terça-feira, 14 de outubro de 2014

Lectio Divina - 14/10/14


TERÇA-FEIRA -14/10/2014



PRIMEIRA LEITURA: Gálatas 5,1-6


Paulo afirma categoricamente que o que salva o homem não são as obras (como a circuncisão, ou a observância dos preceitos da lei de Moisés), mas sim, a fé. Entretanto, esta fé tem uma característica particular que retorna a validade da lei e a leva a sua plenitude, como o próprio Jesus disse. A fé que o cristão professa, ou, que deve professar se verdadeiramente quer que sua fé seja válida e operante, será uma fé que “age através da Caridade”. Por isso, na carta aos corintios dirá: “Poderia ter uma fé capaz de mover montanhas, porém, se não tenho caridade nada sou”. Devemos lembrar que seremos julgados pela caridade. A fé do cristão se projeta na caridade. Caridade que é: perdão, ternura, compreensão e serviço, sobretudo, aos mais necessitados. Por isso, a fé é visível para todos os que nos rodeiam. Não posso dizer que acredito em Cristo e minha vida familiar esteja marcada pelo egoísmo, pela discórdia, pela indiferença, não posso ser cristão e tratar meus subordinados e aso que se relacionam comigo com despotismo e indiferença. Sim! A fé é que salva, porém, a fé age através da caridade. É esta a fé que tens em Cristo?




ORAÇÃO INICIAL 

Pedimos-te, Senhor, que tua graça continuamente nos preceda e acompanhe, de maneira que estejamos dispostos a trabalhar sempre bem. Por Nosso Senhor...




REFLEXÃO

Lucas 11,37-41


Neste evangelho continua a relação tensa entre Jesus e as autoridades religiosas daquele tempo. Apesar da relação tensa, havia algo familiar entre Jesus e os fariseus. Convidado para comer na casa deles, Jesus aceita o convite. Jesus não perde diante deles a liberdade, nem os fariseus diante de Jesus. 
Lucas 11,37-38: ADMIRAÇÃO DO FARISEU DIANTE DA LIBERDADE DE JESUS. “ Quando terminou de falar, um fariseu lhe rogou que fosse comer com ele, entrou, pois, e se colocou à mesa”. Jesus aceita o convite de comer na casa do fariseu, mas, não muda sua maneira de agir, pois, senta-se sem antes lavar as mãos. Nem o fariseu muda de atitude diante de Jesus, pois, expressa sua admiração pelo fato que Jesus não tenha lavado as mãos. Naquele tempo, lavar as mãos diante das comidas era uma obrigação religiosa, imposta às pessoas em nome da pureza, exigida pela lei de Deus. O fariseu estranhou vendo que Jesus não observa esta norma religiosa. E, apesar de ser totalmente diferentes, o fariseu e Jesus tinham algo em comum: a seriedade de vida. A forma de viver dos fariseus era assim: cada dia dedicava oito horas ao estudo e a meditação da lei de Deus, outras oito horas ao trabalho para poder dar de comer à família, e dedicavam outras oito horas ao descanso. Este testemunho sério de sua vida dava um grande sentido de liderança popular. Talvez, era por isto que, apesar de ser totalmente diferentes, os dois, Jesus e os fariseus, se entendiam e se criticavam mutuamente, sem perder a possibilidade de diálogo. 
Lucas 11,39-41: A RESPOSTA DE JESUS. “Bem, Vós, os fariseus, purificais por fora o copo e o prato, enquanto por dentro estais cheios de rapina e maldade!”. Insensatos! O que fez o exterior, não fez também o interior? “Dê mais esmolas daquilo que tens e então tudo será puro para vós”. Os fariseus observavam ao pé da letra a lei. Olhavam só a letra e, por isso eram incapazes de perceber o espírito da lei, o objetivo que a observância da lei queria alcançar na vida das pessoas. Por exemplo, na lei está escrito: “ama teu próximo como a ti mesmo” (Lev 19,18). E eles comentavam: “Devemos amar o próximo, mas, só o próximo, os outros não!”. E dali nascia a discussão sobre a questão: “Quem é meu próximo?” (Lc 10,29). O apóstolo Paulo escreve na segunda carta aos Corintios: “A lei escreve da morte, enquanto que o Espírito dá vida” (2Cor 3,6). No Sermão da Montanha, Jesus critica aos que observam ao pé da letra a lei, porém, não acata o espírito da Lei (Mt 5,20). Para ser fiel ao que Deus pede de nós não basta observar só a lei ao pé da letra. Isto seria o mesmo que limpar o vaso ou o prato por fora e deixar o interior cheio de sujeira: roubo e maldade. Não basta não matar, não roubar, não cometer adultério, não jurar. Só observa plenamente a lei de Deus aquele que, mais além do escrito, vai até a raiz e arranca a partir de dentro de si os desejos de “roubo e de maldade” que podem levar ao assassinato, ao roubo, ao adultério. A plenitude da lei se realiza na prática do amor (Mt 5,21-48).





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Nossa Igreja merece hoje esta acusação de Jesus contra os escribas e os fariseus? E eu, as mereço?
Respeitar a seriedade de vida dos demais que pensam de forma diferente de nós pode facilitar o diálogo tão necessário e tão difícil hoje em dia? Como pratico o diálogo em família, no trabalho e na comunidade?





ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 119,41-42)
Hoje procurarei demonstrar claramente minha caridade a alguém desconhecido que a necessite, sem esquecer que a caridade com os meus não é opcional.





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