segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Lectio Divina - 18/011/13

SEGUNDA-FEIRA -18/11/2013


PRIMEIRA LEITURA: 1Macabeus 1,10-15.41-43.54-57.62-64


Um dos temas destes primeiros capítulos é a tensão entre os planos de Antíoco e os de Deus, tema comum na tradição judaica. Estes capítulos descrevem Antíoco como arrogante, um segundo Alexandre. É preciso lembrar também que, em vários pontos da narrativa parece que Antíoco está vencendo a luta contra o povo de Deus. Ao mesmo tempo fica claro que nem todos os problemas enfrentados pelos judeus originam-se de intrusos como o rei. Existem indivíduos ignóbeis da própria comunidade judaica, que acham a cultura helenística atraente e também cômoda, principalmente os envolvidos em negócios e comércio com os helenistas. Entretanto, na tradição judaica, fazer alianças ou acordos estrangeiros sempre põe em perigo a aliança de Israel com seu Deus. Portanto pelo que descrevem estes primeiros capítulos, os leitores familiarizados com a tradição judaica esperam o surgimento de crises dentro do judaísmo por causa dos transgressores da Lei.


ORAÇÃO INICIAL 

Senhor nosso Deus, concede-nos viver sempre alegres em teu serviço, porque em servir-te, criador de todo o bem, consiste o gozo pleno e verdadeiro. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 18,35-43

O evangelho de hoje descreve a chegada de Jesus a Jericó. É a ultima parada antes da subida à Jerusalém, onde se realiza o “êxodo” de Jesus segundo havia anunciado em sua Transfiguração (Lc 9,31) e ao longo da caminhada até Jerusalém (Lc 9,44;18,31-33).
• Lucas 18,35-37: O CEGO SENTADO JUNTO AO CAMINHO. “Quando se aproximava de Jericó, estava um cego sentado junto ao caminho pedindo esmola; ao ouvir que passava gente, perguntou que era aquilo. Informaram-lhe que Jesus passava”. No evangelho de Marcos, o cego se chama Bartimeu (Mc 10,46). Ao ser cego, não podia participar na procissão que acompanhava Jesus. Naquele tempo, havia muitos cegos na Palestina, pois, o sol forte, golpeando contra a terra pedregosa embranquecida fazia muito dano aos olhos sem proteção.
• Lucas 18,38-39: O GRITO DO CEGO E A REAÇÃO DAS PESSOAS. “Então o cego gritou: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”. E invoca Jesus usando o título de “Filho de Davi”. O catecismo daquela época ensinava que o messias seria da descendência de Davi, “Filho de Davi”, messias glorioso. Jesus não gostava deste título. Citando o salmo messiânico, Ele mesmo chegou a perguntar: Como é que o messias pode ser filho de Davi se até o próprio Davi lhe chama de “meu Senhor?” (Lc 20,41-44). O grito do cego incomodava as pessoas que acompanhavam Jesus. Por isto, “os que iam adiante lhe repreendiam para que se calasse”. Eles procuravam calar o grito, porém, ele gritava muito mais forte: Filho de Davi tem compaixão de mim!”. Hoje também, o grito dos pobres incomoda a sociedade estabelecida: migrantes, enfermos de AIDS, mendigos, refugiados, tantos!
• Lucas 18,40-41: A REAÇÃO DE JESUS DIANTE DO GRITO DO CEGO. E Jesus o que faz? Jesus se deteve e mandou que o trouxessem. Os que queriam calar o grito do pobre, agora, a pedido de Jesus, se vêm obrigados a ajudar o pobre para que chegue até Jesus. O evangelho de Marcos acrescenta que o cego deixou tudo e foi até Jesus. Não tinha muito. Apenas um manto. Porém, era o que tinha para cobrir seu corpo. Era sua segurança, sua terra firme! Hoje também Jesus ouve o grito dos pobres que, às vezes, nós não queremos ouvir. Quando se aproximou, lhe perguntou: O que quer que Eu te faça? Não basta gritar. É preciso saber por que grita! Ele disse: “Senhor, que eu veja!”.
• Lucas 18,42-43: RECOBRE TUA VISTA. Jesus disse: “Recobre tua vista, tua fé te salvou. E no mesmo instante recobrou a vista e seguia Jesus glorificando a Deus. E todo o povo, ao vê-lo, louvou a Deus”. O cego havia invocado Jesus com idéias não totalmente corretas, pois, o título de “Filho de Davi” não era muito exato. Porém, ele tem mais fé em Jesus que em suas idéias sobre Jesus. Acertou na mosca. Não expressa exigências como Pedro (Mc 8,32-33). Sabe entregar sua vida aceitando Jesus sem impor condições. A cura é o fruto de sua fé em Jesus. Curado, segue Jesus e sobre com Ele para Jerusalém. Deste modo, se torna discípulo, modelo para todos nós que queremos “seguir Jesus pelo caminho” para Jerusalém: crer mais em Jesus que em nossas idéias sobre Jesus. Nesta decisão de caminhar com Jesus está a fonte de coragem e a semente da vitória sobre a cruz. Pois, a cruz não é uma fatalidade e nem uma exigência de Deus. É a conseqüência do compromisso de Jesus, em obediência ao Pai, de servir aos irmãos e não aceitar privilégios.
• A FÉ É UMA FORÇA QUE TRANSFORMA AS PESSOAS. A Boa Nova do Reino estava escondida entre as pessoas, escondida como o fogo sob as cinzas das observâncias sem vida. Jesus sopra sobre as cinzas e o fogo se acende, o Reino aparece e a pessoa se alegra. A condição é sempre a mesma: acreditar em Jesus. A cura do cego aclara um aspecto muito importante de nossa fé. Apesar de invocar Jesus com idéias não de todo corretas, o cego teve fé e foi curado. Converteu-se, deixou tudo e seguiu Jesus pelo caminho do Calvário. A compreensão total do seguimento a Jesus não se obtém pela instrução teórica, mas sim, pelo compromisso prático, caminhando com Ele pelo caminho do serviço, desde a Galiléia até Jerusalém. Aquele que insiste em manter a idéia de Pedro, isto é, do Messias glorioso sem a cruz, não vai entender nada de Jesus e nunca chegará a tomar a atitude do verdadeiro discípulo. Aquele que sabe acreditar em Jesus e se entrega (Lc 9,23-24), que aceita ser o último (Lc 22,26), beber o cálice e carregar sua cruz (Mt 20,22; Mc 10,38), este, como o cego, ainda tendo idéias não inteiramente justas, “seguirá Jesus pelo caminho” (Lc 18,43). Nesta certeza de caminhar com Jesus está a fonte da audácia e da semente da vitória sobre a cruz.


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Como vejo e sinto o grito dos pobres: migrantes, negros, enfermos de AIDS, mendigos, refugiados e outros tantos?
Como é minha fé: fixo-me mais nas idéias sobre Jesus ou em Jesus?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 1,1-2)





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