sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Lectio Divina - 28/02/14

SEXTA-FEIRA -28/02/2014


PRIMEIRA LEITURA: Tiago 5,9-12


Ainda que este texto de Tiago aborde dois dos temas que são recorrentes em nossa vida cotidiana: a murmuração e a confiança plena em nossas palavras, vamos focar nossa meditação no segundo tema, sobretudo, porque a credibilidade de nossa palavra está muito debilitada, tanto que com freqüência nos forçam a “jurar” para garantir qu o que dizemos é verdade. Hoje, pela forma em que o cristianismo tem se mundanizado, nossa palavra não tem credibilidade, de maneira que se um cristão afirma algo, o comum é que as pessoas duvidem que, ao menos seja “exatamente” como foi dito. O mundo deveria saber que em nós não cabe a mentira e que preferiríamos qualquer coisa antes de mentir. É dito que São Tomás foi vítima de brincadeiras por seus companheiros no convento. Diz-se que enquanto estudava foram dizer-lhe: ”Tomás, levanta-te, vem conosco, algumas vacas estão voando no pátio”. E Tomás nem devagar nem correndo foi ver “as vacas voando”. Quando chegou ao pátio, todos seus companheiros riram dele por sua inocência. Um dos professores lhe disse: “Tomás como você se deixa enganar por seus companheiros? Não vê que caçoam de ti?”. Ao que santo Tomás contestou: “É que para mim é mais fácil acreditar que umas vacas voem e, que meus companheiros me digam mentiras”. Devemos, pois, voltar a ter no cristianismo esta qualidade de vida, de honradez e veracidade em nossa palavra e que baste para nós, como cristãos dizermos: “SIM” ou “NÃO”. 


ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso e eterno: concede a teu povo que a meditação assídua de tua doutrina lhe ensine a cumprir de palavra e obra, o que a ti agrada. Por Nosso Senhor.



REFLEXÃO

Marcos 10,1-12


O evangelho de ontem trazia conselhos de Jesus sobre o relacionamento entre adultos e crianças, entre os grandes e os pequenos da sociedade. O evangelho de hoje traz conselhos sobre como deve ser o relacionamento entre homem e mulher, entre marido e mulher.

Marcos 10,1-2: A pergunta dos fariseus: “o marido pode mandar a mulher embora?”. A pergunta é maliciosa. Ela pretende colocar Jesus à prova: “É lícito a um marido repudiar sua mulher?”Sinal de que Jesus tinha uma opinião diferente, pois do contrário os fariseus não iriam interrogá-lo sobre este assunto. Não perguntam se é lícito a esposa repudiar o marido. Isto nem passava pela cabeça deles. Sinal claro da forte dominação machista e da marginalização da mulher na sociedade daquele tempo.

Marcos 10,3-9: A resposta de Jesus: o homem não pode repudiar a mulher. 
Em vez de responder, Jesus pergunta: “O que diz a lei de Moisés?” A lei permitia o homem escrever uma carta de divórcio e repudiar sua mulher. Esta permissão revela o machismo. O homem podia repudiar a mulher, mas a mulher não tinha este mesmo direito. Jesus explica que Moisés agiu assim por causa da dureza de coração do povo, mas a intenção de Deus era outra quando criou o ser humano. Jesus volta ao projeto do Criador e nega ao homem o direito de repudiar sua mulher. Ele tira o privilégio do homem frente à mulher e pede o máximo de igualdade entre os dois.

Marcos 10,10-12: Igualdade homem e mulher. Em casa, os discípulos fazem perguntas sobre este assunto. Jesus tira as conclusões e reafirma a igualdade de direitos e deveres entre homem e mulher. Ele propõe um novo tipo de relacionamento entre os dois. Não permite o casamento em que o homem pode mandar a mulher embora, nem vice-versa. O evangelho de Mateus acrescenta um comentário dos discípulos sobre este assunto. Eles dizem: “Se a situação do homem com a mulher é assim, então é melhor não se casar” (Mt 19,10). Preferem não casar, do que casar sem o privilégio de poder continuar mandando na mulher e sem o direito de poder pedir divórcio caso ela não lhe agradar mais. Jesus vai até o fundo da questão e diz que há somente três casos em que se permite uma pessoa não casar:“Nem todos entendem isso, a não ser aqueles a quem é concedido. De fato, há homens castrados, porque nasceram assim; outros, porque os homens os fizeram assim; outros, ainda, se castraram por causa do Reino do Céu. Quem puder entender, entenda” (Mt 19,11-12). Os três casos são: “(1) impotência, (2) castração e (3) por causa do Reino. Não casar só porque o homem se recusa a perder o domínio sobre a mulher, isto, a Nova Lei do Amor já não o permite! Tanto o casamento como o celibato, ambos devem estar a serviço do Reino e não a serviço de interesses egoístas. Nenhum dos dois pode ser motivo para manter o domínio machista do homem sobre a mulher. Jesus modificou o relacionamento homem-mulher, marido-esposa.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Na minha vida pessoal, como vivo o relacionamento homem-mulher?
Na vida da minha família e da minha comunidade, como está sendo o relacionamento homem-mulher?



ORAÇÃO FINAL 

(Sl 102, 8-9)
Hoje me tornarei mais consciente de cada palavra que digo, desde a menor como: “te vejo depois” até a mais séria; e colocarei tudo de minha parte para que cada coisa que diga hoje seja verdade. 





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