sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Lectio Divina - 04/10/13


SEXTA-FEIRA -04/10/2013

PRIMEIRA LEITURA: Baruc 1,15-22

Uma das graças que temos que pedir com insistência é a humildade de reconhecer que, apesar de nossos esforços para ser melhores, ainda estamos longe de alcançar a plenitude a que Deus nos chamou. Continuamos sendo débeis pecadores, frágeis diante das tentações, frequentemente seduzidos pelas luzes e as coisas de pouco valor do mundo que nos leva a trocar o Deus verdadeiro pelos novos ídolos (dinheiro, diversões, prazer, etc.). A leitura de hoje nos lembra que só o que reconhece a debilidade pode pedir a Deus a força para superá-la, quem se sente perfeito viverá sempre na obscuridade de seu pecado. E isto não quer dizer que nos encontremos pior que quando conhecemos Jesus, mas, isto nos faz entender que ainda nos falta muito; que certamente temos que superar muitas de nossas debilidades, é, no entanto, muitas mais as que continuam estorvando nosso caminho de santidade. Revise teu coração e tua vida… deixa que a luz de Deus ilumine teu interior, e não permitas que o orgulho e a soberba te impeçam crescer em humildade e em graça.


ORAÇÃO INICIAL 

Oh Deus que manifestas especialmente teu poder com o perdão e a misericórdia; derrama incessantemente sobre nós tua graça, para que, desejando o que nos promete, consigamos os bens do céu. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 10,13-16

O evangelho de hoje da continuidade ao envio dos setenta e dois discípulos e discípulas (Lc 10,1-12). Ao final deste envio Jesus dizia que deviam sacudir o pó dos sapatos quando os missionários não fossem recebidos (Lc 10,10-12). O evangelho de hoje acentua e amplia as ameaças aos que não aceitam receber a Boa Notícia.

Lucas 10,13-14: AI DE TI CORAZIM E BETSAIDA. O espaço por onde Jesus andou durante aquele três anos de sua vida missionária era pequeno. Estendia por uns poucos quilômetros quadrados ao longo do Mar da Galiléia ao redor das cidades de Cafarnaum, Betsaida e Corazim. Foi neste espaço tão pequeno que Jesus realizou a maior parte de seus discursos e milagres. Ele veio salvar a humanidade inteira, e quase não saiu do limitado espaço de sua terra. Tragicamente, Jesus teve que constatar que as pessoas daquelas cidades não quiseram aceitar a mensagem do Reino e não se converteram. As cidades se fecharam na rigidez de suas crenças, tradições e costumes e não aceitaram o convite de Jesus para mudar de vida: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Pois se em Tiro e Sidon tivessem sido realizados os milagres que em vós realizaram, há muito tempo teriam se convertido, vestindo-se de silício e sentando-se sobre cinzas”. Jesus compara as duas cidades com Tiro e Sidon que, no passado, foram inimigos terríveis de Israel, maltrataram o povo de Deus. Por isso, foram amaldiçoadas pelos profetas (Is 23,1; Jr 25,22; 47,4; Ez 26,3; 27,2; 28,2; Jl 4,4; Am 1,10). E agora, Jesus diz que estas mesmas cidades, símbolos de toda a maldade feita ao povo no passado, haveria se convertido se houvesse acontecido tantos milagres como em Corazim e em Betsaida. 

Lucas 10,15: AI DE TI CAFARNAUM! E TU, CAFARNAUM, TE ELEVARÁS ATÉ AO CÉU? ANTES, ATÉ AO INFERNO DESCERÁS! Jesus evoca a condenação que profeta Isaias lançou contra a Babilônia. Orgulhosa e prepotente, a Babilônia pensava: “Vou subir até o céu, e levantarei meu trono acima das estrelas de Deus, me sentarei na montanha onde se reúnem os deuses, ali onde o Norte termina; subirei acima das nuvens, serei igual ao Altíssimo” (Is 14,13-14). Pensava! Porém, se enganava muitíssimo. Aconteceu o contrário. Disse o profeta: “Contudo, foste precipitado ao Xeol, nas profundezas do abismo!” (Is 14,15). Jesus compara Cafarnaum a esta terrível Babilônia que destruiu a monarquia e o templo e levou o povo para o cativeiro do qual não se recuperou nunca mais. Como a Babilônia, Cafarnaum pensava se algo, porém, foi parar em cima do inferno. O evangelho de Mateus compara Cafarnaum com a cidade de Sodoma, símbolo da pior perversão, que foi destruída pela ira de Deus (Gn 18,16 a 19,29). Sodoma teria se convertido se houvesse visto os milagres que Jesus fez em Cafarnaum (Mt 11,23-24). Hoje continua o mesmo paradoxo. Muitos de nós, que somos católicos desde a infância, temos tantas convicções consolidadas, que nada é capaz de converter-nos. E em alguns lugares, o cristianismo, em vez de ser fonte de mudança e conversão, voltou ao reduto das forças mais reacionárias da política do país. 

Lucas 10,16: QUEM VOS ESCUTA, A MIM ESCUTA, E QUEM VOS REJEITA, A MIM REJEITA; E QUEM ME REJEITA, REJEITA AO QUE ME ENVIOU. A frase acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto rejeitado pelas autoridades. Em Mateus a mesma frase de Jesus colocada em outro contexto, acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto acolhido pelo povo (Mt 10,40). Tanto em um como em outro caso, é na entrega total que os discípulos se identificam com Jesus e que se realiza seu encontro com Deus, e que Deus se deixa encontrar por aquele que o busca.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Minha cidade e meu país merecem a advertência de Jesus contra Cafarnaum, Corazim e Betsaida?
Como me identifico com Jesus?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 16,1-2,5)
Hoje revisarei meus pecados recorrentes e farei planos sérios de como os vencer.




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