segunda-feira, 30 de março de 2015

Lectio Divina - 30/03/15


DIA 30/03/15
PRIMEIRA LEITURA à Isaias 42,1-7
  • O profeta Isaias nos convida durante esta semana a voltar nossos olhos para o eleito de Deus, para seu Messias e Salvador. Ao ver Nele a imagem de um homem eliminado pelo pecado da humanidade, um homem que ofereceu sua vida pela salvação de todos e para cada um de nós. Para o homem de hoje, tão acostumado a ter os olhos fixos nas coisas do mundo, tão preocupado pelos problemas que o circundam, esta semana de repouso, pode ser uma boa oportunidade para que seus olhos se voltem a fixar em Jesus, naquele que nos deu a vida morrendo por cada um de nós. Certamente as coisas do mundo são importantes, porém, é ainda mais importante que nossa vida esteja centrada em Cristo, já que isto é o que faz com que todas as demais coisas tenham seu justo valor. Não deixes que esta semana seja uma semana a mais, volte teus olhos para Jesus, ore e leia sua Palavra. Oxalá possa fazer isso com toda tua família!
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso, olhe para a fragilidade de nossa natureza e levanta nossa débil esperança com a força da paixão de teu Filho. Que vive e reina contigo.
REFLEXÃO à João 12,1-11
  • Estamos entrando na Semana Santa, na semana da páscoa de Jesus, de sua passagem deste mundo ao Pai (Jo 13,1). A liturgia coloca diante de nós o começo do capítulo 12 do Evangelho de João, que enlaça o Livro dos Sinais (cc 1-11) e o Livro da Glorificação (cc 13,21). No final do “Livro dos Sinais” aparece com clareza a tensão entre Jesus e as autoridades religiosas da época (Jo 10,19-31.39) e o perigo que Jesus corre. Várias vezes procuraram matá-lo (Jo 10,31; 11,8.53; 12,10). Tanto é assim que Jesus se vê obrigado a levar uma vida clandestina, pois, podiam detê-lo a qualquer momento (Jo 10,40; 11,54).
  • João 12,1-2: JESUS, PERSEGUIDO PELOS JUDEUS, VAI À BETÂNIA. Seis dias antes da páscoa, Jesus via para Betânia à casa de seus amigos Marta, Maria e Lázaro. Betânia significa “Casa da Pobreza”. Ele estava sendo perseguido pela polícia (Jo 11,57). Querem matá-lo (Jo 11,50). Porém, ainda sabendo que a polícia estava atrás de Jesus, Maria, Marta e Lázaro recebem Jesus em casa e lhe oferecem comida. Acolher uma pessoa perseguida e oferecer-lhe comida era perigoso. Porém, o amor supera o medo.
  • João 12,3: MARIA UNGE JESUS. Durante a refeição, Maria unge os pés de Jesus com meio litro de perfume de nardo puro (cf. 7,36-50). Era um perfume caro, muito caro, de trezentos denários. Imediatamente, seca os pés de Jesus com seus cabelos. A casa inteira ficou perfumada. Em todo este episódio, Maria não fala. Só age. O gesto cheio de simbolismo fala por si. Lavando os pés, Maria se converte em servidora. Jesus repetirá esse mesmo gesto na última ceia (Jo 13,5).
  • João 12,4-6: REAÇÃO DE JUDAS. Judas critica o gesto de Maria. Afirma que é um desperdício. De fato, trezentos denários era o salário de trezentos dias! Foi assim que o salário de quase um ano inteiro foi gasto de uma só vez! Judas pensa que o dinheiro deveria ter sido dado aos pobres. O evangelista comenta que Judas não tinha nenhuma preocupação pelos pobres, mas, era um ladrão. Tinha a bolsa comum e roubava dinheiro. Juízo forte que condena Judas. Não condena a inquietude pelos pobres, mas sim, a hipocrisia que usa os pobres para promover-se e enriquecer-se. Segundo seus interesses egoístas, Judas pensa só no dinheiro. Por isto, não percebe o que estava se passando no coração de Maria. Jesus conhece o coração e defende Maria.
  • João 12,7-8: JESUS DEFENDE A MULHER. Judas olha o gasto e critica a mulher. Jesus olha o gesto e defende a mulher: “Deixe-a. Que ela o conserve para o dia de minha sepultura!”. E depois Jesus acrescenta: “Porque pobres sempre tereis entre vós”. Qual dos dois vivia mais próximo de Jesus: Judas ou Maria? Como discípulo, Judas convivia com Jesus já fazia três anos, vinte e quatro horas por dia. Tomava parte do grupo. Maria se encontrava com Ele só uma ou duas vezes ao ano, na ocasião das festas, quando Jesus ia à Jerusalém e a visitava. Mas, a convivência sem amor não nos torna conhecidos. Impede ver. Judas era cego. Muita gente convive com Jesus e até o louva com cânticos, porém, não o conhece de verdade, nem o revela (cf. Mt 7,21). Duas afirmações de Jesus merecem um comentário detalhado: (a)-“Pobres sempre tereis”, e (b)-“Deixe-a. Que ela o conserve para o dia de minha sepultura’.
  • POBRES SEMPRE TERÃO. Jesus quis dizer que não devemos preocupar-nos com os pobres, visto que vai sempre vai haver gente pobre? A pobreza é um destino imposto por Deus? Como entender esta frase? Naquele tempo, as pessoas conheciam o Antigo Testamento de memória. Bastava que Jesus citasse o começo de uma frase do AT, e a pessoas já sabiam o resto. O começo desta frase dizia: “Os pobres os tereis sempre convosco!” (Dt 15,11ª). O resto da frase que as pessoas conheciam e que Jesus quis lembrar, era esta: “Por isto, os ordeno: deves abrir tua mão a teu irmão, para aquele que é indigente e pobre de tua terra!” (Dt 15,11b). Segundo esta Lei, a comunidade deve acolher os pobres e compartilhar com eles seus bens. Porém, Judas, em vez de dizer “abre a mão em favor do pobre” e compartilhe com eles teus próprios bens, queria vender o perfume de Maria por trezentos denários e usá-los para ajudar os pobres. Jesus cita a Lei de Deus que ensinava o contrário. Quem, igual Judas, faz campanha com o dinheiro da venda dos bens dos demais, não se incomoda. Porém, aqueles que, como Jesus, insiste na obrigação de acolher os pobres e compartilhar com eles seus bens, este se incomoda e corre o perigo de ser condenado.
  • QUE O GUARDE PARA O DIA DE MINHA SEPULTURA. A morte na cruz era o castigo terrível e exemplar, adotado pelos romanos para castigar os subversivos que se opunham ao império. Uma pessoa condenada a morte de cruz não recebia sepultura e não podia ser ungida, pois, ficava pendurado na cruz até que os animais comessem seu cadáver, e recebia sepultura rasa de indigente. Além disso, segundo a Lei do Antigo Testamento, tinha que ser considerada como, “maldita por Deus” (Dt 21,22-23). Jesus ia ser condenado à morte e morte de cruz, conseqüência de seu compromisso com os pobres e de sua fidelidade ao Projeto do Pai. Não ia ter um enterro. Por isso, depois de morto, não ia poder ser ungido. Sabendo isto, Maria se antecipa e o unge antes de ser crucificado. Com este gesto, indica que aceitava Jesus como messias, ainda que fosse crucificado! Jesus entende o gesto da mulher e o aprova.
  • João 12,9-11: A MULTIDÃO E AS AUTORIDADES. Ser amigo de Jesus pode ser perigoso. Lázaro corre perigo de morte por causa da vida nova que recebeu de Jesus. Os judeus decidiram matá-lo. Lázaro vivo era a prova viva de que Jesus era o Messias. Por isto, a multidão o procurava, já que as pessoas queriam experimentar de perto a prova viva do poder de Jesus. Uma comunidade viva corre perigo de vida porque é prova viva da Boa Nova de Deus.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Maria foi maltratada por Jesus. Alguma vez você já foi maltratado? Como reagiu?
  • O que é que ensina o gesto de Maria? Qual o tipo de alerta que nos coloca a reação de Judas?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 26)
  • Hoje estarei muito atento para descobrir Jesus nas pessoas que me rodeiam, e cada vez que conseguir descobri-lo, eu demonstrarei tacitamente o muito que lhe amo.







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