terça-feira, 8 de outubro de 2013

Lectio Divina - 08/10/13


TERÇA-FEIRA -08/10/2013


PRIMEIRA LEITURA: Jonas 3,1-10

Com esta passagem a escritura nos mostra, através da atitude do Rei de Ninive, o que significa e implica o converter-se de coração. Ao ler a passagem vemos como a primeira coisa que faz o rei é, “levantar-se de seu trono e sentar-se sobre cinzas”. Com este sinal reconhece que ele não é Deus, e que sua vida (e neste caso, inclusive seu reino) deve ser dirigida pelo único Rei: o próprio Deus. Esta atitude do rei deve servir-nos de exemplo e deixar que Deus sente-se no trono de nosso coração. Isto implica reconhecer que SUA PALAVRA é a única que deve reger nossa vida, a qual não poderá ser verdadeira se não temos contato com a Sagrada Escritura. Isto nos leva a que um principio de conversa é tomar primeiro a decisão de seguir a palavra de Deus, e tê-la como o valor central de nossa vida, e em seguida tomar a decisão de ler e meditar TODOS os dias esta Palavra, com a coragem de obedecer-lhe e fazê-la vida. Que tal tentar?


ORAÇÃO INICIAL 

Deus, todo poderoso e eterno, que com amor generoso transbordas os méritos e desejos dos que te suplicam; derrama sobre nós tua misericórdia, para que livres nossa consciência de toda a inquietude e nos concedas ainda aquilo que não nos atrevemos a pedir. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 10,38-42

O CONTEXTO. A viagem, que Jesus empreendeu em 9.51, está semeada de encontros singulares, entre eles a de um doutor da lei (10,25-37), que precede o encontro com Marta e Maria (vv. 38,42). Antes, o doutor da lei faz uma pergunta à Jesus, a qual propicia ao leitor ocasião para descobrir como se consegue a vida eterna, que é a intimidade com o Pai. A ela se chega participando na missão de Jesus, o primeiro enviado que nos mostra a misericórdia de Deus em sua plenitude (v. 37). Em Jesus, o Pai se torna próximo aos homens mostrando de maneira tangível sua paternidade. A expressão que Jesus dirige ao doutor da Lei e ao leitor, no final do encontro, é crucial: “Vai e faça o mesmo!” (v.37). Fazer-se próximo, chegar perto dos outros como faz Jesus, nos faz instrumentos para mostrar de maneira viva o amor misericordioso do Pai. Esta é a chave secreta para entrar na vida eterna. 

A ESCUTA DA PALAVRA. Depois deste encontro com o doutor da Lei, enquanto caminhava, Jesus entre em um povoado e é acolhido por velhos amigos Marta e Maria. Jesus não é só o primeiro enviado do Pai, mas também o que, por ser Ele a Palavra única do Pai, reúne os homens, em nosso caso os membros da família de Betânia. Se é verdade que existe muitos serviços para fazer, como a acolhida e atenção às necessidades dos demais, é ainda mais certo que o que é insubstituível é a escuta da Palavra. Aqui, é ao mesmo tempo um fato real e algo ideal. Começa com a acolhida por parte de Marta (v.38), e depois apresenta Maria na atitude própria do discípulo, sentada aos pés de Jesus e atenta ouvindo sua Palavra. Esta atitude de Maria tem resultado extraordinário, porque no judaísmo do tempo de Jesus não era permitido a uma mulher assistir a escola de um mestre. Até aqui vemos um quadro harmonioso: a acolhida de Marta e a escuta de Maria. Porém, a acolhida de Marta se converterá em breve em um super-ativismo: a mulher esta “tensa”, dividida pelas múltiplas ocupações; está tão ocupada que não consegue abastecer as múltiplas ocupações domésticas. A grande quantidade de atividades, compreensível por tratar-se de um hospede singular, todavia, tem um resultado desproporcional, até o ponto de impedir-lhe viver o essencial justo no momento em que Jesus se apresenta em sua casa. Sua preocupação é legítima, porém, imediatamente se converte em ansiedade, um estado de ânimo não conveniente para acolher um amigo.

RELACIONAR O SERVIÇO E A ESCUTA. Seu serviço de acolhida é muito positivo, porém, é prejudicado pelo estado ansioso com o qual o realiza. O evangelista deixa ver ao leitor que não existe contradição entre a diaconia (serviço) da mesa e da Palavra, porém, pretende apresentar o serviço em relação com a escuta. Marta, ao não haver relacionado a atitude espiritual do serviço com a escuta, sente-se abandonada por sua irmã e em vez de dialogar com Maria se queixa ao Mestre. Apegada em sua solidão, aborrece-se com Jesus que parece permanecer indiferente diante de seu problema (“Não se importa...?”) e com a irmã (“que me deixou só no trabalho”). Em sua resposta, Jesus não a reprova nem a critica, porém, procura ajudar Marta a recuperar o que é essencial naquele momento: ouvir o mestre. A convida a escolher a única parte prioritária que Maria escolheu espontaneamente. O episódio nos alerta sobre um perigo sempre freqüente na vida do cristão: os afãs, a ansiedade e o ativismo podem nos separar da comunhão com Cristo e com a comunidade. O perigo aparece de maneira sutil, porque com as freqüências das preocupações materiais que se realizam com a ansiedade as consideramos uma forma de serviço. O que preocupa Lucas é que em nossas comunidades não se descuide da prioridade que se deve dar a Palavra de Deus e a sua escuta. É necessário que, antes de servir aos outros, aos familiares e a comunidade eclesial sejam servidos por Cristo com sua Palavra de graças. Quando estamos imersos nas tarefas cotidianas, como Marta, esquecemos que o Senhor quer cuidar de nós. Pelo contrário, é necessário colocar nas mãos de Jesus e de Deus todas as nossas preocupações.




PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você sabe relacionar o serviço com a escuta da Palavra de Jesus? Você se deixa levar pela ansiedade diante das tuas múltiplas ocupações?
Você entendeu que antes de servir deve aceitar ser servido por Cristo? Tem consciência de que teu serviço só será divino se antes acolher Cristo e sua Palavra?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 139,1-3)
Hoje me aproximarei daquela pessoa que ofendi e lhe pedirei perdão de coração, deixando que o Espírito de Deus seja quem ilumine meus passos ao agir com amor.





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