus, na oração e no Espírito.
·         No Primeiro Testamento, Moisés sobe ao monte Sinai para o encontro com Deus, recebendo o Decálogo, com a renovação da Aliança. Agora, Jesus, o próprio Deus, sobe à montanha e chama os que ele quer, para o anúncio da nova e eterna Aliança.
·         Jesus já havia chamado os primeiros discípulos à beira-mar, isto é, dentro do mundo agitado e turbulento. Nesse momento, em uma nova fase de seu ministério, completa o número de doze para que ficassem com ele, partilhando da sua missão e de seu destino. O novo discipulado é enviado, não para fazer cumprir a Lei gravada em pedras, mas para dar vida ao povo: anunciar a Boa-Nova e libertar os oprimidos, expulsando os espíritos opressores. É a palavra vivificante que desmascara a prática dos poderosos em humilhar, subjugar e explorar os pequenos e empobrecidos. 
PARA REFLEXÃO PESSOAL
·         Estar com Jesus e ir em missão é a dupla finalidade da comunidade cristã? Como você assume teu compromisso na comunidade da qual pertence?
·         Jesus chamou os discípulos pelo nome. Você, eu, todos nós existimos, porque Deus nos chama pelo nome. Pense nisto!
ORAÇÃO FINAL
·         (SALMO 85)
·         Espírito que predispõe para o discipulado, dá-me disposição para acolher, com docilidade, o apelo de Jesus a compartilhar sua missão.





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