quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Lectio Divina - 19/02/14


QUARTA-FEIRA -19/02/2014


PRIMEIRA LEITURA: Tiago 1,19-27


Se o mundo cristão não é o que deveria ser, em grande parte se deve a que muitos de nós nos convertemos só em “ouvidores” da Palavra. É triste que nossos templos se em encham aos domingos de irmão que ao sair da celebração não se lembram nem do que trataram as leituras, e muito menos do que estas propunham como norma de ação. Desta maneira, é como se a água da chuva caísse sobre o deserto para finalmente regressar ao mar. E isto pode se por causa certamente de uma má instalação do equipamento de som, porém, mais parece que muitos destes irmãos estão unicamente esperando que acabe a celebração, foram simplesmente para cumprir com o preceito da missa dominical e não para encontrar-se com Jesus em sua Palavra. Lembremos que hoje nos disse o apóstolo que é precisamente em “praticar esta palavra” onde se encontra a verdadeira felicidade. Procure como Maria, cumprir sempre a vontade de Deus.



ORAÇÃO INICIAL 

Senhor tu que tem prazer em habitar nos retos e simples de coração, concede-nos viver por tua graça de tal maneira, que mereçamos ter-te sempre conosco. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Marcos 8,22-26


O evangelho de hoje conta a cura de um cego. Este episódio da cura constitui o inicio de um longo ensinamento de Jesus aos discípulos (Mc 8,27 a 10,45) que termina com a cura de outro cego (Mc 10,46-52). No meio deste contexto mais amplo Marcos sugere aos leitores que os cegos de verdade são Pedro e os demais discípulos. Somos todos nós! Eles não entendiam a proposta de Jesus quando falava do sofrimento da cruz. Pedro aceitava Jesus como messias, porém, não como um messias que sofre (Mc 8,27-33). Ele estava influenciado pela propaganda do governo da época que falava do messias como rei glorioso. Pedro parecia cego. Não entendia nada e queria que Jesus fosse como ele, Pedro, queria que fosse.

O evangelho de hoje mostra o quão difícil foi a cura do primeiro cego. Jesus teve que realizá-la em duas etapas. Igualmente foi difícil a cura da cegueira dos discípulos. Jesus teve que fazer uma longa explicação a respeito do significado da Cruz para ajudá-los a entender, porque era a cruz que estava causando neles esta cegueira.

No ano 70, quando Marcos escreve, a situação das comunidades não era fácil. Havia muito sofrimento, muitas cruzes. Seis anos antes, em 64, o imperador Nero havia decretado a primeira grande perseguição, matando muitos cristãos. No ano 70, na Palestina, Jerusalém estava sendo destruída pelos romanos. Em outros países, estava se instalando uma forte tensão entre judeus convertidos e judeus não convertidos. A dificuldade maior era a Cruz de Jesus. Os judeus pensavam que um crucificado não podia ser o messias tão esperado pelas pessoas, pois, a lei afirmava que todo crucificado devia ser considerado como um maldito de Deus (Dt 21,22-23).

Marcos 8,22-26: CURA DE UM CEGO. Levam-lhe um cego, pedindo a Jesus que o curasse. Jesus o cura, mas, de uma forma diferente. Primeiro, afasta-o do povo. Logo, lhe coloca saliva nos olhos, lhe impõe as mãos e lhe pergunta: Vês algo? E o homem lhe responde: Vejo os homens, mas os vejo como árvores, que andam! Via só parte. Trocava árvores por pessoas, e pessoas por árvores. Assim que Jesus o cura em sua segunda tentativa, lhe proíbe de entrar no povoado. Jesus não queria uma propaganda fácil.

Como diríamos esta descrição da cura do cego, é a introdução de um longo ensinamento de Jesus para curar a cegueira dos discípulos, e que no final termina com a cura de outro cego, Bartimeu. Na realidade o cego é Pedro. Somos todos nós. Pedro não queria o compromisso da Cruz! E nós entendemos o sofrimento na vida?

Entre as duas curas do cego (Mc 8,22-26 e Mc 10,46-52), está o longo ensinamento sobre a Cruz (Mc 8,27 a 10,45). Parece um catecismo, feito com frases e com frases de Jesus. Fala da cruz na vida do discípulo e da discípula. A longa instrução consta de três anúncios da paixão. O primeiro é Marcos 8,27-38. O segundo Marcos 9,30-37. O terceiro Marcos 10,32-45. Entre o primeiro e o segundo, existe uma série de ensinamentos para ajudar a entender que Jesus é o Messias Servo (Mc 9,1-29). Entre o segundo e o terceiro, uma série de ensinamentos que esclarecem que tipo de conversão tem que ocorrer na vida dos que aceitam Jesus como Messias Servo (Mc 9,38 e 10,31): (a)-Mc 8,22-26: a cura de um cego. (b)-Mc 8,27-38: primeiro anuncio da Cruz. (c)-Mc 9,1-29: as instruções aos discípulos sobre o Messias Servo. (d)-Mc 9,30-37: segundo anuncio da Cruz. (e)-Mc 9,38 a 10,31: instruções aos discípulos sobre a conversão. (f)-Mc 10,46-52: a cura do cego Bartimeu.

O conjunto de ensinamentos tem como pano de fundo a caminhada desde a Galiléia até Jerusalém. Desde o começo até o final desta longa instrução, Marcos informa que Jesus está a caminho de Jerusalém, onde a morte lhe espera (Mc 8,27;9,30.33; 10,1.17.32). O seguimento de Jesus não se entende por meio do ensinamento teórico, mas sim, por meio do compromisso prático, caminhando com Ele pelo caminho do serviço, desde a Galiléia até Jerusalém. Quem ensina em manter a idéia de Pedro, isto é, do Messias glorioso sem a cruz, não entenderá nada nunca e nunca chegará a tomar a atitude do verdadeiro discípulo. Continuará cego, trocando pessoas por árvores (Mc 8,24). Pois, sem a cruz é impossível entender quem é Jesus e o que significa seguir Jesus.

O caminho do seguimento é o caminho da entrega, do abandono, do serviço, da disponibilidade, da aceitação do conflito, sabendo que haverá ressurreição. A cruz não é um acidente no caminho, mas sim, parte do caminho. Pois, em um mundo organizado a partir do egoísmo, o amor e o serviço só podem existir crucificados! Quem faz de sua vida um serviço aos demais, incomoda aos que vivem agarrados aos privilégios, e sofre.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Todos nós acreditamos em Jesus. Porém, entendemos Jesus de formas distintas. Hoje qual é o Jesus mais comum na maneira de pensar das pessoas? Como a propaganda interfere em minha maneira de ver Jesus? O que faço para não cair na propaganda enganosa?
O que é que Jesus pede às pessoas que querem seguir-lhe? O que hoje nos impede de reconhecer e assumir o projeto de Jesus?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 15,1-3)
Farei uma leitura de um texto do evangelho e em oração tentarei descobrir o que é que Deus quer de mim.







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