quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Lectio Divina - 12/12/13


QUINTA-FEIRA -12/12/2013

PRIMEIRA LEITURA: Isaias 7,10-14


Esta profecia messiânica surge no contexto no qual o povo de Israel, temeroso diante da proximidade de uma invasão, sente-se tentado a recorrer a Assíria para que o salve. É aqui que Deus lhes lembra que seu único salvador é Ele e que, como prova de sua presença e seu poder, lhes dará um sinal para que já não duvidem e confiem plenamente Nele. Este sinal virá a converter-se precisamente na chegada do Messias, que é Deus Conosco. O povo, talvez, não imaginou a profundidade destas palavras, as quais ficaram ainda longe de iluminar a realidade que Deus tinha pensado para a salvação do povo, pois, a Encarnação do Verbo realizou o cumprimento da profecia, o envio do Espírito Santo, produto deste projeto salvífico, fez que Deus seja agora Deus Conosco. Seja, pois, consciente de que Deus está em ti, e que desde teu coração procura iluminar e salvar toda a humanidade, particularmente aqueles que convivem cotidianamente contigo.


ORAÇÃO INICIAL 

Despertai Senhor, nossos corações e mova-o para preparar os caminhos de teu Filho, para que pelo mistério de sua vinda possamos servir-te com pureza de espírito. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!



REFLEXÃO

Mateus 11,11-15

No evangelho de hoje, Jesus opina sobre João Batista. Comparado com personagens do Antigo Testamento, não existe ninguém maior que João. João é o maior: maior que Jeremias, maior que Abraão, maior que Isaias! Mas, se comparado com o Novo Testamento, João é inferior a todos. O menor no Reino é maior que João. Como entender estas palavras aparentemente contraditórias que Jesus pronuncia sobre João? 

Pouco antes, João havia enviado seus discípulos para perguntar-lhe: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?” (Mt 11,3). João parecia ter dúvidas a respeito de Jesus, já que Jesus não correspondia à idéia que ele, João, havia feito do messias: um juiz severo que tinha que vir para cumprir o juízo de condenação e de ira (Mt 3,7).Tinha que cortar as árvores desde a raiz (Mt 3,10), limpar o campo e atirar os paus secos ao fogo (Mt 3,12). Mas, Jesus, em lugar de ser um juiz severo, é amigo de todos, “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), acolhe os pecadores e come com eles (Mc 2,16).

Jesus contesta João citando o profeta Isaias: “Vão e conte a João o que têm visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e uma boa nova chega aos pobres. E, além disso, feliz o que me encontra e não se confunde comigo!” (Mt 11,5-6;cf. Is 33,5-6;29,18). Resposta dura. Jesus diz à João que analise melhor as Escrituras para poder mudar a visão equivocada que tem do messias. 

João foi grande! O maior de todos! E o menor no Reino dos céus é maior que João. E o menor no Reino dos céus é maior que João. João é o maior, porque era o último do Antigo Testamento. Foi João quem, por sua fidelidade, pode por fim indicar ao povo o messias: “Este é o cordeiro de Deus” (Jo, 1,36), e a longa história iniciada com Abraão alcançou, por fim, seu objetivo. Mas, João não foi capaz de compreender o alcance da presença do Reino de Deus em Jesus. Ele tinha dúvidas: “É o Senhor ou temos que esperar outro?”. A história antiga, só ela, não comunica a pessoa luz suficiente para compreender toda a novidade da Boa Notícia de Deus que Jesus traz consigo. O Novo não entra no Antigo. Santo Agostinho dizia: “O Novo está escondido no Antigo. Porém o Antigo revela somente seu pleno significado no Novo”. Quem está com Jesus e vive com Ele, recebe Dele uma luz que novos olhos para descobrir um significado mais profundo no Velho. E qual é esta novidade?

Jesus oferece uma chave de leitura: “Com João Batista finalizaram os tempos da Lei e dos profetas, tempos da profecia e da espera. Entendam isto se puderem: Elias tinha de voltar, não é certo? Os que têm ouvidos que entenda!”. Jesus não explica, mas diz: “O que tem ouvido que entenda!”. Elias tinha que vir par preparar a chegada do Messias e reconstruir a comunidade: “Ele reconciliará os pais com os filhos e estes com suas mães” (Ml 3,24). João anunciou o Messias e procurou reconstruir a comunidade (Lc 1,17). Porém, não captava o mistério mais profundo da vida em comunidade. Somente Jesus a comunicou, anunciando que Deus é Pai e, por conseguinte, todos somos irmãos e irmãs. Este anúncio comporta uma nova força que nos faz capazes de superar divergências e de criar comunidade. 

Estes são os fortes que conseguem conquistar o Reino. O Reino não é uma doutrina, mas sim, um novo modo de viver como irmãos e irmãs, a partir do anúncio que Jesus faz: DEUS É PAI DE TODOS.


PARA REFLEXÃO PESSOAL


O Reino pertence aos fortes, isto é, pertence aos que como Jesus, tem a coragem de criar comunidade. Você também?
Jesus ajudou João a compreender melhor os fatos por meio da Bíblia. A Bíblia me ajuda a compreender melhor os fatos de minha vida?


ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 145,1-2)
Hoje refletirei em meus momentos de aridez e frieza espiritual e, os apresentarei a Deus em oração pedindo-lhe sua ajuda para ver o que de bom pode ser tirado desses momentos.







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