terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Lectio Divina - 25/02/14


TERÇA-FEIRA -25/02/2014


PRIMEIRA LEITURA: Tiago 4,1-10


Hoje a liturgia toca em um tema muito atual: a amizade com o mundo. Em sua primeira carta João trata com muita profundidade este ponto, pois, é vital para a vida cristã. Em concordância com o que diz Tiago, o apóstolo Paulo, em sua primeira carta a Timóteo no diz que a origem de todos os males é o amor ao dinheiro, pois, esta é a causa das invejas e de todo tipo de rivalidades. É incrível o poder que tem este instrumento do demônio para destruir nossa vida e a dos demais. Pareceria incrível que famílias que tenham levado uma vida de unidade, no momento da morte do pai ou da mãe, na luta pela herança terminam destruindo completamente a relação entre todos os irmãos. O cristão é chamado a dar, a compartilhar com os demais. Isto é, o que nasce do Espírito Santo. Entretanto, nossa natureza egoísta procura o contrário e termina por destruir-nos. É uma forte tentação o afã de possuir, de enriquecer-se e de não compartilhar o que se tem. Por isso, o apóstolo, hoje termina convidando a resistir esta tentação e a deixar que seja o espírito de generosidade quem guie toda nossa vida. Se, pensamos que tudo vem de Deus, para que ficar preocupado com o comeremos ou com o que vestiremos. Busquemos melhor o Reino e resto nos virá por acréscimo.



ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso e eterno: concede a teu povo que a meditação assídua de tua doutrina lhe ensine a cumprir de palavra e obra, o que a ti agrada. Por Nosso Senhor.



REFLEXÃO

Marcos 9,30-37


Hoje o evangelho nos apresenta o segundo anuncio da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Como no primeiro anuncio (Mc 8,27-38), os discípulos ficam espantados e com medo. Não entendem a palavra sobre a cruz, porque não são capazes de entender nem aceitar um Messias que se faz servo dos irmãos. Eles continuam sonhando com um messias “glorioso” e mostram, além disso, uma grande incoerência. Enquanto Jesus anuncia sua Paixão e Morte, eles discutem entre si qual deles é o maior. Jesus quer servir, eles só pensam em mandar! A ambição os leva a auto promover-se à custa de Jesus. Até hoje, aqui e ali, o mesmo desejo de autopromoção aparece em nossas comunidades.

Tanto na época de Jesus, como na época de Marcos, havia a “levedura” da ideologia dominante. Hoje também, a ideologia das propagandas do comércio, do consumismo, das novelas influi profundamente na maneira de pensar e agir das pessoas. Na época de Marcos, nem sempre as comunidades eram capazes de manter uma atitude crítica frente a invasão do Império Romano. E hoje?

Marcos 9.30-32: O ANUNCIO DA CRUZ. Jesus caminha pela Galiléia, porém, não quer que as pessoas fiquem sabendo, pois, está ocupado com a formação dos discípulos e conversa com eles sobre a Cruz. Diz que, conforme a profecia de Isaias (Is 53,1-10), o Filho do Homem devia ser entregue e condenado à morte. Isto indica que Jesus se deixava orientar pela Bíblia, tanto na realização de sua própria missão, como na formação dada aos discípulos. Ele tirava seu ensinamento das profecias. Como no primeiro anuncio (Mc 8,32), os discípulos o ouviam, porém, não entendiam a palavra sobre a Cruz. Mas, tampouco, pedem explicações. Têm medo de deixar transparecer sua ignorância!

Marcos 9,33-34: A MENTALIDADE DE COMPETIÇÃO. Ao chegar em casa, Jesus pergunta: “O que discutiam pelo caminho?”. Eles não respondem. É o silêncio de quem se sente culpado, “pois pelo caminho haviam discutido entre si quem era o maior”. Jesus é um ótimo pedagogo. Não intervêm imediatamente. Sabe esperar o momento para lutar contra a influência da ideologia em seus formandos. A mentalidade de competição e de prestígio, que caracterizava a sociedade do Império Romano, já se infiltrava na pequena comunidade que estava a ponto de começar! Aqui aparece o contraste, a incoerência: enquanto Jesus se preocupa em ser o Messias Servo, eles só pensam em ser o “maior”. Jesus que descer. E eles querem subir!

Marcos 9,35-37: SERVIR, EM VEZ DE MANDAR. A resposta de Jesus é um resumo do testemunho de vida que Ele próprio vinha dando desde o começo: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos, o servo de todos!”. Pois, o último não ganha prêmio nem recompensa. É um servo inútil (cf. Lc 17,10). O poder deve ser usado não para subir e dominar, mas sim, para descer e servir. Este é o ponto em que Jesus mais insistia e do qual mais deu testemunho (cf. Mc 10,45; Mt 20,28; Jn 13,1-16). Em seguida, Jesus coloca uma criança no meio deles. Uma pessoa que só pensa em subir e em dominar, não prestaria grande atenção nos pequenos. Porém, Jesus inverte tudo! Diz: “Quem recebe a um destes pequenos em meu nome, é a mim que recebe. Quem me recebe, recebe àquele que me enviou!”. Ele se identifica com as crianças. Quem acolhe os pequenos em nome de Jesus, acolhe o próprio Deus.

Não é pelo fato de que uma pessoa “siga Jesus” já seja santa e renovada. No meio dos discípulos, já existia a levedura de Herodes e dos fariseus (Mc 8,15), virava a cabeça. No episódio do evangelho de hoje, Jesus aparece como o mestre que forma seus seguidores. “Seguir” era um termo que fazia parte do sistema educativo da época. Era usado para indicar a relação entre discípulo e mestre. A relação mestre-discípulo é diferente da relação professor-aluno. Os alunos assistem as explicações do professor sobre uma determinada matéria. Os discípulos “seguem” o mestre e convivem com ele, vinte e quatro horas ao dia. Foi nesta “convivência” de três anos com Jesus, que os discípulos e as discípulas receberam sua formação. O evangelho de amanhã nos dará outro exemplo muito concreto de como Jesus formava seus discípulos.





PARA REFLEXÃO PESSOAL

Jesus que descer e servir. Os discípulos querem subir e dominar. Eu? Qual é a motivação mais profunda de meu “eu” desconhecido?
Seguir Jesus e estar com Ele, vinte e quatro horas, e deixar que seu modo de viver transforme meu modo de viver e conviver. Está ocorrendo isto em mim?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 19,15) 
Hoje compartilharei meu pão com o faminto, ou, meu tempo com os que me tem procurado.




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