quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Lectio Divina - 06/11/13


QUARTA-FEIRA -06/11/2013

PRIMEIRA LEITURA: Romanos 13,8-10

Com esta passagem, Paulo nos faz ver que nossas ações são a manifestação do que na realidade se encontra no fundo do nosso coração, pelo que o amor não pode ficar fechado em um sentimento, nem em uma filosofia, mas em ações concretas. Por isso, ainda as próprias proibições da lei são uma manifestação do amor de Deus para conosco, pois, evitam que o pecado nos destrua, porém, ao mesmo tempo nos propõe como a expressão mínima (por isso expressava em forma negativa) de nosso amor para os demais, de maneira que o pecado, tampouco, os destrua. Daqui que toda nossa vida deve ser uma expressão do amor já que, na qualidade desta, é como os demais nos conhecem e reconhecem como autênticos seguidores de Jesus. Procure que tua vida diária reflita este amor por teu próximo, sobretudo, pelo mais “próximo”, que é precisamente o que vive contigo.


ORAÇÃO INICIAL 

Senhor de poder e de misericórdia, que quer se fazer digno e agradável por favor teu a serviço de teus fiéis, concede-nos caminhar sem tropeços para os bens que nos prometes. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 14,25-33

O evangelho de hoje fala do discipulado e apresenta as condições para que alguém possa ser discípulo ou discípula de Jesus. Jesus está a caminho de Jerusalém, onde vai morrer na Cruz. Este é o contexto em que Lucas coloca as palavras de Jesus sobre o discipulado.

Lucas 14,25: Exemplo de catequese. O Evangelho de hoje é um exemplo bonito de como Lucas transforma as palavras de Jesus em catequese para as pessoas das comunidades. Disse: “Caminhava com Ele muita gente. E voltando-se lhes disse”. Jesus fala para as grandes multidões, isto é, fala para todos, inclusive para as pessoas das comunidades do tempo de Lucas e fala também para nós hoje. No ensinamento que segue, coloca condições para que alguém seja discípulo de Jesus.

Lucas 14,25-26: Primeira condição; odiar pai e mãe. Alguns modificam a palavra odiar e a traduzem como “dar preferência à Jesus acima dos pais”. O texto original usa a expressão “odiar aos pais”. Em outro lugar Jesus manda amar e honrar aos pais (L 18,20). Como explicar esta contradição? É uma contradição? No tempo de Jesus, a situação social e econômica levava as famílias a fecharem-se em si mesmas e lhes impedia cumprir com a lei do resgate (goel), isto é, socorrer os irmãos e irmãs da comunidade. Jesus quer refazer a vida em comunidade. Por isto, pede que se rompa a visão estreita da pequena família que se fecha em si mesma e pede que as famílias se abram entre si na grande família, na comunidade. Este é o sentido de odiar o pai e a mãe, a mulher, os filhos, os irmãos e irmãs. O próprio Jesus, quando os parentes de sua pequena família querem levá-lo de nova para Nazaré, não atende seu pedido. Ignora ou odeia seu pedido dizendo: “Meu irmão, minha irmã, minha mãe são todos aqueles que fazem a vontade do Pai” (Mc 3,20-21.31-35). Os vínculos familiares não podem impedir a formação da Comunidade. Esta é a primeira condição.

Lucas 14,27: Segunda condição: carregar a cruz. “O que não carregar sua cruz e vir depois de mim, não pode ser meu discípulo”. Para entender bem o alcance desta segunda exigência devemos olhar o contexto em que Lucas coloca esta palavra de Jesus. Jesus está indo para Jerusalém onde será crucificado e morrerá. Seguir Jesus e carregar a cruz atrás Dele significa ir com Ele até Jerusalém para ser crucificado com Ele. Isto lembra a atitude das mulheres que “haviam seguido Jesus e lhe havia servido desde quando estava na Galiléia. Muitas outras estavam ali, pois, haviam subido com Jesus à Jerusalém” (Mc 15,41). Lembra também a frase de Paulo na carta aos Gálatas: “Quanto a mim, jamais me gloriarei a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para ele mundo” (Gl 6,14).

Lucas 14,28-32: Duas parábolas. As duas têm o mesmo objetivo: levar as pessoas a pensar bem antes de tomar uma decisão. Na primeira parábola disse: “Porque quem de vós, que quer edificar uma torre, não se senta primeiro para calcular os gastos e ver se tem como acabá-la? Não permita que havendo colocado o cimento e não podendo terminar, todos os que virem comecem a zombar dizendo: Este começou a edificar e não conseguiu terminar!” Esta parábola não precisa de explicação, fala por si só: que cada um reflita bem sobre sua maneira de seguir Jesus e pergunte se calculou bem as condições antes de tomar a decisão de ser discípulo de Jesus. A segunda parábola: “Qual é o rei que, antes de ir contra outro rei, não se sinta a pensar se com dez mil pode sair ao encontro daquele que vem contra ele com vinte mil? E se não, quando o outro ainda esta, todavia longe, envia uma embaixada para pedir condições de paz”. Esta parábola tem o mesmo objetivo que a anterior. Alguns se perguntam: “Como é que Jesus pode usar um exemplo de guerra?”. A pergunta é pertinente para nós que conhecemos as guerras de hoje. Só a segunda guerra mundial (1939-1945) causou 54 milhões de mortos. Naquele tempo, as guerras eram como a competitividade comercial entre as empresas de hoje que lutam para obter mais benefícios.

Lucas 14,33: Conclusão para o discipulado. A conclusão é uma só: seguir Jesus é uma coisa séria. Hoje, para muita gente, ser cristão não é uma opção pessoal, nem uma decisão de vida, mas sim, um simples fenômeno cultural. Não lhes passa pela cabeça fazer uma opção. Quem nasce brasileiro, é brasileiro. Muita gente é cristã porque nasceu assim e morre assim, sem nunca ter tido a idéia de optar e de assumir o que já é por nascimento.


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Ser cristão é coisa séria. Tenho que calcular bem minha maneira de seguir Jesus. Como acontece isto em minha vida?
“Odiar aos pais”; Comunidade ou família. Como combino as duas coisas? Consigo harmonizá-las?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 27,1)
Durante o dia repetirei constantemente: amarei meu próximo como a mim mesmo. E na primeira oportunidade colocarei isto em prática.




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