terça-feira, 9 de junho de 2015

Lectio Divina - 09/06/15


DIA 09/06/15
PRIMEIRA LEITURAà 2Corintios 1,18-22

  •   Paulo prometera voltar a Corinto, mas não foi possível, e por isso foi mal interpretado. Ele mostra, porém, que é firme e fiel, como verdadeiro discípulo de Jesus. Se estivesse enganando os coríntios, estaria traindo a sua própria fidelidade a Jesus, que foi sempre fiel à vontade de Deus. A seguir, lembra o rito do batismo, que incorpora os fiéis a Cristo, tornando-os participantes do mistério da Trindade. Paulo enaltece a plena coerência da doação de Jesus: ele é o “sim” de Deus. Também a pregação do Apóstolo dói coerente do princípio ao fim: não uma coisa hoje, outra amanhã. Os homens de hoje achamos por vezes que seja melhor mudar continuamente. Isso convém às coisas do consumo, às manifestações externas do homem; mas a realidade profunda não pode mudar, sob pena de não mais ser ela mesma. Isto responde à necessidade de “sinceridade” tão sentida hoje, à recusa do compromisso. Pois bem, assim como Deus foi fiel aos homens no Cristo, realizando a obra de salvação concebida em seu amor, assim também devemos nós ser fiéis a Deus, mantendo a coerência de nossa proposta de amor. Devemos ser “Amém”, ou seja, plena adesão à sua iniciativa, cumprindo o que nos compete para sua total realização. Tal coerência é para todos os setores de nossa vida: em casa, no trabalho, na sociedade, na Igreja. Ninguém é sincero pela metade.

ORAÇÃO INICIAL 
  •  Oh Deus, fonte de todo o bem, ouça sem cessar nossas súplicas, e conceda-nos, inspirados por ti, pensar no que é reto e cumprir com sua ajuda. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO àMateus 5,13-16
  •  Ao meditar as oito bem-aventuranças, passamos pelo portal de entrada do Sermão do Monte. No evangelho de hoje recebemos uma importante instrução sobre a missão da comunidade. Tem que ser sal da terra e luz do mundo. O sal não existe para si, mas sim, para dar sabor à comida. A luz não existe para si, mas sim, para iluminar o caminho. A comunidade não existe para si, mas sim, para servir ao povo. Na época em que Mateus escreveu seu evangelho, esta missão estava sendo difícil para as comunidades dos judeus convertidos. Apesar de viver na observância fiel da lei de Moisés, estavam sendo expulsos das sinagogas, cortados de seu passado judeu. Frente a isto, entre os pagãos convertidos alguns diziam: “Com a vinda de Jesus, a lei de Moisés está superada”. Tudo isto causava tensões e incertezas. A abertura de uns parecia criticar a observância de outros, e vice-versa. Este conflito gerou uma crise que levou cada qual a fechar-se em sua própria posição. Alguns queriam avançar, outros queriam colocar a lâmpada debaixo da mesa. Muitos se perguntavam: “A final, qual é nossa missão?”. Lembrando e atualizando as palavras de Jesus, o Evangelho de Mateus procura ajudá-los:
  • Mateus 5,13-16: SAL DA TERRA. Usando imagens da vida diária, com palavras simples e diretas, Jesus ensina qual é a missão e a razão de ser uma comunidade cristã: ser sal. Naquele tempo, com o calor que fazia as pessoas e os animais necessitavam consumir muito sal. As pessoas iam consumindo sal que o abastecedor deixava em grandes blocos na praça pública. No final o que sobrava ficava espalhado como pó na terra, e perdia o gosto. “Já não servia para mais nada, era jogado fora e pisoteado pelos homens”. Jesus evoca este costume para clarear aos discípulos e discípulas a missão que devem realizar. 
  • Mateus 5,14-16: LUZ DO MUNDO. A comparação é obvia. Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo da cama. Uma cidade situada em cima de um monte não consegue ficar escondida. A comunidade deve ser luz, deve iluminar. Não deve temer que apareça o bem que faz. Não o faz para que o vejam, porém, o que faz é possível que se veja. O sal não existe para si. A luz não existe para si. E assim tem que ser a comunidade: não pode ficar fechada em si mesma. “Brilhe assim vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”.
  •  Mateus 5,17-19: NEM UMA VÍRGULA DA LEI CAIRÁ. Entre os judeus convertidos havia duas tendências. Uns pensavam que não era necessário observar as leis do AT, porque é pela fé em Jesus que somos salvos e não pela observância da Lei (Rm 3,21-26). Outros pensavam que eles, sendo judeus, deviam continuar a observar as leis do AT (At 15,1-2). Em cada uma das duas tendências havia grupos mais radicais. Diante deste conflito, Mateus procura chegar a um equilíbrio entre o dois extremos. A comunidade deve ser o espaço onde este equilíbrio pode ser alcançado e vivido. A resposta dada por Jesus aos que o criticavam continua sendo bem atual: “Não vim para abolir a Lei, mas sim, para dar-lhe cumprimento!”. As comunidades não podem ir contra a Lei, nem podem fechar-se na observância da lei. Igualmente Jesus, devem dar um passo e mostrar, na prática, que o objetivo que lei quer alcançar na vida é a prática perfeita do amor.
  • AS DIVERSAS TENDÊNCIAS NAS PRIMEIRAS COMUNIDADES CRISTÃS. O plano de salvação tem três etapas unidas entre si pela terra da vida: (a)-O Antigo Testamento: a caminhada do povo hebreu, orientada pela lei de Deus. (b)-A vida de Jesus de Nazaré: renova a lei de Deus a partir de sua experiência de Deus como Pai/Mãe. (c)-A vida das comunidades: através do Espírito de Jesus, procuram viver a vida como Jesus a viveu. A unidade destas três etapas engendra a certeza de fé de que Deus está no meio de nós. Os intentos de quebrar ou enfraquecer a unidade deste plano de salvação engendram vários grupos e tendências nas comunidades: (01)-Os fariseus não reconheciam Jesus como Messias e aceitavam só o AT.
  • Dentro das comunidades havia pessoas simpatizantes com a linha dos fariseus (At 15,5). (02)-Alguns judeus convertidos aceitavam Jesus como Messias, porém, não aceitavam a liberdade do Espírito com que as comunidades viviam na presença de Jesus ressuscitado (At 15,1). (03)-Outros, tanto judeus como pagãos convertidos, pensavam que com Jesus havia chegado o fim do AT. Daqui em diante, só Jesus e a vida no Espírito. (04)-Havia também cristãos que viviam tão plenamente a vida na liberdade do Espírito que não olhavam mais a vida de Jesus de Nazaré nem o Antigo Testamento (1Cor 12,3). (05)-Agora, a grande preocupação do Evangelho de Mateus é mostrar que o AT, Jesus de Nazaré e a vida no Espírito não podem separar-se. As três formam parte do mesmo e único projeto de Deus e nos comunicam a certeza da fé: o Deus de Abraão e Sara está presente no meio das comunidades pela fé em Jesus de Nazaré.


PARA REFLEXÃO PESSOAL
  •  Para você, em tua experiência de vida, para que serve o sal? Tua comunidade, está sendo sal? De que maneira tua comunidade está sendo luz?
  • As pessoas do bairro, como vêm a tua comunidade? Tua comunidade tem atração? É sinal? De que? Para quem?


ORAÇÃO FINAL

  • (SALMO 118/119)
  • Hoje procurarei uma área de minha vida na qual ainda não confio de tudo em Deus e em um momento de oração lhe direi que quero que Ele tome as rédeas dela e que me diga o que devo fazer e então o farei.



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