terça-feira, 10 de março de 2015

Lectio Divina - 10/03/15


DIA 10/03/15
PRIMEIRA LEITURA – Daniel 3,25.34-43
·         Deus não abandona seus fiéis à loucura dos opressores. Este cântico existe somente em manuscritos gregos e desenvolve uma súplica coletiva bem adaptada aos tempos de perseguição. Em meio ao sofrimento, o povo reconhece seu pecado e, ao lado do perdão, aparece o desejo de conversão e o pedido de restauração, que não pode ser realizada sem o castigo para os inimigos. Deus educou progressivamente seu povo para passar dos sacrifícios cruentos e materiais ao sacrifício de oblação espiritual que envolve o oferente. Depois da reação dos profetas, mesmo estéril, o tempo do exílio favorece uma expressão mais marcada dos sentimentos de humildade e de pobreza e a consciência de que o sentimento pessoal constitui o essencial do sacrifício. O sacrifício do servo sofredor torna-se o tipo do sacrifício futuro; a oração do perseguido vale tanto quanto os sacrifícios de cabritos e cordeiros. Cristo insere-se nesta visão. Sua obediência, sua pobreza e total disponibilidade constituem a matéria de seu sacrifício. Por sua vez o sacrifício cristão se insere no sacrifício de Cristo: uma vida de obediência e de amor que adquire seu valor litúrgico por sua associação a Cristo. Um culto que não fosse a expressão de semelhantes “sacrifício espiritual” perderia radicalmente seu sentido.
ORAÇÃO INICIAL
·         Pai, é meu desejo imitar teu modo de agir, no tocante ao perdão. Faze-me ser pródigo e misericordioso em relação ao próximo que precisa do meu perdão.
REFLEXÃO – Mateus 18,21-35
·         Na comunidade de Jesus não existem limites para o perdão. Ao entrar na comunidade, cada pessoa já recebeu do Pai, um perdão sem limites.
·         A vida na comunidade precisa, portanto, basear-se no amor e na misericórdia, compartilhando entre todo esse perdão que cada um recebeu. Só é capaz de perdoar o próximo quem, de fato, faz a experiência de sentir-se perdoado por Deus.
·         Pelo contrário, quem se mostra inflexível e incapaz de perdoar, dá mostras de não reconhecer o quanto foi perdoado por Deus. A insensibilidade em relação ao dom recebido de Deus torna impossível a concessão de perdão ao próximo.
·         A simples consciência da imensidade do perdão recebido de Deus deveria ser suficiente para motivar as pessoas a perdoar. A parábola do servo cruel está centrada neste tema.
·         Quando se tratou de ser perdoado pelo rei que lhe havia emprestado uma quantia enorme de dinheiro, e não tinha com que pagar, o servo suplicou-lhe clemência e tempo. Comovido, o rei deixou-o partir, perdoando-lhe toda a dívida.
·         Logo em seguida, porém, ao encontrar um companheiro que lhe devia uma quantia irrisória, foi incapaz de sensibilizar-se quando este lhe pediu tempo e clemência para quitar seu débito. E mandou aprisioná-lo. O rei ficou indignado.
·         Parecia-lhe evidente que, assim como o servo havia sido objeto de compaixão, tendo recebido o perdão de sua dívida, o mesmo deveria ter feito com seu companheiro. Por conseguinte, a falta de compaixão para com o próximo impede que se faça a experiência da compaixão de Deus. Deus perdoa a quem está disposto a perdoar. Uma das características fundamentais da revelação do amor de Deus em Jesus é o perdão, fruto da misericórdia.
·         Na antiga Lei predominavam o revide à agressão e o extermínio do inimigo. A interrogação de Pedro a Jesus indica uma tolerância limitada à ofensa. A resposta de Jesus, com a figuração numérica de "setenta vezes sete", revela que o perdão não tem limites.
·         Só quem se julga justo é que mede até onde se perdoa e dispõe-se a condenar. Nesse sentido segue a parábola narrada por Jesus. Aquele que é perdoado não pode negar seu perdão a outrem.
·         Quem toma consciência de que recebeu o infinito perdão do Deus misericordioso, deve perdoar sem limites. A proposta do perdão sem limites remove a idéia da vingança e da prevenção contra o "inimigo".
·         No Primeiro Testamento predomina o revide à agressão, e o extermínio do "inimigo", o qual é mencionado em 56 Salmos. Quaresma é tempo de perdão, conforme pedimos na oração do Pai Nosso.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
·         Por que é tão difícil perdoar?
·         Em nossa comunidade, existe um espaço para a reconciliação? De que maneira?
ORAÇÃO FINAL
·         SALMO (24/25)
·         Mostra-me teus caminhos, Yahvé, ensina-me tuas veredas. Guia-me fielmente, ensina-me, pois tu és o Deus que me salva. Em ti espero todo dia, por tua bondade, Yahvé.







Nenhum comentário:

Postar um comentário