quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Lectio Divina - 16/10/13


QUARTA-FEIRA -16/10/2013

PRIMEIRA LEITURA: Romanos 2,1-11

Um dos elementos que valeria a pena ressaltar em nossa reflexão, é o fato de que para Deus não existe “favoritismo”. Isto porque alguns de nossos irmãos, por desgraça, não são assíduos à oração, nem freqüentam a Eucaristia dominical, e se realizam na vida exterior: batizar os filhos, a primeira comunhão, etc., porém, acreditam que pelo fato de serem batizados já asseguram um lugar no céu, ou, por outro lado, aqueles que, de modo contrário, não perdem a missa, confessam-se, etc., porém, levam uma vida pessoal e familiar desordenada e pensam que pelo fato de suas práticas religiosas vão alcançar o premio eterno. Paulo é muito claro nesta passagem na qual diz: “Deus dará a cada um, o que merece de acordo com suas OBRAS”. Lembremos que Jesus mesmo nos disse: “Nem todo o que diz Senhor, Senhor, se salvará, mas sim, aquele que faz a vontade do Pai que está nos céus”. É importante ser batizado e cumprir com tudo o que a santa Igreja nos convida a viver em comunhão com a comunidade, porém, é fundamental que tudo isto se veja refletido em nossa vida diária, em uma vida marcada pela caridade, pela humildade e pelo respeito. Procure, pois, que toda sua vida dê testemunho de tua união com Jesus, de maneira que tuas boas obras lhe dêem glória.






ORAÇÃO INICIAL 

Pedimos-te Senhor, que tua graça continuamente nos preceda e acompanhe, de maneira que estejamos dispostos a trabalhar sempre o bem. Por Nosso Senhor...



REFLEXÃO

Lucas 11,42-46


No evangelho de hoje continua a relação de conflito entre Jesus e as autoridades religiosas da época. Hoje, na Igreja, se vive o mesmo conflito. Em uma determinada diocese, o bispo convocou os pobres a que participassem ativamente. Eles ouviram os pedidos e muitos deles começaram a participar. Surgiu um sério conflito. Os ricos diziam que haviam sido excluídos e alguns sacerdotes começaram a dizer: “O bispo faz política e esquece o evangelho!”. 

Lucas 11,42: “PORÉM, AI DE VÓS, FARISEUS, QUE PAGAIS O DIZIMO DA MENTA, DA ARRUDA E DE TODA HORTALIÇA, E DEIXAIS DE LADO A JUSTIÇA E O AMOR DE DEUS!. ISTO É O QUE HAVIEIS QUE PRATICAR, AINDA QUE SEM OMITIR AQUILO”. Esta crítica de Jesus contra os líderes religiosos daquela época, pode ser repetida contra muitos lideres religiosos dos séculos seguintes, até hoje. Muitas vezes, em nome de Deus, insistimos em detalhes e esquecemos da justiça e do amor. Por exemplo, a hanseníase voltou árida a vivência da fé, insistindo em observâncias e penitências que desviavam as pessoas do caminho do amor. A irmã carmelita Santa Teresa de Lisieux se criou nesse ambiente de “hanseníase” que caracterizava a França nos finais do século XIX. Foi a partir de uma dolorosa experiência pessoal, que ela soube recuperar a gratidão do amor de Deus como uma força que tem que animar por dentro a observância das normas. Pois, sem a experiência do amor, as observâncias fazem de Deus um ídolo. A observação final de Jesus dizia: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas sim, dar-lhes cumprimento. Os asseguro: enquanto durem o céu e a terra, não deixará de estar vigente nem um acento da lei sem que tudo se cumpra. Portanto, o que transgredir um destes mandamentos mais pequenos e assim ensinar aos homens, será o mais pequeno no Reino dos Céus, ao contrário, o que observar e ensinar, esse será grande no Reino dos Céus. Porque vos digo que, se vossa justiça não é maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus”. Jesus chama a atenção dos discípulos sobre o comportamento hipócrita de alguns fariseus. Eles gostavam de circular pelas praças com longas túnicas, receber os cumprimentos das pessoas, ocuparem os primeiros lugares nas sinagogas e lugares de honra nos banquetes (cf. Mt 6,5;23,5-7). Marcos acrescenta que eles gostavam de entrar nas casas das viúvas e fazer longas preces em troca de dinheiro! Pessoas assim receberão um juízo mais severo (Mc 12,38-40). Hoje em nossa Igreja ocorre o mesmo. 

Lucas 11,44: AI DE VÓS, SEPULCROS QUE NÃO SE VÊEM. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, pois, sois semelhantes a sepulcros caídos, que por fora parecem belos, porém por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda imundície! Assim também vós, por fora apareceis justos diante dos homens, porém, por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidades” (Mt 23,27-28). A imagem dos “sepulcros caiados” fala por si só e não necessita de comentários. Por meio dela, Jesus conde aos que têm uma aparência fictícia de pessoa correta, porém, cujo interior é a negação total daquilo que querem fazer por fora. Lucas, fala de sepulcros escondidos: “Ai de vós, pois, sois como sepulcros que não se vêem sobre os quais os homens andam sem saber”. Quem pisa ou toca um sepulcro se torna impuro, e mesmo quando o sepulcro está escondido sob a terra. A imagem é muito forte; por fora, o fariseu sempre parece justo e bom, porém, esse aspecto é um engano, pois, em seu interior existe um sepulcro escondido que, se a pessoa não sabe dar-se conta, difunde um veneno que mata, envia uma mensagem (pensamento) que afasta de Deus, sugere uma compreensão errada da Boa Noticia do Reino. Uma ideologia que faz do Deus vivo, um ídolo morto!

Lucas 11,45-46: CRITICA DO DOUTOR DA LEI E A RESPOSTA DE JESUS. “Um doutor da lei lhe respondeu: Mestre, dizendo estas coisas também nos injuria!”. Na resposta Jesus não volta atrás, mas, deixa bem claro que a mesma critica vale também para os escribas: “Ai também de vós, os legistas, que impõem aos homens cargas intoleráveis, e vós não as tocais nem com um de vossos dedos!”. No Sermão da Montanha, Jesus expressa a mesma crítica que serve de comentário: “Na cátedra de Moisés têm sentado os escribas e fariseus. Fazei, pois, e observai tudo o que vos digam, porém, não imiteis sua conduta, porque dizem e não fazem. Colocam cargas pesadas e as deixam nas costas das pessoas, porém, eles nem com o dedo querem movê-las” (Mt. 23,2-4). 


PARA REFLEXÃO PESSOAL

A hipocrisia mantém uma aparência enganadora. Até onde age em mim a hipocrisia? Até onde age em nossa Igreja?
Jesus criticava os escribas que insistiam na observância disciplinar das pequenas coisas da lei como o dizimo da menta, da arruda e de toda hortaliça, e esqueciam de insistir no objetivo da lei que é a prática da justiça e do amor. Esta crítica, também vale para mim?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 1,1-2)
Farei um profundo exame de consciência para analisar em mim quais são as coisas que me impedem ser um verdadeiro testemunho do Deus vivo, e começarei a trabalhar para erradicá-las de minha vida.




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