sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Lectio Divina - 11/10/13



SEXTA-FEIRA -11/10/2013

PRIMEIRA LEITURA: Joel 1,13-15; 2,1-2

O profeta Joel é testemunho da devastação e da desolação e convida o povo a retornar para o Senhor, a retomar as práticas penitenciais, que em outro tempo se consideraram vazias e sem sentido. Todas as calamidades que vive o povo de Deus são um convite constante a levar uma vida religiosa, uma vida apegada a Palavra e com um forte aspecto penitencial e disciplinário para não cair no pecado e apartar-se de Deus. Estas práticas, que inclusive hoje em dia se têm muito desvalorizadas dentro da práxis de nossa igreja, continuam sendo, como no tempo de Joel, as ferramentas espirituais que evitam que a desolação e a morte caiam sobre nós. Entretanto, pouco caso fazendo disso. O próprio Jesus, na noite que foi traído, dizia a seus discípulos: “Velem e orem para que não caiam na tentação”. É triste ver como, tanto a prática da oração como a penitência têm-se extinguido na igreja. É raro que as pessoas de hoje façam penitência, até nos dias marcados pela igreja não falta quem procure escapar delas. E logo nos perguntamos por que é que existe tanta violência, por que é que matam e seqüestram nossos familiares e amigos, por que é que existem tantos problemas sociais no povo de Deus? A resposta é simples: temos abandonado o Senhor. Por isso as palavras de Joel devem ressoar com toda sua força hoje em nossos corações: “Façam penitência e chorem, venham ajoelhem-se ao solo vestidos de sacos!”



ORAÇÃO INICIAL 

Deus, todo poderoso e eterno, que com amor generoso transbordas os méritos e desejos dos que te suplicam; derrama sobre nós tua misericórdia, para que livres nossa consciência de toda a inquietude e nos concedas ainda aquilo que não nos atrevemos a pedir. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 11,15-26

O evangelho de hoje nos apresenta uma longa discussão sobre a expulsão de um demônio mudo que Jesus acabava de realizar diante das pessoas.

Lucas 11,14-16: Três reações diferentes diante da mesma expulsão. Jesus estava expulsando demônios. Diante deste fato bem visível, realizado ante todos, houve três reações, diferentes. As pessoas ficaram admiradas, aplaudiram. Outros disseram: “Por Belzebu, príncipe dos demônios, expulsa os demônios”. O evangelho der Marcos informa que se tratava dos escribas que haviam chegado a Jerusalém para controlar a atividade de Jesus (Mc 3,22). Outros pediam um sinal do céu, pois, não se convenceram diante do sinal tão evidente da expulsão realizada perante todo o povo.

Lucas 11,17-19: Jesus mostra a incoerência dos adversários. Jesus usa dois argumentos para rebater a acusação de estar expulsando demônios em nome de Belzebu. Em primeiro lugar, se o demônio expulsa seu próprio demônio, divide a si mesmo e não sobrevive. Em segundo lugar, Jesus lhes devolve o argumento: “Se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Dito com outras palavras, eles também estavam fazendo as expulsões em nome de Belzebu.

Lucas 11,20-23: Jesus é o homem mais forte que chegou, sinal da chegada do Reino. Aqui Jesus chega ao ponto central de sua argumentação: “Quando um homem forte e bem armado custodia seu palácio, seus bens estão seguros; porém, se chegar um mais forte que ele e o vencer, este fica com as armas nas quais confiava e reparte seus despojos”. Na opinião das pessoas daquele tempo, Satanás dominava o mundo mediante os demônios. Ele era o homem forte e bem armado que guardava sua casa. A grande novidade era que Jesus conseguia expulsar os demônios. Sinal de que Ele era o homem mais forte que chegou. Com a chegada de Jesus o reino de Belzebu entrou em declínio: “Porém, se pelo dedo de Deus expulso os demônios, é sinal que chegou a vós o Reino de Deus”. Quando os magos do Faraó viram que Moisés fazia coisas que eles não eram capazes de fazer, foram mais honrados que os escribas e disseram: “Aqui está o dedo de Deus!” (Ex 8,14-15). 

Lucas 11,24-26: O final é pior que o inicio. Na época de Jesus, nos anos 80, diante das perseguições, muitos cristãos voltaram atrás e abandonaram as comunidades. Voltaram à forma de viver de antigamente. Lucas, para avisar a eles e a nós, guardou estas palavras de Jesus sobre o final que é pior que o inicio.

A expulsão dos demônios. O primeiro impacto que a ação de Jesus causa nas pessoas é a expulsão dos demônios: “Até aos espíritos impuros dá ordens e eles lhe obedecem!” (Mc 11,27). Uma das principais causas da discussão de Jesus com os escribas era a expulsão dos demônios. Eles o caluniavam dizendo: “Está possuído por Belzebu! Expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios”. O primeiro poder que os apóstolos receberam quando foram enviados em missão foi o poder de expulsar demônios: “Lhes deu o poder sobre os espíritos do mal” (Mc 6,7). O primeiro sinal que acompanha o anúncio da ressurreição é a expulsão dos demônios: “estes são os sinais que acompanharão os que acreditam: em meu nome expulsarão demônios, falarão em novas línguas” (Mc 16,17). A expulsão dos demônios era o que mais chamava a atenção das pessoas (Mc 1,27). Alcançava o centro da Boa Nova do Reino. Por meio disto, Jesus devolvia as pessoas à elas mesmas. Devolvia o juízo, a consciência (Mc 5,15). Sobretudo, o evangelho de Marcos, do começo ao final, com palavras quase iguais, repete sem parar a mesma mensagem. “E Jesus expulsava os demônios!”. Parece um refrão que se repete uma e outra vez. Hoje, em vez de usar sempre as mesmas palavras, usaríamos palavras distintas para transmitir a mesma mensagem e diríamos: “O poder do mal, Satanás, que dá medo as pessoas, Jesus o venceu, o dominou, o agarrou, o destronou, o derrotou, o expulsou, o eliminou, o exterminou e o matou!”. O que o evangelho nos quer dizer é isto: “Os cristãos estão proibidos de ter medo de Satanás!”. Por sua ressurreição e sua ação libertadora, Jesus afasta de nós o medo de Satanás, cria liberdade em nosso coração, nos dá firmeza na ação e coloca esperança no horizonte! Devemos caminhar com Jesus, por seu caminho, com o sabor da vitória sobre o mal e o poder do mal.



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Expulsar o poder do mal. Qual é hoje o poder do mal que massifica as pessoas e as rouba a consciência critica?
Você pode dizer que está totalmente livre e liberto? Em caso de resposta negativa, alguma parte de você está em poder de outras forças. O que é que faz para que este poder não te domine?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 111,3-4)
Jejuarei um dia por semana.




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