terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Lectio Divina - 25/12/12



TERÇA-FEIRA -25/12/2012

PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 1,1-6

• Um dos principais problemas da primeira comunidade foi o definir quem é que era Jesus: Um simples ser humano, revestido de poder divino? Um Deus com “aparência de homem”? Um anjo? Questões que só ficará totalmente definida no Concílio de Éfeso (431 d.C.) onde se afirma categoricamente que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O início desta carta nos introduz neste mistério de Cristo e nos apresenta como o “grande revelador do Pai”. Ao iniciar este novo período dentro de nossa liturgia, a Palavra de Deus nos convida a que também nós clarifiquemos quem é Jesus: Será para mim, como expressa esta passagem, verdadeiro Deus, consubstancial ao Pai? Se é assim, impõem-se algumas resoluções que devem ser parte de nossa vida: obedecendo sua Palavra, amando sua Igreja, adorando em espírito e verdade e servindo seus irmãos, sobretudo, os mais pobres. 




ORAÇÃO INICIAL 

• Na escuridão de uma noite sem estrelas, noite vazia de sentido tu, Verbo da Vida, como relâmpago na tempestade do esquecimento, entrou no limite da dúvida, no abrigo dos confins da precariedade, para esconder a luz. Palavras feitas de silencio e de cotidianidade tuas palavras humanas, precursoras dos segredos do Altíssimo: como anzóis lançados nas águas da morte para encontrar o homem, submerso em sua ansiosa loucura, e mantê-lo preso, pelo atraente resplendor do perdão. A Ti Oceano de Paz e sombra da eterna Glória, te dou graças: Mar em calma para a margem que espera a onda, que busquei! E a amizade dos irmãos me proteja quando a tarde descer sobre meu desejo de ti. Amém.



REFLEXÃO

João 1,1-18

João, um homem que teve oportunidade de ver resplandecer a luz, viu, ouviu, tocou, a luz. No principio o Verbo existia: constantemente dirigido pelo amor do Pai, se converteu na explicação verdadeira, na exegese única (Jo 1,18), a revelação de seu amor. No “logos” era a vida e a vida era luz, porém, as trevas não o acolheram. No Antigo Testamento a revelação do Verbo de Deus é revelação da luz: a ela corresponde a plenitude da graça, a graça da graça, que nos é dada em Jesus, revelação do amor sem limites de Deus (Jo 1,4-5,16). Também todo o testemunho do Antigo Testamento é testemunho da luz; desde Abraão até João Batista o último deles: anuncia a luz que está por vir ao mundo e reconhece em Jesus a luz esperada (Jo 1,6-8;45).
• E o lugar da revelação é sua carne. E é aqui que João dirá: “Nós temos visto sua glória”, onde na “hora da glorificação” não se vê outra coisa senão trevas. A luz está escondida em seu dar a vida por amor aos homens, e ao amor até o final, sem voltar atrás, respeitando a liberdade do homem de crucificar o Autor da vida: Deus é glorificado no momento da paixão: um amor consumado, definitivo, sem limites, um amor demonstrado até as ultimas conseqüências: É o mistério da luz que se faz caminho nas trevas, sim, porque o amor ama a escuridão da noite: quando a vida se faz mais íntima e as próprias palavras morrem para viver no respiro da pessoa amada, a luz está no amor que ilumina àquela hora de privacidade, hora na qual se perde o próprio “eu”, para encontrar-se restituído no abraço da vida.
• Pai da luz, venho a ti com toda a força de meu existir. Depois de dar passos bons e de resvalar no mal, começo a entender porque o experimento, por mim, só existo na escuridão das trevas. Sem tua luz, não vejo nada. És Tu, com efeito, a fonte da vida, Tu, Sol de justiça, e que abre meus olhos, Tu o caminho que conduz ao Pai. Hoje veio a nós, Palavra eterna, como luz que continua atravessando as páginas da história para oferecer aos homens os dons da graça e da alegria no deserto da pobreza e da ausência: o pão e o vinho de teu Nome santo, que na hora da Cruz se converteram no sinal visível do amor consumado, nos fazem nascer contigo no seio fecundo que é a Igreja, a origem de tua vida para nós. Como Maria, queremos estar próximo de ti para aprender a ser como ela, cheia da graça do Altíssimo. E quando nossas tendas recolherem a nuvem do Espírito no fulgor de uma palavra pronunciada, então, entenderemos a glória de teu Rosto e bendiremos num silêncio de adoração sem nenhuma indiferença, a Beleza de ser um só contigo, Verbo do Deus vivo.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Deus, que é luz, escolheu expulsar as trevas do homem, fazendo-se Ele próprio trevas. O homem nasceu cego (cf Jo 9,1-41): a cegueira é para ela a condição da criatura. O gesto simbólico de Jesus de pegar lama e derramá-la sobre os olhos do cego de nascimento, nos quer indicar a novidade da encarnação: é um gesto da nova criação. Aquele cego, quando ainda seus olhos estavam cobertos pela lama da criação, pede não num gesto de fé, mas sim de obediência: ir à piscina de Siloé que significa “enviado”. E o enviado é Jesus. Sabemos obedecer a Palavra que cada dia chega a nós?
• O homem cego no evangelho de João é um pobre: não quer nada, não pede nada. Nós também, vivemos na cegueira cotidiana com a resignação de quem não merece horizontes diversos. Vamos nos reconhecer privados de tudo, para que seja também destinado a nós o dom de Deus, dom da redenção da carne, porém, sobre tudo, dom da luz e da fé? 
• A lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Deus ninguém jamais viu: só o Filho unigênito, que está no abrigo do Pai, Ele o tem revelado (Jo 1,17-18). O entendimento do que ocorre na história de nossa vida nos leva a sair da cegueira da presunção e a contemplar a luz que brilha sobre o rosto do Filho de Deus. E nossos olhos, inundados de luz, se abrem aos acontecimentos. Quando conseguiremos ver Deus entre nós?




ORAÇÃO FINAL 

• (Baruc 5,1-9)
• Hoje estarei ouvindo Jesus em cada momento e situação do dia, sabendo que Ele me fala em cada coisa que ocorre em minha vida.





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