sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Lectio Divina - 05/09/14


SEXTA-FEIRA -05/09/2014



PRIMEIRA LEITURA: 1Corintios 4,1-5


Nestas palavras de Paulo lembramos todos os exemplos que o Senhor colocou sobre os administradores, o apóstolo nos dizia: “tudo é nosso”, e é verdade, porém, só da maneira como o tem um administrador. Somos administradores de nosso tempo, dos bens que Deus nos tem dado, de nossa saúde, e inclusive das pessoas que Deus tem confiado a nosso cuidado como são os filhos, os pais, o cônjuge, etc. Sim, tudo é nosso, mas, nos dado em administração, e Jesus, no dia que nos chamar à Casa Paterna, nesse dia nos dirá como disse a seu servidor: “Preste conta de tua administração!”. Por isso, não podemos desperdiçar nosso tempo, nem gastar mal a saúde, nem o dinheiro, nem o ambiente nem nada que nos tenha sido dado em administração. Devemos ter cuidado com as pessoas que Deus nos confiou e dar-lhes o carinho, o cuidado e a atenção eu o próprio Jesus daria a cada um. Não deixe passar esse dia, faça de tua administração uma verdadeira experiência do amor de Deus.


ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso, de que quem precede todo o bem, semeia em nossos corações o amor de teu nome, para que, fazendo mais religiosa nossa vida, acrescentes o bem em nós e com solicitude amorosa o conserves. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 5,33-39


No evangelho de hoje vamos ver de perto um conflito entre Jesus e as autoridades religiosas da época, escribas e fariseus (Lc 5,3). Desta vez o conflito é em torno do jejum. Lucas relata vários conflitos em torno das práticas religiosas da época: o perdão dos pecados (Lc 5,21-25), comer com pecadores (Lc 5,29-32), o jejum (Lc 5,33-36), além dos conflitos em torno da observância do sábado (Lc 6,1-5 e Lc 6,6-11).
Lucas 5,33: JESUS NÃO INSISTE NA PRÁTICA DO JEJUM. Aqui, o conflito é em torno da prática do jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado por quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Porém, Ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa-lhes a liberdade de agir. Por isto, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que motivo Jesus não insiste no jejum.
Lucas 5,34-35: ENQUANTO O NOIVO ESTÁ COM ELES NÃO PRECISAM JEJUAR. Jesus responde com uma comparação. Enquanto o noivo está com eles, isto é, durante a festa de bodas, estes não precisam jejuar. Durante o tempo em que Ele, Jesus, está com seus discípulos, é festa de bodas. Porém, virá o dia em que o noivo não estará. Nesse dia, se quiserem, podem jejuar. Jesus faz menção a sua morte. Sabe e sente que se continua por este caminho de liberdade, as autoridades vão querer matá-lo. No Antigo Testamento, várias vezes, o próprio Deus se apresenta como sendo o noivo de sua gente (Is 49,15; 54,5.8; 62,4-5; Os 2,16-25). No Novo Testamento, Jesus, é visto como o noivo de seu povo, de sua gente (Ef 5,25). O Apocalipse apresenta o convite para a celebração das núpcias do Cordeiro com sua esposa, a Jerusalém celestial (Ap 19,7-8;21,2.9).
Lucas 5,36-39: VINHO NOVO EM ODRES NOVOS!. Estas palavras soltas sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em odres velhos devem ser entendidas como uma luz que arroja sua claridade sobre os diversos conflitos, relatados por Lucas, antes e depois da discussão em torno do jejum. Aclaram a atitude de Jesus com relação a todos os conflitos com as autoridades religiosas. Colocados em termos de hoje seriam conflitos como estes: bodas de pessoas divorciadas, amizade com prostitutas e homossexuais, comungar se estar casado/a pela igreja, faltar a missa aos domingos, não fazer jejum na sexta-feira santa, etc. Não se coloca remendo novo em um vestido velho, porque na hora de lavá-lo, o remendo novo encolhe e o vestido rasga ainda mais. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, porque o vinho novo pela fermentação estoura o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como odre velho. Ou um, ou outro. Não se deve combinar o novo que Jesus trás com costumes antigos. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trás faz estourar o odre velho. É preciso saber separar as coisas. Muito provavelmente Lucas trás estas palavras de Jesus para orientar às comunidades dos anos 80. Havia um grupo de judeus cristãos que queriam reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo de antes. Jesus não está contra o que é “velho”. O que Ele não quer é que o “velho” se imponha e assim comece a manifestar-se. Seria o mesmo que reduzir, na Igreja católica, a mensagem do Concílio Vaticano II ao que se vivia na Igreja antes do concílio, como hoje muita gente parece estar querendo fazer. 



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Quais são os conflitos em torno das práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento às pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual é a imagem de Deus que está por trás de todas estas idéias preconcebidas, normas e proibições?
Como entender hoje a frase de Jesus: “Não colocar remendo de pano novo em vestido velho?”. Qual é a mensagem que tira de tudo isto para tua vida e para comunidade? 


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 37,5-6)
Enquanto transcorre o dia de hoje, cada vez que entrar em contato com bens, pessoas, ou momentos do dia repetirei em meu interior “Tudo é teu Senhor”, para lembrar constantemente que só administro o que o Senhor sabe que posso atender. 






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