segunda-feira, 8 de junho de 2015

Lectio Divina - 08/06/15


DIA 08/06/15
PRIMEIRA LEITURA à 2Corintios 1,1-7
  • Uma das características principais do Deus revelado por Cristo, é a misericórdia. Se, nosso Deus é um Deus misericordioso, sempre pronto para consolar-nos e brindar-nos com seu amor, para fortalecer-nos e animar-nos em nosso caminhar cotidiano. Não é um Deus distante, mas, alguém tão próximo como nós mesmos que, por meio do Espírito, produz em nós a fonte do amor. Por isso, quando nos encontramos com problemas, quando nossa vida se complica por uma enfermidade, uma perseguição, uma morte de algum ser querido, enfim, quando a dor e a tristeza nos ameaçam, podemos encontrar em nossa oração consolo, alívio e esperança. Por isso, o cristão que ora e que deixa que Deus o console, se converte, como nos diz hoje o apóstolo, em fonte de consolação e de amor para os que com ele sofrem. Deus se evidencia por ele e é assim que a misericórdia de Deus alcança a todos. Se estiver passando por momentos difíceis em tua vida, entra em ti mesmo, ora e aí, no silencio de tua oração, encontrarás a presença amorosa do Espírito Santo, sempre pronto para brindar-te com seu amor e sua ternura.
ORAÇÃO INICIAL
  • Oh Deus, fonte de todo bem, ouça sem cessar nossas súplicas; e conceda-nos, inspirados por ti, pensar no que é reto e cumpri-lo com tua ajuda. Por Nosso Senhor...
REFLEXÃO à Mateus 5,1-12
  • A partir de hoje, 10ª Semana do Tempo Comum, até o final da 21ª Semana do Tempo Comum, os evangelhos serão tirados do evangelho de Mateus. A partir do início da 22ª Semana do Tempo Comum, até o fim do ano litúrgico, serão tirados do evangelho de Lucas.
  • No evangelho de Mateus, escrito para as comunidades de judeus convertidos da Galiléia e Síria, Jesus é apresentado como o novo Moisés, o novo legislador. No AT a Lei de Moisés foi codificada em cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Imitando o modelo antigo, Mateus apresenta a Nova Lei em cinco grandes Sermões dispersos no evangelho: (a)-O Sermão do Monte (Mt 5,1 a 7,29); (b)-O Sermão da Missão (Mt 10,1-42); (c)-O Sermão das Parábolas (Mt 13,1-52); (d)-O Sermão da Comunidade (Mt 18,1-35); (e)-O Sermão do Futuro Reino (Mt 24,1 a 25,46). As partes narrativas, intercaladas entre os cinco Sermões, descrevem a prática de Jesus e mostram como Ele observava a nova Lei e a encarnava em sua vida.
  • Mateus 5,1-2: O solene anúncio da Nova Lei. De acordo com o contexto do evangelho de Mateus, no momento em que Jesus pronunciou o Sermão do Monte, havia apenas quatro discípulos com Ele (cf. Mt 4,18-22). Pouca gente. Porém, uma multidão imensa o seguia (Mt 4,25). No AT, Moisés subiu ao Monte Sinai para receber a Lei de Deus. Como Moisés, Jesus sobe ao Monte e, olhando à multidão, proclama a Nova Lei. É significativo: é significativa a maneira solene como Mateus introduz a proclamação da Nova Lei: “vendo a multidão, subiu ao monte, sentou-se, e seus discípulos se aproximaram. E, tomando a palavra, lhes ensinava dizendo: Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. As oito bem-aventuranças formam uma solene abertura do “Sermão da Montanha”. Nelas Jesus define quem pode ser considerado bem-aventurado, quem pode entrar no Reino. São oito categorias de pessoas, oito portas para entrar no Reino, para a Comunidade. Não existem outras entradas! Quem quer entrar no Reino terá que identificar-se pelo menos com uma destas categorias.
  • Mateus 5,3: Bem-aventurados os pobres de espírito. Jesus reconhece a riqueza e o valor dos pobres (Mt 11,25-26). Define sua própria missão como a de “anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4,18). Ele próprio vive como pobre. Não possui nada para si, nem sequer uma pedra onde reclinar a cabeça (Mt 8,20). E a quem quer seguir-lhe manda escolher: ou Deus, ou o dinheiro! (Mt 6,24). No evangelho de Lucas se diz: “Bem-aventurados os pobres!” (Lc 6,20). Então, quem é “pobre de espírito”? É o pobre que tem o mesmo espírito que animou Jesus. Não é o rico. Nem é o pobre com mentalidade de rico. É o pobre que, como Jesus, pensa nos pobres e reconhece seu valor. É o pobre que diz: “Penso que o mundo será melhor quando o menor que padece pensa no menor”.
1-Bem-Aventurados os pobres de espírito => deles é o Reino dos Céus
2-Bem-Aventurados os manso => herdarão a terra
3-Bem-Aventurados os que choram => serão consolados
4-Bem-Aventurados os que têm fome e sede de justiça => serão saciados
5-Bem-Aventurados os misericordiosos => obterão misericórdia
6-Bem-Aventurados os limpos de coração => verão a Deus
7-Bem-Aventurados os que trabalham pela paz => serão filhos de Deus
8-Bem-Aventurados os perseguidos por causa da justiça => deles é o Reino dos Céus
  • Mateus 5,4-9: O novo projeto de vida. Cada vez que na Bíblia se tenta renovar a Aliança, começa-se estabelecendo o direito dos pobres e dos excluídos. Sem isto, a Aliança não se refaz! Assim faziam os profetas, assim faz Jesus. Nas bem-aventuranças, anuncia ao povo o novo projeto de Deus que acolhe os pobres e os excluídos. Denuncia o sistema que tem excluído os pobres e que persegue os que lutam pela justiça. A primeira categoria dos “pobres de espírito” e a última categoria dos “perseguidos por causa da justiça” recebem a mesma promessa do Reino dos Céus. E a recebem desde agora, no presente, pois, Jesus disse “deles é o Reino!”. O Reino já está presente em sua vida. Entre a primeira e a última categoria, existem três outras categorias de pessoas que recebem a promessa do Reino. Nestes três duetos transparece o novo projeto de vida que quer reconstruir em sua totalidade através de um novo tipo de relações: com os bens materiais (1º dueto); com as pessoas entre si (2º dueto); com Deus (3º dueto). A comunidade cristã deve ser uma mostra deste Reino, um lugar onde o Reino começa a tomar forma a partir de agora.
  • Os três: Primeiro dueto: os mansos e os que choram: Os mansos são os pobres dos quais fala o salmo 37. A terra lhes foi tirada e, vão ganhá-la de novo. Os aflitos são os que choram diante da injustiça no mundo e entre as pessoas. Estas duas bem-aventuranças querem reconstruir a relação com os bens materiais: a posse da terra e o mundo reconciliado. Segundo dueto: os que têm fome e sede de justiça e os misericordiosos. Os que têm fome e sede de justiça são os que desejam renovar a convivência humana, para que esteja de novo de acordo com as exigências da justiça. Os misericordiosos são os que têm o coração na miséria dos outros porque querem eliminar as desigualdades entre os irmãos e as irmãs. Estas duas bem-aventuranças querem reconstruir a relação entre as pessoas mediante a prática da justiça e da solidariedade. Terceiro dueto: os puros de coração e os pacíficos: Os puros de coração são os que têm um olhar contemplativo que lhes permite perceber a presença de Deus em tudo. Os que promovem a paz serão chamados filhos de Deus, porque se esforçam para que a nova experiência de Deus possa penetrar em tudo e realize a integração de tudo. Estas duas bem-aventuranças querem reconstruir a relação com Deus: ver a presença atuante de Deus em tudo e ser chamado filho e filha de Deus.
  • Mateus 5,10-12: Os perseguidos por causa da justiça e do evangelho. As bem-aventuranças dizem exatamente o contrário do que diz a sociedade na qual vivemos. Nesta, o perseguido pela justiça é considerado como um infeliz. O pobre é um infeliz. Feliz é o que tem dinheiro e pode ir ao supermercado e gastar segundo sua vontade. Os infelizes são os pobres, os que choram. Na televisão, as novelas divulgam este mito da pessoa feliz e realizada. E sem percebermos, as telenovelas se tornam o patrão da vida para muitos de nós. Porventura, em nossa sociedade, todavia, exista lugar para estas palavras de Jesus: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça e do evangelho! Felizes os pobres! Felizes os que choram?”. E para mim que sou cristão e cristã de fato quem é feliz?
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Todos nós queremos ser felizes. Todos e todas! Mas, somos realmente felizes? Por que é que sim? Por que é que não? Como entender que uma pessoa pode ser pobre e feliz ao mesmo tempo?
  • Quais são os momentos em tua vida em que tem se sentido realmente feliz? Era uma felicidade como a que foi proclamada por Jesus nas bem-aventuranças, ou, era de outro tipo?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 33/34)
  • Hoje deixarei que o Espírito Santo me console e eu, de minha parte, procurarei alguém que necessite consolo.




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