DIA 19/03/15
PRIMEIRA
LEITURA à 2Samuel 7,4-5.12-14.16
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Esta passagem se refere sem sombra de dúvidas
a Jesus, que será o descendente esperado do povo e aquele que reinará para
sempre. Para a realização desta profecia Deus escolheu José de Nazaré,
descendente da casa davídica para que fosse quem desse a “linhagem” (hoje
diríamos, o apelido) da família de Davi. Sabemos que José não é o pai de Jesus,
pois, foi gerado do Espírito Santo, no entanto, cumpriu tudo como o pai de
Jesus: deu-lhe seu nome, o educou, ensinou-lhe a Lei e a viver de acordo com a
Aliança e finalmente lhe ensinou seu próprio ofício de carpinteiro. Tudo isto
nos fala de algo que às vezes vai se perdendo em nossos lares isto é: “ter
tempo para os filhos”. É tal a atividade do homem moderno (cabeça da família),
que muitas vezes deixa toda a carga da educação para a esposa, no entanto, a
presença e a educação paterna são FUNDAMENTAIS para o desenvolvimento
equilibrado dos filhos. Jesus, como homem, se desenvolveu graças a proximidade
de José e sua preocupação por sua educação, oxalá, todos os que têm sido
chamados a ser pais saibam imitá-lo tirando um tempo para compartilhar com seus
filhos.
ORAÇÃO
INICIAL
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Espírito que paira sobre as águas, acalme em
nós nossas desarmonias, os fluxos inquietos, o rumor das palavras, os
turbilhões de vaidade e faz aparecer no silêncio a Palavra que nos acalma. Por
Nosso Senhor...
REFLEXÃO à Mateus 1,16.18-21.24
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A passagem do evangelho hoje é tirada do
primeiro capítulo de Mateus que é parte da seção referente a concepção,
nascimento e infância de Jesus. O centro de todo o relato é a pessoa de Jesus à
qual se somam todos os sucessos e as pessoas mencionadas na narração. Deve-se
ter presente que o Evangelho revela uma teologia da história de Jesus, por
isso, ao aproximarmos da Palavra de Deus devemos recorrer a mensagem escondida
sob os zelos da história sem nos perder, como sabiamente nos avisa Paulo, “nas
questões difíceis”, guardemo-nos “das genealogias, e das questões e das
discussões em torno da lei, porque são coisas inúteis e vãs”.
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Efetivamente, este texto se conecta à
genealogia de Jesus, que Mateus escreve com o intento de sublinhar a sucessão
da dinastia de Jesus, o salvador de seu povo (Mt 1,21). A Jesus são outorgados
todos os direitos hereditários da estirpe davídica, de “José, filho de Davi”
(Mt 1,20;Lc 2,4-5) seu pai legal. Para o mundo bíblico e hebraico a paternidade
legal era o bastante para conferir todos os direitos da estirpe em questão (cf.
a lei da adoção –Dt 25,5ss). Por isto, depois do começo da genealogia, Jesus se
designa como “Cristo filho de Davi” (Mt 1,1), isto é, o ungido do Senhor, filho
Davi, com o qual se cumprirão todas as promessas de Deus a Davi seu servo (2Sam
7:1-16; 2Cr 7:18; 2 Cr 21:7; S 89:30). Por isto Mateus acrescenta ao relato da
genealogia e da concepção de Jesus a profecia de Isaias: “Tudo isto aconteceu
para que se cumprisse o que havia sido dito pelo Senhor por meio do profeta:
Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho que será chamado Emanuel, que
significa Deus conosco” (Mt 1,21-23, Is 7,14).
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Detendo-nos, na realidade espiritual da
adoção, podemos referir-nos ao fato de que o povo eleito possui “a glória, as
alianças, a legislação, o culto, as promessas” porque “eles são Israelitas e
possuem a adoção de filhos” (Rm 9,4). Mas, nós também o novo povo de Deus em
Cristo, recebemos a adoção de filhos porque “quando chegou a plenitude dos
tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para
resgatar àqueles que estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de
filhos” (Mt 1,21), porque Ele é o “Deus conosco” (Mt 1,23) que nos fez filhos
adotivos de Deus.
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Jesus nasce de “Maria desposada com José” que
“achou-se grávida por obra do Espírito Santo” (Mt 1,18b). Mateus não nos conta
o relato da anunciação como o faz Lucas, porém estrutura a narração a partir do
ponto de vista da experiência de José o homem justo. A Bíblia nos revela que
Deus ama seus justos. Pensamos em Noé “homem justo e íntegro entre seus
contemporâneos” (Gn 6,9). O em Joás que “fez o que era reto aos olhos do
Senhor” (2Re 12,3).
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Uma idéia constante na Bíblia é o “sonho” como
lugar privilegiado onde Deus dá a conhecer seus projetos e planos, e, algumas
vezes revela o futuro. Bem conhecido são os sonhos de Jacó em Betel (Gn
28,10ss) e os de Josué seu filho, como também os do copeiro e do padeiro
prisioneiros no Egito com ele, (Gn 37,5ss;40,5ss) e os sonhos do Faraó que
revelaram os futuros anos de prosperidade e escassez (Gn 41,1ss).
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À José aparece “em sonhos um anjo do Senhor”
(Mt 1,20) para revelar-lhe o plano de Deus. Nos evangelhos da infância aparece
muito o anjo do Senhor como mensageiro celestial (Mt 1:20.24; 2:13.19; Lc 1:11;
2:9) e também em outras ocasiões esta figura aparece para tranqüilizar, revelar
o projeto de Deus, curar, libertar da escravidão (cf.: Mt 28:2; Jn 5:4; Act
5:19; 8:26; 12: 7.23). Muitas são as referências ao anjo do Senhor também no
Antigo Testamento, onde originariamente representava o próprio Senhor que cuida
e protege seu povo sempre o acompanhando de perto (cf.: Gn 16:7–16; 22:12;
24:7; Éx 3:2; Tb 5:4).
PARA
REFLEXÃO PESSOAL
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O que mais lhe chamou a atenção nesta passagem
evangélica?
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A leitura oferece bastante espaço para alguns
termos: adoção, anjo, sonho, justo. Que sentimentos e pensamentos suscitam em
teu coração?
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Que importância pode ter para você o caminho
de maturidade espiritual?
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Qual é a mensagem central desta passagem
evangélica?
ORAÇÃO FINAL
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(SALMO 88/89)
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Hoje dedicarei um tempo do dia à convivência,
bem estar e educação familiar.
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