quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Lectio Divina - 11/09/13


QUARTA-FEIRA -11/09/2013


PRIMEIRA LEITURA: Colossenses 3,1-11

Um dos fatores que atrasam completamente nossa vida espiritual e que nos impedem chegar e desfrutar a vida do Reino, a autêntica vida no Espírito, é a falta de decisão, que chamamos de: RADICAL. Gostamos demasiadamente do pecado e não queremos toma a decisão terminante de deixar para trás nossos velhos hábitos, lugares, palavras, companhias, etc. Quão exata é a expressão de Jesus no Evangelho: “O que quiser seguir-me, renuncie a si mesmo e tome sua cruz”. Ser cristão não é coisa fácil… é para gente decidida, para gente que quer tomar a maneira correta de ser do Senhor e para isto, como nos diz hoje Paulo, devemos matar o homem velho. Isto não é outra coisa que deixar para trás tudo aquilo que possa ser ocasião de pecado. Jesus com clareza nos diz no Evangelho quando afirma: “Se teu olho, tua mão ou teu pé é ocasião de pecado, arranca-o e atira-o para longe de ti”. Com isto nos fala de radicalidade… de radicalidade que pode ser tremendamente dolorosa, todavia, se não arrancarmos e erradicarmos tudo aquilo que nos leva ao pecado… se não tomamos a decisão de ser totalmente de Jesus e nos lançamos ao vazio para depositar-nos em seus braços, será muito difícil que nossa vida alcance a plenitude. Nossa oração é o bastão de apoio, porém, necessita de tua decisão. Decida hoje… Jesus tem uma vida maravilhosa para ti.



ORAÇÃO INICIAL 

Senhor tu que tens se dignado a redimir-nos e nos feito filhos seus, olhe-nos sempre com amor de pai e faça com que aqueles que crêem em Cristo, teu Filho, alcancem a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 6,20-26

O evangelho de hoje nos apresenta as quatro bem-aventuranças e as quatro maldições do Evangelho de Lucas. Existe uma maneira progressiva na forma que Lucas tem de apresentar o ensinamento de Jesus. Até 6,16, diz muitas vezes que Jesus ensina as pessoas, porém, não chega a relatar o conteúdo do ensinamento (Lc 4,15.31-32.44; 5,1.3.15.17; 6,6). Agora, depois de informar que Jesus viu a multidão desejosa de ouvir a palavra de Deus, Lucas trás o primeiro grande discurso que começa com a exclamação: “Bem aventurados os pobres!” e “Ai de vós os ricos!”, e ocupa todo o resto do capítulo (Lc 6,12-49). Alguns chamam este discurso de “Sermão da Planície”, pois, segundo Lucas, Jesus desceu da montanha e parou em um lugar plano onde fez seu discurso. No evangelho de Mateus, este mesmo discurso é feito no monte (Mt 5,1) e é chamado de “Sermão da Montanha”. Em Mateus, o sermão tem oito bem-aventuranças, que tem um programa de vida para as comunidades cristãs de origem judaica. Em Lucas, o sermão é mais breve e mais radical. Contém quatro bem-aventuranças e quatro maldições, dirigidas para as comunidades, constituídas de ricos e de pobres. Este discurso de Jesus vai ser meditado no evangelho diário dos próximos dias. 
Lucas 6,20: BEM-AVENTURADOS OS POBRES!”. Olhando para os discípulos, Jesus declara: “Bem-aventurados os pobres, porque vosso é o Reino dos Céus!”. Esta declaração identifica a categoria social dos discípulos. Eles são pobres! E para eles Jesus promete: “Vosso é o Reino dos Céus!”. Não é uma promessa para o futuro. O verbo está no presente. O Reino já lhes pertence. No evangelho de Mateus, Jesus explicita o sentido e diz: “Bem-aventurados o pobres de Espírito!” (Mt 5,3). São os pobres que tem o “Espírito” de Jesus. Pois, existem pobres com “cabeça” e espírito de rico. Os discípulos de Jesus são pobres e com “cabeça” de pobre. Como Jesus não querem acumular, mas, assumem sua pobreza e, como Ele, lutam por uma convivência mais justa, onde possa haver fraternidade e partilha comum dos bens, sem discriminação. 
Lucas 6,21-22: “BEM-AVENTURADOS OS QUE AGORA TEM FOME E CHORAM!”. Na 2ª e 3ª bem-aventurança Jesus diz: “Bem-aventurados os que agora tem fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados os que agora choram, porque rireis!”. Uma parte das frases esta no presente e outra no futuro. Aquilo que agora vivemos e sofremos não é definitivo. O definitivo é o Reino que estamos construindo hoje com a força do Espírito de Jesus. Construir o Reino trás sofrimento e perseguição, porém, uma coisa é certa: o Reino vai chegar e “sereis saciados e rireis!”. 
Lucas 6,23: “BEM-AVENTURADOS SEREIS QUANDO OS HOMENS OS ODIAREM…!”. A bem-aventurança se refere ao futuro: “Bem-aventurados sereis quando os homens os odiarem, os expulsarem, condenarem vosso nome por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos neste dia porque grande será vossa recompensa, porque assim foram tratados os profetas!”. Com estas palavras de Jesus, Lucas anima as comunidades de seu tempo, que estavam sendo perseguidas. O sofrimento não é agonia da morte, mas sim dor de parto. Fonte de esperança! A perseguição era um sinal de que o futuro anunciado por Jesus estava chegando para elas. Iam pelo caminho justo. 
Lucas 6,24-25: “AI DE VÓS OS RICOS! AI DE VÓS OS QUE ESTAIS FARTOS E ALEGRES!”. Depois das quatro bem-aventuranças à favor dos pobres e excluídos, sequem quatro ameaças ou maldições contra os ricos e os que passam bem e são elogiados por todos. As quatro ameaças têm a mesma forma literária que as quatro bem-aventuranças. A 1ª está no presente. A 2ª e a 3ª têm uma grande parte no presente e a outra no futuro. E a 4ª se refere inteiramente ao futuro. Estas ameaças só se encontram no Evangelho de Lucas e não no de Mateus. Lucas é mais radical na denuncia da injustiça. Diante de Jesus, naquela planície não havia ricos. Só havia gente pobre, vinda de todos os lados (Lc 6,17-19). Mesmo assim, Jesus diz: “Ai de vós os ricos!”. É que Lucas, ao transmitir estas palavras de Jesus, estava pensando mais nas comunidades de seu tempo. Nela havia ricos e pobres, e havia discriminação dos pobres por parte dos ricos, a mesma que marcava a estrutura do Império Romano (Ap 3,17-19). Jesus faz uma crítica dura e direta aos ricos: “Vós os ricos, já tiveram consolação! Vós já estais fartos, porém, passareis fome! Vós já estais rindo, porém, ficareis aflitos e chorareis!”. Sinal de que para Jesus, a pobreza não é uma fatalidade, nem é fruto de prejuízos, mas é fruto do enriquecimento injusto dos outros. 
Lucas 6,26: “AI DE VÓS QUANDO TODOS FALAREM BEM DE VOCÊS, PORQUE ASSIM VOSSOS PAIS TRATARAM OS FALSOS PROFETAS!”. Esta quarta ameaça se refere aos filhos dos que no passado elogiavam os falsos profetas. É que algumas autoridades dos judeus usavam seu prestígio e sua autoridade, para criticar Jesus. 









PARA REFLEXÃO PESSOAL

Olhamos para a vida das pessoas com os mesmos olhos de Jesus? Dentro de seu coração, o que é que pensas de verdade: uma pessoa pobre e faminta pode ser realmente feliz? As telenovelas e a propaganda do comércio, qual é o ideal que nos apresentam?
Dizendo “Felizes os pobres”, Jesus estava querendo dizer que os pobres têm que continuar na pobreza?




ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 145,17-18)
Escolherei uma área de minha vida que quero trabalhar para ser mais fiel ao chamado de Jesus.




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