quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Lectio Divina - 14/11/12





QUARTA-FEIRA -14/11/2012



PRIMEIRA LEITURA: Tito 3,1-7


• Para Paulo é bem claro que o Evangelho não é uma filosofia ou uma doutrina angélica, por isso, ele lembra a seu discípulo que deve ter atenção na relação com os demais. A vida diária do cristão mostra, em sua relação com aqueles que o rodeiam que é regida, animada e inspirada pelo Espírito e não pelos desejos puramente humanos. Talvez, uma das notas mais características em seu trato para com os demais seja a “amabilidade”. Um “por favor”, um “com prazer”, temperado com um sorriso podem mudar todo nosso dia e o dos que nos rodeiam. Isto, como disse Paulo na carta aos Gálatas, é um verdadeiro fruto do Espírito e faz acreditável e visível nossa fé, nos identifica como autênticos seguidores Daquele que não veio ser servido, mas sim, servir.




ORAÇÃO INICIAL


• Deus onipotente e misericordioso livra-nos de todo mal, para que, melhor disposto nosso corpo e nosso espírito, possamos livremente cumprir tua vontade. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 17,11-19


•    No evangelho de hoje, Lucas conta como Jesus cura os dez leprosos, mas, só um lhe agradece. E era um samaritano! A gratidão é outro tema muito próprio de Lucas: viver com gratidão e louvar a Deus por tudo aquilo que recebemos Dele. Por isto, Lucas fala muitas vezes que as pessoas ficavam admiradas e louvavam a Deus pelas coisas que Jesus fazia (Lc 2,28.38; 5,25.26; 7,16; 13,13; 17,15.18; 18,43; 19,37; etc.). O evangelho de Lucas contém vários cânticos e hinos que expressam esta experiência de gratidão e de reconhecimento (Lc 1,46-55; 1,68-79; 2,29-32).
• Lucas 17,11: JESUS, CAMINHO PARA JERUSALÉM. Lucas lembra que Jesus estava a caminho para Jerusalém, passando pela Samaria para ir a Galiléia. Desde o começo da viagem (Lc 9,52) até agora (Lc 17,11), Jesus vai pela Samaria. Só agora está sainda da Samaria, passando pela Galiléia para poder chegar a Jerusalém. Isto significa que os importantes ensinamentos, dados nestes capítulos de 9 a 17, foram todos dados em um território que não era judeu. E ouvir isto teria sido motivo de muita alegria para as comunidades, vindas do paganismo. Jesus, é peregrino, continua sua viagem para Jerusalém. Continua eliminando as desigualdades que os homens criaram. Seguia o longo e doloroso caminho da periferia para a capital, de uma religião fechada em si mesma, a uma religião aberta que sabe acolher os outros como irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai. Esta abertura se verá na acolhida dada aos dez leprosos.
• Lucas 17,12-13: O GRITO DOS LEPROSOS. Dez leprosos se aproximam de Jesus, param a uma distância e gritam: “Jesus, mestre, tem piedade de nós!”. O leproso era uma pessoa excluída. Era marginalizado e desprezado, sem o direito de viver com sua família. Segundo a lei da pureza, os leprosos deviam estar maltrapilhos com os cabelos soltos e gritando: Impuro! Impuro! (Lv 13,45-46). Para os leprosos, a procura de um tratamento significava o mesmo que procurar a pureza para poder se reintegrado na comunidade. Não podiam aproximar-se dos outros (Lv 13,45-46). Se um leproso tocava em alguém, lhe causava impureza e criava um impedimento para que a pessoa pudesse dirigir-se a Deus. Através deste grito, eles expressavam a fé em que Jesus podia curá-los e devolver-lhes a pureza. Obter a pureza significava sentir-se, de novo, acolhido por Deus e poder dirigir-se a Ele para receber a benção prometida a Abraão.
• Lucas 17,14: A RESPOSTA DE JESUS E A CURA. Jesus responde: “Vá e mostra-te ao sacerdote!” (cf. Mc 1,44). Era o sacerdote que devia verificar a cura e dar o atestado de pureza (Lv 14,1-32). A resposta de Jesus exigia muita fé por parte dos leprosos. Devem ir ao sacerdote como se estivesse curado, quando, na realidade, seu corpo continuava coberto de lepra. Porém, eles acreditaram na palavra de Jesus e vão ao sacerdote. E ocorre que, enquanto, estão a caminho, a cura se manifesta. Ficam purificados. Esta cura evoca a história da purificação de Naamã da Síria (2Rs 5,9-10). O profeta Eliseu mandou o homem se levar no Jordão. Naamã tinha que acreditar na palavra do profeta. Jesus ordena aos dez leprosos que se apresentem aos sacerdotes. Eles tinham que acreditar na palavra de Jesus.
• Lucas 17,15-16: REAÇÃO DO SAMARITANO. “Um deles, vendo-se curado, voltou glorificando a Deus em alta voz, e, prostrando-se com rosto na terra aos pés de Jesus, lhe dava graças; e este era um samaritano”. Por que os outros não voltaram? Por que somente o samaritano? Na opinião dos judeus de Jerusalém, o samaritano não observava a lei como era devido. Entre os judeus havia a tendência de observar a lei para poder merecer, ou, conquistar a justiça. Pela observância, eles iam acumulando créditos diante de Deus. A gratidão e a gratuidade não formam parte do vocabulário das pessoas que vivem assim sua relação com Deus. Talvez seja por isto que não agradeceram o beneficio recebido. Na parábola do evangelho de ontem, Jesus havia formulado a pergunta sobre gratidão: “Acaso têm que dar graças ao servo porque fez o que lhe mandaram?” (Lc 17,9). E a resposta era: Não! O samaritano representa as pessoas que têm a consciência clara de que nós, os seres humanos não têm mérito, nem crédito diante de Deus. Tudo é graça, começando pelo dom da vida.
• Lucas 17,17-19: A OBSERVAÇÃO FINAL DE JESUS. Jesus, estranha: Não ficaram limpos os dez? Os outros nove, onde estão? Não voltaram para dar glória a Deus, apenas um, e ainda era estrangeiro! Para Jesus, agradecer aos demais pelo beneficio recebido é uma maneira de dar a Deus os louvores que lhe é devido. Neste ponto, os samaritanos deram lições aos judeus. Hoje são os pobres os que desempenham o papel do samaritano e nos ajudam a redescobrir esta dimensão da gratuidade da vida. Tudo o que recebemos tem que ser visto como um dom de Deus que vem até nós através do irmão, da irmã.
• A ACOLHIDA DATA AOS SAMARITANOS NO EVANGELHO DE LUCAS. Para Lucas, o lugar que Jesus dava aos samaritanos é o mesmo que as comunidades tinham que reservar aos pagãos. Jesus apresenta o samaritano como um modelo de gratidão (Lc 17,17-19) e de amor ao próximo (Lc 10,30-33). Isto devia ser muito chocante, pois, para os judeus, samaritano ou pagão, era a mesma coisa. Não podiam ter acesso aos átrios interiores do Templo de Jerusalém, nem participar do culto. Eram considerados portadores de impureza, impuros de berço. Para Lucas, porém, a Boa Nova de Jesus se dirige, em primeiro lugar, as pessoas e aos grupos considerados indignos de recebê-la. A salvação de Deus que chega até nós em Jesus é puro dom. Não depende dos méritos de ninguém.




PARA REFLEXÃO PESSOAL


•    Você costuma agradecer as pessoas? Agradece por mero costume, ou, por convicção? E na oração: agradece ou esquece?
• Viver com gratidão é um sinal da presença do Reino no meio de nós. Como transmitir para os demais a importância de viver na gratidão e na gratuidade?




ORAÇÃO FINAL

• (SALMO 23,1-2)
• Hoje terei muita atenção nas pessoas que não conhecem Deus e, pedirei para que o Espírito Santo ilumine seu entendimento e caminho para Deus.




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