terça-feira, 29 de outubro de 2013

Lectio Divina - 29/10/13


TERÇA-FEIRA -29/10/2013


PRIMEIRA LEITURA: Romanos 8,18-25


“DESTINADOS À GLÓRIA”. Nossa vida é tão efêmera que vale a pena colocar a frase com a qual Paulo inicia esta passagem no centro de nosso coração, da mesma maneira que fez um hospital em Los Angeles, onde a entrada do mesmo lembra a todos os enfermos que nossa esperança não está nesta terra, a qual, submetida a desordem, causa em nossa vida enfermidade, dor, angustias, etc. Todavia, tudo o que sofremos, por mais difícil que nos pareça este sofrimento, não se compara em nada a “glória que manifestará em nós”. Lembro uma frase de P. Carlos de Focauld que dizia: “A vida nesta terra é como uma noite dormida em um mau hotel”. É, pois, muito reconfortante lembrar, sobretudo, quando nos encontramos no meio de uma situação de dor ou de enfermidade, que a vida termina nos braços amorosos do Pai. Nisto se baseia a esperança cristã, que em nosso interior estejamos seguros que no final de nossos sofrimentos estará Jesus esperando-nos para introduzir-nos no céu para viver com Ele toda a eternidade.


ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso e eterno, aumenta nossa fé, esperança e caridade, e, para conseguir tuas promessas, concede-nos amar teus preceitos. Por Nosso Senhor...


REFLEXÃO

Lucas 13,18-21

O CONTEXTO. Ao longo do caminho que conduz à Jerusalém, Jesus estava rodeado por “milhares de pessoas” (11,29) que se amontoavam a seu redor. O motivo desta atração de multidões é a Palavra de Jesus. No capítulo 12 aparece a sucessão alternada dos destinatários da Palavra: aos discípulos (12,1-112), a multidão (vv. 13,2-12), aos discípulos (vv.22-53) a multidão (vv.54-59). Todavia, em Lc 13.1-35 o tema dominante é o escândalo da morte. Na primeira parte se fala da morte de todos (vv. 1-9), enquanto que na segunda fala da morte de Jesus (vv.31-35) e da morte poupada dos pecadores para que possam dispor-se à conversão. Porém, ao lado do tema existe outro: a salvação oferecida aos homens. A cura da mulher encurvada: uma filha de Abraão a qual Satanás mantinha atada fazia dezoito anos, é libertada por Jesus. Além disso, no coração deste capítulo 13, encontramos duas parábolas que formam uma unidade temática: o reino de Deus comparado com o “grão de mostarda” e com o “fermento”.

O Reino de Deus é semelhante a uma semente de mostarda. Esta semente é muito comum na Palestina, de modo particular junto ao lago da Galiléia. É conhecida por sua singular pequenez. Em Lc 17,6. Jesus usa esta imagem para expressar sua esperança de que seus discípulos tenham um mínimo de fé: “Se tivéreis fé como um grão de mostarda...”. Esta parábola tão simples compara dois momentos da história da semente: quando é enterrada (o início modesto) e quando se torna uma árvore (o milagre final). Portanto, a função do relato é explicar o crescimento extraordinário de uma semente que se enterra no próprio jardim, e que tem um crescimento assombroso ao tornar-se uma árvore. Como esta semente, o Reino de Deus tem também sua história: o Reino de Deus é a semente enterrada no jardim, lugar que o Novo Testamento indica o lugar da agonia e da sepultura de Jesus (Jo 18,1.26;19.41); acontece depois o momento do crescimento na qual chega a ser uma árvore aberta à todos.

O REINO DE DEUS É SEMELHANTE AO FERMENTO. O fermento se esconde em três medidas de farinha. Na cultura hebréia, o fermento era considerado um fator de corrupção, até o ponto de ser eliminado nas casas para não contaminar a festa da Páscoa, que justamente começava na semana dos ázimos. O uso deste elemento negativo para descrever o Reino de Deus era um motivo de perturbação para os ouvidos dos judeus. Porém, o leitor percebe sua força convincente: é suficiente por uma pequena quantidade de fermento em três medidas de farinha para conseguir uma grande quantidade de massa. Jesus anuncia que este fermento, escondido ou desaparecido nas três medidas de farinha, depois de um tempo, faz crescer a massa.

EFEITOS DO TEXTO. O que é que nos diz estas duas parábolas? O Reino de Deus, comparado por Jesus a uma semente que se converte em árvore, nos aproxima da história de Deus como a história de sua Palavra: está escondida na história humana e vai crescendo; Lucas pensa na Palavra de Jesus (o reino de Deus está no meio de nós) que já está crescendo, mas, que, todavia, ainda não se converteu em árvore. Jesus e o Espírito Santo estão dando suporte a este crescimento da palavra. A imagem do fermento completa o quadro da semente. O fermento é o Evangelho que age no mundo, na comunidade eclesial e em cada cristão.


PARA REFLEXÃO PESSOAL

Você é consciente de que o Reino de Deus está presente no meio de nós e que cresce de maneira misteriosa difundindo-se na história de cada homem, na Igreja? 

O Reino é uma realidade humilde, escondida, pobre e silenciosa, mesclado com as lutas e prazeres da vida. Você tem aprendido nas parábolas que só verás o reino em ti se adotares uma atitude de serviço humilde e de escuta silenciosa? 


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 128,1-2)
Cada problema, enfermidade ou sofrimento que se apresentar, eu o oferecerei ao Senhor e o colocarei como degrau em meu caminho para a glória de Deus.




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