segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Lectio Divina - 19/11/12





SEGUNDA-FEIRA -19/11/2012

PRIMEIRA LEITURA: Apocalipses 1,1-4;2,1-5

• O livro inicia, depois de uma breve apresentação, com sete cartas dirigidas, ao que parece às sete comunidades que estariam a cargo do apóstolo João. Cada uma destas comunidades “tipifica” uma série de valores e anti-valores presentes no cristianismo de todos os tempos. A carta dirigida à comunidade de Éfeso nos apresenta o caso de muito cristãos que abraçam com força a vida cristã por meio de um retiro, de uma palestra, etc., são ativos e capazes de incorporar-se nos movimentos, ainda a custa de fadiga e sacrifício. Mas, pouco a pouco, o mundo os torna a envolver, e o amor ao Senhor se converte em rotina e inclusive em ativismo. Jesus, mais que trabalhadores, deseja amantes. É importante trabalhar pelo Reino e sofrer por ele, porém, como diria Paulo: “Se não tenho amor, de nada me serve”. Hoje Jesus nos diz a cada um de nós: Lembra, quando me amavas, quanto desejavas servir-me e sofrer por mim, por meu amor. Não te deixes envolver pelo mundo, e volte a teu primeiro amor.




ORAÇÃO INICIAL

• Senhor, Nosso Deus, concede-nos viver sempre alegres em teu serviço, porque em servir-te, criador do bem, consiste o gozo pleno e verdadeiro. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 18,35-43

• O evangelho de hoje descreve a chegada de Jesus a Jericó. É a última parada antes da subida para Jerusalém, onde se realiza o “êxodo” de Jesus segundo havia anunciado em sua Transfiguração (Lc 9,31) e ao longo da caminhada até Jerusalém.
• Lucas 18,35-37: O CEGO SENTADO JUNTO AO CAMINHO. “Quando se aproximava de Jericó, estava um cego sentado junto ao caminho pedindo esmola; ao ouvir que passava gente, perguntou o que era aquilo. Informaram-lhe que Jesus passava”. No evangelho de Marcos, o cego chama-se Bartimeu (Mc 10,46). Por ser cego, não podia participar da procissão que acompanhava Jesus. Naquele tempo, havia muitos cegos na Palestina, pois o sol forte golpeando contra a terra pedregosa embranquecida fazia muito dano aos olhos sem proteção.
• Lucas 18,38-39: O GRITO DO CEGO E A REAÇÃO DAS PESSOAS. “Então o cego gritou: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”. E invoca Jesus usando o título de “Filho de Davi”. O catecismo daquela época ensinava que o messias seria da descendência de Davi, “filho de Davi”, messias glorioso. Jesus não gostava deste título. Citando o salmo messiânico, Ele chegou a perguntar: “Como é que o messias pode ser filho de Davi se até o próprio Davi o chama de – meu Senhor?”(Lc 20,41-44). O grito do cego incomodava as pessoas que acompanhavam Jesus. Por isto, “os que iam à frente o repreendiam para que se calasse”. Eles procuravam abafar o grito, porém, ele gritava muito mais forte: “Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Hoje também, o grito dos pobres incomoda a sociedade estabelecida: migrantes, enfermos de AIDS, mendigos, refugiados, tantos!
• Lucas 18,40-41: A REAÇÃO DE JESUS DIANTE DO GRITO DO CEGO. E Jesus o que faz? “Jesus se deteve e mandou que o trouxessem”. Os que queriam abafar o grito do pobre, agora, a pedido de Jesus, se vêm obrigados a ajudar o pobre para que chegue até Jesus. O evangelho de Marcos acrescenta que o cego deixou tudo e foi até Jesus. Não tinha muito. Apenas um manto. Mas, era o que tinha para cobrir seu corpo. Era sua segurança, sua terra firme! Hoje também Jesus ouve o grito dos pobres que às vezes nós não queremos ouvir. Quando se aproximou, lhe perguntou: “O que quer que eu te faça?”. Não basta gritar. É preciso saber por que se grita! Ele disse: “Senhor que eu veja!”.
• Lucas 18,42-43: “RECOBRE TUA VISTA”. Jesus disse: “Recobre tua vista tua fé te salvou. E no mesmo instante recobrou a visão e o seguia glorificando a Deus. E todo o povo, ao vê-lo, louvou a Deus”. O cego havia invocado Jesus com idéias não totalmente corretas, pois, o título de “Filho de Davi” não era muito exato. Porém, ele tem mais fé em Jesus que em suas idéias sobre Jesus. “Acertou na mosca”. Não expressa exigências como Pedro (Mc 8,32-33). Sabe entregar sua vida aceitando Jesus sem impor condições. A cura é o fruto de sua fé em Jesus. Curado, segue Jesus e sobe com ele à Jerusalém. Deste modo, se torna discípulo, modelo para todos nós que queremos “seguir Jesus pelo caminho” até Jerusalém: acreditar mais em Jesus que em nossas idéias sobre Jesus. Nesta decisão de caminhar com Jesus está a fonte de coragem e a semente da vitória sobre a cruz. Pois, a cruz não é uma fatalidade, nem uma exigência de Deus. É a conseqüência do compromisso de Jesus, em obediência ao Pai, de servir aos irmãos e não aceitar privilégios.
• A fé é uma força que transforma as pessoas. A Boa Nova do Reino estava escondida entre as pessoas, escondida como o fogo sob as cinzas das observâncias sem vida. Jesus sopra sobre as cinzas e o fogo se acende, o Jesus sopra sobre as cinzas e o fogo se acende, o Reino aparece e a pessoa se alegra. A condição é sempre a mesma: acreditar em Jesus. A cura do cego aclara um aspecto muito importante de nossa fé. Apesar de invocar Jesus com idéias não de todo corretas, o cego teve fé e foi curado. Converteu-se, deixou tudo e seguiu Jesus pelo caminho do Calvário. A compreensão total do seguimento de Jesus não se obtêm pela instrução teórica, mas sim, pelo compromisso prático, caminhando com Ele pelo caminho do serviço, desde a Galiléia até Jerusalém. Aquele que insiste em manter a idéia de Pedro, isto é, do Messias glorioso e a cruz, não vai entender nada de Jesus e não chegará nunca a tomar a atitude do verdadeiro discípulo. Aquele que sabe acreditar em Jesus e se entrega, que aceita ser o último (Lc 22,26), beber o cálice e carregar a sua cruz (Mt 20,22;Mc 10,38), este, como o cego, ainda tendo as idéias não inteiramente justas, “seguirá Jesus pelo caminho” (Lc 18,43). Nesta certeza de caminhar com Jesus está a fonte da audácia e a semente da vitória sobre a cruz.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

•    Como vejo e sinto o grito dos pobres: migrantes, negros, enfermos de AIDS, mendigos, refugiados, tantos?
• Como é minha fé: fixo-me mais nas idéias sobre Jesus ou em Jesus?



ORAÇÃO FINAL

•    (SALMO 1,1-2)
• Hoje lembrarei e contarei a alguém o primeiro momento em que me senti enamorado de Deus, ao lembrar esse momento, também me fixarei em que esta me faltando agora para que esse amor esteja mais vivo.






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