segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Lectio Divina - 24/02/14

SEGUNDA-FEIRA -24/02/2014


PRIMEIRA LEITURA: Tiago 3,13-18


No mundo das universidades, e em geral em nosso meio, é fácil confundir a sabedoria com a inteligência, quando estas duas coisas são totalmente distintas, já que a inteligência tem que ver com nossas capacidades mentais, enquanto que a sabedoria tem sua fonte no próprio Deus. A primeira nos ajuda a destacar na escola e em geral no mundo, enquanto que a segunda é realmente a fonte da felicidade, como vemos no texto que hoje nos apresenta a liturgia. Hoje vejo como existe muita gente que passa horas nas bibliotecas, estudando, investigando, gente que busca por diferentes formas sobressair intelectualmente e ter um maior conhecimento do mundo para ir galgando postos na sociedade e no governo, mais importante e melhor remunerados, e não é que isto é mal, o problema reside nas muitas pessoas que pouco ou nada dedicam de seu tempo para complementar esta inteligência das coisas, com a sabedoria divina, dedicam pouco tempo à oração e à meditação da Palavra de Deus. Isto faz com que suas decisões não cooperem para o enriquecimento da sociedade e, sobretudo, para criar um mundo onde exista mais amor, mais paz e mais justiça. É, pois, importante crescer no conhecimento humano, porém, é mais importante crescer na sabedoria divina, pois esta, no final do dia, é a que nos proporcionará os critérios que manterão no equilíbrio nossa vida e nos permitirão conhecer o pensamento de Deus. Assim, pois, balanceia adequadamente tua vida.




ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso e eterno: concede a teu povo que a meditação assídua de tua doutrina lhe ensine a cumprir de palavra e obra, o que a ti agrada. Por Nosso Senhor.



REFLEXÃO

Marcos 9,14-29


O evangelho de hoje informa que os discípulos de Jesus não foram capazes de expulsar o demônio do corpo de um menino. O poder do mal foi maior que sua capacidade. Hoje também, existem muitos males que são maiores que nossa capacidade de enfrentá-los: violência, drogas, guerras, dores, falta de emprego, terrorismo, etc. Fazemos um grande esforço, porém, parece que ao invés de melhorar o mundo fica pior ainda. O que adianta lutar? Com esta pergunta na cabeça vamos ler e meditar o evangelho de hoje.

Marcos 9,14-22: A SITUAÇÃO DAS PESSOAS: desespero sem solução. Ao descer do monte da Transfiguração, Jesus encontra muita gente ao redor dos discípulos. Um pai estava desesperado, pois, um espírito mudo havia se apoderado de seu filho. Com muitos detalhes, Marcos descreve a situação do garoto possuído, a angústia do pai, a incapacidade dos discípulos e a reação de Jesus. O que mais chama atenção são duas coisas: por um lado, a confusão e a impotência das pessoas e dos discípulos diante do fenômeno da possessão e, por outro, o poder de Jesus e o poder da fé em Jesus diante da qual o demônio perde toda sua influência. O pai havia pedido aos discípulos que expulsassem o demônio do menino, porém, eles não foram capazes. Jesus se impacientou e disse: “Oh geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei que suportá-los? Tragam-no!”. Jesus pergunta pela doença do garoto. Pela resposta do pai, Jesus se intera de que o menino, “desde pequeno”, tinha uma enfermidade grave que o colocava em perigo de vida. O pai pede: “Se podes, ajude-nos, compadeça-te de nós!”. A frase do pai expressa a situação bem real das pessoas: (a)-têm fé, (b)-está sem condições para resolver os problemas, porém (c)-têm muita boa vontade para acertar.

Marcos 9,23-27: A RESPOSTA DE JESUS: o caminho da fé. O pai havia dito: “Se podes…!”. Jesus não gostou desta afirmação: “Se o senhor pode…”. Esta condição não podia colocar-se, pois, “tudo é possível àquele que tem fé”. O pai responde: Eu creio Senhor, ajude minha pouca fé! A resposta do pai ocupa um lugar central neste episódio. Mostra como tem de ser a atitude do discípulo que, apesar de seus limites e duvidas, quer ser fiel. Vendo que vinha muita gente, Jesus agiu rapidamente. Ordenou ao espírito que saísse do menino e não voltasse “nunca mais!”. Sinal do poder de Jesus sobre o mal. Sinal também de que Jesus não queria propaganda popular.

Marcos 9,28-29: APROFUNDAMENTO COM OS DISCÍPULOS. Em casa, os discípulos querem saber por que é que não foram capazes de expulsar o demônio. Jesus responde: Esta classe de demônio não pode ser tirada com nada, apenas com a oração. Fé e oração andam juntas. Uma sem a outra não existe. Os discípulos haviam piorado. Antes eles haviam sido capazes de expulsar demônios (cf. Mc 6,7.13). Agora, não conseguem mais. O que é que lhes falta? Fé e oração? Por que é que faltava? São perguntas que saem do texto e entram em nossa cabeça para que também nós façamos uma revisão em nossa vida.

A EXPULSÃO DOS DEMÔNIOS NO EVANGELHO DE MARCOS. No tempo de Jesus, muita gente falava de Satanás e de expulsão de demônios. Havia muito medo, e havia pessoas que exploravam o medo do povo. O poder do mal tem muitos nomes. Demônio, Diabo, Belzebu, Príncipe dos Demônios, Satanás, Dragão, Dominações, Poderes, Potestades, Soberania, Besta-Fera, Lúcifer, etc. (cf. Mc 3,22.23; Mt 4,1; Ap 12,9; Rm 8,38; Ef 1,21). Hoje, entre nós, o poder do mal tem também muitos nomes. Basta consultar no dicionário e a palavra Diabo ou Demônio. Hoje também, muita gente desonesta enriquece, explorando o medo que outros têm do demônio. Agora, um dos objetivos da Boa Nova de Jesus é, precisamente, ajudar as pessoas a libertarem-se deste medo. A chegada do Reino de Deus significa a chegada de um poder mais forte. O homem forte era uma imagem para designar o poder do mal que mantinha o povo dentro do cárcere do medo (Mc 3,27). O poder do mal oprime as pessoas e as aliena de si mesma. Faz com que vivam no medo e na morte (cf. Mc 5,2). É um poder tão forte que ninguém consegue agarrá-lo (cf. Mc 5,4). O império romano, com suas “Legiões” (cf. Mc 5,9), isto é, com seus exércitos, era um instrumento usado para manter esta situação de opressão. Mas, Jesus é um homem mais forte que vence, agarra e expulsa o poder do mal! Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo faz uma enumeração de todos os possíveis poderes do demônio que poderiam ameaçar-nos, e resume tudo da seguinte maneira: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem criatura alguma nos separaram do amor de Deus que tem se manifestado em Cristo Jesus nosso Senhor!” (Rm 8,38-39). Nada! E as primeiras palavras de Jesus depois da ressurreição são estas: “Não temais! Alegrai-vos! Não tenhais medo! A paz esteja convosco!” (Mc 16,6; Mt 28,9.10; Lc 24,36; Jo 20,21).





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Tens vivido uma experiência de impotência diante do mal e da violência? Tens sido uma experiência só tua ou também da comunidade? Como a venceste e reencontraste a ti mesmo?
Qual é a classe de poder do mal que, hoje, pode se tirada só com muita oração?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 19,8) 
Hoje, em cada situação que me apresentar, perguntarei como Deus entende isto? Como Deus vê isto? Como Deus sente isto? O que é que faria Jesus em meu lugar? E assim procurarei trabalhar em tudo conforme sua sabedoria. 






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