segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Lectio Divina - 30/12/13

SEGUNDA-FEIRA -30/12/2013


PRIMEIRA LEITURA: 1João 2,12-17


Num mundo que se apresenta cheio de atrativos de toda classe, é fácil cair na tentação de amá-lo e de elegê-lo acima do valor único e definitivo que é Deus. É por isso que o Apóstolo nos previne: “Não amem o mundo nem o que nele existe”. Isto nos diz porque não que o mundo seja mal, pois, como nos diz o Gênesis, Deus “fez tudo muito bom”, e por isso tudo é bom. O problema se apresenta quando deslumbrados pela “falsa aparência” do mundo deixamos Deus, ou o relegamos dentro de nossa vida fazendo que seus mandamentos percam validade e importância em nossa vida. Paulo dizia: “Tudo me é permitido, porém, nem tudo me convém”. Dê o primeiro lugar à Deus em tua vida e tenha o Evangelho no centro de todas tuas atividades; isto fará que seja o Espírito quem dirija tua vida, quem te levará a desfrutar de tudo o que Deus criou para nosso bem estar e nossa felicidade.


ORAÇÃO INICIAL 

Deus todo poderoso, a quem ninguém nunca viu, tu que dissipou as trevas do mundo com a vinda de Cristo, a Luz verdadeira, olha-nos com complacência, para que possamos cantar dignamente a glória do nascimento de teu Filho. Que vive e reina...


REFLEXÃO

Lucas 2,36-40

Nos dois primeiros capítulos de Lucas, tudo gira ao redor do nascimento de duas criaturas: João e Jesus. Os dois capítulos nos fazem sentir o perfume do Evangelho de Lucas. Neles, o ambiente é de ternura e de louvor. Desde o começo até o fim, se louva e se canta a misericórdia de Deus: os cânticos de Maria (Lc 1,46-55), de Zacarias (Lc 1,68-79), dos anjos (Lc 2,14), de Simeão (Lc 2,29-32). Finalmente, Deus chega para cumprir suas promessas e as cumpre a favor dos pobres, dos “anawim”, dos que souberam perseverar e esperar sua vinda: Isabel, Zacarias, Maria, José, Simeão, Ana e os pastores. 

Os capítulos 1 e 2 do Evangelho de Lucas são muito conhecidos, porém se aprofunda pouco neles. Lucas escreve imitando os escritos do AT. É como se os dois primeiros capítulos de seu evangelho fossem o último capítulo que abre a porta para a chegada do Novo. Estes dois capítulos são a “dobradiça” entre o AT e o NT. Lucas quer mostrar como está se realizando as profecias. João e Jesus cumprem o Antigo e iniciam o Novo.

Lucas 2,36-37: A vida da Profetiza Ana. “Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, de idade avançada. Casada em sua juventude, havia vivido sete anos com seu marido, e logo ficou viúva até os oitenta e quatro anos; não se afastava do Templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações”. Como Judite (Jt 8,1-6), Ana é viúva. Como Débora (Jz 4,4), ela é profetisa. Isto é, uma pessoa que comunica algo de Deus e que tem uma abertura especial para as coisas da fé até o ponto de podê-las comunicar aos demais. Ana se casou jovem, viveu casada sete anos, ficou viúva e continuou dedicando-se a Deus até os 84 anos. Hoje, em quase todas as nossas comunidades, no mundo inteiro, é possível encontrar gente de certa idade, mulheres, muitas delas viúvas, cuja vida se resume em rezar, assistir as celebrações e servir ao próximo. 

Lucas 2,38: Ana e o menino Jesus. “Apresentando-se naquela mesma hora, louvava a Deus e falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”. Chegou ao templo no momento em que Simeão abraçava o menino e conversava com Maria sobre o futuro do menino (Lc 2,25-35). Lucas sugere que Ana participou nesse gesto. O olhar de Ana é um olhar de fé. Vê um menino nos braços de sua mãe e descobre nele o Salvador do mundo.

Lucas 2,39-40: A vida de Jesus em Nazaré. “Assim que cumpriram todas as coisas segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à cidade de Nazaré. O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele”. Nestas poucas palavras, Lucas comunica algo do mistério da encarnação. “O Verbo se fez carne e fez sua morada entre nós” (Jo 1,14). O Filho de Deus participou de tudo igual a nós, e assumiu a condição de servo (Fl 2,7). Foi obediente até a morte e a morte de cruz (Fl 2,8). Dos trinta e três anos que viveu entre nós, trinta viveu em Nazaré, você precisa conhecer a vida de qualquer nazareno daquela época, mudar o nome, colocar-se o nome de Jesus e conhecerá a vida do Filho de Deus durante os trinta e três anos de sua vida, como a nós em tudo, exceto no pecado (Hb 4,15). Nestes trinta anos de sua vida, “O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele”. Em outro lugar Lucas afirma a mesma coisa com outras palavras. Diz que o menino “crescia em sabedoria, em idade e em graça, tanto para Deus como para os homens” (Lc 2,52). Crescer em sabedoria significa assimilar os conhecimentos, a experiência humana acumulada ao longo dos séculos: dos tempos, das festas, dos remédios, das plantas, das orações, dos costumes, etc. Isto se aprende vivendo e convivendo na comunidade natural das pessoas. Crescer em idade significa nascer pequeno, crescer e se tornar adulto. É o processo de cada ser humano, com suas alegrias e tristezas, seus descobrimentos e frustrações, suas raivas e seus amores. Isto se aprende vivendo e convivendo na família com os pais, os irmãos e as irmãs, os tios e os parentes. Crescer na graça significa: descrever a presença de Deus na vida, sua ação em tudo o que acontece, a vocação, sua chamada. A carta aos Hebreus diz que: “Ainda sendo Filho, aprendeu em sua paixão o que é obedecer” (Hb 4,8).



PARA REFLEXÃO PESSOAL

Conhece pessoas como Ana, que tem um olhar de fé sobre as coisas da vida?
Crescer em sabedoria, em idade e em graça: Como acontece isto em minha vida?



ORAÇÃO FINAL 

(SALMO 96,2-3)
Hoje meditarei nas coisas deste mundo as que me apego mais, estas podem ser pessoas, coisas, atividades; irei uma por uma dizendo a Deus que lhe pertencem e que as entrego, farei isso de coração e confiando na bondade de Deus.




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